8.5.16

The Longer You Run (11/29)

TítuloQuanto Mais Você Corre
Resumo: Aparentemente, a única coisa que unia Chloe Sullivan e Oliver Queen era uma história. Mas por trás das portas fechadas era um relacionamento acidental que sem nenhuma intenção acabou mudando tudo.
Autoraserafina19
Classificação: NC-17
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Inclinando-se para a frente em sua cadeira, Oliver estava evitando o trabalho que tinha que fazer naquela noite. Desde que passou aquela primeira noite com Chloe, ele estava enterrado no trabalho. Eram coisas básicas, mas sempre demoravam mais tempo do que o previsto. Sem mencionar que aquela era uma aquisição que ele tinha levado a sério desde o começo, então não podia voltar atrás agora. Oliver nunca se escondeu de um desafio, mesmo no trabalho, e raramente delegava a seus funcionários, e assim que o negócio fosse assinado, ele aceitaria quaisquer consequências que se apresentassem em sua frente.

Desta vez, ele não podia fazer isso. Sua equipe tinha previsto o número de demissões antes de irem atrás deste negócio e os números permaneceram consistentes durante as negociações. Por alguma razão, Oliver estava disposto a aceitá-los antes, mas este não era mais o caso. Então enquanto a maioria das pessoas passava a noite com a família, Oliver estava revendo os números, tentando encontrar um jeito. Afinal, a Queen Industries era a coisa mais perto que tinha de família. Por isso, ele ficaria sentado ali o tempo que fosse, mesmo que tivesse que ignorar a ligação vinda em seu telefone.

Depois de ver que Chloe desligou antes de ir para a caixa-postal, Oliver ficou tentado a desligar o telefone, mas para sua surpresa, o telefone se iluminou mais uma vez com seu nome. Ele soltou a caneta, quase incrédulo. A regra dela era que se tocasse quatro vezes e você não atendesse, era pra deixar pra lá. Ainda assim, naquela noite, ela persistiu.

De várias formas, aquele arranjo todo tinha ultrapassado o que ele esperava, pois deduzira que Chloe se cansaria e seguiria em frente. Mas não era o caso, ou pelo menos, não naquela noite.

Ele pensou em testar sua teoria, perguntando-se se ela deixaria uma mensagem se ele não atendesse de novo, mas decidiu atender. Sua boca abriu para cumprimentá-la, mas a voz dela veio primeiro.

"Eu não preciso de você... Eu só preciso de um lugar para passar a noite." Chloe sabia que estava sendo intrusiva, e a última coisa que queria era incomodá-lo agora. Porém, ela precisava de distância da sua vida, quatro paredes diferentes e provavelmente um copo de café. Por mais difícil que fosse assumir isso para si mesma, ele era a única pessoa para quem ela podia ligar naquela noite.

"Ok", ele respondeu imediatamente, sabendo que era tudo que podia dizer. Aparentemente era o que ela precisava ouvir, já que o telefone foi desligado logo em seguida.

Enquanto esperava a chegada dela, os segundos se arrastavam, narrados pelo relógio atrás dele. Era algo que Oliver raramente tinha tempo de notar porque normalmente estava absorvido pelo trabalho ou distraído com alguém para que o barulho repetitivo chegasse aos seus ouvidos. Agora, o tique-taque incessante era a única coisa que conseguia ouvir.

Oliver racionalizou que assim que ela estivesse ali, ele conseguiria se concentrar novamente. No mínimo era uma teoria que estava disposto a testar depois de permitir que ela viesse. Assim que o elevador chegou, ela saiu rapidamente, deixando o casaco de lado enquanto passava por ele. "Obrigada", foi a única palavra que ela disse.

"Última porta à esquerda", Oliver falou, duvidando que ela soubesse onde era o quarto de hóspedes. Foi uma resposta que Chloe tomou sem falar nada, mas não silenciosamente, enquanto seus passos ecoavam no corredor. Oliver olhou para baixo, reconhecendo que com tudo que tinha na cabeça não seria fácil voltar ao trabalho.

