9.10.12

Refraction (3/14)

Título: Refração
Resumo: Sequência de Mirror Image. Oliver convence Callie Donovan a se juntar a ele na formação de sua própria Liga da Justiça, mas quando descobrem que Clark Luthor encontrou uma segunda caixa espelhada, o seguem até a Terra 1 para alertar suas contrapartes.
Autora: fickery
Classificação: NC-17 (nos últimos capítulos)
Personagens/Pares: Ollie/Chloe, Lois/Clark, Tess/Emil, Justice League; Oliver/Callie, Justice League, Lois, Clark Luthor, Lionel Luthor, Tess Luthor
Categoria: AU, drama, angst, romance
Aviso: spoilers até Finale, mas como sempre eu tomo muita liberdade com os acontecimentos da série e a cronologia
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Ele não estava surpreso quando o grande dia chegou, que estivesse tentado a adiar para outro dia. Ou outra semana.
"Nervoso?" Callie perguntou.
"Sim, claro", ele admitiu. "Eu posso sair e ser ferido, me ferir, acabar com uma operação secreta, bancar o idiota em público vestindo uniforme verde - você escolhe."
Ela lhe deu um olhar esperançoso. "Mas você se sente pronto, certo? Porque se não se sente - se precisa de mais tempo, espere mais um pouco. A única data limite é a que estamos estabelecendo pra nós mesmos."
"Eu acho que nunca estarei realmente pronto", ele disse. "Eu só tenho que ir e fazer." Ele sabia que a maior parte do que estava sentindo era o medo do palco. Não importa o quanto bem ensaiado estivesse, a verdade era que o teste real seria quando encarasse a plateia pela primeira vez, por assim dizer.
Ele desejava ter conversado mais com Ollie sobre a primeira saída para patrulhar. Embora dada a experiência de Ollie com Vordigan e seu grupo, a primeira vez dele como Arqueiro Verde provavelmente não o deixou tão nervoso quanto ele estava agora.
Ele estendeu a mão atrás da cabeça para se certificar que as flechas ainda estavam ali, arrumadas dentro da aljava. Dando um tapinha na cintura e laterais das pernas, ele localizou seus arcos, sua faca, sua lanterna e outras ferramentas.
"Oliver." A voz de Callie, calma mas firme, interrompeu seu inventário. Ele olhou pra cima.
"Lembre-se, você não vai limpar toda Metrópolis esta noite. Esta noite não é sobre isso. Seu trabalho esta noite é se acostumar ao seu equipamento, sentir as ruas, para que possamos começar a estabelecer um bom ritmo de trabalhos juntos..."
"Entendi. Não ser muito ambicioso."
"Sim, isso. E ser cuidadoso."
"E você? Tudo pronto?"
O rosto dela parecia tenso. "Espero que sim." Ele demorou uma batida pra reconhecer que ela estava nervosa também.
"O mesmo serve pra você, sabe? Você não vai se tornar a Watchtower, controladora digital onisciente e Olho do Céu de Metrópolis, do dia pra noite. Como você disse, estamos só sentindo como é." Ela assentiu.
Ele deu a si mesmo uma última conferência. "Ok, estou saindo. Pronta?"
Ela estava ajustando o comunicador no ouvido. "Pronta." Quando falou de novo, ele ouviu o eco em seu ouvido. Ela lhe deu um sorriso. "Watchtower está oficialmente online."
*-*-*-*
Ele permaneceu fiel à sua palavra pela primeira hora, movendo-se de prédio em prédio, telhado em telhado, tentando ter algum senso de quão rápido podia atravessar as distâncias. Callie estava registrando o tempo e rastreando-o e arquivando os registros de sua velocidade e movimento, então ele poderia monitorar sua melhora no decorrer dos meses.
Ele não estava deliberadamente ignorando atividades criminosas, mas durante a primeira hora ele não saiu procurando por elas também, ao invés, Callie foi anotando as áreas onde a polícia estava presente e colocando-o em outros lugares. Ollie tinha lhe alertado pra tomar cuidado ao se aproximar dos policiais a princípio, até eles perceberem que ele estava ali para facilitar o trabalho deles, e não dificultar. Embora ele não tivesse a bagagem com que Ollie começou suas rotinas Robin Hoodescas - Oliver não tinha planos de resgatar joias nem tão cedo, ou jamais - ele enfrentaria direto a associação negativa que as pessoas faziam aos vigilantes, graças ao Ultraman.
"Você precisa tomar cuidado pra não entrar no caminho deles até que eles te conheçam", Ollie disse a ele. "Deixe claro que você está lá pra ajudar a polícia, não pra substituí-los ou fazê-los passar vergonha. Nada de exageros ou ir a lugares repletos de câmeras, a não ser que literalmente não exista outro jeito de salvar uma vida. Deixe os policiais falarem de você para a mídia, assim você não será acusado de querer aparecer."
