8.2.18

You Don't Have To Make A Sound (3/5)

Autora: ihearttvsnark
Resumo: Esta história acontece no mundo de Everybody Loves Me. É a terceira de uma sequência de cinco histórias anteriores aos eventos de Everybody Loves Me. Chloe acha que deveria estar fazendo mais e o conforto vem da última pessoa que poderia esperar.
Classificação: PG-13


Chloe gemeu quando ouviu o bipe do computador indicando a chegada de um novo e-mail. Ela começou a digitar rapidamente, finalizando o e-mail que estava escrevendo, apertou o botão de envio e abriu a caixa de entrada para ver que havia, na verdade, três novos e-mails e todos marcados como alta prioridade. Ela clicou no que havia chegado segundos antes dos outros dois e mal teve tempo de ler o parágrafo de abertura quando o telefone em sua mesa começou a tocar. Suspirando, Chloe o atendeu, imediatamente equilibrando-o entre o ouvido e o ombro para que pudesse continuar digitando.

"Aqui é Chloe Sullivan", ela respondeu, sua atenção focada na tela enquanto lia o e-mail. Ela clicou na área de resposta, franzindo a testa quando ouviu a voz do outro lado do telefone. "Sinto muito, Sr. Queen não está disponível no momento." Ela moveu os olhos brevemente da tela para o escritório de Oliver. "Posso ajudar em alguma coisa?" Seus dedos corriam pelo teclado e ela enviou o e-mail que acabara de responder antes de abrir o seguinte.

O dono da ligação começou a discutir e Chloe respirou fundo, contou até dez em sua cabeça e se relembrou que ele era um cliente importante e que não era seu trabalho mandá-lo calar a boca, não importa o quanto quisesse. "Sr. Broderick, eu entendo seu problema, mas o Sr. Queen é um homem muito ocupado. Vou garantir que ele retorne seus ligações o mais rápido possível", ela assegurou embora não soubesse se o que estava dizendo era verdade, considerando que não havia visto ou ouvido falar de seu chefe há mais de um mês.

Chloe continuou digitando enquanto ouvia o Sr. Broderick continuar a despejar sua fúria por quase dez minutos, finalmente respirando depois que ele ameaçara levar seu negócio para a LuthorCorp. Chloe já havia aberto a conta da empresa e fez o possível para acalmar suas preocupações, inclusive relembrando-o de que a Queen Industries havia batido a LuthorCorp em todos os mercados no ano anterior. Cinco minutos depois, ele pareceu mais calmo e disse que se ela se cansasse de Oliver, era mais do que bem-vinda a trabalhar para ele.

Ela riu educadamente, fazendo seu usual comentário sobre como Oliver era um bom chefe e finalmente ele desligou. Revirando os olhos, Chloe voltou sua atenção para os e-mails e estava quase terminando o último quando a porta do escritório foi aberta e Bart Allen entrou empurrando o carrinho de correspondências com um fone de ouvido no cabeça. Ele imediatamente olhou para a porta de Oliver e quando viu a luz apagada sorriu para Chloe enquanto desligava seu iPod.

"Ei, Mamacita", ele a cumprimentou enquanto mexia no carrinho. "O Chefe ainda está desaparecido?" Bart perguntou enquanto colocava uma pilha de envelopes sobre a mesa de Chloe.

Chloe assentiu e ia começar o mesmo discurso que dava a todos sobre as viagens de Oliver, mas parou quando notou os cortes e machucados nas mãos dele. "O que aconteceu?" perguntou.

Bart parou de sorrir por um momento e em seguida lhe deu um risinho. "Não precisa se preocupar comigo, Maravilhosa. Você deveria ter visto o outro cara. Mas olha, se faz você se sentir melhor, ficarei feliz em levá-la para jantar esta noite e você pode me checar inteiro de perto e pessoalmente para ter certeza de que estou bem."

