10.11.11

A Fine Line (14/19)

TítuloUma Fina Linha
Resumo: As coisas nem sempre são o que parecem.
Autoras: chloeas e dl_greenarrow
Classificação: NC-17 muito forte
Avisos: Esta fic tem muitos momentos Chlex, é sobre Chlollie, mas tem momentos Chlex. É obscura, madura, violenta, repleta de situações adultas e pode ser bem difícil... este é seu aviso. A história se passa durante a sexta temporada.
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Então. Este capítulo? Extremamente sombrio. Um dos piores.




Quando Lex retornou, era bem tarde naquele dia, e estava carregando um saco de papel. Ele parou quando entrou, um pouco surpreso ao vê-la enroscada na cama, assistindo TV. Ele a viu ficar tensa assim que percebeu que ele tinha voltado, e isso o fez parar também. Algumas horas antes, vendo-a ficar tensa ou se encolher quando ele chegava o teria deixado satisfeito. Isso teria significado que ele estava um pouco mais perto de dobrá-la. Agora, isso o fez franzir a testa, o que só serviu para deixá-lo confuso. "Como você está se sentindo?" ele perguntou, trancando a porta.

Chloe o observou por um longo momento antes de se mexer, não fazia ideia do que esperar quando ele voltasse, ele parecia quase confuso, mas não nervoso porque ela tinha, de algum jeito, arruinado seus planos. Ela podia ter saído se quisesse, ela tentou o painel e sabia o código, mas alguma coisa tinha mudado mais cedo, e ela queria saber o que, se ela ficasse, poderia realmente fazer a diferença. "Eu estou bem." Ela disse baixinho, ainda tentando lê-lo.

Ele ficou em silêncio por um momento, então ergueu a sacola pra ela ver, antes de lentamente cruzar o quarto e colocá-la na cama sem falar nada.

Ela franziu um pouco a testa e pegou a sacola, colocando-a no colo e abrindo-a, franzindo mais a testa quando percebeu que havia duas coisas dentro: uma caixinha com comida, que ela abriu cuidadosamente e ficou surpresa ao ver o macarrão com almôndegas, ela colocou no criado-mudo e então pegou o segundo item, que era um pijama de seda azul. Chloe parou por um segundo e olhou pra ele, não queria agradecê-lo, mas se ia tentar essa nova estratégia, ela tinha. "Obrigada", ela falou baixinho, olhando pra ele por um momento antes de se levantar e vestir o pijama.

Lex não tinha certeza de como responder às palavras dela, mas desviou o olhar para lhe dar privacidade enquanto ela se trocava. "Você gosta de macarrão?" ele perguntou incerto, concentrando-se na TV.

Ela ficou de costas pra ele enquanto se trocava, mas podia ver o reflexo pela janela e arregalou os olhos quando viu ele se virar. Talvez houvesse um jeito de sair dessa afinal. "Sim, é uma das minhas comidas preferidas."

Um sorriso tocou seus lábios. "Ótimo. Tem pão de alho também." Ele parou. "Eu achei que você estaria com fome agora."

"Eu estou", ela admitiu baixinho, pegando a comida e indo até a pequena mesa no canto do quarto para que não derrubasse molho na cama. "Você comeu?"

"Sim", ele disse a ela, mantendo os olhos na tela da televisão.

Chloe respirou fundo e assentiu levemente, ela podia fazer isso, ia ter que ser cuidadosa para não provocá-lo, então com a resposta curta dele, ela não disse mais nada, apenas olhou para a comida e começou a comer silenciosamente.

"Você quer beber alguma coisa?" ele perguntou um momento depois, olhando pra ela, e então para a geladeira.

"Eu tomei todas as águas", ela admitiu baixinho, olhando pra ele e apertando os lábios, queria garantir que não ficasse desidratada, mesmo que estivesse se sentindo bem.

"Tem coca e água tônica", ele respondeu.

"Talvez uma coca", ela disse, imaginando se ele pegaria pra ela dessa vez.

Lex ficou em silêncio, levantando-se e indo pegar uma lata de coca e voltando até onde ela estava sentada na mesa. Ele a colocou na frente dela.

