29.9.14

Beauty In The Breakdown XI - Baby Love (parte 3)

Título: Bebê Querido
Resumo da série: Com Oliver ao seu lado, Chloe aprende a se libertar, encontrar a paz e se apaixonar.
Resumo da história:  Seguindo a perda de seu amado bebê, Chloe e Oliver encontram o caminho de volta a um lugar de amor e esperança.
Autora: babydee1
Classificação: NC-17
Banner: chleansmile

Histórias anteriores:
Os últimos vestígios de sono sumiram dos olhos de Oliver instantaneamente e ele se sentou na cama. 

"Você está em trabalho de parto?" ele gritou.

Ela ergueu uma mão para acalmá-lo. "Ainda é cedo, querido; não precisa entrar em pânico."

"Não precisa entrar em pânico?! Você está em trabalho de parto!"

"A fase latente, sim. Nada com que se preocupar."

"Nada com que se preocupar?" ele repetiu, incapaz de fazer qualquer coisa além de repetir as palavras da mulher. Ele jogou os cobertores para longe e se levantou, quase tropeçando nos lençóis. "Você está tendo um bebê, tipo agora!"

"Não por algumas horas, pelo menos", ela o corrigiu. 

"E até lá, eu só, o que...? Fico aqui parado enquanto você se dobra de dor?!"

"É só trabalho de parto, querido", ela disse pacientemente. "Eu admito, dói, mas em termos de parto mesmo, nada está acontecendo no momento."

"Não deveria estar acontecendo! Você deveria entrar em trabalho de parto daqui a duas semanas!" ele disse incrédulo.

"É sempre um risco nas últimas semanas, você sabe disso", ela respondeu calmamente. "Eles nos disseram que podia acontecer a qualquer momento, e eu estou lidando bem com a dor, acredite."

Ele não acreditava nela. "Há quanto tempo você está acordada?" ele desafiou.

"Eu... eu não dormi", ela admitiu.

"Você não dormiu?!"

"Mas eu estou descansando entre as contrações", ela acrescentou. "Eu estava tentando não te acordar."

"Bem, você deveria!" ele advertiu. "Oh, Deus, de pensar que eu estava sonhando com queijo, e enquanto isso você estava aí com dor...!"

"Eu estou bem, de verdade..."

Ele xingou baixinho. "Droga, eu sabia que não deveria ter repetido o jantar."

Chloe suspirou profundamente. "Oliver, calma... por favor."

"Meu Deus, isto está mesmo acontecendo." Ele se virou para pegar as chaves do carro. "Eu preciso te levar para o hospital-"

"Ainda é muito cedo pra isso. Se formos agora, vamos esperar lá durante horas."

"Depois do que aconteceu com nosso último filho, eu não vou arriscar", ele declarou. "De quanto em quanto tempo você tem as contrações?"

"Eu estou contando desde antes do jantar--"

"Jantar!"

"...e elas estavam acontecendo a cada dez minutos."

Ele olhou para o relógio e ficou boquiaberto. "Isso foi há seis horas atrás! Deus, Chloe, por que você não me contou?"

"Porque eu sabia..." ela parou e respirou fundo entre outra contração, seu ar sendo expirado devagar. Depois de um minuto, ela continuou.

"Porque eu sabia que você ia entrar em pânico, e eu queria que você dormisse o máximo possível antes de precisar acordar. Isto vai durar provavelmente a noite toda, e acredite, quando doer de verdade, você não vai conseguir dormir." Ela conseguiu dar um sorriso. "E este é só o começo. Assim que ela chegar, sono ininterrupto será uma coisa do passado."

"Huh", ele sorriu. "Eu nem pensei nisso."

Ela sorriu. "Eu pensei. Esta é nossa última noite de sono e eu só queria que você desfrutasse dela."

Ele retornou o sorriso, seu coração inchando de amor pela generosidade de sua esposa. Ali estava ela, em dor constante, e seus únicos pensamentos eram para ele. Era diferente, ser tão abençoado com amor incondicional. 

"Você ao menos ligou para o hospital?" ele perguntou, tentando manter a voz calma.

"Eu falei com Lola; ela está em alerta. Ela disse para ir para o hospital quando as contrações estiverem em intervalos de três minutos, ou se minha bolsa estourar; o que acontecer primeiro."

Ele andou de um lado para o outro. "E qual o intervalo agora?"

"Sete minutos..." ela fez uma careta enquanto outra contração a atingia, e olhou para o relógio quando terminou. "Aii. Seis na verdade."

"Merda. Eu vou te levar para o hospital agora-"

"Oliver."

Ele parou e se virou, e ela sorriu e o chamou com o dedo. Ele foi até ela e se ajoelhou em sua frente, e ela pegou suas mãos nas delas e descansou a testa na dele.

"Nós vamos ficar bem", ela sussurrou. "Eu sei que é assustador pra você; é assustador pra mim também... mas eu preciso que você fique calmo, e eu preciso que você seja forte, por mim e pelo bebê. Você pode fazer isso?"