"Ou você pode entregar isso a Victor pra mim sem eu ter que te relembrar novamente que só podemos ser amigos", Chloe respondeu. Ela entregou um envelope pardo a Bart e tentou não revirar os olhos ao bico que ele exibia. Eles haviam tinham aquela conversa pelo menos três vezes por semana, normalmente quando Oliver não estava por perto para pontuar que a correspondência seria entregue mais rápido se Bart socializasse menos.

"Eu vou te convencer qualquer dia desses", Bart disse confiante. Ele colocou o envelope no alto de sua pilha de correspondências. "Vou caçar o Cérebro pra você agora. Algumas vezes eu acho que você está me fazendo ciúmes com tanta coisa que me faz entregar pra ele", ele brincou enquanto empurrava o carrinho de volta para a porta.

Chloe teve tempo apenas de balançar a cabeça enquanto o observava sair do escritório e menos de um segundo depois, ouviu as portas do elevador se fechando no final do corredor. Ela suspirou e fez uma nota mental de relembrá-lo de não usar a super velocidade na empresa. Ela sabia que ele era mais rápido do que as câmeras podiam gravar, mas ainda assim era um risco. Era em momentos assim que ela desejava poder dizer a ele que era ela quem o vinha ajudando e então talvez tivesse mais chances de ser ouvida.

Mas ela não podia fazer isso. Por tudo que Chloe sabia sobre Bart, não achava que ele fosse reagir bem ao descobrir que era ela quem vinha lhe ajudando desde que testemunhara sua velocidade na rua quando estava a caminho do trabalho. Isso fazia quase um ano e foi preciso mais um mês para descobrir seu nome e convencê-lo que poderia ter um emprego de verdade em vez de roubar pessoas inocentes. Mais uma vez, teria sido mais fácil se ela tivesse se aproximado dele, mas não queria espantá-lo, então vinha lhe mandando mensagens identificando-se como Olho No Céu, assim como vinha fazendo com os outros.

O problema era que Chloe não sabia se era o suficiente.

***

Mais tarde naquela noite, Chloe parou na frente do computador no loft que havia alugado, verificando as imagens das câmeras de segurança das últimas noites enquanto tentava descobrir como Bart havia se ferido. Ela não havia lhe dado nenhuma tarefa específica então deduziu que ele deveria estar em patrulha quando aconteceu. O problema era que ele era muito rápido para as câmeras e poderia facilmente ter se machucado em outro estado ou país. Ela sabia que ele amava correr até o México para pegar comida. Já ia desistir quando finalmente captou uma imagem dele perto do mar. Ele havia surpreendido um traficante, só que ele não estava sozinho. Bart era rápido, mas também era um jovem muito teimoso para fugir de uma briga.

Não havia muito o que pudesse fazer em situações como aquela, Chloe pensou com um suspiro. Idealmente, Bart também teria reforço, mas como ele não sabia sobre os outros e os outros não sabiam sobre ele, isso não era possível. A noite estava calma e ela ficou agradecida por isso. AC ainda estava se recuperando de uma longa missão e ela sabia que ele estava passando o máximo de tempo possível na água. Essa era uma coisa boa sobre o desaparecimento de Oliver; ele não precisava de um guarda-costas se não estivesse por perto e assim AC podia se recuperar.

Ela olhou para o relógio, notando que já passava da meia-noite e precisava encerrar para que pudesse ir para casa e dormir por algumas horas antes de voltar ao trabalho. Chloe abriu o arquivo sobre o projeto em que estava trabalhando com Victor. Ele estava tão ocupado quanto ela no escritório e ela sentia que estava demorando uma eternidade para que conseguissem provar que um dos vereadores da cidade estava envolvido em um esquema de lavagem de dinheiro. Ela havia mandado Bart em algumas missões de reconhecimento, mas isso ainda não era suficiente.