Chloe olhou pra ele, olhos levemente arregalados e assentiu. "Obrigada", ela disse a ele novamente.

"De nada", ele disse, olhando pra ela incerto, então afastando-se uma vez mais. "Eu vou tomar um banho."

"Ok", ela disse, observando enquanto ele se afastava, certa que estava realmente deixando-o desconfortável.

Passando uma mão pela nuca, ele entrou no banheiro e fechou a porta sem olhar pra ela.

Ela suspirou profunda mas silenciosamente, recostando-se contra a cadeira e relaxando um momento antes de voltar a comer. Ela já se sentia mais humana. Não só por causa da comida, mas porque estava podendo usar roupas, mesmo que não tivesse nenhuma lingerie, isso era muito melhor do que o robe que vinha usando. E ela não podia dizer que não era mais confortável.

Meia hora depois, Lex saiu do banheiro e parou quando a viu de volta a cama. "Eu acredito que a comida estava boa?"

"Sim, eu vi que você comprou num restaurante que eu gosto muito." Ela disse casualmente, olhando pra ele. Era difícil ter uma conversa decente com Lex, mas ela tinha que fazer um esforço.

Um sorriso tocou os lábios dele. "Sempre foi um dos meus restaurantes preferidos em Metrópolis", ele disse, lentamente dando a volta na cama. Ele se sentou, de costas pra ela.

"Eu costumava ir lá o tempo todo quando eu era mais jovem", ela falou, olhando para o colo.

Ele parou. "Há quanto tempo?" perguntou, um tom de curiosidade em sua voz.

Ela ergueu um pouco a sobrancelha, olhando para as costas dele. "Antes de me mudar para Smallville", ela parou. "Meu pai e eu vivíamos a uns dois quarteirões daqui e como ele nunca foi um bom cozinheiro comíamos muito fora..."

"Depois que sua mãe partiu", ele falou, olhando pra ela por sobre o ombro.

Chloe assentiu, apertando os lábios. "Embora, ela nunca tenha gostado de cozinhar, comíamos fora bem antes disso", ela sorriu tristemente e encolheu um ombro.

Lex ficou em silêncio por um momento, estudando-a. "Minha mãe gostava de cozinhar. Meu pai preferia ser servido pelos empregados."

Ela parou por um momento, um pouco surpresa que ele estivesse lhe dando a informação de boa vontade, nunca tinha ouvido Lex falar sobre sua mãe antes. "Ela cozinhava bastante?"

"Pra mim", ele disse com um leve aceno de cabeça. "Quando meu pai permitia."

Ela assentiu um pouco, observando-o. "Quanto anos você tinha quando ela..."

"Treze", Lex disse a ela, sua mandíbula travando um pouco. Ele passou a mão pelo rosto. "Você deveria dormir, Chloe."

Chloe suspirou suavemente, ela tinha passado o dia inteiro na cama, não estava nem um pouco cansada. "Eu estou bem."

"Eu tenho uma reunião amanhã cedo."

Ela assentiu um pouco. "Eu posso pegar seu livro emprestado?"

A isso, ele ergueu uma sobrancelha. "Você que ler A Arte da Guerra?"

"Eu não estou cansada, ler vai me manter entretida e desse jeito, você pode dormir", ela disse a ele, observando-o de perto.

Lex ficou em silêncio por um momento, então pegou o livro do criado-mudo, estendendo pra ela.

"Obrigada", ela disse baixinho, pegando o livro e arrumando os travesseiros atrás das costas.

"Espero que você ache interessante", ele respondeu, olhando pra ela brevemente antes de entrar embaixo dos cobertores. Ele se virou para o lado, de costas pra ela e fechou os olhos.

"Boa noite, Lex", ela disse a ele pela primeira vez em três meses desde que começaram a dormir juntos.

"Boa noite, Chloe", ele murmurou.

Ela apertou os lábios e respirou fundo, sorrindo pra si mesma. Talvez, apenas talvez, ela pudesse chegar até ele. Embora ela tivesse a sensação que esta trégua acabaria quando ele descobrisse o que ela estava planejando na manhã seguinte. Mas ela tinha conseguido tocá-lo uma vez, podia fazer de novo.

