15.10.12

Refraction (9/14)

Título: Refração
Resumo: Sequência de Mirror Image. Oliver convence Callie Donovan a se juntar a ele na formação de sua própria Liga da Justiça, mas quando descobrem que Clark Luthor encontrou uma segunda caixa espelhada, o seguem até a Terra 1 para alertar suas contrapartes.
Autora: fickery
Classificação: NC-17 (nos últimos capítulos)
Personagens/Pares: Ollie/Chloe, Lois/Clark, Tess/Emil, Justice League; Oliver/Callie, Justice League, Lois, Clark Luthor, Lionel Luthor, Tess Luthor
Categoria: AU, drama, angst, romance
Aviso: spoilers até Finale, mas como sempre eu tomo muita liberdade com os acontecimentos da série e a cronologia
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De manhã, Callie acabou descobrindo que os outros três já tinham levantado antes dela. Oliver parecia estranhamente a vontade preparando o café da manhã - ele disse a ela que tinha sido seu trabalho da última vez que esteve ali - e Chloe lhe ofereceu café.
"Você não vai tomar?" ela perguntou, aceitando a perfumada e fumegante xícara do adorável despertar.
"Já tomei o meu mais cedo. Estou acordada há um tempo."
Eles não se demoraram na comida, centrados em voltar para a Watchtower e saber sobre as atividades noturnas. "Dinah disse que há algumas atualizações, mas nada urgente, e pode esperar até chegarmos lá", Chloe disse, lendo o telefone.
Quando chegaram à Watchtower, Dinah os cumprimentou. "Ei, pessoal." Vic acenou do monitor.
"Ei. Venham conhecer nossa nova visitante." Chloe apresentou Callie aos colegas do time. Dinah foi perfeitamente agradável, mas quando foi a vez de Victor apertar sua mão, ele a puxou para um breve abraço antes de afastar-se e sorrir pra ela.
"Eu posso dizer o quanto estou me sentindo simultaneamente estranho e tranquilo que exista outra Chloe Sullivan no mundo?"
Callie deu risada. "Você pode." Ela não ficou surpresa com o cumprimento físico como aconteceu com Lois, mas o fato de as pessoas da Terra 1 gostarem tanto de abraças era algo que demoraria um pouco para se acostumar.
"Então, o que aconteceu?" Chloe perguntou.,
"Nós dispensamos Tess e Emil por volta das três da manhã", Dinah disse. "Lionel e Clark ainda estão se movendo para o sul. Eles estão nas Ilhas Virgens agora. Bart, AC e J'onn ainda estão com eles."
"Eles estão bem? Precisam de um descanso logo?" Ollie quis saber.
"Não, eu perguntei", Vic disse. "Já que eles estão em três, é bem fácil manter dois vigiando os Luthors enquanto um terceiro faz uma refeição ou descansa um pouco conforme precisarem. Eles disseram que estão bem."
"Tem uma nova questão, no entanto", Dinah disse. "Os Luthors começaram a comprar ações. Através de um proxy, mas Tess conhece o mediador. Ou sabe quem ele é, pelo menos. Eles estão comprando várias ações em tecnologia e biotecnia, especialmente de empresas com contratos militares. Empresas de comunicação. E algumas da QI e da LuthorCorp. Tess disse que pode dar mais detalhes se vocês quiserem, mas esse é o resumo."
Chloe e Ollie se entreolharam. "Bem. Isto é preocupante", Ollie disse.
"Não estamos fazendo nada para impedir, estamos apenas rastreando por enquanto", Dinah disse, voltando-se para o monitor.
"Tecnologia e biotecnia. Possivelmente com aplicações militares. Que diabos eles estão planejando?" Chloe disse lentamente, pensando em voz alta.
"Isso pode ser algo novo a ser rastreado", Callie sugeriu. "Há um número finito de instalações que suportam projetos militares de pesquisa e desenvolvimento tecnológico e biotécnico. Podemos acrescentar todas elas à nossa lista de vigilância."