Eventualmente, ele conseguiu encontrar um lugar silencioso em sua cabeça pelo fato de que não estava acostumado a ouvir nenhum som ali, pois não recebia muitas visitas. Hal se virava sozinho e ia dormir se ele estivesse trabalhando, ou encontrava companhia para mantê-lo ocupado quando estava de visita. Quando era esse o caso, havia a tour básica, o barulho dos lençóis, as estúpidas risadinhas e olhares das garotas. E... era isso.

Por isso aquela noite era única; Chloe realmente não queria nada com ele. Ela nem olhou pra ele depois que entrou. Por mais que fosse estranho, perceber isso deixava tudo pior com Oliver notando o silêncio ao seu redor, e ainda não conseguindo se concentrar no trabalho. Ele continuava olhando por sobre o ombro, perguntando-se como Chloe foi escolher sua casa como refúgio. Pelo menos era o que parecia.

Balançando a cabeça, Oliver percebeu que não ia conseguir trabalhar sem pelo menos cumprimentá-la direito, então ele afastou a cadeira, decidindo que uma viagem até a cozinha era necessária antes de vê-la.

~0~

O que ela estava pensando?

Alguns minutos atrás tinha parecido uma grande ideia, mas agora era o contrário. Embora pudesse evitar Lois e Clark, não era por isso que tinha concordado com o arranjo e a última coisa que queria era que Oliver tivesse a ideia errada.

Olhando para o telefone, ela reconheceu a quantidade usual de chamadas perdidas, levando-a a revirar os olhos. Quem Lois pensa que estava enganando? Ela realmente achava que Chloe não sabia o que estava acontecendo?

Chloe desabou na cama, perguntando-se o que fazer. Não era como se pudesse ir embora agora, porque ele perguntaria o que tinha acontecido da próxima vez que se vissem. Embora Chloe confiasse em Oliver, isso... não era algo que gostaria de explicar. Então ela desligou o telefone, guardando-o no bolso da calça, pronta para seguir a linha de pensamento quando houve uma batida na porta.

Ela hesitou antes de abrir, mas conforme se aproximava da porta, pensou que precisava ao menos se desculpar. No entanto, Oliver impediu suas palavras ao falar primeiro. "Eu, uh, fiz café... se você quiser." Chloe estreitou os olhos, perguntando-se do que ele estava falando, mas aparentemente Oliver antecipou sua reação. "Hal me ensinou."

Dando risada, Chloe girou a maçaneta e abriu a porta. Lá estava ele, com uma expressão que ela tinha passado a conhecer nas últimas semanas. Era a mesma calma que ele usava, mas que revelava uma ponta de preocupação enquanto estendia a caneca, incerto do que mais fazer.

"Obrigada", ela sussurrou antes de pegar a caneca fumegante. Seus dedos se fecharam ao redor enquanto sentia o cheiro, segundos antes de tomar um gole. Não estava ruim, pelo menos não para alguém que não costumava fazer. Porque ele tinha decidido fazer estava além de sua compreensão, mas Chloe não ia perguntar.

Reconhecendo a satisfação nos lábios dela enquanto a caneca era afastada de sua boca, Oliver assentiu, pronto para deixá-la em paz. Mas ele parou depois de alguns passos e olhou de volta pra ela. "Você está com alguma vontade de conversar?"

"Na verdade não."

"Tudo bem", Oliver respondeu, concluindo que era justo ter tentado. "Sinta-se em casa. Não vou contar a ninguém que você está aqui."

Com isso, Chloe abaixou a cabeça, tomando seu café mais uma vez enquanto voltava para o quarto. Não era como se ele conhecesse alguém que quisesse saber onde ela estava, mas mesmo assim ela olhou na direção do corredor vazio. Não era muito difícil pra ele perceber que ela estava evitando algo ou alguém, mas ainda tinha sido doce de sua parte dizer aquilo.

