19.7.12

As Time Goes By (10/11)

Especial: Aniversário
Resumo
: Esta fic é completamente Universo Alternativo, baseada na sétima temporada, exceto que Chloe e Oliver não se conheciam antes, ele ainda é o Arqueiro Verde, mas nunca se encontraram quando ele estava em Metrópolis.
Classificação: NC-17
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Ele sonhou.

Sua mandíbula estava travada enquanto ficava parado ao lado do soldado careca que a tinha beijado há apenas alguns meses. Não tinha falado com o homem desde que o confrontou, mas ainda estava nervoso.

O soldado olhou pra ele e deu um risinho, então ajustou a arma e se virou para frente mais uma vez.

"Idiota", ele disse entredentes, olhando pra frente também.

"Cuidado, soldado", ele disse, inclinando-se pra frente. "Ou vou ter que garantir que você não volte pra casa para sua esposa", ele murmurou. "Ela vai precisar de alguém para confortá-la..."

"Será um dia gelado no inferno antes que essa pessoa seja você", ele respondeu com um risinho, sabendo que era a mais absoluta verdade.

"Com uma pequena ajuda do Sargento, precisaria de pouco esforço da minha parte."

"Continue se convencendo disso se te faz se sentir melhor sobre a completa falta de interesse dela em você." Ele deu risada.

"Eu não me importo com o interesse dela em mim", ele disse.

Ele travou a mandíbula a isso e virou a cabeça para olhar para o outro homem.

O soldado deu mais um risinho e olhou pra ele antes de olhar pra frente mais uma vez.

Ele apertou a mão ao redor da arma. "Você não sabe nada sobre amar alguém, não é?"

O outro homem realmente deu risada a isso. "Amor não te leva a lugar nenhum."

"É aí que você se engana", ele o informou, balançando a cabeça. "É a única coisa que te leva a algum lugar."

"Não vai te levar pra casa", ele disse, dando mais um risinho e então posicionando a arma, e sem aviso, atirando em um inimigo.

"Se eu morrer aqui pelo menos alguém vai se importar", ele respondeu antes de olhar pra frente. Antes que o outro homem pudesse responder, ele foi jogado pra trás violentamente, dor explodindo em seu peito.

"Soldado!?" Uma terceira voz soou, mais tiros foram disparados e então o Major o pegou. "Soldado atingido", ele anunciou aos outros. "Vou levá-lo de volta."

"Ele não vai conseguir", disse o careca, dando um risinho.

O Major não lhe deu atenção, o levou para uma das tendas e imediatamente começou a cuidar de seus ferimentos. "Soldado, fique comigo."

Os olhos dele estavam embaçados, seu corpo espasmando com a dor. "Oh Deus..."

O sangue jorrava de seu peito e o Major cortou seu uniforme, percebendo que a bala ainda estava em seu peito, seu rosto se abateu mesmo enquanto continuava a limpar a ferida.

Ele estremeceu violentamente, fechando os olhos. "Diga a ela que sinto muito", sussurrou.

Mesmo enquanto pressionava o ferimento, ele assentiu. "Tem mais alguma coisa que você queira que eu fale?"

"Eu a amo." Seu peito doía -- não só por causa da bala, mas por perceber que ele estava quebrando a promessa que tinha feito de voltar pra ela. Que ele ia partir seu coração.

"Ela vai saber", ele prometeu, sabendo que não havia mais nada que pudesse fazer, ele pegou a mão do soldado e removeu a aliança. "Vou entregar isso a ela."

Uma lágrima desceu por seu rosto. "Sinto tanto." Sua voz estava quase inaudível.

"Descanse", o Major disse a ele, abaixando a voz. "Você estará com ela da próxima vez."

Ele respirou fundo tremulamente.

E então ficou imóvel.

***

Chloe suspirou impaciente enquanto olhava para o relógio, estava cansada, acordada desde antes das seis da manhã e teve que garantir em se manter ocupada o mais possível o dia todo porque sabia que seria difícil dormir sem ele, mas agora que seus olhos estavam ficando pesados, quase se arrependeu porque sabia que assim que dormisse, sonharia com ele e quando acordasse, ele não estaria ali com ela, e ela sentiria falta dele ainda mais.

Não importa o quanto tentasse lutar contra o sono, no entanto, menos de uma hora depois, sua respiração se acalmou e ela estava sonhando.

Ela estava parada na frente do espelho, puxando o vestido ao redor da cintura e virando de lado para ver seu reflexo, sorrindo um pouco enquanto respirava fundo, animada. Ele deveria receber a carta dela hoje e com sorte, com sorte, seu irmão iria dispensá-lo logo, ele tinha que dispensar quando soubesse da boa notícia, ou pelo menos sua cunhada disse que ele teria.