"Boa ideia", Chloe disse. "Você se importa...?"
"Não, eu faço", Callie disse, já movendo-se para um monitor.
"Acho que podemos ligar para Tess, ver se ela tem alguma coisa pra..." Oliver parou. Ele foi interrompido por seu telefone vibrando e checou a tela. "Falando no diabo. Ei, Tess, eu ia te ligar."
"Oliver. Ele estava aqui." A voz de Tess estava tremendo.
"O quê? Quem estava aonde?"
Ele podia ouvi-la engolindo em seco. "Clark Luthor. Ele estava esperando por mim. Em meu escritório, quando cheguei pra trabalhar hoje de manhã."
*-*-*-*
Ela não conseguia acreditar que ele tinha feito isso de novo. Graças a Chloe e Victor, a segurança tanto na LuthorCorp quanto na Queen Industries foi elevada ao máximo sem assustar clientes e vendedores. Mas essa consideração significou Clark conseguindo passar facilmente, sem o remédio dos paineis de kriptonita incorporados às paredes.
Talvez fosse hora de repensar isso, ela pensou, que se danassem os custos.
"Tess", Clark a cumprimentou de trás da mesa dela. Ele estava recostado, esperando, completamente a vontade. Ela não precisava ver a cicatriz no pulso dele pra saber que Clark era este.
E sua voz. Havia algo em sua voz que sempre parecia um soco em seu estômago. Era uma voz sedosa; sedutora e ameaçadora tudo ao mesmo tempo. Ele deu um risinho pra ela, e toda a saliva em sua boca secou. Mas era exatamente isso que ele esperava: fraqueza que ele pudesse explorar. E ela já sabia que ele gostava de ver outras pessoas em dor e com medo. Ele gostava muito.
"O que você está fazendo aqui?" Ela perguntou secamente.
"Não está feliz em me ver?" Ele apareceu atrás dela, parando muito perto, correndo os dedos gentilmente por seus braços. "Não sentiu minha falta? Eu senti a sua", ele sussurrou.
Ela teve que suprimir um tremor, aquela familiar sensação de excitação e repulsa atravessando-a sempre que sentia a presença dele. "Não é por isso que você está aqui."
"Você se subestima." Ele correu o nariz por seu cabelo.
Ela cerrou os dentes, impedindo as reações traidoras de seu corpo. "Eu acho que não."
"Você não precisa preocupar essa linda cabecinha sobre porque estou aqui, Tess", ele murmurou, sua respiração atingindo a orelha dela. "Você só precisa se preocupar em decidir de que lado você vai ficar."
As mãos dele pararam em sua cintura, apertando um pouco a pele. Apenas o suficiente para relembrá-la de sua força. Ela resistiu ao impulso de afastá-las; lembrando-se muito bem de como ele podia jogá-la do outro lado da sala com a mesma rapidez que ele podia tê-la em seus braços e beijá-la.
Ao invés, ela se virou pra ele. "Isto depende. O que vai acontecer e por que existem lados?"
Ele deu risada pra ela. "Sempre existem lados. Sempre existem vencedores e perdedores. Você não quer ficar do lado vencedor, comigo?"
"Você não venceu da última vez. O que te faz achar que vai conseguir agora?"
"O fato de eu saber mais sobre este mundo agora. Sobre Clark, e seus amigos. Sobre você." Ele correu o dedo gentilmente por sua garganta, subindo seu queixo para encontrar seus olhos. Os finos cabelos em sua nuca arrepiando-se.
"Está chegando a hora de você ter que escolher, Tess." Inclinando-se pra frente, ele beijou sua boca; brevemente, mas não havia nada de casual no beijo. Seu estômago apertou novamente com aquela horrível mistura de excitação e náusea. "Escolha com sabedoria", ele sussurrou, o alerta - e a ameaça por trás - claro em sua voz, e ele desapareceu da sala.
