9.11.11

A Fine Line (13/19)

TítuloUma Fina Linha
Resumo: As coisas nem sempre são o que parecem.
Autoras: chloeas e dl_greenarrow
Classificação: NC-17 muito forte
Avisos: Esta fic tem muitos momentos Chlex, é sobre Chlollie, mas tem momentos Chlex. É obscura, madura, violenta, repleta de situações adultas e pode ser bem difícil... este é seu aviso. A história se passa durante a sexta temporada.
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Chloe não sabia há quanto tempo estava no banheiro, mas tinha certeza que fazia algumas horas. Ela não tinha feito nada além de vomitar, a pouca comida que tinha comido há muito tempo ido embora, sua garganta e seu estômago estavam queimando e mais uma vez, se sentia enjoada. Não sabia que diabos Lex tinha feito com ela durante aqueles testes: a dor era tão forte, ela nunca conseguia ficar acordada o tempo inteiro.

Quando ela sentiu que tinha finalmente terminado, se levantou e lavou a boca, amarrando o robe apertado ao redor da cintura antes de voltar para o quarto.

Lex estava deitado na cama, lendo. "Se sentindo melhor?" ele perguntou casualmente, sem olhar pra ela.

"Não", ela respondeu fracamente enquanto se arrastava até a cama, deitando-se de costas.

"Que pena." Não havia culpa em sua voz, nem arrependimento ou pesar, nem mesmo simpatia por sua dor. "Você quer um pouco de água tônica?"

"Sim", ela falou baixinho, se mexendo na cama, ela tinha ficado desidratada da última vez, talvez isso ajudasse.

Surpreso, ele olhou pra ela, então fechou o livro, saindo da cama. Ele pegou uma lata da bebida, e serviu um copo antes de voltar para a cama. Ele passou a bebida a ela sem falar nada.

Ela também ficou surpresa quando ele realmente se levantou e pegou pra ela, ela pegou o copo dele silenciosamente e tomou devagar, fazendo uma careta quando sua garganta ardeu, mas pelo menos não a fez se sentir enjoada.

Lex a estudou por um momento. "Talvez a televisão te distraia um pouco." Ele passou o controle remoto pra ela e pegou o livro de novo.

Chloe pegou o controle desconfiada, imaginando qual seria a pegadinha, mas pelo menos, ele parecia ter acabado com a tortura do dia, então ela ajustou os travesseiros e se sentou levemente, ligando a TV e se mexendo na cama até ficar confortável. Estava passando o programa de notícias, então não devia ser tão tarde e ela imaginou que pelo menos saberia o que estava acontecendo no mundo exterior.

"E em outras notícias, o bilionário filantropo Oliver Queen ficou seriamente ferido num acidente de carro mais cedo quando aparentemente perdeu o controle do carro e capotou duas vezes..."

Ela se endireitou imediatamente, olhos na TV, seu coração batendo rápido quando ouviu a repórter dizendo que o carro capotou na estrada entre Smallville e Metrópolis, não tinha dúvida que ele tinha ido a Smallville atrás dela.

"...no momento no Hospital Geral de Metrópolis. Os médicos disseram que ele está seriamente ferido mas não deram outros detalhes."

Lex nem olhou pra cima, simplesmente continuou lendo, virando a página.

Chloe ficou em silêncio e completamente imóvel até a história terminar, e então, ela respirou fundo algumas vezes antes de se virar para olhar pra ele, sua mandíbula travada e ela estava tremendo, mas desta vez, não era por causa da febre. "Você fez isso."

"Claro. Essa é minha habilidade. Estar em dois lugares ao mesmo tempo." Ele nem olhou pra ela, seu tom entediado.

Ela pegou o livro das mãos dele. "Você não precisava estar lá pra tramar isso, você mandou um dos seus homens mexer no carro dele, você foi atrás dele porque ele e eu conversamos ontem à noite."

Ele pegou o livro de volta e o colocou na cama. "Se eu tivesse, ele estaria morto e não no hospital, Chloe."

Ela travou a mandíbula enquanto olhava pra ele. "Eu quero vê-lo."

"Não", ele disse simplesmente, pegando o livro mais uma vez.

Ela pegou o livro novamente, olhando pra ele. "O mínimo que você pode fazer é admitir que você fez isso porque estava tentando me dar uma lição, porque você é um bastardo doentio que precisa provar sua opinião fazendo pessoas sofrerem."

