2.7.16

The Longer You Run (23/29)

TítuloQuanto Mais Você Corre
Resumo: Aparentemente, a única coisa que unia Chloe Sullivan e Oliver Queen era uma história. Mas por trás das portas fechadas era um relacionamento acidental que sem nenhuma intenção acabou mudando tudo.
Autoraserafina19
Classificação: NC-17
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Chloe atravessou o aeroporto, sabendo que era hora de encarar a realidade, mas sua mente ainda estava confusa. Apesar dos esforços de Matt, ficar sozinha durante horas num avião não ajudava. Tudo em seu ser queria gritar, se jogar no chão e se perguntar porque tudo tinha que acontecer de uma vez.

Parte da dor era resultado da punição que Chloe se infringia e o resto ia se curar com o tempo, mas por enquanto, doía mais do que ela queria admitir, e isso incluía tentar esconder tudo de Lois, ao vê-la esperando por ela.

"Lois? O que você está fazendo aqui?"

"Matt deu o número do seu voo a Clark." Lois pegou a mala de Chloe, sabendo que isso não aliviaria o estresse de seus ombros, mas ela podia ao menos ajudar com a parte literal das coisas. "Você não achou que pegaria um táxi para casa, achou?"

Chloe balançou a cabeça antes das duas irem até as portas. "Obrigada por ter vindo."

"Então... como estava a Califórnia?" Lois cutucou Chloe com o ombro, tentando animá-la. "Deve ter sido melhor do que as tempestades que estamos tendo aqui ultimamente."

Chloe olhou para Lois, bufando ao comentário, sabendo que a última coisa que sua prima queria era conversar sobre o clima. "Matt contou isso a Clark também?"

Lois suspirou, esperando começar devagar para variar, mas nunca conseguia quando se tratava de Chloe, ser direta era melhor. "Na verdade o número do seu voo me disse isso", Lois respondeu, sabendo que era só uma meia verdade, mas o que Chloe não sabia, não a machucaria.

Para a surpresa de Chloe, elas continuaram a andar em silêncio, então ela decidiu abordar o assunto óbvio. "Você não vai me perguntar se eu vi Oliver?"

"Eu sei que você viu." Lois sorriu enquanto olhava para a rua antes de atravessar. "Eu também sei que você não quer falar sobre isso e não te culpo." Lois sabia que Chloe queria se concentrar em sua mãe, o que era a coisa certa a se fazer.

"Obrigada", Chloe disse de novo, feliz em saber que não ia ouvir outro sermão de Lois. "E sinto muito por ter deixado vocês resolverem sozinhos as coisas do funeral."

"Você está brincando? Eu não me importo." Chegando ao carro, Lois deixou a mala no banco traseiro antes de entrar. Assim que Chloe se sentou, Lois olhou para a prima. "Eu a considerava como mãe. Tia Moira merece o melhor e é o que estamos preparando."

Claro, nem tudo estava feito, mas era bom porque Chloe provavelmente podia usar como distração, mesmo sendo um planejamento de funeral. O silêncio no carro não inspirava confiança devido ao estado da mente de Chloe, mas Lois desejava que com o tempo tudo ficasse bem.

"Lois, você perdeu a entrada."

"Não perdi." Lois sorriu, virando a cabeça para Chloe. "Vamos ficar na fazenda por um tempo, só nós três." Ela viu Chloe prestes a protestar, mas Lois não ia deixar. "Agora é hora de ficar com a família, então você está presa com a gente."

Chloe pensou em dizer que estava bem para ficar sozinha, mas mesmo agora, ela sabia que era uma batalha perdida, então se recostou contra o assento e tomou o cenário ao seu redor. Apesar de seu medo de encarar Clark e Lois, ela sabia que eles sempre tentariam o melhor para estarem ao seu lado, e isso era o que mais importava.