Ela cambaleou até a cadeira mais próxima e desabou, tentando recuperar o fôlego, procurando o telefone em sua bolsa.
Deus, ele a assustava muito.
*-*-*-*
A voz de Ollie em seu ouvido a trouxe de volta ao presente. "Ele ainda está aí? Você está bem?" Ele a colocara no viva-voz, então ela sabia que todo mundo na Watchtower podia ouvi-la agora.
"Não. Ele se foi. E sim, eu estou bem. Ele só ficou aqui um minuto ou dois. Só pareceu uma eternidade", ela disse, fechando os olhos e esfregando a testa.
"Você deveria vir pra cá? Você pode sair?"
Ela pensou nas reuniões que agendara para esta manhã, e sabia que não teria condições de realizá-las sem que as pessoas percebessem que havia algo errado. "Eu preciso mandar alguns emails, deixar algumas mensagens para minha assistente. Então eu posso sair."
"Acho melhor você não dirigir. Vou mandar Courtney te pegar. Ela pode te teletransportar pra cá quando você estiver pronta."
Ela havia se teletransportado antes e não gostava da sensação, mas ele estava certo; ela estava muito assustada para dirigir ou até mesmo discutir. "Ok. Vejo vocês em breve."
*-*-*-*
Ollie se virou para os outros. "Que diabos? Ele tem o controle de impulso de uma criança de quatro anos. Pra que isso? Se já não soubéssemos que ele estava aqui e planejando alguma coisa, isso teria nos alertado. Eu aposto que Lionel nem sabe sobre essa pequena visita. Clark provavelmente disse a ele que ia ao banheiro ou algo assim."
Vic deu de ombros. "O cara gosta de brincar com o poder, evocar o medo. Qual a graça nisso tudo se ele não puder provocar e se vangloriar um pouco?"
"Jesus", murmurou Ollie.
"Eu já mandei uma mensagem para Courtney", Dinah disse, antecipando seu próximo pedido.
"Se ele está fazendo visitas pessoais agora, temos que alertar Clark e Lois", Oliver disse. "E provavelmente Martha."
"Bem pensado. Vic, você pode cuidar disso?"
"Considere feito", disse Vic.
Clark apareceu com Lois alguns minutos depois de Courtney ter teletransportado Tess. Cedendo ao inevitável, Ollie disse. "Acho que é bom chamarmos Carter também. Ele vai ficar muito puto se descobrir que é o único que não está aqui."
"E Emil?" Chloe perguntou.
Tess ouviu. "Ele está de plantão no hospital, e Deus sabe que ele pode fazer mais bem lá do que aqui. Eu só o distrairia e preocuparia com isso mais tarde." Sua voz ainda estava um pouco trêmula.
"E... Zatanna?" Callie perguntou.
Ollie fez uma careta. "Ela é nossa arma secreta, e vamos usá-la se e quando tivermos. Mas ela sempre se apresenta como um elemento imprevisível, e Clark e Lionel já são imprevisíveis o suficiente sem agravarmos o problema."
*-*-*-*
Carter chegou, previsivelmente reclamando sobre ser o último a saber das coisas, mas esforçou-se para ser charmoso quando se apresentou a Callie e cumprimentou Oliver calorosamente.
A Wachtower estava cheia e ocupada, agitada com meia dúzia de conversas separadas enquanto os membros da equipe se agrupavam, separavam-se e formavam grupos diferentes. Eles discutiam, especulavam, pensavam. Dinah e Victor continuavam a manejar os computadores mesmo enquanto participavam das discussões. Chloe sabia que precisaria dispensá-los logo; eles deveriam estar fatigados e poderiam perder alguma coisa.
"Viu, isso era o que eu estava tentando evitar ontem", Ollie disse baixinho, observando seus colegas misturarem-se. "Todo mundo está aqui tumultuando o lugar, mas só duas pessoas realmente têm o que fazer. Nesse meio tempo, ninguém está descansando, fazendo patrulhas ou algo mais útil."
