14.11.12

The End Where I Begin (4/13)

Título: O Fim Onde Eu Começo
Resumo:  Universo Alternativo - Oliver faz parte da SJA há anos e está constantemente discordando de Carter. Mas quando Carter se recusa a fazer parte da missão de Oliver para investigar a aparição do último Luthor no radar, Oliver procura a ajuda de Chloe. Ou o Arqueiro Verde procura e ele promete a Carter que Chloe jamais descobrirá sua identidade. 
Classificação: NC-17
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Chloe estava parada perto da exibição de plantas e fungos enquanto o monitor continuava falando sobre os diferentes tipos que estavam expondo. Chloe fez seu melhor pra manter o sorriso no rosto e parecer interessada, mas estava difícil. Passava das três da tarde e ela e Oliver estavam visitando as diferentes exposições. Até agora as coisas pareciam estar indo bem, ou estavam até ele ir buscar bebidas e ela ser abordada pelo senhor em sua frente.

Em matéria de exibições de botânica, Chloe achava que essa era boa. Mas só estava realmente interessada em ver duas coisas, a exposição de orquídeas e o Jardim de Monet. E ainda não havia tido a chance de ver. Chloe correu a mão pelo vestido azul escuro e sorriu para o homem em sua frente. Um tom de alívio quando percebeu Oliver voltando em sua direção. Talvez ele fosse capaz de afastá-los do tal homem.

"Desculpe ter demorado tanto", Oliver disse enquanto entregava a bebida a ela. "A fila estava longa." Ele deduziu que era porque ficar na fila era bem mais interessante do que a exposição em si, mas não ia dizer isso, especialmente não na frente de um dos monitores. Oliver podia ver o desespero no olhar de Chloe e deslizou um braço ao redor de sua cintura, dando ao homem um sorriso educado. "Espero que não se importe se eu roubar a adorável senhorita por um momento." Oliver não lhe deu tempo para argumentar antes de levar Chloe até o outro lado da exposição.

"Você parecia precisar de ajuda", ele disse enquanto discretamente olhava por sobre o ombro e via o monitor já com outra vítima. "Não tem muito que possa ser dito sobre fungos, não é?" ele brincou.

"Obrigada", ela disse antes de virar o corpo na direção dele e falar mais baixo. "Eu seria uma pessoa terrível se dissesse que este é provavelmente um dos cinco eventos mais chatos de toda minha vida?" perguntou antes dar risada. "Eu estou quase com medo de pensar quanto tempo ele continuaria falando sobre fungos", ela disse enquanto balançava a cabeça e tomava um gole de sua bebida. "Prometo que não vou fazer você ficar muito tempo", ela brincou enquanto seus olhos se moviam ao redor do lugar, vendo as coisas e tentando encontrar o estande das orquídeas. "Como você está aguentando?" ela perguntou enquanto olhava brevemente pra ele.

Oliver deu risada. "Na verdade, eu já esperava que fosse chato. Já estive em eventos assim algumas vezes para caridade e se você viu um, viu todos." Ele a virou e os moveu por um pequeno corredor que levava ao estande das orquídeas que ela tinha mencionado querer ver. "Tenho certeza que podemos encontrar outra coisa pra fazer quando sairmos daqui", ele disse. Sua mão desceu até as costas dela e ele acenou com a cabeça na direção do estande. "Talvez isso te anime um pouco", ele brincou.

Chloe parou. "Você encontrou", disse animada, antes de virar e dar um tapa de brincadeira no braço dele. "Se você sabia que ia ser chato, deveria ter me dito. Você poderia ter nos livrado de todo esse tédio", brincou antes de olhar novamente para as orquídeas. Diferentes tons de violeta e branco enchiam a área, algumas em longas tiras verticais, outras em arranjos normais.

Havia todos os tipos de arranjos e cores, laranjas, amarelas e rosas. Eram brilhantes, bonitas e a primeira coisa no evento que ela realmente gostava além da companhia de Oliver. Chloe estava se divertindo com ele. A melhor parte do evento era o tempo que estavam tendo enquanto caminhavam pelo lugar. Ela descansou a mão no braço dele. "Elas são lindas", disse antes de deslizar a mão por seu braço e puxá-lo mais pra frente.