***

Assim que Lex saiu para a reunião, Chloe levantou. Ela se vestiu rapidamente, não tendo escolha a não ser usar o mesmo vestido da festa e os saltos, então apertou o código no painel e saiu. Ela não pegou o elevador, encontrou uma saída de emergência e pegou o elevador de serviço, e como esperava, não havia câmeras nele. Para deixar o hotel, ela passou pela cozinha e saiu em um beco, ignorando completamente os olhares estranhos que estava recebendo.

Ela tinha que correr, não sabia exatamente quanto tempo Lex ficaria fora, mas do que ela tinha certeza até agora? Ninguém estava lhe seguindo. Mas ela não tinha dinheiro, então não teve escolha a não ser andar até seu destino, e naqueles saltos, pareceu que era a mais de três quarteirões de distância. Mas ela conseguiu, sentindo-se um pouco aliviada assim que estava dentro do hospital.

Hospital Geral de Metrópolis. Agora ela tinha que encontrar um jeito de chegar ao quarto de Oliver.

Chloe sabia que ele estaria na área mais cara do hospital, e embora soubesse que estava no sétimo andar, alguns canais diziam que ele estava na UTI, alguns diziam que ele tinha saído sem nenhuma declaração oficial. Ela olhou ao redor por um momento, considerando suas opções, e então viu a foto dela cobrindo a capa do Planeta, o braço de Lex ao seu redor. Um risinho suave apareceu em seu rosto e ela pegou o jornal da sala de espera antes de ir até a estação das enfermeiras.

Mesmo não gostando de assustar a pobre enfermeira para deixá-la entrar, tinha funcionado. Menos de dois minutos depois ela estava sendo conduzida por um corredor, porta depois de porta e finalmente. "Aqui está ele, Srta. Sullivan" a mulher disse a ela. "Eu vou ter que pedir que a visita se limite a trinta minutos, a condição do Sr. Queen ainda é considerada instável."

Respirando fundo, Chloe assentiu. "Obrigada pela sua ajuda", ela disse. A coisa toda com Lex tinha acabado sendo uma coisa boa pelo menos uma vez.

Lentamente, ela entrou no quarto e assim que ouviu a porta sendo fechada atrás dela, seu rosto se abateu. Ele parecia horrível. Máquinas ligadas a ele em todo lugar, as duas pernas com gesso, o pescoço com um colar cervical e havia cortes e ferimentos em cada pedaço de pele que ela conseguia ver. "Deus, Ollie..." ela sussurrou baixinho, aproximando-se e tirando o cabelo do rosto dele. "O que você fez?" Ela sussurrou.

O monitor de seu coração acelerou um pouco quando ela o tocou. Ele se encolheu em seu estado inconsciente, mas além disso, permaneceu imóvel.

Chloe olhou para o monitor e ergueu um pouco as sobrancelhas  então olhou pra ele, segurando sua mão. "Você vai sair daqui logo, ok? E então vamos conversar, eu não sei como, mas eu vou encontrar você."

O monitor do coração de Oliver acelerou novamente, então ficou mais lento e voltou ao normal mais uma vez, suas sobrancelhas franzindo um pouco.

"Shh", ela disse, apertando a mão dele, sua própria mão ficando estranhamente quente sob a dele, mas ela imaginou que fosse apenas seu corpo se acalmando depois da corrida até ali. "Eu estou bem, eu prometo. Eu acho..." ela hesitou. "Eu acho que consegui encontrar um jeito de chegar até ele, consegui fazê-lo se acalmar um pouco."

Ele murmurou alguma coisa que parecia ser seu nome, virando a cabeça levemente na direção dela.

Apertando os lábios, ela parou por um momento e o observou, seus olhos enchendo-se um pouco de lágrimas e sem pensar, ela se aproximou e beijou sua têmpora. "Sim, sou eu", ela sussurrou baixinho.

Os dedos dele se flexionaram ao redor dos dela. "Segurança?" ele murmurou sonolento.

"Se eu estou em segurança?" Ela perguntou, apertando a mão dele levemente e observando-o com atenção. "Estou chegando lá."