Oliver engoliu e assentiu. Ele leu em algum lugar que bebês no útero podiam sentir ambientes estressantes, e ele estava fazendo o melhor para não entrar em pânico, mas...

"Farei meu melhor", ele prometeu, não tendo nem metade da confiança que gostaria de ter.

Ela sorriu. "Bom. Fique o mais confortável possível. Minha melhor estimativa, vamos ficar aqui por mais duas ou três horas."

Ela respirou fundo de novo enquanto seu útero contraía e agarrou as mãos dele com força. Ele podia vê-la lutando para suportar a dor que atravessava seu corpo, e o estava matando ser o responsável por sua dor e não haver nada que pudesse fazer para mandar a dor embora.

"E você tem certeza que não quer ir agora?" ele perguntou mesmo assim. "Eles podem te dar algo para a dor..."

"Eu não quero... nada para a dor", ela respondeu, respirando lentamente entre as palavras. "Só... segure minhas mãos por enquanto, amor. Isto é bom, está funcionando."

"Está?" ele perguntou, a voz duvidosa. "De verdade?"

Ela assentiu e sorriu. "Ah sim. Você está pronto pra isto."

***

Um Ano Atrás

Oliver sorriu enquanto a porta do apartamento de seu colega se abria em sua frente.

"Ei, Oliver", Trent Noble disse com um sorriso. "Eu realmente aprecio que você tenha vindo a esta hora."

"Sem problema, Trent", Oliver respondeu honestamente. Como chefe da divisão de Ciências Aplicadas da Queen Industries, Trent era uma das poucas pessoas no mundo que sabia de todos os detalhes da identidade secreta de Oliver. Foi Trent quem desenhou as armas e o uniforme do Arqueiro Verde, e ele pessoalmente cuidou do upgrade dos sistemas de Victor Stone. Ele otimizou e redesenhou a Watchtower, além de providenciar as armas e munições usadas pela Liga em todas as suas operações.

Dada a sensível natureza do trabalho de Trent, Oliver sempre o encontrava em horários e lugares inoportunos para discutir assuntos oficiais; naquela ocasião, a discussão seria às dez da noite na casa de Trent.

"Eu confio que todos os detalhes de nossa conversa são estritamente confidenciais como sempre?" Oliver perguntou, mais como uma formalidade do que outra coisa, enquanto entrava na casa.

Trent fez uma careta. "Bem, uh... na verdade haverá outro par de ouvidos nesta ocasião."

Oliver paralisou e estreitou os olhos, mas Trent sorriu.

"...porém, eu posso garantir que você não estará compartilhando segredos com mais ninguém." Eles entraram na sala, e Oliver encontrou os olhos castanhos do filho de Trent, olhando curiosamente para ele por trás das barras de seu cercadinho.

"Uau", Oliver sussurrou. Ele se abaixou e mexeu no cabelo do menino, e foi recompensado com um sorriso. "É Charlie, não é?"

"Isso mesmo", Trent respondeu, seu orgulho evidente. "Está fazendo onze meses. Kathy não teve um dia de folga desde que ele nasceu, então ela está passando o fim de semana com a irmã na Califórnia enquanto eu seguro o forte aqui em casa."

"Parece justo", Oliver concordou, sorrindo embora sentisse uma dor no peito. 

Onze meses... Oliver fechou os olhos e mentalmente imaginou seu filho perdido, que teria a mesma idade de Charlie se ele ou ela tivesse conseguido nascer.

Chloe estava sendo bem paciente com ele durante todo o ano, e ele esperava que na data do que seria o primeiro aniversário da chegada do bebê que perderam, ele estivesse mentalmente preparado para tentar de novo aumentar a família. Ele ainda não estava; mas desejava estar logo.

***

Eles começaram a reunião, conseguindo discutir negócios mesmo com os murmúrios ocasionais do bebê e o barulho de Charlie e seu xilofone, a mini-bateria e uma série de brinquedos sibilantes que estavam a seu alcance. Oliver ouviu atentamente os planos de Trent, embora se encontrasse constantemente concentrado no pequeno bebê no cercadinho.

"Se ele está te distraindo, eu posso colocá-lo para dormir", Trent ofereceu. 

"O quê? Oh, não! De jeito nenhum", Oliver respondeu apressado. Ele deu a Charlie um sorriso, e o bebê respondeu com um grito e um sorriso de apenas dois dentes.

"Ele está quieto", Oliver observou. "Eu não sou especialista, mas ele parece bem comportado para a idade."

"Sim, é", Trent bufou. "Ele deveria estar na cama há duas horas, mas ele sabe que a mãe está fora e está tentando as fronteiras, o pequeno travesso."

Charlie, ciente de toda atenção visual, agarrou as barras do cercadinho e pressionou o rosto entre elas. Ele estendeu um braço gordinho entre as barras e gemeu em protesto, claramente exigindo ser tirado dali.

"Eu posso segurá-lo?" Oliver se encontrou perguntando.