Chloe franziu a testa enquanto olhava ao redor do pequeno loft. Ela havia alugado o lugar seis meses depois de começar a trabalhar para Oliver. Tinha bastante dinheiro extra graças ao salário escandaloso que ele estava lhe pagando, mesmo sentindo que merecia cada centavo nas últimas semanas em que ele estivera sumido. Ela gastava a maior parte do dinheiro em equipamentos como computadores, scanners e outros acessórios essenciais. O sofá, a cadeira e a mesa de café tinham sido ideia de Lois para que o lugar não parecesse um depósito, mas Chloe insistiu em comprá-los de segunda mão já que não estavam no planejamento inicial.

Não era como se alguém passasse algum tempo ali. Lois passava por lá ocasionalmente, sempre para levar Chloe para casa se ela estivesse trabalhando tempo demais. Os rapazes não faziam ideia de que o centro de comando existia nem que a assistente executiva que conheciam era a responsável por ter conseguido os empregos que tinham, além de ser o Olho No Céu que dava a eles várias tarefas e missões regularmente.

Ela não queria o crédito. Chloe não fazia aquilo por fama ou qualquer outra razão parecida. Ela queria fazer do mundo um lugar melhor e aquele era o jeito que conhecia para fazer isso acontecer. Só desejava que pudesse fazer mais para ajudar Bart, Victor e AC alcançarem seus potenciais.

***

O telhado do prédio da Queen Industries havia se tornado um dos lugares preferidos de Chloe no último ano. Ela havia subido lá numa tarde onde tudo que queria fazer era gritar e bater a cabeça contra a parede, e deduziu que respirar um pouco de ar puro era uma opção melhor. A vista a deixara sem fôlego e a fez esquecer tudo que estava lhe frustrando. O prédio era um dos mais altos da cidade e de lá podia ver toda a cidade bem como o oceano ao fundo. Era difícil ficar brava diante de uma vista tão espetacular.

Quando a noite caía sobre a cidade, a vista era ainda melhor. Ela podia ver todas as luzes e amava ver as ondas do mar batendo na costa sob a luz da lua. Aquela noite em particular estava quente para o outono, mesmo para os padrões da Califórnia, e Chloe estava agradecida uma vez que não havia pego o casaco antes subir as escadas. Havia sido um dia difícil e tudo que queria era alguns minutos para si mesma sem um telefone ou um computador ou os constantes lembretes de que não importa o quanto trabalhasse, nunca parecia ser o suficiente.

Que belo aniversário estava tendo, Chloe pensou com amargura enquanto o vento de repente aumentava, fazendo-a tremer e passar os braços ao redor de si mesma. Estava oficialmente trabalhando na Queen Industries há um ano, mas não era o trabalho que a chateava no momento. Era bastante estressante, especialmente nas últimas semanas, mas ela estava mais preocupada com o emprego que a mantinha acordada noite adentro cuidando de pessoas que nem sabiam que estavam trabalhando com ela, enquanto os observava se colocarem em risco sem poder fazer nada.

Talvez tivesse sido loucura pensar que podia lidar com algo tão grande. Talvez ela fosse apenas a garota curiosa do Kansas que sonhava salvar o mundo, mas que não tinha esse destino. Chloe estava tão determinada e pensava que seu trabalho na Queen Industries era a passagem para conseguir tudo  que queria. Ela havia imaginado todo o equipamento que poderia comprar e todos os recursos que teria a seu dispor. Agora, ela tinha todas essas coisas, mas não sentia que de fato estava fazendo a diferença.

Chloe odiava se sentir assim. Era inútil e fraco e todos os outros defeitos com os quais não queria perder tempo. Ela sabia que deveria se concentrar em todas as coisas que havia conseguido e todas que estavam por vir. Já era tarde e sabia que precisava ir para casa antes que Lois ligasse gritando novamente por ela não estar dormindo. Era um mal sinal quando sua prima workaholic, que emendava dias atrás de histórias, achasse que ela estava trabalhando demais.