~0~

Estar ali não parecia real. Deveria, considerando que o local tinha sido reservado para sua mãe, nem tanto pelo fato do túmulo de seu pai estar ao lado. Triste porém, era porque os médicos deduziram que ela não duraria mais do que algumas semanas depois do acidente.

Mas Moira Sullivan aguentou durante anos, provando que todos estavam errados. Ela viu a filha se formar no colégio e na universidade, ela viu Chloe alcançar seu emprego dos sonhos. Ela também viu Chloe em seu vestido de casamento, pois quando ela percebeu que não poderia se casar com Jimmy, Chloe pegou um táxi e foi direto para a clínica. Ir para lá parecia a coisa mais natural no mundo, porque mesmo que sua mãe a julgasse por sua decisão de fugir, Chloe nunca ouviu e ela conseguiu silenciar o barulho em sua mente. No fim, a única coisa que sua mãe podia lhe dar era um sorriso silencioso com os olhos, e agora que isso não era mais uma possibilidade, Chloe queria nada mais do que vê-lo de novo.

Foi por isso que ela partiu assim que viu sua mãe fechar os olhos para sempre, acabando assim com sua família imediata. Isso destruiu Chloe mais do que ela podia imaginar.

"Sinto muito ter perdido seu funeral", ela finalmente admitiu. Na época, Chloe não conseguiu ir, então ela ficou na fazenda enquanto sua mãe era enterrada. Esperar quase duas semanas depois do funeral para visitar seu túmulo não parecia certo, mas aquele era o primeiro dia que Chloe se sentia confiante o suficiente para fazer a visita. "Eu gostaria de ter uma boa razão pra isso."

Chloe inspirou secamente enquanto deitava as tulipas sobre o túmulo. As flores sempre a relembravam de sua mãe, dos dias em que as coisas pareciam mais simples. "Acho que nunca percebi o quanto eu precisava de você em minha vida." Sua mãe sempre foi importante para ela, garantir os cuidados que ela precisava era sempre a prioridade na vida de Chloe, mas ela tinha esquecido o quanto ansiava por ver sua mãe, mesmo naquele estado. "Todo dia em que te visitei eu queria ver seus olhos brilharem. Eu queria provar que sua sobrevivência fazia uma diferença."

Chloe sabia que queria que sua mãe visse os estágios importantes de sua vida. Tudo desde a escola até o sucesso profissional, mesmo que no fim o último não tenha sido tecnicamente alcançado. "Não estou dizendo que fiz certas coisas por sua causa, mas de certa maneira, eu espero que tenha justificado as razões para você ter sobrevivo ao acidente, mas não poder levar uma vida normal. Eu sempre quis que você pensasse que eu estava feliz, mesmo quando eu não estava. Tirando o dia do meu casamento é claro."

Aquele dia era tão fácil de lembrar, já que não era comum Chloe visitar sua mãe quando estava triste, mas ela precisava de alguém que não estivesse na igreja, que não soubesse exatamente de todos os erros que ela cometeu. "Eu sempre soube que Jimmy era uma escolha segura, mas só agora eu percebi que estava com ele pelas razões erradas."

Rolando os olhos, ela olhou para sua mão ainda sobre o túmulo. "E agora que eu encontrei alguém que eu tenho certeza que se importa comigo pelas razões certas... eu nem consigo ligar pra ele. Quer dizer, eu pensei que teria superado essa fase maluca quando superei Clark, e especialmente depois do desastre com Jimmy mas..." Sua voz falhou, levemente por incredulidade e em parte porque explicá-lo tinha se tornado uma tarefa difícil.

"É só que tem alguma coisa sobre ele. Eu queria odiá-lo, eu queria usá-lo, mas isso se virou completamente contra mim." Balançando a cabeça, Chloe pensou que devia parecer maluquice conversar com túmulos daquele jeito, mas não parecia. Era o que ela tinha, e Chloe tinha toda intenção de abraçar isso, mesmo que parecesse ser nada.