Chloe passou um braço ao redor da cintura do marido. "Ollie. É uma grande coisa, o que está acontecendo. Todo mundo precisava conhecer Callie, todo mundo queria ver Oliver de novo. E todos eles precisam conversar um com o outro. Nos deixa mais fortes como time. Se ficarem todos parados durante uma hora, então podemos começar a sugerir algumas coisas pra eles fazerem. Mas vamos deixá-los interagir um pouco."
Ele olhou pra ela, um relutante sorriso surgindo em sua boca. "Você tem razão. Como sempre." Ele abaixou-se para beijá-la suavemente e abraçá-la por um momento.
Parada ali perto, Callie não pôde deixar de ouvir. E comparar o jeito que eles interagiam, a ela e Oliver. Eles tinham o mesmo trocar de ideias, a gentil correção ou insistência em considerar o ponto de vista que ela e Oliver tinham; a diferença era a intimidade física que eles compartilhavam, a liberdade de tocar um ao outro de um jeito que ela e Oliver não podiam.
Ela olhou para Oliver. E o encontrou observando-a atentamente, e desviou o olhar rapidamente.
*-*-*-*
Não querendo interferir com as buscas dos computadores do andar principal, Chloe foi para o loft para filtrar rapidamente os dados coletados durante a noite. Quando terminou, ela parou antes de descer, olhando pela grade para sua família escolhida com afeição.
Callie juntou-se a ela, inclinando-se contra a grade. "Eu sinto como se nossa Liga da Justiça fosse minúscula comparada a de vocês", ela disse.
"É só que estávamos adiantados em relação a vocês", Chloe a assegurou. "Começamos pequenos também. Precisa de tempo. Com mais alguns recrutas vocês também podem ter uma Watchtower tão cheia e barulhenta como esta."
Callie não respondeu, e Chloe quase imediatamente identificou a fonte de sua distração: Oliver e Dinah conversando, Dinah dando risada de alguma coisa que o colega de Callie dissera.
"Você encontrou a mensagem que eu te deixei?" ela perguntou baixinho a Callie.
"Encontrei", Callie disse, sem olhar pra ela. "E embora eu agradeça seus instintos protetores, realmente não era necessário. Eu te disse, Oliver e eu não somos... não temos esse tipo de relacionamento."
Chloe ignorou. "Então, sua Dinah está interessada nele?"
Inferno, sim, ela está.
Apesar do aviso dele a Callie que ele precisava começar a proteger sua identidade secreta saindo publicamente com outras mulheres, Oliver continuava encontrando desculpas para atender aos eventos sozinho. Até que chegou o dia em que ele e Dinah estavam comparando anotações e descobriram que tinham sido convidados para o mesmo evento, um jantar inaugurando uma nova rede de notícias. Dinah rapidamente sugeriu que fossem juntos e Oliver concordou.
Callie os ouviu fazendo planos, seu estômago num nó tão apertado que ela pensou que fosse vomitar. Não era difícil prever o que ela ia fazer naquela noite: sentada sozinha em casa, comendo sorvete com caramelo, provavelmente bebendo bastante, tentando fingir pra si mesma que ela não estava incomodada, não estava surtando, não estava imaginando os piores cenários.
Mas então Victor resolveu derrubar uma rede de tráfico de armas e Oliver acabou cancelando o jantar. Ele insistiu que Dinah fosse mesmo assim, já que era um evento do trabalho dela mais do que dele, e o trabalho diário dela dependia de conhecer as pessoas certas. Ela ficou visivelmente desapontada, mas sugeriu remarcar. Oliver foi agradável mas não se comprometeu.
Callie disse a si mesma que o alívio que imaginou ter visto nele era uma projeção do alívio dela.
"Sim", ela respondeu, ainda olhando para o par. "Tenho certeza."