Enquanto ele continuava seu caminho pela área central, tentou conciliar a imagem aérea que tinha em sua cabeça com a realidade no nível da rua. Ollie tinha lhe alertado sobre isso. "Você tem que conhecer a planta de Metrópolis como qualquer taxista local, mas assim que você estiver lá fora, é mais sobre aprender pela sensação. Você pode patrulhar sistematicamente a princípio, mas não pode estabelecer uma rotina quando as pessoas souberem de você - senão fica muito fácil para os bandidos ou evitarem você ou prepararem uma emboscada."
"Watchtower para Arqueiro Verde", a voz de Callie veio por seu comunicador. "Sente-se pronto pra trabalhar?"
"Tem alguma coisa pra mim?"
"Dois quarteirões a sul de você. Dois caras parecendo muito interessados naquela loja de penhores da Delray, entre a Broad e a Benton."
"Isso parece possível de se fazer", ele disse, mudando de direção e indo para a Delray.
"Estou alertando o Departamento de Polícia, mas eles estão ocupados e não tem ninguém por perto. Isso daria a você tempo pra pegar esses caras e sair antes da polícia chegar."
"Entendido."
Ele parou no telhado a dois prédios de distância da loja de penhores. E com certeza, um cara parecia estar tentando arrombar a fechadura da porta da frente enquanto o outro vigiava, nervosamente se virando em círculos pra tentar ficar de olho em todas as direções enquanto o parceiro lutava. 
O cara que vigiava parecia nervoso como o inferno. Drogas, Oliver concluiu. O que significava que provavelmente eles não iam simplesmente ir embora se o amigo igualmente nervoso não tivesse sorte. Eles iam fazer algo estúpido como quebrar uma janela.
Você pode sempre contar com uma loja de penhores pra ter armas de fogo. Então se estes dois não estavam armados agora, ele não queria lhes dar a chance de entrar e mudar isso, complicando a situação consideravelmente.
Ele podia estar nervoso, mas o cara vigiando estava fazendo um trabalho decente, continuando seus giros de 360 graus. Infelizmente pra ele, ele não estava olhando na direção que importava agora: pra cima.
Oliver sorriu quando a adrenalina disparou por ele. "Vamos fazer isso", ele murmurou, esquecendo que Callie estava ouvindo.
O cara que vigiava virou a cabeça ao som estranho de um pequeno objeto atravessando o ar muito rápido. "Porra!" seu parceiro disse quando uma flecha, com o que parecia ser um pequeno gancho no final bateu na treliça de ferro que cobria a janela da porta sobre sua cabeça e se fechou ali. O que vigiava girou a tempo de ver algo que seu estado de pânico combinado com seu cérebro estimulado-danificado mais ou menos se recusava a processar, e a última coisa que ele conseguia se lembrar até os policiais o levantarem em algum momento depois era a visão de uma figura musculosa em couro verde vindo até ele, pés primeiro, descendo por um cabo, quase tão rápido quanto a flecha.
"Você pode avisar o Departamento de Polícia que tem um presente esperando por eles", ele disse a Callie, olhando por sobre o ombro para sua obra enquanto se afastava da cena. "Eu os amarrei e tudo."
"Bom trabalho." Ele ouviu o sorriso na voz dela, e aquilo era um ponto de orgulho? "Muito bom trabalho. E você tirou o primeiro do caminho. Parabéns, você não é mais um combatente do crime virgem. Como se sente?"
Ele deu risada. "Bem, quando você coloca desse jeito, me sinto muito bem, na verdade."
Ele teve pouco tempo pra saborear seu marco e fisicamente se recuperar antes do próximo encontro, desta vez com um trio de adolescentes furando pneus de carros na Avenida Fairview. Eles se juntaram quando o viram se aproximar, não entendendo que só estavam facilitando seu trabalho. "Não se aproxime!" um gritou, parecendo menos com um cara durão e mais um garoto assustado. "Estamos carregando kriptonita!"
"Sempre uma boa ideia em Metrópolis", Oliver concordou, percebendo com satisfação que todos pareciam assustados por sua voz distorcida. "Infelizmente, não vai ajudar vocês agora, já que eu não sou o Ultraman e kriptonita não me afeta."
Eles olharam boquiabertos pra ele. "Quem é você, então?"