Depois de um suspiro, Chloe virou a cabeça e olhou o quarto vazio ao seu redor. Não demorou muito para ela perceber que ia enlouquecer se ficasse no quarto a noite toda, então pensou em respirar ar fresco para clarear a cabeça. Caneca de café na mão, ela seguiu pelo corredor, desceu as escadas, passou por Oliver, que ainda estava trabalhando, apesar da hora. Chegando à porta do terraço, ela  a abriu, pronta para encarar o ar da noite.

~0~

Algumas horas depois, Oliver olhou pra cima e viu Chloe ainda parada do lado de fora. De vez em quando, ele podia ver o perfil dela pelo vidro, uma expressão familiar no rosto. Estava quase o assombrando, já que usou uma expressão similar em mais de uma ocasião.

E ao mesmo tempo, aquela... aquela era Chloe Sullivan. Sem máscaras, sem sarcasmo. Verdade, sua confiança ainda estava lá, parada confortavelmente, mas o reflexo em seus olhos era de pretensa tranquilidade.

Essa parte foi que prendeu Oliver, o fato que o impediu de olhar de novo para seu trabalho foi Chloe estar parada ali em sua frente, permitindo-o ver a vulnerabilidade que ela trabalhava tão duro para esconder. Não querendo observar para sempre, ele se levantou da mesa, sabendo que estava estudando aqueles papeis há doze, talvez catorze horas direto. Seus olhos podiam ganhar uma folga e Oliver podia sentir que por mais que quisesse ficar sozinha, ela precisava de alguém.

Abrindo a porta do terraço, ele anunciou sua presença enquanto entrava. "Oi."

"Ei." Chloe respondeu, tomando o último gole de café em sua caneca, mesmo já gelado. E mesmo que estivesse quente não teria ajudado. Ela franziu um pouco a testa ao fato, mas logo voltou ao normal antes de olhar na direção dele. "Desculpe ter acordado você."

Oliver balançou a cabeça. "Eu não durmo muito." Não seria surpresa se ela não acreditasse, mas com o trabalho e outras coisas, não sobrava muito tempo para dormir e ultimamente, ele vinha pensando no que ela disse a ele aquelas noites atrás.

Foi antes de estarem juntos, antes que ela pudesse olhar pra ele com verdadeiro respeito. Só uma noite escura no Ace of Clubs, uma conversa que teve um tom muito diferente, mas as palavras tiveram a mesma importância. Algumas doeram mais do que outras, mas ele percebeu que o velho clichê estava certo: a verdade doía.

E pela primeira vez isso também o atingiu. Ela o compreendeu, mesmo sem querer. Diabos, mesmo quando ela queria deixar uma distância enorme entre eles, ela nunca deixou de ser honesta. Era parte da razão para ele a ter contratado, mas ele nunca esperou apreciar esta faceta da personalidade dela.

Enquanto parava perto dela, olhos divagando na noite escura, ele percebeu que havia alguma coisa pacífica sobre ter uma companhia silenciosa no terraço. Embora Chloe fosse dificilmente uma relação platônica, naquela noite ela estava ali, e ele não se importava. Eles podiam simplesmente ficar ali, sem expectativas, sem mentiras e apenas... existirem.

"Você já", Chloe disse, tentando reprimir um arrepio. "Olhou para sua vida e se perguntou porque fez algumas coisas?"

Ela tinha tentado esconder, ele lhe dava esse crédito, mas Oliver percebeu a ação, então ele voltou e pegou um cobertor de uma cadeira e passou cuidadosamente pelos ombros dela. "Acho que todos nós já fizemos isso."

Olhando para o material que envelopava seu corpo, Chloe quis agradecer, mas por alguma razão as palavras não saíram. Ao invés ela se permitiu aceitar o fato de que a mão de Oliver se demorou em seu ombro um segundo mais que o necessário.

Eventualmente, ela suspirou antes de abaixar a cabeça. "Eu estraguei tantas coisas e tinha uma mente tão estreita sobre o que eu queria que nunca enxerguei fora da caixa." Dando uma risada amarga, ela admitiu. "Você é uma das poucas decisões espontâneas que eu já tomei."