"Tudo que eu quero é ver você abrir os olhos e silenciosamente me dizer que está tudo bem. Isso sempre foi suficiente antes." Sentindo algumas lágrimas descerem por seu rosto, Chloe fungou tentando segurá-las. "Eu fico dizendo a todo mundo que eu estraguei tudo, mas a verdade é, eu ainda estou descobrindo como me sinto em relação a ele... e eu não quero estar errada desta vez."

"Com você, eu sei o que esperar e eu sei que podemos terminar isso sem que ninguém fique ferido. Há um estranho senso de respeito, mas não há necessidade de nos tornarmos amigos, então se a pessoa certa aparecer..."

Chloe abaixou mais a cabeça, sabendo que não importa o rótulo que usasse pra ele, sempre parecia errado. Mas isso não podia continuar para sempre, e mais importante, ela não podia trilhar esse caminho de novo.

"Quer dizer, e se eu estiver lendo errado os sinais?" Ela tinha feito isso antes, tinha feito tantas vezes. Mesmo que desta vez parecesse diferente, mesmo achando que sabia o que sentia, Chloe já tinha se machucado demais tantas vezes antes que não conseguia ter certeza absoluta. "E se tudo que ele procura é uma amiga?"

"Então você faz dar certo... como nós fizemos", uma voz disse atrás dela. "Mas pelo que eu vejo, ele também se importa muito com você."

"Clark", ela disse, perguntando-se o quanto seu melhor amigo tinha ouvido. Virando-se lentamente, ela ficou feliz em ver que ele estava sozinho, mas precisava ter certeza. "Lois está aqui também?"

"Não", Clark respondeu, nada surpreso em ver o rosto dela corando. Certamente não era sua intenção ouvir sua conversa com o túmulo dos pais, mas havia mais clareza naquelas palavras do que em tudo que Chloe tinha dito nas últimas duas semanas. "Está tudo bem?"

"Sim." Chloe queria saber o que ele estava fazendo ali, mas enquanto olhava de volta para os túmulos, o lembrete do bilhete que escreveu voltava a sua mente. Clark provavelmente estava ali porque sabia que podia apoiá-la, já que tinha perdido um dos pais recentemente, mas Chloe sabia que não poderia evitar o assunto para sempre. Especialmente depois dele ter ouvido tudo aquilo.

"Podemos ir para algum outro lugar... para conversar?"

~0~

"Colégio, sério?"

De todos os lugares que Chloe esperava que Clark a levasse, aquele não estava em sua lista. Ele insistiu em dirigir porque não confiava que ela fosse segui-lo, provavelmente um pensamento válido, mas revisitar as lembranças do colégio não era a solução que ela tinha em mente.

Mas enfim, ao mesmo tempo era bom, já que os dois não eram os mesmos desde o colégio. Foi quando ela tinha uma queda por ele, mas também foi quando eram mais próximos. Agora, havia certa distância, provavelmente iniciada pela necessidade, mas lentamente e com certeza, eles tinham encontrado cada um seu caminho.

Indo em direção ao campo de futebol, Clark sabia que era hora de treino, mas sabia que o técnico não se importaria que eles assistissem por um tempo. Passando um braço ao redor dos ombros de sua amiga, ele respondeu. "Ei, conversas importantes acontecem em bancos o tempo todo nos filmes."

Foi suficiente para fazer Chloe dar risada enquanto subiam até a terceira fila. Mas o clima leve sumiu assim que ela se sentou. "Clark, eu estou bem."

"Eu sei." Ele sorriu enquanto olhava para os jogadores no campo, mas não porque estava revivendo seus dias de glória. "Eu sei que demorou muito tempo para eu conseguir visitar o túmulo do meu pai. Mal posso me lembrar de um segundo do funeral, então eu não te culpo por perder o da sua mãe."