O Major ficou parado no degrau por um momento, então respirou fundo e ergueu a mão para bater na porta. Já tinha feito isso antes, tantas vezes, e nunca ficava mais fácil. Não de verdade. Ele bateu e esperou em silêncio.

Prendendo a respiração, ela olhou para a porta, sabia que era besteira desejar que fosse ele, ele nem tinha recebido a carta ainda, mas mesmo assim, ao pensamento, seu coração pulou uma batida. Mal podia esperar para vê-lo de novo. E embora ainda soubesse que era besteira, ela correu até a porta, todo o ar deixando seus pulmões quando não o viu, nem sua cunhada ou um dos vizinhos, mas o Major, a última pessoa que qualquer esposa queria ver.

Ele encontrou seus olhos, lendo o pânico imediatamente. "Senhora, eu sou o Major Hall", ele disse suavemente. "Posso entrar?"

Ela queria dizer não, seu peito estava apertando e as lágrimas já começavam a embaçar sua visão, ela queria gritar e dizer a ele que estava na casa errada, mas ao invés, passou os braços com força ao redor da barriga e deu um passo para o lado.

"Eu sinto muito, mas receio que eu esteja aqui trazendo más notícias", ele disse baixinho depois de dar um passo para um lado e fechar a porta. Ele hesitou por um momento. "Seu marido foi atingido por um tiro em uma batalha."

Um soluço a escapou e ela abaixou a cabeça, seu peito tão apertado que parecia que estava queimando.

Ele também abaixou a cabeça. "Ele queria que eu disse o quanto sentia muito. Ele a amava muito." Sua voz era baixa.

"Você-" ela soluçou novamente, "você tem certeza que era ele?" Ela olhou para o Major novamente, seus olhos arregalados, "ele prometeu que voltaria e ele nunca quebra uma promessa."

Ele fechou os olhos por um momento, então colocou a mão no bolso e pegou a aliança. Estendendo pra ela sem dizer nada.

Ela arfou, reconhecendo o anel instantaneamente e então estendendo uma mão trêmula para pegá-lo, sua cabeça girando.

"Eu sinto muito", ele disse suavemente.

"Por-" ela soluçou novamente enquanto seus dedos se fechavam ao redor do anel e olhava pra baixo de novo. "Por favor, saia." Ela sussurrou, seu corpo inteiro tremendo ao começar a chorar com mais força.

"Você vai vê-lo novamente. Eu prometo", ele murmurou, virando-se em direção a porta.

Ela o seguiu, incapaz de ver alguma coisa através das lágrimas enquanto trancava a porta, então se virou e foi para o quarto, fechando e trancando aquela porta também antes de se deitar na cama deles, ela deslizou o anel em seu dedo, então se enrolou em uma bola, braços ao redor da barriga protetoramente, e chorou. Chorou por horas, ela não sabia quanto tempo, chorou até não conseguir mais.

Ela tinha ouvido as batidas na porta, na janela, mas não se moveu, não tinha forças pra se mover. As palavras do Major ecoavam em sua cabeça e ela segurou a barriga, ela o veria novamente, eles o veriam novamente, ela só tinha que levá-los para onde ele estava agora, então eles ficariam juntos.

Só quando conseguiu se apegar a este pensamento, foi que ela conseguiu relaxar o suficiente para deixar os olhos se fecharem. Eles podiam dormir agora, até que ela pudesse encontrá-lo. Da próxima vez.

Chloe acordou assustada, respirando pesadamente como se tivesse ficado um longo tempo sem ar, ela arfou e olhou pra baixo, percebendo que estava sentada, as duas mãos cobrindo a barriga, os olhos arregalados enquanto estendia a mão até o criado-mudo, cegamente pegando o telefone pra ligar pra ele imediatamente.

Ele já estava acordado, olhando pelas janelas da cidade, onde estava desde que acordou do sonho. Tinha se perguntado como a história terminava. Agora desejava que não soubesse. O telefone tocando o assustou e o arrancou de seus pensamentos, mas estava do outro lado do quarto e pressionando-o contra o ouvido no segundo toque. "Alô?"

"Ollie", ela arfou, alívio tomando-a no segundo que ouviu a voz dele, embora ainda estivesse com os joelhos colados ao peito.

"Chloe? Você está bem?" Ele podia ouvir o tremor na voz dela.

"Ele morreu", ela sussurrou, seu peito apertando dolorosamente.

O ar ficou preso em sua garganta ao perceber que ela havia tido a outra metade do sonho. "Eu sei. Eu uh -sonhei."