Lex estreitou os olhos e pegou o livro, desta vez o jogando com força do outro lado do quarto antes de se inclinar sobre ela. "Eu teria admitido horas atrás se fosse verdade. Enquanto você estava fazendo os testes. Só pra fazer você sofrer um pouco mais. Talvez Oliver estivesse apenas bêbado. Ele nunca teve problema em colocar a vida de outras pessoas em perigo."

Chloe olhou pra ele por um longo momento, sua mandíbula travada então respirando fundo. Ela acreditava nele. Lex gostava de se gabar sobre coisas assim e ele a teria torturado por horas se soubesse. Suspirando, ela desviou o olhar mas não disse mais nada.

Ele continuou olhando feio pra ela, estendendo a mão e segurando seu queixo, forçando-a a olhar novamente pra ele. "No futuro, seria mais sensato não acusar seu noivo sem uma boa razão."

Ela estreitou os olhos pra ele, mas não se moveu ou disse qualquer coisa.

"Eu fui perfeitamente claro?"

"Sim." Ela disse entredentes.

Ele soltou seu queixo. "Ótimo."

Chloe se afastou dele e desligou a TV antes de terminar a água tônica que ele tinha lhe dado, em seguida colocou o copo vazio e o controle remoto sobre o criado mudo e se virou para o outro lado enquanto se deitava.

Lex olhou feio pra ela por um longo momento, então se mexeu na cama para que o peito estivesse colado nas costas dela. Ele deitou a cabeça no travesseiro dela e passou um braço ao redor de sua cintura, pressionando a mão em sua barriga.

Ela gelou. "O que você quer?"

"Você é sempre tão desconfiada?" Ele deu um risinho.

"Só quando você está por perto", ela disse secamente.

Lex deu risada e a puxou contra ele. "Dorme."

Chloe estremeceu mas fechou os olhos, fazendo o melhor para ignorar o homem atrás dela e que diabos ele estivesse planejando fazer e se concentrou em tentar descobrir o que podia ter acontecido com Oliver. Se Lex não tinha feito isso, e ela acreditava que ele não tinha feito, então o que tinha acontecido? Era muito grave? Ele tinha que estar bem, tinha que sair dessa. Especialmente se isso havia acontecido por causa dela.

***

Na manhã seguinte, Lex se sentou na beira da cama enquanto Chloe dormia, olhando para o telefone em sua mão por um longo momento antes de colocar novamente sobre o criado mudo. Se o que o Doutor Jacobson estivesse dizendo era verdade, seu dia tinha acabado de ficar muito melhor. Ele olhou pra ela dormindo por um momento, então cuidadosamente se inclinou sobre ela, desatando o nó do robe e lentamente deslizando o material pelas suas costas e ombros, passando a manga por seu braço.

Só tinha um jeito de ter certeza. Vendo com seus próprios olhos.

Ela se mexeu por um momento e de repente sentiu frio, franzindo a testa ela abriu os olhos, olhou por sobre o ombro, então percebeu que Lex estava tirando sua roupa, ela arregalou os olhos e se afastou dele, fechando o robe novamente. "O que você está fazendo?" Ela exigiu.

"Testando uma teoria", ele respondeu, puxando-a de volta.

"Que teoria?" Ela perguntou, segurando o robe com força.

"Vou te dizer assim que eu ver se é ou não verdade", ele disse a ela, puxando a manga e passando-a por seu braço esquerdo.

Chloe franziu a testa e deixou o robe cair de um lado, olhando por sobre o ombro e tentando ver suas costas, feliz que não estivesse se sentindo tão mal quanto da última vez que tinha passado pelos testes.

Ele tirou a outra manga também. Seus olhos correram pelas costas dela. "Fascinante", ele murmurou, tocando-a ali.

Ela esperava que o toque doesse, mas quando não doeu, ela olhou para sua barriga, seus olhos arregalando quando percebeu que as marcas que estavam ali na noite anterior já tinham quase desaparecido completamente. "O que você fez comigo?"

"Nada", ele disse com um sorriso satisfeito às infinitas possibilidades que começavam a se formar em sua mente. "Você fez isso sozinha."

Ela olhou pra ele e então piscou, olhando pra baixo novamente e tocando sua barriga. Ela tinha se curado? Era essa sua habilidade? Se regenerar?