Ela se virou de volta para a porta e quase deu um pulo quando viu Oliver parado ali. Chloe levou a mão ao peito, tentando se acalmar enquanto olhava feio pra ele. "Se você estava tentando me assustar, conseguiu", ela disse. "O que você está fazendo aqui?"

Oliver lhe deu um sorriso enquanto se juntava a ela na grade. "Eu estava procurando você. Estava tudo ligado no escritório, mas você não estava lá, então pensei em ver se estava aqui em cima. Você não estava pensando em pular, estava?" ela perguntou.

Chloe revirou os olhos. "Você estaria ferrado se eu estivesse", ela disse enquanto cruzava os braços sobre o peito e continuava olhando feio pra ele. "Onde diabos você esteve?" Ele não havia dito nada sobre viajar e então parou de atender o telefone e responder os e-mails, assim, se não fossem pelas ocasionais reportagens dos tabloides ao redor do mundo, ela teria achado que ele tivesse morrido ou sido sequestrado.

Ela observou o rosto dele, notando que ele parecia um pouco cansado, mas não parecia bêbado. Seus olhos não estavam vermelhos, então assumiu que ele também não estivesse de ressaca. Chloe bateu o pé no chão impacientemente enquanto esperava que ele explicasse porque achou que estava tudo bem deixá-la no controle de tudo por um mês e então aparecer do nada e ainda lhe dar um tremendo susto.

"Tive que cuidar de algumas coisas", Oliver respondeu. Ele deu a ela outro sorriso forçado e ela podia praticamente vê-lo tentando pensar numa maneira de dissipar a raiva que ela sentia. "Se faz você se sentir melhor, você fez um grande trabalho. Mais de uma pessoa me deixou mensagem ameaçando te levar embora."

"Isso não desculpa o que você fez, Oliver", Chloe respondeu, recusando-se a se acalmar com os elogios. Ela não era uma das mulheres que ele amava exibir penduradas em seu braço por uma noite. Chloe sabia onde estava entrando quando aceitou o trabalho e deixou bem claro desde o primeiro dia que não ia cair no papo furado dele. A desculpa esfarrapada que ele estava tentando lhe dar definitivamente se encaixava nessa categoria.

O sorriso dele desapareceu e ele assentiu. "Minha ausência não pode ser evitada, mas posso garantir que não foi tudo festa e diversão", Oliver disse, dando um risinho. "É muito cedo para que eu te contar os detalhes, mas se tudo correr de acordo com os planos, o negócio com a empresa de satélites vai ser notícia velha antes que você perceba."

Chloe ergueu uma sobrancelha a isso tentando ver se ele estava falando sério. Esse projeto era enorme para a Queen Industries e mesmo ela tinha que admitir que estava impressionada com o jeito que Oliver havia encaminhado todo o negócio. Ele merecia todos os créditos que vinha recebendo e a ideia de ele já estar planejando sobrepor isso era mais do que intrigante. "Se você está dizendo isso apenas para eu não ficar nervosa..." Ela parou de falar, mas seu tom ficou claro.

Ele ergueu as mãos em rendição. "Entendi, Chloe. Assim que as peças se juntarem, você será a primeira a saber", Oliver garantiu. Ele notou que ela estava tremendo e apontou para a porta. "Vamos voltar antes que você congele. Eu trouxe uma coisa pra você", ele acrescentou.

"Se é mais trabalho, dispenso. Trabalhei bastante enquanto você esteve fora. Tenho um monte de coisas pra resolver", Chloe disse enquanto descia a escada, olhando por sobre o ombro para garantir que Oliver estivesse lhe seguindo. "Você tem algum tempo agora?" Ela imaginou que podia ficar e passar para ele os assuntos mais importantes já que não estava com pressa de ir para casa. Lois estaria trabalhando até tarde provavelmente.