"Uh... sim, se você quiser", Trent disse, olhando para o terno caro de Oliver. Ele pegou Charlie do cercadinho e o equilibrou em um braço e pegou o guardanapo com o outro. "Você pode querer colocar isso no seu ombro primeiro. Os dentes dele estão nascendo e ele baba bastante."

"Está tudo bem." Oliver engoliu nervosamente enquanto Charlie era colocado em seu colo.

A primeira coisa que ele notou foi o cheiro agradável de talco de bebê. Ele sorriu enquanto isso trazia lembranças felizes ao seu cérebro, e mudou Charlie para uma posição mais confortável. 

"Ele é adorável, Trent", ele disse honestamente.

Trent sorriu. "Obrigado. Kathy e eu também achamos; mas enfim, somos suspeitos."

Oliver e o bebê se observavam com olhos curiosos. Charlie olhou pra ele abertamente, os grandes olhos castanhos notando cada detalhe de seu rosto. Ele gorgolejou e segurou o queixo de Oliver, e Oliver se maravilhou com a maciez daquelas mãos minúsculas roçando experimentalmente seu rosto.

Trent sorriu. "Ele está se perguntando porque não tem barba no seu rosto", ele explicou, mostrando sua própria barba. "Ele sente que é diferente de mim."

"Garoto esperto", Oliver disse, impressionado. "Nada passa batido por você, não é, coleguinha?" Ele bagunçou o cabelo espetado de Charlie, e Charlie segurou o dedo de Oliver e começou a movê-lo em direção a sua boca.

"Não, Charlie!" seu pai alertou, intervindo e soltando a mão de Oliver. "Não mordemos os dedos de nossas visitas!"

O queixo de Charlie tremeu e os grandes olhos castanhos logo se encheram de lágrimas. Ele colocou os próprios dedos na boca e fechou a mandíbula sobre eles, movendo-os para frente e para trás ferozmente. Trent pediu licença e desapareceu brevemente, logo retornando com um mordedor que o bebê aceitou e começou a morder. 

"Eu peço desculpas, Oliver", Trent disse. "São os dentes; ele coloca tudo na boca."

"Está tudo bem", ele respondeu, sorrindo enquanto Charlie começava a babar. Instintivamente ele pegou o babador que estava amarrado ao redor do pescoço do bebê e enxugou a umidade. "Pronto; bem melhor."

"Uau", Trent disse, impressionado. "Qualquer um poderia pensar que você já tem filhos. Você é natural."

Oliver engoliu. "Você acha?" ele perguntou.

"Claro. Charlie é muito seletivo com as pessoas, ele não vai com ninguém. Ele realmente gostou de você."

Eles continuaram com a reunião, mas o resto da noite de Oliver se concentrou no bebê em seus braços. Quando o bebê fungou e coçou os olhos cansados, Oliver se levantou e deitou a cabeça do bebê em seu ombro, murmurando palavras enquanto gentilmente dava tapinhas em suas costas. Logo depois de Charlie estar adormecido, Oliver estava relutante em tirar o bebê de seus braços.  

Não pela primeira vez naquela noite, Oliver pensou sobre como sua vida seria se seu bebê estivesse vivo. Mas pela primeira vez, esse pensamento foi acompanhado não de dor, mas de esperança. 

E no final da noite, Oliver sorriu enquanto devolvia o bebê adormecido para seu pai e ia embora.

Ele estava pronto.

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11 comentários:

  1. Acho que todo mundo está super ansioso por este nascimento, e não tem como não se deliciar a cada linha, com a preocupação do Oliver ou a calma e cuidado da Chloe, gente, ela deixou ele ter sua última noite de sono tranquilo rsrs...

    Mas, sério, o encontro do Oliver com o Charlie foi emocionante, foi o ponto alto deste capítulo, embora trouxe lembranças dolorosas, também mostrou ao Oliver o que ele poderia ter!! Liiindoo!!

    GIL

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    1. A cena do Oliver com o Charlie acabou comigo!!!!!!!
      E vai nascer, gente, vai nascer!!!!!! \o/

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    2. Nossa, se estamos... Não vejo a hora de ler... Ah, esse capítulo foi fofo demais, o Charlie e o Ollie realmente roubaram a cena!

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  2. Ai.. ansiosidade mata.... esperando pelo ultimo.... e adoro essas passagens de tempo.... Chloe em trabalho de parto é epica... e Ollie todo preoucupado... Adoro...
    Ass: Juliana..

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    1. Nem fale, todo mundo contando os minutos...

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  3. Gente, só a Chloe mesmo pra ter essa calma! Haha
    Se fosse eu já estaria louuuca, rs
    Ollie, como sempre, deixando a gente com invejinha da Chloe, haha

    Babydee arrasando, essa fic é muito fofa! Doida pra ver o baby chlollie *_*

    Aline

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    1. Só a Chloe, disse tudo, Aline! Essa fic é sensacional, pura fofura!

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  4. Essa criança vai ser linda demais.

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  5. Esperando ansiosa o próximo capítulo!!! Bjs
    Su

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    1. Nós também, Su. Tomara que a Babydee acabe logo com nossa espera... :D

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