"Dr. Jacobson disse que você tinha uma quantidade anormal de glóbulos brancos, o que em muitos casos indica leucemia. Mas com mais testes, nada de leucemia", ele disse a ela, puxando-a um pouco pra trás para olhar seu pescoço. E com certeza, os arranhões também tinham desaparecido.

Ela amarrou o robe de novo e se virou para olhar pra ele. "Então eu não estou doente? Essa é minha habilidade?"

"Parece que sim", ele disse com um aceno de cabeça.

Chloe piscou, desviando o olhar enquanto tentava processar a informação. O que havia de bom nesse poder? Curar a si mesma. Lex apenas continuaria a machucá-la e ela continuaria se curando, mas isso não podia ser pior. Ela não podia fugir, não podia ajudar ninguém, não podia proteger ninguém.

"Fascinante", ele disse novamente, um sorriso puxando seus lábios.

Ela franziu a testa, olhando pra ele. "E agora? Você vai pegar meu DNA e transferir minha habilidade para você?"

"Meu sistema imunológico é muito bom", ele disse com um risinho. "Eu raramente fico doente, ou me machuco." Ele a observou por um momento. "Eu me pergunto, no entanto. Até onde vão seus poderes, Chloe?"

Ela travou a mandíbula e se afastou dele. "Como eu vou saber? Pergunte ao seu médico."

"Receio que ele também não saiba." Ele sorriu um pouco mais. "Acho que vamos ter que testar sua habilidade, não é?"

"Como se você precisasse de um motivo pra me machucar", ela disse secamente, olhando pra ele.

"Bem, agora será apenas em nome da ciência, Querida. Imagine as possibilidades. Seu sangue pode acabar sendo a cura do câncer."

"Mesmo que pudesse curar o câncer, você ia mantê-lo pra si mesmo."

"Você pensa muito pouco de mim, Chloe. Estou chateado."

"Você precisaria ser capaz de sentir alguma coisa pra ficar chateado, Lex", ela disse.

"Acho que vou ter que fazer você sentir coisas suficientes por nós dois então, não vou?" ele respondeu, estreitando os olhos.

"Não, você não vai", ela tentou, mesmo sabendo que seria inútil. "Eu preciso comer alguma coisa."

Lex parou por um momento. "Eu imagino quanto tempo uma pessoa com sua habilidade consegue ficar sem comer", ele murmurou.

"Considerando que eu estou com forme e passei horas vomitando ontem à noite por sua causa, provavelmente não muito tempo." Ela devolveu, se mexendo e se levantando para pegar o menu do serviço de quarto.

"Cuidado, Chloe. Eu posso decidir testar essa teoria", ele disse calmamente, não gostando de sua atitude.

"Eu estou com fome, Lex. Eu não comi nada ontem por causa dos seus testes, eu preciso comer." Ela disse simplesmente, olhando para o menu.

"E você pode comer. Mas precisa parar com essa atitude", ele a informou, tirando o menu das mãos dela e pegando o telefone para ligar para o serviço de quarto.

Ela suspirou, quase aliviada e cruzou os braços sobre o peito enquanto o observava.

Lex pediu pra ela ovos fritos, um copo de suco de laranja, um copo de leite, e um pouco de torradas.

Revirando os olhos, ela voltou para a cama e se sentou, dificilmente ela pediria isso. Mas ia servir.

Ele olhou pra ela. "Café da manhã com bastante proteína."

"Isso supostamente é bom pra mim?" Ela perguntou, erguendo uma sobrancelha. Não que ele se importasse.

"Precisamos começar a trabalhar na sua proteína. É bom para o bebê." Ele sorriu e se levantou.

"Foi o que o médico disse?" Ela perguntou desinteressada enquanto se recostava contra os travesseiros.

"Sim." Ele confirmou com um leve aceno de cabeça. "E eu li sobre gravidez saudável."

"E quando você planeja me incluir nesse plano, exatamente?"

"Quando você precisar saber", ele respondeu.

Ela suspirou e correu as mãos pelo rosto. "E se esse garoto for uma aberração como eu, você vai realizar testes nele também?"

"Esse não é o melhor jeito de falar sobre nosso futuro filho, não é?" ele perguntou, erguendo uma sobrancelha.

"É assim que você me vê, não é?"

Lex inclinou a cabeça para o lado e a estudou por um momento. "Sua habilidade é curar. Eu diria que isso faz de você muito mais útil que os outros do seu tipo."