"Foi você quem sugeriu virmos aqui", Oliver a relembrou. "Como eu poderia imaginar que esse não era seu lugar preferido no mundo? E ser o idiota que bateu em seu carro e te ofendeu?" Ele balançou a cabeça. "Eu jamais faria isso. Além do mais, esta parte é legal", disse enquanto a observava olhar as flores. Ele podia ver que Chloe estava se divertindo agora e estava satisfeito por isso. O Jardim Botânico em si podia não ser seu destino ideal para uma tarde de sábado, mas estava se divertindo com Chloe e isso era tudo que importava.

Chloe deu um risinho. "Meu lugar favorito no mundo é uma banca de café no centro da cidade", ela admitiu. "O café é maravilhoso", disse assentindo. "E sim, acho que não posso reclamar da companhia, afinal bater o carro não é um dos melhores eventos que uma semana pode ter", ela brincou enquanto olhava pra ele por sobre o ombro e sorria. "Então, sobre o que estávamos conversando antes de você ir pegar as bebidas?" ela perguntou enquanto tomava outro gole da sua.

"Eu sou assim tão esquecível?" Oliver brincou, seus lábios se curvando num falso bico. "E eu aqui achando que estávamos nos entendendo e você nem consegue se lembrar do que estávamos falando." Ele suspirou dramaticamente e balançou a cabeça. "Você estava me falando sobre sua prima e que ela é como uma irmã pra você", ele a relembrou. "É legal que você tenha alguém tão próximo", Oliver acrescentou. Ele nunca teve a não ser que contasse Carter. "E estou feliz que você não esteja tão entediada comigo", ele brincou.

Chloe mordeu a parte interna da bochecha para se impedir de dar risada. "Fazendo bico? Sério?" ela brincou. "Eu tenho certeza se posso pensar em alguns adjetivos para descrever você, embora eu não ache que 'esquecível' seria o primeiro da lista", ela disse com um sorriso. "Ah certo, minha prima maluca", disse de bom humor. "E você? Tem alguém de quem seja próximo?" perguntou finalmente, virando das flores e olhando pra ele.

"Não", Oliver repetiu. "Eu tenho amigos e alguns conhecidos, mas nunca fui de me aproximar muito das pessoas. Muitas só querem alguma coisa de mim e confiança é sempre um problema", ele disse. Oliver lhe deu um pequeno sorriso que não alcançou os olhos. "Tenho certeza que isso soa como a síndrome do pobre garoto rico e talvez este seja o ponto. Eu estou acostumado a ser sozinho."

"Não soa", ela disse rapidamente, sua expressão se suavizando enquanto estendia a mão até ele. "É difícil para as pessoas que não estão em sua posição saber em quem podem ou não confiar. Era de se esperar que isso fosse ainda mais difícil pra você", ela disse honestamente. "Mas pra sua sorte, você me conheceu", disse com um sorriso. "E eu sou quase completamente confiável", falou, tentando fazê-lo sorrir.

Ele não pôde deixar de sorrir. Oliver não estava procurando por compaixão; só queria ser honesto com ela sobre a razão de não se aproximar das pessoas. Mas ele apreciava que Chloe entendesse a posição em que ele estava, embora ela nem soubesse metade da história. "Bem, estou feliz que tenha encontrado alguém tão confiável", ele brincou enquanto dava uma batidinha com o dedo no nariz dela.

"Então me diga, Chloe, o que você gostaria de fazer agora?" ele perguntou. Oliver deduziu que estavam um pouco cansados da exibição, mas ainda era cedo e ele não estava pronto para seguirem caminhos separados.

Chloe lhe deu um olhar pensativo. "Hmm, tenho quase certeza que é sua vez de escolher. Eu acho que é justo", ela comentou enquanto terminava sua bebida e devolvia o copo em uma das mesas a caminho da parte principal da exibição. "E já que estou entediada com as flores", brincou. "Vou deixar você me surpreender com o que vamos fazer agora e nem vou reclamar."

"Posso assegurar que você não me entedia, Chloe, e não vejo porque isso jamais seria um problema", Oliver declarou. No mínimo, quanto mais tempo ele passava com Chloe, mais queria conhecê-la melhor e isso não era algo que pudesse fazer no Jardim Botânico. Ele desceu a mão até as costas dela novamente enquanto a conduzia pelo local, fazendo o possível para evitar os monitores enquanto iam para a saída.