Oliver estreitou os olhos, embora não tivesse certeza de onde ela estava indo com o assunto. "Esse é seu jeito de dizer que está terminando?"

"O quê?" A cabeça de Chloe imediatamente se levantou e negou sua preocupação. "Não, de jeito nenhum." Ela não tinha certeza de onde isso tinha vindo, considerando que era a última coisa em sua mente agora. Mas depois de alguns segundos de silêncio, ela entendeu que ele não sabia nada sobre ela ainda, então não havia muitas alternativas de conclusões a que se chegar. "Eu só refleti um pouco hoje e eu precisava ir para algum lugar onde eu não fosse julgada por querer um pouco de silêncio."

Com isso, Oliver foi relembrado que ela não queria conversar, e por mais que quisesse dizer a ela que estava disposto a ouvir, ele não poderia forçá-la a confiar nele. Ele engoliu seco enquanto isso era digerido, mas era melhor assim.

Cuidadosamente, ele pegou a caneca vazia das mãos dela antes de se afastar, pronto para se despedir e ir embora. "Só pra constar, não é culpa sua que Lex tenha te demitido e arruinado suas aspirações no Planeta Diário."

Chloe parecia feliz com sua vida como freelancer, mas havia algo que ela guardava. Ele não tinha ideia do que era, mas que levava a momentos como aquele. Momentos onde ela se perguntava como na vida tinha acabado naquela posição, dormindo com ele. No entanto, por mais que parecesse loucura em sua própria cabeça, Oliver estava feliz que ela tivesse negado tão rápido que estava terminando as coisas.

Enquanto seus olhos encontravam os dela ao se virar antes de sair, algo nela brilhou. "Lex não me demitiu." Era a história que quase todo mundo sabia, a história que todo mundo acreditaria, já que a verdade era mais estranha que ficção neste caso. "Sim, o momento foi uma coincidência, mas eu me demiti, e Lex não teve nada a ver com isso." Com uma risada, ela acrescentou. "Embora ele provavelmente tenha ficado muito feliz quando juntei minhas coisas."

"Por que então?" Oliver disse rapidamente, já querendo retirar a pergunta em seguida. "Você sabe do que mais; não é da minha conta."

"Não, tudo bem. Eu deveria mesmo falar sobre isso com alguém." Não era o objetivo da noite, mas Oliver nunca lhe deu razão para não confiar nele e ele tinha mantido sua palavra até o momento. Enquanto o contato visual entre eles se prolongava, Chloe percebeu que talvez desta vez estivesse tudo bem se abrir.

Ainda assim Oliver insistiu. "Não foi pra isso que você veio aqui e eu vou respeitar seus desejos."

Ela o ouviu dar outro passo, o eco suficiente para ela falar mais uma vez. "Durante anos, eu sonhei com o Planeta Diário, trabalhar naquela sala de redação, e eu consegui." A silhueta do globo ainda era visível, apesar da hora, então Chloe pensou em todos os dias bons que passou ali. Seu primeiro dia, sua primeira capa, trabalhar com Clark e Lois por perto. "Mas um dia... eu senti como se estivesse sendo sufocada."

Ela abaixou a cabeça de novo, sabendo como sua razão parecia tola agora, mas ao mesmo tempo, a consumia. Até hoje ainda a consumia. "Jimmy estava em todo lugar, fazendo-a feliz. Agora eles vão se casar, enquanto eu estou... ainda estou uma zona."

Oliver tentou conter sua surpresa enquanto Chloe confessava mais do que ele tinha antecipado. Tudo que aconteceu... foi por causa de um cara? Um cara foi realmente tão idiota a ponto de largá-la? E mais importante, era por isso que ela foi tão veemente em  afastar-se pessoal e profissionalmente?

"Então você está..."

"Não, eu não o quero de volta... eu os dei minha benção." Não era bem uma benção, mais uma admissão chocada de que ela queria ter sua vida de volta. Mesmo que não fosse possível, ela e Jimmy tinham uma história que havia terminado há algum tempo e não havia necessidade de uma sequência. "Não me entenda mal, ele é um cara legal, com boas intenções, apesar de sua natureza tímida. Mas..."