"Eu posso me curar, como isso me faz mais útil pra você?" Ela perguntou, erguendo uma sobrancelha pra ele.

"De muitas maneiras, Chloe. No mínimo essa reviravolta apenas te faz mais valiosa pra mim." Ele sorriu.

Chloe estreitou os olhos. "Você acha que eu deveria estar aliviada?"

Ele ergueu uma sobrancelha. "Você deveria estar tudo menos aliviada."

A isso, ela inclinou a cabeça, dando um risinho pra ele. "Por que você está menos disposto a me soltar?"

Ele se inclinou mais perto dela. "Porque eu tenho um lado sádico que eu tenho que lutar para manter sob controle. Mas agora?" Ele tocou o rosto dela. "Agora eu tenho alguém em quem eu posso experimentar tudo sem causar nenhum dano permanente."

Chloe engoliu em seco, observando-o e travando a mandíbula. "Só porque eu posso curar alguns ferimentos, isso não significa que eu possa me curar de coisas mais sérias."

"Acho que vamos ter que descobrir, não é?" Ele sorriu.

"Você sabe que se me engravidar, não vai poder fazer mais isso", ela ergueu uma sobrancelha, se sentia bem falando sobre isso porque sabia que não ia deixar acontecer.

"Isso acrescenta um novo fator à equação", ele disse, estudando-a. "Eu me pergunto se você será capaz de se curar enquanto estiver grávida, ou se a criança vai exigir muito da sua energia?"

Chloe sorriu e inclinou a cabeça. "É reconfortante quando você fala sobre ter seu filho e olha pra mim como se eu fosse seu projeto de ciências da quinta série."

"Eu tenho certeza que estamos bem além da aula de ciências da quinta série. Você é um experimento muito mais... maduro."

Ela balançou a cabeça e desviou o olhar, suspirando profundamente. Seus pensamentos voltando para Oliver, ela desejou que tivesse um computador para que pudesse acessar seus arquivos médicos e descobrir o que realmente estava acontecendo com ele.

"Vamos começar depois do café", ele a informou, levantando-se quando ouviu a batida na porta.

Ela olhou pra ele e então balançou a cabeça, imaginando se havia algum jeito dela escapar enquanto estavam em Metrópolis.

Ele agradeceu ao funcionário que trouxe a comida, então carregou pra ela. "Coma", ele disse com um sorriso, indo até a mala no armário.

Ela pegou a bandeja e a colocou sobre o colo, pegando uma torrada e passando manteiga enquanto mantinha os olhos nele, imaginando que diabos ele ia fazer agora.

Lex sorriu quando pegou alguma coisa da mala e se virou, estendendo a mão para revelar um par de algemas.

Ela travou a mandíbula enquanto olhava pra ele. "Bastardo doente", ela repetiu.

"Se eu pudesse confiar que você não ia resistir, eu não precisaria usá-las", ele a informou, embora fosse uma mentira.

"Me poupe das suas mentiras, Lex. Eu não sou idiota." Ela disse com raiva.

"Termine seu café da manhã, Chloe", ele disse calmamente.

"Eu não estou mais com fome."

"O jantar vai demorar."

Ela pegou o suco de laranja relutantemente e tomou. "O que você vai fazer?"

Ele a estudou por um momento, permanecendo em silêncio.

"O quê? Me diz, não é como se eu pudesse impedir", ela deu outra mordida na torrada, olhando pra ele.

"Eu não decidi ainda", ele admitiu com um leve dar de ombros.

Chloe terminou metade da torrada e suspirou, recostando-se contra os travesseiros. Odiava isso, odiava a sensação de impotência, sabendo que ele ia machucá-la e tendo que ficar sentada ali esperando.

"Você realmente deveria terminar os ovos", ele encorajou.

"Eu não gosto de ovos fritos." Ela disse, erguendo a sobrancelha pra ele.

Ele travou um pouco a mandíbula. "E como você prefere?"

"Mexidos." Ela pegou outra torrada e deu uma mordida.

"Então eu vou pedir ovos mexidos", ele respondeu, indo para o telefone.

"Eu não quero ovos." Ela disse com firmeza.

Lex se virou para olhar pra ela. "Você disse que estava com fome. Você não pode comer só torrada."

"Não finja que se importa, Lex, e uma refeição não vai mudar as chances de eu ficar grávida", ela disse entredentes.