"É um belo dia", Oliver pontuou. "Por que não fazemos uma caminhada e vemos o que nos chama atenção?" sugeriu. Não havia nada específico que quisesse fazer a não ser estar perto dela.

Ela lhe deu um olhar de lado e sorriu. "Você tem sorte que eu esteja usando saltos confortáveis", brincou. "Acho que parece uma ótima ideia", Chloe disse enquanto saíam. "Então, me fale um pouco mais sobre você." Ela caminhou com ele, tirando uma mecha de cabelo do rosto. "E não só o homem de negócios ou o sorriso adorável que você dá para as câmeras. Eu quero saber sobre o Oliver por trás das câmeras", brincou.

"Bom saber que você me acha adorável", Oliver disse enquanto debatia por um segundo e então seguia à esquerda pela rua. Ele sabia que os levaria ao centro da cidade e deduziu que encontrariam algo pra fazer lá ou simplesmente continuariam caminhando. "E esta é uma boa pergunta", acrescentou. Oliver não tinha certeza do que ela queria saber. A maior parte de sua vida era de conhecimento público e o que não era, não era por uma razão.

"Você sabe que eu sou da Califórnia, originalmente, eu fui para uma escola particular, fiquei preso numa ilha e dado como morto por dois anos. Isso não foi particularmente agradável. Eu gosto de passar meu tempo ao ar livre. Gosto de esportes radicais e carros rápidos, mas eu também gosto de momentos tranquilos como este", ele disse enquanto colocava as mãos nos bolsos da calça e olhava de lado pra ela. "O que mais você quer saber?" perguntou.

Chloe inclinou a cabeça para o lado, segurando a bolsa nas duas mãos a frente do corpo enquanto encontrava seu olhar. "Eu imagino que as pessoas saibam disso sobre você", ela disse. "Eu quero que você me conte algo que eu não leria numa revista." Ela desviou o olhar e apertou os lábios. "Quando eu era mais jovem, costumava querer ser como Elizabeth Jane Cochran", ela disse antes de continuar. "Você conhece, Nellie Bly?" ela perguntou. "Eu queria ser essa intrépida repórter e viajar pelo mundo lutando contra a injustiça com a ponta da minha caneta", disse dramaticamente enquanto falava com uma mão.

"Eu costumava escrever sobre a qualidade da carne do refeitório e a falta de fechadura nos armários da escola", disse com um sorriso. "Eu era bem ambiciosa. Na verdade foi minha mãe quem me deu meu primeiro bloco de notas. Ela costumava encorajar minhas ideias malucas", ela disse suavemente, incerta de porque tinha tocado no assunto. Chloe não falava sobre sua família normalmente ou sobre si mesma.

As pessoas sabiam o que ela queria que soubessem, mas ela gostava de Oliver e isso era raro pra ela. Não era sempre que saía com caras assim; sua vida não tinha espaço pra isso, mas também não era sempre que se sentia tão confortável com alguém.

Oliver reconheceu a tristeza em sua voz quando ela falou da mãe e teve a sensação de que algo ruim havia acontecido. Ele pegou sua mão, entrelaçando seus dedos e correndo o polegar sobre sua pele enquanto sorria. "Eu posso imaginar você salvando o mundo, um armário de cada vez. Isso é muito adorável", ele disse enquanto apertava sua mão. Chloe realmente não era como as pessoas que conhecia. Ele se encontrou querendo se abrir com ela e embora não pudesse exatamente compartilhar seu grande segredo, Oliver deduziu que podia lhe contar alguma coisa.

"Levar uma vida dupla é cansativo", Oliver admitiu, seu polegar ainda correndo a mão dela. "Eu tenho essa imagem que a mídia criou sobre mim e embora boa parte da minha reputação fosse justificada no passado, eu não sou mais essa pessoa. Mas não quero que eles ou qualquer outra pessoa saiba quem eu sou, então deixo eles pensarem o que quiserem. É simplesmente mais fácil desse jeito, mas também significa que eu não me deixe ficar muito próximo de alguém", ele disse. "É solitário, mas é a única opção que eu tenho."