Oliver engoliu em seco, lutando pra falar, ou pelo menos abrir os olhos. "Chloe..."

Ela suspirou e balançou a cabeça, pressionando um dedo nos lábios dele. "Não, Ollie, você precisa descansar e ficar melhor, eu estou bem."

Ele expirou tremulamente, relaxando contra os travesseiros novamente. "Cuidadosa."

"Eu sou", ela falou. "Eu estou tomando cuidado, mas você também precisa fazer isso, você precisa se cuidar."

Ele apertou um pouco os dedos ao redor dos dela. "Não... confie... em... Lex."

Chloe engoliu em seco e sua mão apertou levemente ao redor da dele, balançando a cabeça. "Eu sei", ou pelo menos, ela gostava de acreditar que sabia, um par de pijamas e alguma comida não mudava tudo que ele a tinha feito passar nos últimos três meses.

Ele respirou fundo e expirou, seus dedos se soltando quando a inconsciência o envolveu novamente.

Ela suspirou, inclinando-se e dando outro beijo em sua têmpora, demorando-se desta vez, e fechando os olhos com força, algumas lágrimas rolando por seu rosto. "Por favor, fique bem", ela sussurrou, esfregando a mão na dele. "Eu vou tentar voltar", ela prometeu baixinho e apertou a mão dele antes de se afastar. Por mais que quisesse ficar ali, tinha que voltar e torcer para que conseguisse fazer isso sem que um dos homens de Lex a visse.

***

Lex estava sentado nos pés da cama, sua expressão dura, seus olhos sombrios quando ouviu a porta do hotel se abrir e viu Chloe parada ali no vestido que tinha usado no evento de três noites atrás. Sua mandíbula estava travada enquanto ele se levantava silenciosamente.

Chloe paralisou completamente assim que entrou e o viu ali, engolindo em seco, ela apenas olhou pra ele, mas não se moveu.

"Feche a porta", ele disse, sua voz perigosamente baixa.

Ela suspirou suavemente, mas fechou. Não devia ter ficado fora mais do que uma hora, ele não deveria já estar de volta.

Ele foi em sua direção, passando por ela e trancando as fechaduras. Então ele se virou, dando um tapa tão forte em seu rosto que ela caiu. "Isso que dá confiar."

Chloe cobriu o rosto, fechando os olhos com força, seus joelhos e sua lateral tinham atingido o chão com força quando ela caiu. Respirando fundo, ela olhou pra ele. "Eu nunca disse que confiava em você agora", ela pontuou. "Não depois de tudo que você vem fazendo comigo."

"Eu estava começando a confiar em você", ele disse sombriamente. Ele estendeu a mão e a puxou de pé com força suficiente para deslocar seu braço. "Mas você é igual a todo mundo. Talvez até pior."

Ela gritou, ao ficar em pé quando ele a puxou. "Eu não estava fazendo nada contra você, eu não estava te traindo."

Ele agarrou o braço dela com força, puxando-a com força contra ele e olhando feio pra ela. "Então você não saiu escondida para visitar Oliver Queen?"

"Sim, eu saí", ela disse o mais firme que conseguiu, seu braço queimando. "Mas porque ele está ferido e num hospital, ele nem consegue falar, Lex, eu não fui tramar contra você, fui só ver como ele estava."

"A razão é irrelevante, Chloe." Ele a empurrou pra trás, para a cama. "Você nunca vai estar do meu lado." Seus olhos estavam sombrios, repletos de fúria e ódio.

"Tire a roupa", ele ordenou.

"Pára com isso", ela olhou pra ele. "Não tem que ser desse jeito, Lex."

"Não tinha que ser", ele disse friamente. "Mas você estragou tudo. É assim que vai ser. Agora tira a roupa."

"Se você quer minha confiança, vai ter que merecê-la", ela disse, observando-o. "Você tem que mostrar que confia em mim."

"Você me lembrou que confiança está ultrapassada", ele a informou friamente. "Eu só posso confiar em mim mesmo."