Chloe deu risada. "Quando nos vimos de novo no Planeta Diário... pensamos que fosse destino." Ou pelo menos, foi como Chloe viu, tendo visto um relacionamento morrer inesperadamente alguns meses antes. E mais, eles se conheciam há algum tempo, então o relacionamento meio que... parecia certo.

Afinal, Jimmy era, bem, ele era segurança. Eles tinham estagiado no PD juntos, ele tinha sido sua primeira vez, mas o que importou na época foi que Jimmy era um cara legal, uma boa trégua entre os dois caras que tinham mostrado interesse nela no passado. Mas algumas vezes a trégua acaba virando mais que um compromisso em que ninguém ganha. "A verdade é que éramos jovens e inocentes recém-graduados que não sabiam nada, mesmo quando nos tornamos noivos."

Eles tinham ficado juntos porque era mais fácil assim do que admitir que estavam se afastando. Todo mundo disse a eles que não estava funcionando, então eles estavam determinados a provar que estavam todos errados. "Nós apressamos a data do casamento porque... porque estávamos juntos há tanto tempo, mas também estávamos lutando para ficarmos juntos. Eu acho que pensamos que se nos casássemos... que as coisas seriam melhores."

Mal sabiam eles que no dia do casamento, os dois assinariam nas respectivas linhas, entrariam em seus respectivos carros e dirigiriam para o lugar mais longe da igreja possível, sem saber que o outro estava fazendo o mesmo. No fim, todo mundo estava certo, e era difícil admitir, mesmo quando ela saiu da igreja e foi para a casa de cuidados onde sua mãe estava, perguntando-se porque se permitiu cometer tal erro.

Estendendo os dedos nus de sua mão esquerda, Chloe suspirou. "É seguro dizer que estávamos errados."

Oliver olhou atentamente pra ela. A história não era fácil de se contar, mas não parecia com a Chloe que ele passou a conhecer nos últimos meses. A Chloe que ele conhecia, ela era uma pessoa completamente diferente, mas ele tinha que admitir que não a conhecia há tanto tempo. Essa conversa fez Oliver perceber que talvez esta história estivesse ligada a ela ter aceitado sua oferta.

Ele não teve coragem de fazer a pergunta, mas quebrou o silêncio. "Se você desistiu do trabalho dos seus sonhos por causa dele, então é melhor você ter ficado com algo bom em troca."

Chloe sorriu enquanto olhava pra ele, sabendo que não houve muita 'vitória' pra ela. Ainda assim, ela respondeu, "Pra ser honesta, eu fiquei com todo o resto." Com isso, ela queria dizer que tinha ficado com o apartamento, o que concordaram em viver enquanto estavam casados. "Quer dizer, tentamos trabalhar juntos, mas não deu certo."

Isso era parcialmente mentira, uma que ele provavelmente percebeu, mas ela não se importava. Chloe não queria contar a ele que foi ela quem não conseguiu. Ela sempre foi profissional, mas durante semanas, até meses, o escritório todo falou sobre a separação, sobre como todo mundo sabia que ia acontecer. A sala de redação também o viu seguindo em frente diante dela.

Um dia, Chloe decidiu que não aguentava mais, e se não conseguia seguir em frente pessoalmente, ia encontrar outro caminho. "Eu deduzi que podia escrever em outro lugar e o sonho de trabalhar lá tinha sido realizado, então era hora de encontrar outro."

Depois de balançar a cabeça, Chloe bufou. "Mas essa foi a única Chloe que conheci... e ele é o único relacionamento funcional que eu tive." Era uma coisa triste de admitir em voz alta, mas toda sua frustração estava atrás de uma única frase verdadeira. "Bem patético, huh?"

Neste momento, Oliver quis estender a mão, confortá-la pela dor que ela vinha segurando há tanto tempo. Mas ao invés ele olhou pra frente, sabendo que o que ela realmente queria era que ele a ouvisse. "Eu te ofereceria um emprego, mas tenho certeza que você é muito orgulhosa para aceitar."