Chloe fechou os olhos e respirou fundo. "Ela também morreu."

Ele arregalou os olhos a isso. "O quê? Como?"

Ela deitou a testa nos joelhos e suspirou. "Quando descobriu, ela simplesmente... ela chorou e, ficou deitada ali até morrer." Ela murmurou. "Coração partido." Foi o melhor que pôde dar sentido ao que aconteceu afinal.

Oliver engoliu em seco, correndo uma mão pelo cabelo. "Você está bem?"

Chloe respirou fundo e levou a mão livre até a barriga, seus olhos ficando quentes com as lágrimas. "Ela estava grávida", murmurou.

Ele respirou fundo a isso, sentindo como se alguém tivesse lhe dado um soco no estômago e arrancado o ar dele.

Ela fungou baixinho, mas permaneceu em silêncio, apenas ouvindo a respiração dele do outro lado enquanto abria os olhos e olhava para a barriga, acariciando, sentia como se fizesse parte dos sonhos sempre depois que acordava, mas desta vez, era mais forte.

"Você acha que ainda vamos sonhar com eles?" ele perguntou finalmente. "Agora que sabemos como a história terminou?"

"Eu não sei", Chloe sussurrou, fechando os olhos novamente.

Ele ficou em silêncio por um momento, olhando para o relógio. "Posso te ligar daqui a pouco?"

Ela franziu um pouco a testa e fungou mais uma vez, endireitando-se. "Sim", ela sussurrou, embora não quisesse desligar.

"Não vou demorar", ele sussurrou.

"Ok", ela disse baixinho.

Ele desligou o telefone, imediatamente ligando para Bart. "Preciso de um favor."

Bart franziu a testa ao telefone e assentiu, dando de ombros. "Sim, cara, o que foi?"

"Eu estou na Torre do Relógio em Metrópolis. Você se importaria de vir me buscar?"

"Já estou indo", Bart disse, e apareceu na Torre do Relógio um segundo depois.

Oliver piscou e ofereceu a ele um pequeno e incerto sorriso. "Obrigado."

"Alguma coisa errada?" Bart perguntou, franzindo ainda mais a testa ao vê-lo.

"Você sabe quando dizem que se você sonhar que morreu, você morre de verdade?"

Bart arregalou os olhos. "Quem morreu?"

"Eu." Ele parou e olhou pra baixo por um momento. "E ela também."

"Mas você está vivo!" Bart arregalou os olhos comicamente. "Chloe não está morta, está?"

"Não, eu acabei de falar com ela pelo telefone. Mas eu preciso vê-la. Por isso eu liguei."

"Oh", Bart assentiu e se aproximou, ele tinha aprendido a não tentar entender o que estava acontecendo entre Chloe e Oliver. "Certo, cara, segura firme."

"Obrigado, Bart", ele disse, fechando os olhos e desejando não vomitar. Quando ele abriu os olhos de novo, tinham parado de se mover e ele estava em sua cobertura em Star City. Ele assentiu ao jovem, passando por Victor e AC que ainda dormiam na sala e foi para o corredor em direção ao quarto, abrindo a porta.

Chloe não tinha saído da cama, telefone ainda na mão e a outra ainda segurando a barriga, quando ouviu a porta se abrir, então arregalou os olhos e dentro de segundos, estava de pé, parada na frente dele e tinha os braços ao redor do pescoço dele com força.

Ele a abraçou de volta com a mesma força, chutando a porta para fechá-la e fechando os olhos enquanto enterrava o rosto no cabelo dela.

Ela fechou os olhos com força e escondeu o rosto no pescoço dele, seu peito doendo como estava no sonho, exceto que desta vez, porque ele estava ali, com ela. Ele não estava ferido, não estava morto, estava em segurança, em seus braços.

"Eu estou aqui", ele sussurrou, deslizando os braços sob ela e a pegando no colo, carregando-a até a cama. "Eu estou bem."

Os olhos dela se encheram de lágrimas e ela o abraçou com ainda mais força, tinha sentido como seria perdê-lo e não queria sentir aquilo novamente.

"Eu te amo", Oliver murmurou, sem realmente pensar. "Eu sei que é loucura diante das circunstâncias. Mas é verdade."

O ar ficou preso em sua garganta e ela balançou a cabeça, afastando-se para olhar pra ele. "Eu te amo", ela sussurrou. "Não me importa se é loucura."

Ele olhou pra ela, seus olhos intensos enquanto descia a cabeça para beijá-la.

Chloe o beijou profundamente, ainda não querendo soltá-lo, tinha que conversar com ele, dizer a ele, mas primeiro, precisava ter certeza que ele estava mesmo ali.