"Não", ela disse, sentando-se na cama. "As coisas não são em preto e branco, Lex, eu não tenho que me afastar de todo mundo pra mostrar que confio em você. Eu não teria saído escondida se você confiasse em mim pra ir e vir, e eu voltei, eu estou aqui, eu podia ter fugido, mas não fugi. Eu podia ter fugido ontem quando você saiu, mas eu fiquei, porque eu quero que você confie em mim."

"Você ficou porque sabe que eu o mataria, e exporia Clark." Ele se aproximou da cama com olhos sombrios. "Confiança está fora de questão. Pelo menos quando as pessoas têm medo de você, elas não te enfrentam." Ele cerrou os punhos ao lado do corpo. "Tira a roupa, Chloe. Agora."

"Isso seria verdade há dois dias atrás", ela disse, mantendo o olhar. "Mas ontem eu percebi que o Lex em quem eu confiei há dois anos, o Lex que pode ser um bom homem e fazer a coisa certa ainda está em algum lugar e você sabe que pode ser uma pessoa melhor, Lex, eu entendo que você esteja ferido porque Clark te traiu e por causa de tudo que seu pai fez, mas eu não sou nenhum deles e não sou igual a nenhum deles."

Ela respirou fundo. "Nós temos muito em comum, você não tem que me assustar pra fazer alguma coisa com você, eu posso querer estar aqui, mas não desse jeito."

"Considere o dia de ontem um sério lapso do meu julgamento", ele disse secamente, estendendo a mão e agarrando a frente de seu vestido. "E permita-me lhe mostrar o quanto você está errada." Ele rasgou a frente do vestido.

Chloe arfou, seus olhos arregalados enquanto olhava para o vestido, balançando a cabeça. "Por favor, pára, Lex", ela disse, olhando pra ele. "Ninguém confia em mim também. Ele acredita que eu dei as costas pra ele depois de todos esses anos guardando o segredo dele, ele acha que eu seria capaz de entregá-lo sem pensar duas vezes."

"Como você fez comigo", ele respondeu friamente, arrancando o vestido dela e a forçando a se deitar de costas, uma mão em volta de sua garganta. Ele olhou feio pra ela, seu rosto a centímetros. "Eu imagino que essa é a profecia se realizando, Chloe." Ele apertou sua garganta com mais força. "Eu sou o vilão da história."

Ela tossiu, resfolegando e segurando o braço dele tentando afastá-lo. "Por favor", ela conseguiu dizer, lágrimas começando a descer por seu rosto.

Ele a segurou com mais força antes de soltar para que ela pudesse respirar novamente. "Isso mesmo, chora", ele disse, agarrando os braços dela em seguida e os segurando sobre sua cabeça com uma mão. Com a outra ele começou a abrir o cinto.

Demorou um momento pra ela recuperar o fôlego, uma dor tão aguda atravessou seu braço que ela mal podia aguentar. "Seu pai pode ter criado você pra ser isso", ela arfou, engolindo em seco. "Mas o que sua mãe ia pensar se te visse agora?"

"Minha mãe era uma assassina", ele disse distante, tirando o cinto da calça. "Ela matou meu irmão quando ele era criança. Pena que não tenha tido a ideia de me matar também." Ele cravou as unhas na pele dela.

"Por que você acha que ela se tornou uma assassina? Por que você acha que ela matou seu irmão? Pra salvá-lo de seu pai." Chloe choramingou, mexendo-se embaixo dele. "Porque foi isso que seu pai fez com ela também, foi assim que ele a feriu e a assustou para que ela se tornasse submissa." Ela engoliu em seco, respirando fundo enquanto as lágrimas voltavam a correr. "Você quer saber como ela se sentiu, Lex?"

"Ela não achou necessário me salvar dele, não é?" Ele olhou feio pra ela. "E não ache que sabe alguma coisa sobre isso." Ele estendeu a mão até o criado-mudo e pegou as algemas que tinha deixado ali no dia anterior. Ele se mexeu momentaneamente, só o suficiente pra virá-la de barriga pra baixo.

Chloe fez o melhor pra lutar, pra tentar se afastar dele, ela não tinha mais nada, achou que falar sobre a mãe dele ajudaria, mas tinha sido seu último argumento. "Você não tem que fazer isso, você não tem que ser sozinho, Lex, por favor. Você não tem que ser igual a ele."