"Você está certo." Chloe respondeu. O mundo tinha lhe ensinado a não se apoiar em ninguém mais do que o necessário. "Eu vou encontrar meu caminho... eu sempre encontro. O problema é que paciência não é uma das minhas maiores qualidades."

Virando-se na direção dela, Oliver perguntou mais uma vez. "Então você tem certeza que quer continuar com isto? Eu posso estar te impedindo de encontrar o que precisa." Não era uma frase fácil para Oliver dizer, mas se ela podia encontrar felicidade em outro lugar, ele estava disposto a lhe dar uma saída. O que ele não esperava era quão rapidamente ela respondeu ao comentário.

"Oliver, você é uma das poucas coisas em minha vida que faz sentido agora." Olhando pra baixo, ela pegou a mão dele, seus dedos entrelaçando ao contato. Era assim que ele era, não importava o que ela fizesse, não importava o que ela dissesse... ele a aceitava. "E eu sinto muito por ter desabafado assim... você provavelmente não quer ouvir sobre meus problemas."

Era completamente o contrário na mente de Oliver, enquanto sua outra mão ia descansar os dedos sob o queixo dela. "Na verdade eu fico feliz que você possa conversar comigo."

"Bem", Chloe disse, olhos encontrando os dele. "Você não é tão mal como ouvinte."

"Isso foi um elogio?"

Chloe sorriu. "Talvez."

Vendo o minúsculo sorriso iluminar o rosto dela, Oliver decidiu que queria manter aquela expressão em seu rosto por um tempo. "Você sabe o que vamos fazer?"

"Você vai me fazer esquecer meu ex?" Chloe sugeriu, pronta para qualquer coisa a esta altura.

"Algo assim." As vidas deles não eram perfeitas, mas eles mereciam conversar sobre alguma coisa que não tivesse um tom amargo. Oliver tinha feito muitas coisas idiotas em sua vida, então desejava que talvez uma história ou duas aliviassem um pouco o clima.

Voltando com Chloe até as cadeiras, ele soltou a mão dela. "Senta."

"Ok." Chloe respondeu, curiosa para saber o que ia acontecer.

"Eu vou te contar a história de como meu trote na faculdade deu incrivelmente errado." Ele riu enquanto os pontos altos da história passavam em sua mente, combinados com a surpresa no rosto dela. "Mas primeiro, você quer mais café?"

"Não, estou bem", Chloe respondeu, sem saber que tinha tomado a melhor decisão.

Porque do outro lado do vidro estava Hal, olhando para os dois loiros sentados em suas cadeiras, rindo e sorrindo sem se importarem com o mundo ao redor. Outra longa parada o levou de volta até a casa de Oliver nas primeiras horas do dia, e embora ele tivesse debatido comprar protetores auriculares no caminho, aconteceu que eles tinham outra atividade em mente.

Da última vez, ele achou que seu amigo estivesse ferrado, já que era fácil ver que Oliver sentia mais pela repórter do que deixava transparecer. Mas vendo-os interagindo agora, Hal podia ver mais do que isso. Os olhos de Chloe estavam brilhando na noite e ela parecia verdadeiramente feliz, mesmo enquanto dava um tapa no braço de Oliver, como se ele estivesse sendo um idiota.

Havia uma pequena parte de Hal que queria saber qual seria a reação deles se os interrompesse, mas ao invés, ele deu apenas um risinho antes de ir para o quarto de hóspedes. Porque ele não via Oliver feliz assim há anos e não parecia certo estragar o momento.

______
DOZE

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4 comentários:

  1. Essa história me encanta a cada capítulo.

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    1. Que bom, Thays! Juro que estou tentando postar o mais rápido que posso e esse fim de semana tem mais...

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  2. Adorando que a cada novo capítulo eles estão cada vez mais próximos, mas há ainda muito caminho a percorrer, não estamos nem na metade de capítulos... seguindo em frente, Sofia!! =D

    GIL

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    1. Oi, GIL, verdade... Queria já ter postado mais, mas vou tentar postar mais rápido... :D

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