Oliver balançou a cabeça. "Tudo isso pode esperar até amanhã", ele disse. Assim que entraram no prédio, ele passou por ela e se virou, andando de costas e mostrando seu famoso sorriso. "Não vamos passar o seu aniversário de primeiro ano na empresa trabalhando", ele declarou.

Chloe ficou bastante surpresa que ele tivesse se lembrado, mas manteve a expressão neutra. "Já recebi seu presente", ela respondeu, referindo-se ao peso de papel que cada funcionário recebia no primeiro aniversário na empresa juntamente com um cartão de Oliver agradecendo pelo trabalho. Chloe carimbou o nome dele em seu próprio cartão junto com os dos outros funcionários que fizeram aniversário enquanto ele esteve fora.

"Acho que você vai gostar mais deste", Oliver respondeu enquanto mantinha a porta do escritório aberta para ela. Ele apontou para uma caixa sobre a mesa. "É único", ele disse quando Chloe lhe deu um olhar desconfiado.

Ela estava curiosa e mais tocada do que deveria por Oliver ter pensado em algo ele mesmo. Chloe podia ver que ele estava ansioso para que ela abrisse a caixa e isso só a fez não ter nenhuma pressa. Ela tentou não rir enquanto cuidadosamente desfazia o nó e levantava a tampa da caixa, tirando um telefone de dentro. "Isto é...?"

Oliver sorriu. "É", confirmou. "É um protótipo para o novo telefone por satélite que só será disponibilizado ao público daqui a alguns meses. Gostou?" ele perguntou.

Chloe estava maravilhada. Ela vinha monitorando o desenvolvimento do telefone desde que fecharam o negócio com a empresa de satélites. Era exatamente o que ela precisava para monitorar melhor tudo que acontecia na cidade. Talvez ela pudesse até acessar os rastreadores pelo GPS que havia instalado nos telefones dos rapazes e assim ter a habilidade de conectar tudo com sua base de qualquer lugar do mundo.

Ela podia sentir o olhar de Oliver e sabia que ele estava esperando por um resposta, mas a verdade era que ela não sabia o que dizer. O telefone era ideal para ela, mas sabia que ele não tinha como saber o quanto o presente era perfeito, o que a fez se perguntar porque ele pensou em lhe dar aquilo. Chloe mordeu o canto do lábio enquanto guardava o telefone dentro da caixa e se virou pra ele.

"Oliver, é muita generosidade da sua parte", Chloe disse cuidadosamente, não querendo ofendê-lo depois dele ter feito algo tão legal pra ela. "Mas por que está me dando isto?" ela perguntou curiosa.

Ele simplesmente ergueu uma sobrancelha, claramente se divertindo com a reação dela. "Você ainda não confia em mim mais do que naquela noite no clube, não é?" Oliver perguntou. Ele não deu a ela chance de responder antes de continuar. "Eu sei que você acha que não aprecio tudo que você faz aqui, Chloe, mas eu aprecio. Este é meu jeito de agradecer. Eu vi o jeito como você lia todas as especificações sobre o telefone, então pensei que você gostaria de ser a primeira pessoa a usar", ele explicou.

Mais uma vez, Chloe ficou tocada. Ela sabia que Oliver era bom em ser charmoso e podia enxergar através dele a um quilômetro de distância, mas ele ainda conseguia surpreendê-la com sinceridade de tempos em tempos. Ela lhe deu um sorriso verdadeiramente agradecido. "Obrigada, Oliver."

"De nada", Oliver respondeu. Ele se recostou contra a mesa, observando-a por um momento. "Você quer falar sobre o motivo que a fez correr para o telhado?" ele perguntou.

Ela balançou a cabeça enquanto pegava o telefone de novo, já ansiosa em começar a programá-lo. Ela se perguntou se seria capaz de configurar o sinal para que pudesse mandar mensagens aos rapazes diretamente dele. Chloe sabia que Victor provavelmente encontraria um jeito de fazer isso em cinco minutos. Era uma pena que não pudesse pedir a ele. Ela podia sentir os olhos de Oliver nela novamente e se mexeu, imitando a pose dele e se recostando contra a mesa.