"É muito tarde pra isso. É muito tarde pra mim. É muito tarde pra você." Ele puxou seus braços atrás do corpo com mais força que o necessário, prendendo as mãos dela com as algemas e apertando-as ao redor dos pulsos com a maior força que conseguiu.

Ela gritou, fechando os olhos com força e soluçando. "Eu sinto muito."

"Você vai sentir", ele concordou, batendo com o cinto em suas costas nuas com tanta força que fez uma marca vermelha aparecer imediatamente.

Chloe gritou mais alto, fechando os olhos com força e tentando puxar os braços de volta, mas só conseguindo se machucar ainda mais.

Lex correu os dedos ao longo da marca, então afastou a mão e a atingiu de novo, e de novo, a terceira vez fazendo com que sua pele rompesse e sangrasse. "Viu o que você me fez fazer, Chloe?" Ele exigiu, puxando a cabeça dela pra trás pelo cabelo..

"Pára", ela gritou com um soluço seco. "Por favor, pára."

"Mas nós estamos apenas começando." Ele jogou seu rosto contra o travesseiro, ficando de joelhos e abrindo a calça e descendo-a. Ele deslizou uma mão por baixo dela, suas unhas se cravando em sua barriga enquanto a forçava a ficar de joelhos também. Passando uma mão ao redor da garganta dela por trás, ele usou a outra para guiar sua ereção até a entrada dela, puxando-a contra seu peito.

"Não!" Ela gritou, tentando se afastar quando o sentiu dentro dela, sua testa pressionada contra o travesseiro enquanto chorava. "Não faz isso, Lex, por favor!"

Ele se empurrou dentro dela com força, não respondendo ao seu pedido. Ele apertou a mão ao redor da garganta dela ao mesmo tempo, satisfeito com as tentativas dela de se soltar. "Faz tempo", ele gemeu em seu ouvido, se empurrando dentro dela novamente. "Não faz?"

Ela estremeceu, fechando os olhos com força. Tudo doía, seu braço, o lado de seu corpo e agora entre suas pernas, seu estômago revirando quando percebeu exatamente o que ele estava fazendo com ela. Ela tinha ficado boa em desligar tudo nos últimos meses, mas no último dia, tinha relutantemente baixado a guarda e agora estava sentindo tudo e não sabia como desligar de novo.

Lex se mexeu um pouco, abrindo suas coxas ainda mais por trás e se empurrando dentro dela, mais fundo, intencionalmente fazendo doer. Não era sobre sexo. Era sobre punição. Poder. Controle. Sobre ela. "A quem você pertence, Chloe?" ele exigiu, tirando a mão de sua garganta para segurar um de seus seios e apertar seu mamilo com a maior força que conseguiu ao mesmo tempo que se batia dentro dela.

Chloe não respondeu, ela fechou os olhos com força, estava começando a se sentir culpada por ter saído, por ter ido ver Oliver e causar isso a si mesma. Mas ela sabia que isso não era certo, sabia que Oliver precisava dela, e sabia, agora mais do que nunca, que precisava dele. Ela precisava que ele ficasse bem e a ajudasse porque ela não ia conseguir sair dessa sozinha.

À sua falta de resposta, ele ficou mais furioso. Ele se bateu dentro dela selvagemente mais algumas vezes, então se retirou, jogando-se com o rosto contra o travesseiro, a mão ao redor de seu pescoço. Ele cravou os dedos em sua pele, então se inclinou, sentando-se nas costas dela, mordendo seu ombro com força. "A quem você pertence, Chloe?" ele exigiu novamente, puxando sua cabeça pra cima mais uma vez pelo cabelo.

Ela estava quase conseguindo desligar quando uma nova onda de dor a atravessou e ela ouviu suas palavras, arfando alto de dor mas ainda não o respondendo.

Lex cerrou os dentes, saindo de cima dela e a virando, e pegando o cinto mais uma vez. Ele bateu em seu estômago, suas coxas, seus seios. "A quem você pertence?", ele exigiu.