"Podem me chamar de Arqueiro Verde", ele disse, passando uma linha ao redor dos três para imobilizar seus braços antes de pegar seus canivetes. "E essa coisa de ficar furando pneus? Estúpida, destrutiva, sem sentido, e uma perda de tempo dos policiais tanto quanto meu. Se estão tão entediados, comecem uma liga de basquete da meia-noite ou algo assim."
Ele os deixou algemados individualmente a uma cerca de ferro. Callie já tinha notificado a polícia. "Ei, Watchtower?"
"Liga de basquete da meia-noite, entendido. Vou deixar um lembrete no seu calendário."
Eles pareciam estar estabelecendo um ritmo afinal.
Um pouco mais tarde ela lhe avisou sobre um assalto do lado de fora de um caixa eletrônico. Oliver pegou o ladrão menos de uma milha adiante e recuperou o dinheiro roubado depois de prendê-lo para que os policiais pudessem encontrá-lo também.
"A vítima ainda está no carro, esperando os policiais", Callie disse. "Ela provavelmente gostaria de ter o dinheiro de volta. A câmera do caixa eletrônico e a câmera externa pegaram tudo, então eles terão todas as evidências."
A jovem parecia aterrorizada quando ele bateu em sua janela, sua mão indo diretamente para o colar de kriptonita. Ele pegou o dinheiro e estendeu pra ela, gesticulando pra ela descer o vidro. Finalmente ela abriu uma brecha mínima.
"O cara que te assaltou está amarrado. Os policiais estão a caminho de pegá-lo", ele disse. "Neste meio tempo, esse é o dinheiro que ele pegou de você. Você está bem? Está ferida?"
Ela balançou a cabeça em negativa, parecendo confusa. "Você é o... Ultraman?"
Este seria um tema recorrente, ele podia dizer. "Não. Você pode me chamar de Arqueiro Verde. Eu não vou te machucar, e não machuquei o cara que te assaltou. Eu só o amarrei pra ele não fugir antes da polícia chegar."
Ela olhou pra ele, boca levemente aberta, e ele se lembrou que ela provavelmente ainda estava em choque. Ele deixou o dinheiro sob um dos limpadores do pára-brisa. "Pegue o dinheiro assim que eu sair, então volte para o carro, feche o vidro e tranque a porta até os policiais chegarem aqui, ok? Fique em segurança." Ela assentiu sem falar nada, e ele foi embora.
"Acho que é uma boa hora pra encerrar a noite", Callie disse em seu ouvido. "Todos os acidentes de trânsito e outras coisas que estavam mantendo a polícia ocupada foram resolvidos, e em grande parte graças a sua atividade, várias unidades estão agora convergindo para o centro da cidade."
"Você tem razão", ele disse, contente com o encerramento da noite. "Voltando pra base."
Pra dizer a verdade, ele estava exausto. Não tanto pela atividade física, embora fosse certamente grande parte, mas mais pela prolongada tensão da primeira vez e por entrar repetidamente em situações desconhecidas num curso de poucas horas.
Callie desviou o olhar do monitor quando ele entrou na Watchtower. "Eu diria que foi uma primeira saída de sucesso, você não?"
"Foi melhor do que eu esperava", ele reconheceu, começando a tirar as luvas.
"Você foi ótimo lá fora", ela disse. "Como se sente?"
"Bem", ele disse, feliz com o elogio. "Estou começando a achar que toda essa coisa de vigilante vai dar certo afinal. E que talvez eu não esteja completamente louco." Ele inspirou. "Que cheiro é esse?"
"Estou esquentando pizza", ela disse, indo na direção da pequena cozinha. "Você queimou toneladas de calorias. Achei que você ia precisar de algum sustento depois."
"Você é uma deusa. Eu estou faminto."
Eles comeram a pizza e brindaram com cerveja, tinindo as garrafas juntas. "Você também foi ótima esta noite, caso eu não tenha mencionado. Sentindo-se mais confortável?"
"Obrigada. E sim, eu estou."
"Formamos um grande time."
Ela sorriu. "Formamos."
"Não foi tudo suave lá fora, você sabe", ele disse. "Eu me atrapalhei algumas vezes."
Ele lutou um pouco com o equipamento - já sabia que ia ter que re-arranjar algumas coisas - e teve alguns pousos estranhos, e duas vezes perdeu o equilíbrio no cabo com a primeira flecha e teve que tentar de novo. Ele estava feliz que Ollie não estivesse ali pra ver.
Ela deu de ombros. "E ainda assim, você impediu com sucesso seis criminosos diferentes em três incidentes separados, e ninguém se feriu, e sua identidade secreta ainda está intacta. Você sabia que era mais aprendizado. Diabos, eu aposto que Ollie ainda comete erros algumas vezes."
"Ele me disse que isso acontece, pra dizer a verdade", Oliver disse.