O que Clark lembrava era das pessoas ao seu lado, e eram as mesmas pessoas que estavam ao seu lado agora. Por isso Clark estava fazendo aquilo, desejando retribuir o favor. "De todo mundo que eu conheço... você encontrou seu caminho no meio de tanta coisa. Quer dizer, todos achamos que você fosse enlouquecer quando se demitiu, mas você parecia tão confiante toda vez que dizia que podia escrever em qualquer lugar, sobre qualquer coisa, que não era como se Lex estivesse te colocando numa lista negra."

Apertando o ombro dela levemente, o sorriso de Clark aumentou. "E olha para você agora... sua carreira decolou." Era incrível ver até onde Chloe tinha ido aquele ano, ela tinha saído novamente do esconderijo, e era muito bom ver isso acontecendo. Porém, ele sabia que Chloe ainda estava se segurando, então com sua outra mão, ele pegou algo no bolso. "Mas eu encontrei isso no seu apartamento."

Chloe arregalou os olhos quando reconheceu as abotoaduras que ele estava segurando. Parte dela queria dar um sermão em seu amigo por mexer em suas coisas, mas como sempre, Clark tinha as melhores intenções ao mostrá-las a ela. Era provavelmente errado ela se agarrar a alguma coisa de Jimmy, mas na mente de Chloe, "Eu tenho uma razão para isso."

"Não deixar ninguém se aproximar de você novamente, porque eles sempre vão mudar de ideia." Clark deu de ombros antes de acrescentar, "Ou eles vão encontrar outra pessoa."

"Bem, ele foi embora, não foi?" Chloe perguntou com sobrancelhas erguidas, não inteiramente certa do que Clark estava querendo com a conversa, mesmo que estivesse certo.

"Chloe, quantas vezes você me disse que Lana e eu... não ia dar certo? Que Lois era difícil de se alcançar, mas que com a motivação correta, seríamos ótimos juntos."

A verdade era que Chloe tinha perdido as contas, mas isso não ia ajudar. Eles eram crianças naquela época, não sabiam de nada. "Bela tentativa, Clark." Ela abaixou a cabeça, relembrando-se daquela primeira noite. "Mesmo eu estando certa, vocês não conseguiram me contar e foi assim que terminei nessa bagunça."

Ela mordeu a língua para segurar as lágrimas, relembrando aquela noite, a confusão e frustração que sentiu antes de ir até o Ace of Clubs, desejando que Ian pudesse animar seu espírito, apenas para encontrar consolo na última pessoa que podia esperar.

"Como é que--" Clark procurou em sua mente, tentando entender o que Chloe estava dizendo, finalmente percebendo o desvio no assunto. "Você sabe, eu não me importo com isso, porque não é verdade." Chloe sabia muito bem que embora o relacionamento dele com Lois estivesse de certa forma conectado com o que tinha acontecido, eles não eram culpados pelo que estava acontecendo.

Clark sabia que não era o que Chloe queria ouvir, e ele supôs que podia dizer tudo que fosse necessário para diminuir a dor. Porém, Clark podia ver que Chloe não acreditava numa só palavra do que estava falando, ampliado pela rapidez com que ela se levantou.

"Ele me deixou ir embora, Clark, e eu o deixei fazer isso." Por um minuto as palavras ficaram no ar, levando Chloe a suspirar enquanto olhava ao redor, relembrando-a das piores memórias, o que parecia ser constante nos últimos dias. "É o que você quer que eu diga? Porque eu não tenho certeza de como isso melhora as coisas." Não mudava o fato de que ele partiu, não mudava o fato de que ele pulou para o rótulo de amigos. "Eu dei a ele uma abertura... e ele recusou."

"Isto... nós... está terminado não está?"

"Tem que estar."

Talvez não fosse o uso mais preciso da palavra abertura, nem o exemplo mais recente, mas no final, o que eles tinham não foi suficiente para fazê-lo ficar. Chloe entendeu suas razões pra isso, e na época, ela ficou feliz que ele as tivesse, mas aquela decisão era aceitar que tudo tinha terminado. Até Chloe decidir ir até Star City, algo sobre o qual Clark queria falar.