Chloe chorou, mantendo os olhos fechados com força, o peso do corpo dela sobre as mãos fazendo com que elas e seus braços doessem ainda mais. "Você", ela gritou, tentando desligar dele novamente.

Ele deu um risinho e soltou o cinto, bombeando seu p** rapidamente com a mão e ejaculando no rosto dela. Estremecendo, ele começou a se acalmar. Então se inclinou e sussurrou no ouvido dela. "Nunca se esqueça disso."

Ela limpou o rosto no travesseiro, sem abrir os olhos ou virar na direção dele, seu corpo inteiro estava queimando mas ficando dormente.

"Espero que tenha valido à pena", ele disse friamente, descendo da cama e a deixando ali, com as algemas.

Ela se virou de lado, aliviando o peso e tentando se limpar no travesseiro e nos lençois.

"Eu vou estar pronto pra outra em vinte minutos", ele disse por sobre o ombro enquanto ia para o banheiro, fechando a porta.

Chloe abriu os olhos depois de um longo momento e travou a mandíbula. Claramente, qualquer que fosse esse estúpido poder, não funcionava tão rápido quanto Lex a podia machucar, ela tinha que encontrar um jeito e tinha que encontrar um jeito de ir embora logo ou ele a mataria mesmo que essa não fosse a intenção.

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15 comentários:

  1. Tenso. Sem palavras.

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  2. O_O

    No inicio do capitulo eu pensei: o que foi isso???
    No fim: CHOCADA!!!!!!!!! Será que ainda tem pra onde piorar???????????

    Sério, com medo do quem por aí.

    GIL

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  3. Crrigindo: Medo do que vem por aí!!!!!!!!!!!!!!!!!

    GIL

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  4. oops... esqueci de colocar o aviso antes do capítulo, pra preparar o espírito de vocês... sorry...

    Difícil comentar depois de ler isso, né? Eu entendo, a gente fica mesmo sem ter como expressar a revolta... É tenso mesmo...

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  5. Ah não Sofia não sei como vc consegue traduzir isso...

    Tenso demais

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  6. Letícia, é difícil sim, tanto que tenho vontade traduzir essa fic desde que ela saiu, em agosto do ano passado, mas precisei deixar passar um bom tempo pq não conseguia reler... então entendo o que vc está sentindo...

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  7. Caraca, gente! ando com uns muitos problemas e não tenho comentado nada, mas essa...
    Sem palavras. Naquele outro capítulo com o alerta eu fiquei enojada, mas esse foi infinitamente pior [não foi por falta de aviso...]
    No momento, não consigo pensar em nenhuma punição suficiente pro Lex que compense as barbaridades que ele tem feito a Chloe passar.

    [e ainda assim, tô louca pra saber o que vai acontecer a seguir...]

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  8. Me lembro de uma fic que tinha o título mais ou menos com Devil’s Eye... Desculpem, não me lembro direito o nome e nem me lembro se foi aqui ou no Just Chlollie, era uma em que o Lex sequestra a Chloe e bate nela dentro do carro... Muito boa aquela história também... Bom, em termos de violência aquela é muito mais leve e na época já me deu um arrepio e mostrou um pouco da obsessão do Lex pela Chloe...
    Mas essa de agora é inacreditável, me parece que tem coisas inéditas em NC por aqui. Na verdade não sei se li todas as fics mas lembro de já ter lido sobre a Chloe sendo agredida, mas nunca uma agressão psicológica tão intensa e acredito que estupro está sendo mostrado pela primeira vez por aqui.
    Uma temática bem diferente e porque não, interessante? Gosto da reação que causa quando leio, uma vontade de querer salvar a Chloe, acho incrivel como um texto pode causar tanta emoção, tanta adrenalina...
    O povo está assustado mas a verdade é que ninguém vai parar de ler, todo mundo querendo justiça kkkkk Eu sofro mas gosto do combate rsrs

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  9. Ciça, estava mesmo sentindo sua falta... mas eu entendo, e espero que os problemas se resolvam logo... Sim, esse é pior mesmo, acho que pela esperança que a gente tem no começo de que ela não vai mais sofrer e vai conseguir sair dessa... mas quando ela sai pra visitar o Ollie e a gente sabe do GPS que o Lex colocou nela, então a gente já pressente o que vai acontecer... E ver a Chloe pedindo, implorando pra ele não fazer isso com ela, sei lá, acho que é mais chocante do que o ato em si... eu também acho que não existe punição suficiente pra tudo que ele está fazendo...