"É só que foram dias muito longos", Chloe disse. Ela mordeu o canto do lábio novamente enquanto imaginava se deveria dizer mais. Ela duvidava que Oliver de fato se preocupasse com seus problemas, mas talvez isso fizesse dele a pessoal ideal para ter essa conversa. Ela manteve os olhos no telefone em sua mão enquanto falava. "Algumas vezes sinto como se não importa o que eu faça, nunca é suficiente e estou sempre desapontando as pessoas. Mas é possível decepcionar as pessoas se elas nem sabem que você as está ajudando?" ela perguntou.

Chloe se arrependeu da pergunta no momento que ela saiu de sua boca. "Apenas ignore", ela disse em seguida. "Estou cansada e preciso ir pra casa. Conversamos amanhã sobre todas as coisas que você perdeu. Obrigada de novo pelo presente." Ela começou a se afastar, mas Oliver segurou em seu punho, mantendo-a no lugar.

"Acho que você está sendo muito dura consigo mesma, Chloe", Oliver disse. Ele parou e ela relutantemente olhou pra ele. "Eu não sei sobre o que você está falando exatamente e duvido que vá me contar." Ele ergueu uma sobrancelha e ela teve que sorrir a isso, mesmo enquanto balançava a cabeça.

"Foi o que eu pensei." Ele deu um suspiro dramático e Chloe revirou os olhos, fazendo-o dar risada. "Como eu estava dizendo, você está sendo dura consigo mesma. Roma não foi construída num dia só e todos os outros clichês que existem por uma razão", ele pontuou. "Nos conhecemos há um ano e você, Chloe Sullivan, é sem dúvida, a pessoa mais determinada que já conheci. Então o que quer que você esteja fazendo que ache que não é suficiente, você está errada." Oliver disse a ela confiantemente. "Você só sabe se doar por completo, é assim que você faz as coisas."

Chloe ficou momentaneamente chocada para responder. Ela tinha certeza que essa era uma das mais belas coisas que alguém já havia lhe dito e o fato de vir de Oliver era quase difícil de compreender.  Ela não sabia o que dizer. "Obrigada", disse por fim.

"Eu não sou tão ruim quanto você pensa", Oliver respondeu. Ele soltou seu braço e se afastou da mesa, passando pelo próprio escritório em direção a porta. "Amanhã é outro dia, Chloe", ele disse enquanto apontava para o relógio.

Ela revirou os olhos, mas sorriu enquanto se movia para o outro lado da mesa para pegar suas coisas. "Você vai me acompanhar até o carro também? Não tenho certeza se consigo aguentar todo esse seu cavalheirismo, Oliver." Chloe recolheu suas coisas, desligou o computador e manteve o telefone na mão enquanto dava mais uma volta no escritório antes de ir para a porta onde Oliver esperava por ela. "Realmente temos muito o que fazer amanhã", ela disse.

Ele assentiu enquanto iam até o elevador. "Estarei aqui bem cedo", Oliver disse enquanto esperava ela entrar primeiro.

Chloe lhe deu um olhar desconfiado. Ela podia contar o número de vezes que Oliver havia chegado mais cedo que ela no escritório. "Então talvez você deva já encerrar a noite", ela sugeriu.

Oliver riu. "Anotado", disse.

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Próxima História: JUST FOR KICKS, ALL BY MYSELF

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5 comentários:

  1. Tava com taaaaanta saudade daqui <3 Já to amando essa história e até esse Oliver já ganhou meu coração kkkkkkk
    Jami

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    1. Oi, Jami!!!! Oliver é irresistível em qualquer versão, eu acho, rs...

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  2. Indo ler o próximo... =D

    GIL

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