"Então. Ainda foi uma primeira noite de sucesso. Essa é minha visão e vou continuar com ela."
*-*-*-*
Ela ligou pra ele na manhã seguinte. "Lembra do que falamos, se você não aparecesse nas notícias depois de algumas semanas, eu teria que escrever uma história sobre o Arqueiro Verde?"
"Sim", ele disse, levemente zonzo. Era cedo, e ele praticamente tinha feito o treino leve daquela manhã sonâmbulo - ainda estava um pouco dolorido em alguns lugares - e ainda não tinha tomado café.
"Acho que isso não vai ser um problema. Você viu o Planeta de hoje?"
"Não. Eu saí na página policial?" ele perguntou, agora mais acordado e interessado.
"Oliver, você está na primeira página."
"Sério? Eu não vi os jornais ainda. O que diz?"
"Você está abaixo da dobra, mas ainda é primeira página. 'Parece que Metrópolis ganhou um novo vigilante'", ela leu. "'Mas não se separe de sua pedra de meteoro ainda - este parece ser imune, de acordo com as testemunhas. A universitária e vítima de assalto em um caixa eletrônico Jennifer Weston, que teve o dinheiro roubado devolvido na última noite por um misterioso combatente do crime enquanto esperava a chegada da polícia, diz que ele estava vestido em couro verde, usava um mecanismo para distorcer a voz, abre aspas, como os sequestradores nos programas de TV, fecha aspas, e disse a ela para chamá-lo de Arqueiro Verde.'"
Ele fez uma careta. "Eu podia viver sem a comparação com um sequestrador, mas hey. Meu nome está lá, enfatizado que eu não sou o Ultraman - nada mal por enquanto."
"'Fontes dentro do departamento policial disseram a este repórter que o homem teve uma noite cheia, impedindo o assalto a uma loja de penhores e um grupo de adolescentes que estavam vandalizando carros. Em cada caso ele neutralizou os suspeitos usando meios não letais: artes marciais, cordas ou algemas plásticas e - presumivelmente sua assinatura - flechas verdes, desenvolvidas pra servirem mais como ferramentas do que como armas. Quando contatamos oficialmente o Departamento de Polícia de Metrópolis para ouvir a história, o porta-voz decidiu não comentar.'"
Ele ouviu o barulho do jornal sendo dobrado. "Isso pode se virar contra nós, você sabe. Existe muita corrupção dentro da polícia de Metrópolis; Lionel os comprou há anos fornecendo equipamentos caros e pesadas doações. Os superiores vão achar que você está querendo mostrar que eles são incompetentes."
"Eu sei. Agora que meu nome está lá fora, estarei sob observação microscópica. Eu tenho que ser muito cuidadoso pra não entrar no caminho dos policiais e não ferir ninguém." Ele desejava que ainda houvesse alguns idealistas no departamento de registro e arquivo, pessoas que quisessem ser policiais pelas razões certas, que responderiam ao público que ele estava querendo ajudar.
Ollie disse a ele que seu mundo precisava de herois. Oliver sabia que ele estava certo, mas esperava que eventualmente cidadãos anti-vigilantes se inspirassem e agissem também.
"Acho melhor você não patrulhar esta noite. Todo mundo vai estar te procurando. Deixar as pessoas em dúvida, não ser previsível."
"E também", ele disse. "Eu estou na melhor condição física da minha vida, e minhas primeiras poucas horas como Arqueiro Verde ainda me bateram. Eu podia usar mais uma noite pra me recuperar. E então preciso melhorar meus exercícios."
"Sinto muito", ela disse, parecendo mais divertida do que simpática. "Não importa quão duro seja o treino, as condições da vida real são sempre piores, não é?"
"São", ele disse distraidamente enquanto via a correspondência em sua mesa. O papel fino e a gravura no caro envelope o relembrando de um tópico que ele vinha evitando. "Ei, Callie? Eu preciso falar com você sobre uma coisa."
"Ok." Ela já parecia receosa.
"Escuta", ele disse, correndo a mão pelo rosto. "Eu venho recebendo mais convites ultimamente para aqueles eventos estúpidos do tipo pra caridade. Sabe, aqueles com pratos que custam quinhentos dólares a porção? Eu venho evitando porque são um saco. Mas agora que o Arqueiro Verde está aí, e as pessoas estarão tentando tirar fotos minhas, acho que tenho que estar mais visível como eu mesmo. Sendo social, parecendo mais o tipo de cara que gosta de festas. Mais um jogador", ele disse relutantemente. "Então assim menos pessoas vão ligar Oliver Queen ao Arqueiro Verde."