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  10. E ver a Chloe pedindo, implorando pra ele não fazer isso com ela, sei lá, acho que é mais chocante do que o ato em si... [2]
    Também foi isso o que eu achei mais triste neste capítulo.

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  11. Vinicius Essa fic foi postada no Just Chlollie, eu também fiquei horrorizada na época que eu li, mas é fichinha perto dessa, né?

    Quanto a Chloe sendo agredida, talvez seja Start Again, o Jimmy bate nela.

    Agora, em matéria de violência psicológica, realmente não me lembro de ter lido outra parecida, e com estupro também, só essa...

    Eu também acho o tema interessante... tem uma outra fic que mostra o Oliver sendo 'abusado' pela Canário, mas não foi traduzida (ainda) e segue um pouco essa linha da pessoa se sentir culpada, de como você fica mal quando sofre algo parecido, e o poder que isso tem de te deixar arrasado.

    Voltando para A Fine Line, embora não seja uma fic pra distrair a cabeça, de certo modo ela serve pra curar um pouco da nossa ignorância sobre o assunto, imagina quantas pessoas já devem ter passado por isso, e pior, ainda tendo uma reação biológica?!?!?! Nem consigo imaginar a raiva, a vergonha, a revolta, a loucura que vira a cabeça de alguém... Normalmente a pessoa se sente culpada e acha que foi conivente com o ato, com a violência, quando na verdade não foi nada disso, e imagina quantos idioas existem no mundo que ainda fazem piada sobre isso...

    Nossa, me empolguei na discussão, rs... mas essa fic é assim mesmo, apesar de ser difícil, a gente não consegue parar de ler... então pessoal, força aí pq agora não tem mais volta... rs...

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  12. Sofia, quando li o começo deste capítulo logo pensei: Que síndrome de Estocolmo é essa Chloe? Simpatizando com o sequestrador/agressor (Olha o assunto ficando sério rs)Mas é verdade, muitas vezes a vítima se sente culpada por ser agredida, triste...
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    Oliver abusado pela Canário? Bem diferente. Já vi que muitas vão querer depenar a Canário rs

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  13. haha, pode contar com isso... a começar pela própria Chloe, lógico... rs...

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  14. Verdade galerinha!!
    Vcs estavam falando das outras fics
    Tem uma fic smallville escrita pelo Caio, brasieiro.

    na verdade é uma série, tipo moving targets ... há várias situações descritas em outras fics traduzidas, e o estupro é uma delas, eu fiquei com muita raiva depois entendi ele...

    Ele ainda não terminou a fic, vcs acreditam que ele parou na parte... deixo pra vcs conferirem... porque realmente é uma fic muito alternativa, mas cheia de amor chlollie...

    se quiserem conferir está aí o link

    http://caiorossan-smallville-fanfic.blogspot.com/

    e a discussão sobre estupro, deve ser feita porque isso acontece mesmo, e muiito...
    e vamo que vamo
    bj

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  15. Até que demorou pra isso acontecer ela sabia e ainda assim ficou , quer dizer ninguém ficaria nem Lois ou Tess ou Lana , por isso me irrita essa mania de mártir da Chloe não me levem a mal eu sempre gostei da personagem mas passei a amar mesmo por causa de Chlollie , tanto que nem assisti direito as temporadas anteriores de small por que sempre me irritou a devoção cega da Chloe ao Clark sempre achei obsessivo e doentio lol por isso nunca os enviei com um casal e realmente aquela Chloe se sacrificaria assim, não sinto tanta raiva do Clark por que como acabei de comentar ele esta um pouco fora do personagem nesta fic então relevo um pouco o Lex é mal então esta no local .... e o Oliver onde fica nisso, vai ficar com ela depois tudo.. curiosa vou ler mais pra descobrir . Alice

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