Ele estreitou os olhos. "Como você disse, você esteve doente ontem, o dia inteiro. Você deveria comer alguma coisa."

"Pra quê? Você vai me deixar doente e vou vomitar de qualquer jeito." Ela disse secamente.

Ele travou a mandíbula. "Você está testando minha paciência, Chloe."

"Você não pode dizer que eu estou mentindo, Lex. Eu devo ter perdido uns cinco quilos nesses três meses."

"Você ainda podia perder alguns", ele disse friamente.

"Eu não ligo para o que você pensa do meu corpo, mas eu não tenho dúvida que isso vai acontecer." Ela conseguiu manter sua voz e expressão completamente neutras.

Sem aviso, ele deu um tapa em seu rosto.

O rosto dela estava queimando, mas sua expressão não mudou, ela apenas olhou pra ele.

"É melhor começar a se preocupar com o que eu penso, Chloe", ele avisou, sua voz baixa. "Porque é a única coisa que está mantendo seus amigos vivos."

Ela manteve os olhos no rosto dele, mas não fez nada mais.

Lex olhou de volta pra ela, seus olhos sombrios de raiva, sua expressão fria e distante.

Chloe olhou de volta para o prato e pegou sua torrada novamente, pelo menos ela conseguiu arrancar uma reação dele.

Ele a observou atentamente, sua mandíbula travada. "Você gosta de me provocar."

"Eu achei que você gostasse de um desafio, Lex", ela disse calmamente, sem olhar pra cima. "Eu não sou Lana, lembra?"

"Eu gosto de um desafio. Eu só não esperava que você tivesse um lado masoquista. Embora eu devesse ter percebido. Todos aqueles anos correndo atrás do Clark quando você sabia que ele não tinha nenhum interesse em você." Ele deu um risinho. "Faz sentido."

"Uma paixão de colégio dificilmente é masoquismo", ela olhou pra ele dessa vez. "Como você explica sua obsessão por ele?"

Ele deu risada. "Bem, quando alguém salva sua vida de um jeito que teria sido impossível, isso tende a despertar seu interesse."

"Isso foi parte da minha fascinação por ele também, claro, para uma garota de quinze anos, quando um rapaz salva sua vida repetidamente, é impossível não desenvolver uma paixão", ela disse calmamente. "Claramente, você não pode me julgar por ter sentimentos por ele durante tanto tempo."

"Mesmo assim. Você tentou chegar até ele, não tentou?" Ele a observou atentamente.

"Eu era jovem e estúpida, acontece com todo mundo", ela sorriu pra ele e ergueu as sobrancelhas.

Lex deu de ombros. "Acho que sim."

"Mas não se preocupe, eu segui em frente e tenho certeza que eu mataria Clark se tivesse que estar em algum tipo de relacionamento com ele."

Ele deu um risinho. "Seguiu para Oliver Queen. Um grande passo pra trás, se você quer saber."

Chloe sorriu e inclinou a cabeça. "É isso que você acha?"

"Sobre o quê?"

"Que eu segui para Oliver?"

"Era bem claro no restaurante há algumas semanas atrás. Era aquele mesmo olhar apaixonado que você tinha perto de Clark."

"Eu o admiro, Lex. Especialmente por ele ir atrás de você. Tem uma diferença", ela disse, erguendo um pouco a sobrancelha.

Lex olhou pra ela. "Talvez eu devesse apenas matá-lo."

"Ele é realmente uma ameaça tão grande pra você?"

"Ele me custa uma grande quantidade de tempo, dinheiro e pesquisa. E além do mais, ele é um imbecil."

"Você ainda está preso naquela rivalidade de escola que vocês tinham? Isso é tão triste, Lex..." ela apertou os lábios, fingindo que tentava parar de sorrir.

"Algumas coisas nunca mudam", ele disse secamente. "E alguma pessoas nunca mudam também."

"O que exatamente aconteceu na Excelsior, afinal?" Ela perguntou curiosa.

"O que, você está me dizendo que ele não te contou?" Ele fingiu surpresa. "Eu imagino o que mais ele deixou de te contar."

"Na verdade, Oliver e eu nos falamos umas cinco vezes, então, não, eu não conheço os segredos mais sombrios dele", ela disse.

"Só o maior segredo", ele respondeu calmamente.

"Como eu disse, eu descobri esse sozinha." Chloe o relembrou com um sorriso.