"Em nossas cabeças, era... sei lá o que era entre vocês. Mas especialmente considerando os eventos recentes, você está se enganando se acha que foi ele quem correu."

"Eu quero, mas tem coisas mais importantes do que o que eu quero."

Era errado essa frase assustá-la mais do que qualquer outra coisa que Oliver tenha lhe dito? Clark estava certo, esta poderia ter sido sua abertura, e não só ela correu, como disse adeus. E a vida continuou, nenhuma palavra de Oliver. Era o que ela queria, ou mais precisamente, o que ela esperava.

"Chloe, você sabe que está nas suas mãos fazer as coisas darem certo."

Ela assentiu, mas suas palavras contradiziam suas ações. "Eu... eu não posso." Chloe nem conseguia ligar para ele, sem falar em ter que se desculpar pelo que fez, especialmente quando não conseguia definir o que sentia por ele.

Porque ela realmente não sabia. Paixões inofensivas, amor platônico, Chloe entendia disso. Mas uma pessoa não deveria se apaixonar por alguém como Oliver com o relacionamento que tinham. Não era certo, não parecia certo. No entanto, ela não sabia explicar o que sentia e conversar com Clark não ajudaria em nada.

"Por que não?" ele perguntou com uma naturalidade que Chloe não esperava.

Era uma pergunta mais difícil de responder do que ela imaginou, seus dedos tamborilando contra as pernas enquanto contemplava as palavras, concentrando-se nas que pareciam fazer sentido. "Porque ele só está fazendo o que eu disse a ele. Nossas regras eram claras... tudo que fazíamos ou dizíamos ficaria entre nós e quando terminasse, terminou. Sem explicações, sem desculpas, nós simplesmente iríamos embora." Pareciam séculos desde que as regras tiveram importância, já que provavelmente eles as quebraram desde que dormiram juntos pela segunda ou terceira vez.

Chloe suspirou enquanto acrescentava, "Ninguém se machucaria porque sempre soubemos que a linha final era certa." Parecia uma piada cruel agora, já que depois de tudo que passaram, aquela linha final não estava realmente ali. Ela disse adeus, ela sabia que as coisas estavam tensas, mas o verdadeiro significado daquela linha final nunca aconteceu.

Sabendo que não era tão simples quanto sua amiga dizia que era, Clark disse, "Chloe, você sabe que isso não é mais verdade."

Talvez não, pois Chloe pensou em ligar para ele, tentar esclarecer o que quis dizer naquele dia, mas que bem isso faria? Até ela saber exatamente o que era esse sentimento, Chloe não queria arriscar abrir uma ferida e Oliver merecia encontrar a pessoa certa, mesmo havendo uma chance de essa pessoa não ser ela.

"Vamos Clark, ele está onde deveria estar. Eu apenas fiz o que faço melhor." Com um sorriso, ela acrescentou, "Pelo menos desta vez eu saí com alguma coisa." Apesar de sua atual situação, Chloe se recuperaria e seguiria em frente de novo, algo que conseguiria fazer devido parcialmente ao envolvimento de Oliver em sua vida.

Clark suspirou, não gostando do sorriso derrotado que sua amiga tentou usar. "Chloe--"

"Por que você se importa com isso?" Chloe perguntou, cansada das perguntas. Com as perguntas sutis de Lois nas últimas semanas, ou melhor nos últimos meses, e a tentativa de Matt de descobrir a verdade para que pudesse ajudar, Chloe não aguentava mais, e ela nunca esperou isso de Clark. "Eu deduzi que você ia diz Bom trabalho, Chloe, se livrou de uma enrascada."

A frase não era totalmente mentirosa, pois foi o que Clark pensou inicialmente. Só por meio da influência de Lois ele tentou manter a educação durante o tempo em que Chloe e Oliver pareciam inseparáveis. Porém, depois de ver como Chloe estava depois de Oliver partir o fez perceber o que o relacionamento deles era, e era melhor do que ele poderia imaginar.