Chloe olhou pra eles também, Dinah dando risada de novo por um comentário que Oliver acabara de fazer. "Sabe... ele é um homem paciente. Ele vai esperar por você muito tempo. Mas ele não pode esperar pra sempre. Em algum momento ele vai ter que seguir em frente. Ele terá o direito de fazer isso. E como você acha que ia se sentir vê-lo fazer isso bem na sua frente - talvez com ela - sabendo que deveria ser você? Eu posso te garantir, você vai se odiar pelo resto da sua vida."
"Eu... Desculpe, Chloe, eu realmente não quero conversar sobre isso agora." Callie afastou-se da grade e desceu as escadas correndo, passando por Oliver e indo se juntar a Courtney e Carter.
Chloe sentiu, mais do que ouviu, a outra pessoa atrás dela. "Eu conversei com ela ontem também. Você acha que estou forçando muito?"
"Não", Lois disse, preenchendo o lugar que Callie havia deixado. "Acho que você está empurrando o suficiente. Ela definitivamente precisa acordar se a urubu loira já está fazendo o cerco." Chloe bufou.
*-*-*-*
Quando elas voltaram para baixo, Dinah deu a volta no monitor para deixar Chloe e Ollie verem que os Luthors tinham ido para São Cristóvão e Neves.
"Temos que trocar os membros da equipe em breve", Ollie disse. "Eles podem ser descobertos a qualquer minuto, se já não foram."
Houve um pouco de discussão sobre a divisão de tarefas para as próximas vinte e quatro horas: vigilância, obrigações na Watchtower, e patrulha. Oliver observou Ollie lidar com a comoção e admirou sua liderança: ele ouviu a opinião de todos, então tomou sua decisão e calmamente deu as ordens, que o time aceitou sem discutir. Ele ainda tinha muito o que aprender com esse cara.
Eventualmente foi decidido que Vic e Dinah iriam pra casa por algumas horas descansar e se trocar, então Courtney os teletransportaria para a localização atual dos Luthors e deixaria os outros voltarem para descansar. Callie e Chloe passariam o dia na Watchtower, com Tess e Lois as substituindo mais tarde; e os dois Arqueiros Verdes fariam o primeiro turno de patrulhas da noite, com Clark e Carter os substituindo depois. E depois de seu horário na clínica, eles pediriam ajuda de Emil para tentar descobrir que tipo de armas Lionel e Clark estavam interessados.
Finalmente a maior parte do time partiu e um senso de quietude retornou ao espaço. Chloe suspirou aliviada e viu o olhar divertido de Callie. "Eu amo meus rapazes, mas fica difícil pensar como todo aquele barulho às vezes", ela disse.
Juntas elas olharam as imagens das câmeras, os textos e fotos suspeitas que o time tinha mandado pelo celular de Lionel e Clark, as compras de ações. Elas resumiram as informações e então passaram para Emil para ajudá-lo com sua tarefa.
Lois apareceu um pouco mais cedo naquela noite para dispensá-las. "Eu sinceramente espero que todo mundo aqui esteja muito ocupado para ler o Planeta de amanhã, porque eu escrevi o mais comum e clichê artigo de toda história do jornalismo", ela anunciou. "E isso vindo da garota que começou no Inquisidor. Se não estivéssemos sob ataque, eu ficaria muito envergonhada de colocar meu nome nele. Eu fiquei mais do que um pouco tentada a assinar como Cat Grant, na verdade", ela acrescentou.
Callie e Chloe deram risada. "Sob as circunstâncias, eu tenho certeza que seu chefe vai entender", Chloe disse.
"Eu sei. É só que algum dia eu vou concorrer a algum prêmio jornalístico, ou um desafio de reportagem, e aquela coisa que eu acabei de escrever vai para a coluna de 'contras'."
Tess chegou naquele momento e foi direto falar com Chloe. "Deixa eu mostrar no que estávamos trabalhando", Chloe disse, subindo as escadas para rever as informações com Emil.
Lois, aproveitando a distração, aproximou-se de Callie. "Chloe me disse que sua Lois e você são tão próximas quanto a gente", ela disse.