"Como você fez com Clark." Ele deu um risinho. "Acho que ninguém confia realmente em você, não é?"

"Aparentemente temos isso em comum."

"A ironia é, se Clark tivesse confiado em mim, eu seria uma pessoa completamente diferente agora. Você também não estaria comigo."

"O que te faz pensar isso?"

"O fato de eu não gostar que mintam pra mim. Especialmente alguém com quem eu realmente me importo. Se eu soubesse a verdade desde o começo, eu teria feito tudo que eu podia para garantir a segurança de Clark." Sua voz era amarga.

Chloe parou e o observou por um momento, ela tinha a sensação que não eram muitas as pessoas que ouviam coisas assim de Lex e estava genuinamente interessada na conversa  não só porque adiava o que ele fosse fazer com ela, mas também porque ela realmente queria saber. "Você acha que eu gosto que mintam pra mim? Eu senti raiva por um longo tempo também, por isso que eu fiz o acordo com seu pai", ela admitiu. "Mas a verdade é, Lex, algumas pessoas simplesmente precisam de mais tempo e algumas verdades precisam continuar em segredo por uma boa razão."

Ela parou por um momento e deu de ombros. "Eu honestamente acho que Clark teria contado pra você se não fosse pelo Sr. Kent."

"Bem, é muito tarde pra isso agora. E ao invés de me contar, eu descobri depois de todo mundo, incluindo meu pai. Se você não tem confiança, então tudo que sobra é respeito e medo. E obediência."

Suspirando suavemente, ela balançou a cabeça. "Você podia ganhar confiança, se não espalhasse o medo. Eu costumava confiar em você, eu confiei minha vida e a do meu pai a você. Mas eu acho que tudo que importava era a confiança de Clark."

Lex olhou pra ela por um momento, sua mandíbula travando um pouco. Então sem falar nada ele foi para a porta.

Chloe piscou, erguendo as sobrancelhas e olhou surpresa pra ele, mas não disse nada.

"Descanse", ele disse sem olhar pra trás, digitando o código e abrindo as trancas e deixando-a sozinha no quarto.

Ela arregalou os olhos e tudo que conseguiu fazer foi olhar para a porta. Não conseguia acreditar que isso tinha realmente acontecido. Não só ela e Lex tinham conversado, mas ele a tinha deixado sozinha? Ela respirou fundo e se recostou contra os travesseiros, passando as mãos pelo rosto aliviada.

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7 comentários:

  1. Bem interessante este capítulo, a conversa final mostrando toda a amargura do Lex, que por sinal está cada vez mais monstruoso (o que é isso de querer espancá-la para testar suas habilidades de cura? Animal).
    Também me agrada o fato de Chloe, apesar de todo o medo e da precária situação física, ainda ter presença de espírito para desafiá-lo e discutir com Lex. Consegue arrancar confissões e reações até de um ser tão frio como ele...
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    Perguntas matelando:
    Como estará Oliver? Chloe irá ser torturada outras vezes? Engravidará? Quando vão salvá-la? ô curiosidade.
    Ops, escrevi demais rs

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  2. haha... Vinícius, a curiosidade é inevitável e não se preocupe... vc não escreveu demais...

    Também gosto disso na Chloe, dessa personalidade e força que ela continua tendo e conseguir arrancar uma reação, uma emoção de Lex, realmente foi incrível...

    Quanto a testar a habilidade dela, ele a enxerga como um rato de laboratório, então quer ver investigar e saber todos os detalhes, ele é um doente, então imagina como seriam os testes...

    Ah, e algumas das suas perguntas serão respondidas daqui a uns dez minutinhos, pq já vou postar o próximo capítulo... :)

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  3. Opa, já tem mais Sofia? Show... hehe
    E essa loirinha é maravilhosa, sou apaixonado pela personagem, pela atriz... rs

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  4. Sim, estava terminando a revisão...

    haha, eu meio que suspeitava disso... rs...

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  5. Pobre Oliver! E agora? =(

    Até o Lex culpa o Clark... Aff!!!

    GIL

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  6. haha, GIL, pois é... quando até o Lex culpa o Clark, o negócio tá feio mesmo!!!!!!

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  7. estranho a relação é estranha , eu sei que é uma situação horrivel (mas a Chloe me intriga ) há algo errado com ela tambem nesta fic . Alice

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