O problema em abordar o assunto era que ele tinha sido esse tipo de cara antes, então dizer a ela que havia outro peixe no mar não seria o alívio que ela precisava. Mesmo com a mudança em sua mente, dizer a ela para lutar não era a mensagem que ela esperava dele. Por isso Clark decidiu ser um ombro em que ela pudesse se apoiar, mas ele não podia se impedir de empurrá-la na direção certa.

"Dói falar sobre ele, não é?"

"Isso não responde minha pergunta", Chloe respondeu, revirando os olhos enquanto se voltava para o campo de futebol, quase desesperada para mudar o assunto da conversa. "Mas não doía falar sobre Lana?"

Clark deu risada, pois era uma ferida que tinha se curado há muito tempo, e ele não pensava em Lana daquele jeito há anos. A comparação não era correta, e infelizmente para Chloe, Clark tinha toda intenção de apontar isso. "Inicialmente, mas me fez perceber que Lana não acreditava em mim. Na primeira vez que ela teve a chance de ficar ao meu lado, ela correu." Pegando a mão dela, Clark sorriu para Chloe. "Oliver te fez feliz, fez você pensar em seu futuro. E isso é tudo que Lois e eu sempre quisemos para você, apesar de nossos terríveis esforços."

Balançando lentamente a cabeça, Chloe deu risada mais uma vez. "Desculpe, mas o que você fez com Clark Kent?"

Clark sorriu de volta pra ela, feliz em ouvi-la dar risada. "No papel, era só algo físico, certo?" Quando Chloe assentiu, Clark acrescentou, "Puramente físico não deveria levar a almoços, a conhecer sua mãe em menos de um ano... a te proteger das pessoas que você não queria ver."

Lois tinha contado a ele sobre como Oliver mandou Lex se afastar de Chloe no baile da Queen Industries, sobre como ele a tinha animado depois de ela ver Jimmy e Karen naquela noite, sobre como ele a animava com um copo de café. Mas isso não era tudo. Clark também viu a luz nos olhos de Chloe retornar, o jeito que ela olhava para Oliver, e não era difícil dizer que ela sentia algo por ele.

Mas se tinha uma coisa na qual as Sullivan-Lane eram ruins, era em perceber e admitir seus sentimentos. Elas eram excelentes em escondê-los, deixá-los de lado para quando estivessem sozinhas e ninguém podia dizer o quão frustradas ou tristes elas estavam. Deus sabe que Clark ainda estava trabalhando com Lois, mas agora, seu foco estava em Chloe, que precisava de seus amigos mais do que nunca.

"Chloe, eu não quero que você perca algo que te fez feliz de um jeito que eu nunca vi antes."

Um suspiro trêmulo escapou de Chloe, já que a admissão a atingiu com força. Havia verdade naquilo, mas Chloe sabia bem, sabia que era tarde demais para recolher os pedaços. "Por mais que eu agradeça isso, Clark, e eu agradeço, eu preciso seguir em frente."

"Tem certeza disso?"

Feliz por estar olhando para outro lado, Chloe sentiu os olhos se fecharem ao ouvir as palavras. Ela realmente odiava aquela frase, já que a voz de Oliver ecoava em seus ouvidos. "Ele e eu... talvez houvesse alguma coisa." Uma coisa maravilhosa, complicada e indefinida. "Mas algumas vezes, simplesmente não funciona, e depois disso, tudo que você pode fazer é agradecer o que ganhou."

Porque ela ganhou muito com Oliver. Uma chance de dar início a sua carreira com sua escolha em ser freelancer, contatos que continuariam a lhe servir muito bem mesmo depois de anos. Ela sempre ficaria agradecida pelas oportunidades profissionais que ele lhe dera.

"Então esta é sua escolha." Não era a resposta que Clark queria ouvir, mas era a única que ia receber e estava pronto para aceitá-la. "Eu só queria garantir que você fizesse o que quer."