Callie sorriu pra ela. Graças ao tempo que tinha passado perto dela, estava agradecida por estar acostumada à alta energia desta Lois, pelo menos agora ela não a estava abraçando e pulando - e estava gostando de conhecê-la. "Somos. Ela ainda está no Egito, construindo sua carreira internacional, e eu sinto muita falta, mas estou orgulhosa dela."
Lois também sorriu a isso. "Sabe, eu também recebi a oferta de um trabalho no Egito, e não aguentei três semanas", ela disse. "Eu só aceitei por raiva do Clark, porque o idiota não queria me contar que era o Borrão, e eu senti tanta falta dele enquanto estava fora que mal conseguia respirar."
Callie olhou para o anel na mão esquerda de Lois. "Parece que deu certo pra vocês, no entanto." Era tão estranho ver versões de si mesma e de Lois que estavam felizes, casadas e sossegadas. Se é que se podia dizer que fazer parte de um time vigilante combatente do crime internacional era 'sossegar'.
"Nós conseguimos eventualmente. Quando ele me disse quem ele era", Lois disse. "Ela está namorando alguém? Desde que terminou com Oliver?"
Callie hesitou. "Acho que não. Ela namorou uns dois caras, colegas do jornal, já que ela está lá, mas nada sério, até onde eu sei."
"Eu sei que é idiota, quer dizer, ela é independente e adulta e tudo mais, eu só... quero que ela seja tão feliz como eu sou, entende?" Lois disse, girando o anel no dedo.
"Eu não acho nem um pouco idiota", Callie disse. "E eu acho que ela vai conhecer o cara certo eventualmente, quando ela estiver pronta."
"Ela sabe? Sobre a Watchtower e a Liga?" Lois perguntou.
Callie mordeu o lábio. "Ainda não. Oliver e eu conversamos sobre isso e decidimos que se e quando ela retornar a Metrópolis, vamos contar a ela."
Lois assentiu. "E o que ela acha de você e Oliver?" ela perguntou, um pouco muito casualmente.
Callie fechou os olhos e respirou fundo. Oh Deus, você também não. "Eu vou dizer a você o que eu disse a Chloe. Não estamos envolvidos. Lideramos um time juntos. Somos amigos. Não há nada romântico acontecendo."
Lois de risada. "Garota, por favor. Só há. Eu vejo o jeito que ele olha pra você quando você não está prestando atenção, e eu vejo como você olha pra ele quando ele não está prestando atenção. Acredite em mim, definitivamente tem alguma coisa entre vocês dois. Mas aparentemente negação é uma característica de Chloe Sullivan em todos os universos."
Callie ficou boquiaberta, mas antes que pudesse dar uma resposta indignada, Lois já estava a interrompendo. "Nem se incomode, Loira", ela disse alegremente. "Mas você não respondeu minha pergunta. Você está preocupada com o que sua Lois vai pensar?"
Callie respirou fundo, tentando ser paciente. Ela era visita ali, afinal. "Se... se Oliver e eu estivéssemos envolvidos, eu..." Ela parou, percebendo que não tinha certeza de como Lois reagiria. "Eu não sei como ela se sentiria."
"Mas ela e Oliver ainda são amigos, certo?"
"Sim", Callie disse, sua expressão ainda preocupada.
"Então ela vai ficar muito feliz por vocês dois", Lois declarou. "Eu fiquei muito feliz quando... não, na verdade, isso não é verdade. Eu fiquei surpresa que nunca tivesse me ocorrido a ideia dos dois juntos. Ainda estou brava por não ter nenhum crédito nisso. Mas fora isso? Totalmente feliz. Foi ela quem terminou com Oliver, certo? Se ela se importa com vocês dois, ela vai ficar feliz por vocês, confie em mim." Ela abraçou Callie com um braço só. "Agora, por que não subimos e você me conta o que aconteceu nas últimas horas?"
_____Dez
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2 comentários:

  1. Será que em todas os universos a Dinah sempre será uma pedra no sapato?...

    GIL

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