Depois de um momento ele parou o beijo, descendo a boca até sua mandíbula e beijando-a ali suavemente.

Ela estremeceu um pouco e prendeu a respiração antes de afastar a cabeça. "Ollie", ela sussurrou, olhando pra ele.

Oliver levantou a cabeça para olhar pra ela, seus olhos questionadores.

"E se", ela prendeu o ar, procurando seus olhos. "E se eu estiver grávida?"

Ele procurou seus olhos. "Você acha que está?"

Apertando os lábios, ela assentiu levemente. "Eu não estou atrasada e não tive enjoo nem estou mais cansada que o normal, mas... eu sinto."

Ele ficou em silêncio por um momento e se mexeu levemente na cama, subindo a blusa dela um pouco e inclinando-se. Ele deu um beijo contra sua barriga, fechando os olhos.

Chloe fechou os olhos, engolindo em seco e levando uma mão até a cabeça dele. "Estamos continuando de onde eles pararam", ela sussurrou, sem nem ter percebido que vinha pensando nisso.

"Talvez", ele murmurou, descansando a cabeça gentilmente em sua barriga.

Ela correu os dedos pelo cabelo dele e respirou fundo, mantendo os olhos fechados, tinham que encontrar respostas de algum jeito, mas se estivesse certa sobre o bebê, isso não importaria tanto.

"Vamos ficar bem", ele disse.

Chloe prendeu a respiração enquanto virava a cabeça para olhar pra ele e assentiu um pouco. "Contanto que tenhamos um ao outro."

Ele virou a cabeça pra ela e sorriu.

Ela sorriu e deixou a mão cair até o rosto ele, tocando-o gentilmente.

"Deveríamos ligar para Emil", ele disse, olhando pra ela.

Chloe assentiu um pouco e respirou fundo. "Vamos esperar até de manhã?"

"Sim", ele sussurrou, assentindo de volta pra ela e então levantando a cabeça da barriga dela. Ele descansou a mão ali, encontrando seus olhos e mantendo o olhar.

Ela cobriu a mão dele com a sua e manteve o olhar também. "Eu te amo", murmurou.

"Eu também te amo", ele sussurrou de volta.

____
Onze

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16 comentários:

  1. *Fungando* Emocionante... muito, muito triste... mas tão lindo... tão forte!!

    Como é triste que o passado deles tenha sido tão ingrato... ele nem soube do bebê =(

    Mas, o presente foi tão lindo *enxugando mais algumas lágrimas*... e eles vão ter um bebê... também... e desta vez tem que dar tudo certinho!!

    Capítulo lindo...

    GIL

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    1. Emocionante mesmo, chorei ao relembrar, chorei ao traduzir, de novo ao revisar e hoje quando li novamente...lol

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  2. Essa foi intensa. Emocionante as duas partes e ela literalmente morrendo de tristeza então...

    Capítulo lindo...[2]

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    1. Pois é, morrer de tristeza foi a cereja do bolo, né? Muito forte, muito lindo...

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  3. Quem leria Romeu e Julieta se tivesse Chlollie heiin hahaha

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  4. AI
    MEU
    DEUS!

    [muito emocionada pra comentar qualquer coisa a mais]
    :~~~~~~~~~~~

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  5. Ai meu Deus, Major Hall, de Carter Hall?!?!?!?!

    QUE LINDO QUE LINDO QUE LINDO

    Edicleia

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    1. Edicleia, pensei o mesmo e esqueci de comentar de tão emocionada que estava... acho que é mesmo Carter, e faz todo sentido.

      GIL

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    2. Será que é o Carter? Postando o capítulo seguinte em 3, 2, 1...

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  6. Esou sem palavras, só lágrimas funcionando no momento, precisei de muito lencinho, ai que triste, não sei qual sonho foi mais doloroso... que história linda, essa ideia de vidas passadas realmente foi demais, surpreendente, forte, linda!!!!!!!!

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    1. Os dois sonhos têm o mesmo nível de intensidade, eu acho...

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  7. Nossa, acho que a última vez que me emocionei assim foi quando li a MARAVILHOSA Through a Glass... essas autoras conseguem!!!! Elas são as melhores, que história mais fantástica, perfeita, perfeita, perfeita... sem comparações, e que presente que essa tradução é pra gente, Sofia e equipe do Chlollie4ever... nem tenho como agradecer, não consigo imaginar minha vida sem minhas doses diárias de chlollie, muito obrigada mesmo, esse texto foi um presente pra alma!!!!!

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    1. Nossa, Lívia, boa lembrança... solucei em Through a Glass, é espetacular também...

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    2. Aff, nem me lembre de Through a Glass, chorei tanto quando li... outra história muito linda...

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