Sentindo-se aliviada, Chloe olhou para o amigo. "Obrigada, eu realmente gostei de conversar assim. Faz... um tempo."

Clark passou os braços ao redor de Chloe. "Se algum dia você precisar conversar, estarei sempre aqui. Nunca se esqueça disso."

~0~

Depois da conversa, Clark deixou Chloe no cemitério para pegar seu carro, dizendo a ela para usar todo o tempo necessário. Ela agradeceu, então Clark voltou para a fazenda para encarar sua namorada preocupada, que deveria estar andando de um lado para outro na sala desde que ele saiu.

Ele não se enganou, já que Lois correu até o carro, chegando em sua porta quando Clark a abria. "Como foi a conversa?"

"Ela decidiu seguir em frente", Clark disse enquanto passava por Lois, sabendo bem a expressão que ela estava fazendo. "Lois, eu sei que não é o que você queria ouvir, mas... Chloe precisa disso."

Lois queria gritar, mas ela mordeu a língua e se segurou enquanto tentava alcançá-lo. "Eu só quero que ela seja feliz." Abaixando a cabeça, Lois balançou-a levemente. "Ele realmente se importa com ela."

Passando a mão ao redor de seus ombros, Clark puxou Lois para perto enquanto subiam os degraus juntos. "Nós precisamos de tempo, lembra? Para fazer as coisas darem certo."

"Sim, mas sempre estivemos um na órbita do outro. Chloe nos mantinha juntos." Afastando-se de Clark, Lois se recostou contra a varanda, olhando para o campo em sua frente. "Ele está do outro lado do país e não é como se tivéssemos alguém no círculo de amizades dele."

"Então vamos ficar agradecidos pelo que ele a ajudou a conquistar. E vamos ajudar Chloe com o que ela precisar, garantir que a dor seja mais fácil de superar." Depois de um dar de ombros, Clark acrescentou "Ela sempre fez isso por nós", antes de entrar, não surpreso ao ouvir Lois logo atrás dele.

"Parece que você está desistindo."

"Foi você quem mencionou a pior das hipóteses." Vendo o carro de Chloe estacionar, Clark tentou terminar a conversa o mais rápido possível. "Embora eu não tenha tido a chance de falar com o homem tanto quanto você, eu conheço o julgamento de Chloe." Olhando por sobre o ombro para Lois, ele sorriu ao perceber que Chloe estava ao telefone, com a expressão mais positiva que ele tinha visto aquele dia. "E Chloe não é uma mulher que alguém esqueça facilmente."

"Então você acha que ele vai voltar", Lois perguntou, tentando perceber o que Clark realmente sentia sobre a situação.

"Eu--" Suas palavras pararam quando a porta da frente se abriu. "Chloe, ei."

"Ei", Chloe disse, guardando o telefone na bolsa, ainda tentando processar o que tinha acabado de acontecer. "Eu acabei de falar com Dinah Lance. A Dinah Lance." Sorrindo, ela olhou para a prima e seu melhor amigo. "Ela teve um cancelamento e quer que eu apareça no programa dela semana que vem."

Lois arregalou os olhos imediatamente. "Por favor não me diga que você está em dúvida."

Chloe balançou a cabeça, sabendo que não deveria recusar uma oportunidade dessas. "Eu disse que a veria na terça de manhã."

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VINTE E QUATRO

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4 comentários:

  1. Incrível, Clark!! haha

    Todo mundo unido pra ver se conseguem colocar um pouco razão na cabeça desses dois... só a Liga!! rs

    E já se vão 6 anos, né Sofia?!! Muito obrigada!!! =D

    GIL

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    1. Ai, GIL, verdade, terça o blog completará seis anos no ar... Inacreditável que ainda estejamos aqui né? <3

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  2. Esse história desses dois é agonizante,cadê o juízo deles,o coração fica apertado com eles assim��.
    Emília

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    1. Olá, Emília! Verdade, eles judiam da gente... Mas vai dar tudo certo no final! <3

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