E não era só sobre proteger sua identidade secreta. Barbara, sua assessora, vinha lhe dizendo pra se tornar mais visível e vocal com a imprensa, colocar o rosto mais vezes nas publicações. Lionel andava sumido ultimamente, mas ainda estava dando trabalho a Barbara para combater uma campanha feita nos bastidores contra Oliver e a Queen Industries.
Do outro lado da linha, o estômago de Callie revirou. Eles vinham sendo os Dois Mosqueteiros há semanas; ela estava tão confortável com sua pareceria que nem pensou nas obrigações de negócios e sociais que ele vinha ignorando.
...mais o tipo de cara que gosta de festas. Mais um jogador. Isso significava o que ela achava que significava?
"Claro", ela disse, tentando soar animada e profissional. "Ollie teve que fazer a mesma coisa, certo?"
"Com Ollie, eu não acho que tenha sido um ato, pelo menos não por muito tempo. Ele realmente foi esse tipo de cara por um tempo. Namorar Lois, e depois Chloe, foi o que o endireitou, eu acho." Houve uma pausa. "Eu vou ter que levar uma acompanhante a alguns desses eventos", ele disse. "Deixaria tudo muito mais fácil e divertido, se eu pudesse te levar como minha acompanhante, mas nós dois sabemos que não podemos arriscar."
"Faça o que precisar pra manter sua identidade, Oliver."
Que diabos ele queria, pedir permissão pra sair com outras mulheres? Sua bênção?"
Não estamos namorando. Com quem ele sai não da minha conta.
Seu cérebro lhe disse que isso soava certo, mas seu estômago dizia algo diferente.
"É só que eu vou ter que me fazer parecer de um certo jeito para a imprensa para acobertar minhas outras atividades noturnas." Como tudo mais em sua vida atualmente, precisaria de uma certa quantidade de sutileza. Ele não ia usar o tipo Bêbado/Jogador/Mulherengo de Ollie como cobertura; mais o tipo 'muito sociável e ocupado pra sequer pensar em sair pela noite de Metrópolis em couro verde pegando criminosos'. "E eu quero que você entenda que é tudo produzido, não é real."
"Oliver, nós trabalhamos juntos. Você não tem que explicar sua vida social pra mim." Ela lutou pra manter a voz calma.
"Besteira. Também somos amigos. E colegas de trabalho. E sua opinião é uma das poucas que de fato me importam."
Sentando com a mão pressionada ao peito, ela nem soube como responder a isso. Tudo que sabia era que estava achando essa conversa profundamente irritante, por razões que ela não queria examinar.
"A outra coisa é, alguns desses eventos acontecem aos sábados. Então vamos ter que remarcar nossa noite de filmes algumas vezes."
Ela engoliu em seco. "Se tivermos que cancelar, cancelamos. Não se preocupe com isso."
Ele suspirou. "Callie, eu espero ansioso a noite de sábado toda semana."
Eu também, ela pensou.
"Eu vou ficar muito chateado se cancelarmos. Não podemos só mudar pra outra noite? Por favor? Não tire a noite de filmes de mim", ele implorou.
Mais calma com isso do que queria admitir, ela deu risada. "Só... me avise com antecedência pra eu planejar minha semana. Podemos remarcar se for preciso." Ela vinha pensando que ele não teria folga nas noites de sábados de vez em quando afinal; seria a noite mais cheia para o Arqueiro Verde.
"Obrigado", ele disse, soando aliviado. "Então... não acredite em tudo que ler sobre mim nos jornais, ok?"
"Oliver, eu sou uma repórter. Você não precisa me alertar", ela disse.
"Fico feliz em ouvir. Podemos mover a noite de filmes para quinta esta semana, então? Eu tenho um jantar de negócios na sexta, e estava pensando em patrulhar no sábado."
"Grandes mentes pensam igual", ela disse, alegrando-se mais a cada minuto. "Quinta então."
______Quatro
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5 comentários:

  1. tão fofo ver o Ollie tentando conquistar a Callie/Chloe que é sempre desconfiada não importa o universo rss

    Alice

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    Respostas
    1. Maria Eduarda09 outubro, 2012

      Verdade, todos os Ollies são apaixonantes e todas as Chloes são desconfiadas como o inferno hahaha

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    2. haha, sim, um apaixonante e super apaixonado e o outro desconfiado até os ossos... algumas coisas não mudam... lol

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  2. Alice e Maria Eduarda, sem dúvida esta é a constante... adoro isso!! =D

    GIL

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