Chloe foi momentaneamente distraída pelo movimento do polegar dele roçando sua pele. A ação mandou uma fagulha por seu corpo, mas quando ouviu as palavras dele, suas sobrancelhas franziram e ela olhou pra ele de novo. "Por quê?" perguntou, um tom de confusão em sua voz. "Por que esta é a única opção?" As palavras dele pareciam tão definitivas e ela se encontrou se perguntando a razão. Claro que ela não namorava muito, mas era porque tinha muitos segredos para estar num relacionamento de verdade. Chloe tinha aprendido isso da pior maneira.

"Eu não tenho nada a oferecer", Oliver repetiu. "Eu trabalho sem parar, viajo constantemente e escondo quem eu sou do resto do mundo", ele disse, referindo-se basicamente ao Arqueiro Verde a esta altura, mas deduziu que a lógica aplicava-se a Oliver Queen também. "Assim que as pessoas passam pelo nome, o dinheiro e meu rosto adorável, não estão realmente muito interessadas em quem eu sou e eu acabei me acostumando com isso", ele disse.

Chloe apertou a mão de Oliver e esperou que ele olhasse pra ela. Quando ele o fez, ela sorriu. "Bem, talvez você não esteja passando tempo com as pessoas certas", disse suavemente. "Eu entendo o sentimento de ter mais coisas além do seu nome e seu dinheiro e se as pessoas não podem ver isso, então elas não valem mesmo o seu tempo", ela disse. "Na minha opinião", acrescentou rapidamente, não querendo que ele pensasse que ela o estava julgando do mesmo jeito que as outras pessoas faziam.

"Eu entendo porque você pensa assim, eu sinto o mesmo na maior parte do tempo, que é melhor ficar sozinha", ela esclareceu. "Mas mesmo eu tenho ao menos uma pessoa em quem confiar. Uma pessoa da qual não preciso me esconder. Talvez você se sentisse menos solitário se se desse esse direito", disse a ele.

"Você está provavelmente certa a esse respeito", Oliver disse. "A maior parte das pessoas com quem eu passo meu tempo são terríveis." Ele sorriu enquanto estendia a mão, tirando o cabelo dela do rosto enquanto mantinha o olhar por um momento. Ele apreciava que ela estivesse tentando fazê-lo se sentir melhor e embora gostasse de pensar que houvesse alguém em quem pudesse confiar, Oliver sabia que não tinha muita fé em relacionamentos. Ele não via razão em se abrir para alguém apenas pra que ela fosse tirada dele no final.

"Eu não queria trazer esse tom à nossa conversa", Oliver disse enquanto corria os nós dos dedos pelo rosto dela. "Eu sei como me divertir, se estiver interessada."

Chloe engoliu pesadamente enquanto fazia o melhor pra não deixar a sensação dos dedos dele em seu rosto a distrair. Ela manteve o olhar enquanto erguia a sobrancelha, olhos repletos de curiosidade. "Você não entristeceu nossa conversa, eu gosto que você esteja sendo honesto", ela disse antes de sorrir. "Estou sempre interessada em passar bem o meu tempo, de que tipo de diversão você está falando?" ela perguntou num tom brincalhão enquanto tentava ler o olhar no rosto dele.

Oliver sorriu. "Bem, da minha posição eu vejo uma sorveteria na esquina e um cinema exibindo filmes de Bogart e Bacall daqui a uma hora. O que você acha?" ele perguntou.

O rosto de Chloe brilhou. "Acho que você me convenceu com a sorveteria", ela brincou enquanto deslizava a mão do braço dele antes de pegar sua mão novamente e puxá-lo com ela enquanto atravessava a rua, um sorriso caloroso no rosto.

"Foi por isso que falei da sorveteria primeiro", Oliver respondeu, piscando pra ela enquanto a deixava puxá-lo pela rua. Ele se sentia mais leve tendo tirado tudo isso de seu peito. Não era o tipo de coisa sobre o qual gostava de falar, nem mesmo com Carter, e ele gostava que Chloe fosse tão compreensiva. Ele realmente esperava poder contar seu segredo a ela algum dia.

________

Lois olhou feio para o computador em sua frente, nada contente com a frase que tinha escrito. Ela deletou rapidamente e escreveu uma diferente, estudou por um segundo e então apagou também. Era quase dez horas e tinha planejado deixar o Planeta três horas atrás, mas houve notícias de última hora e ela teve que escrever um artigo às pressas. O artigo tinha ficado bom, mas o seguinte estava lhe dando trabalho.

Ela começou a apagar a frase novamente quando o som de saltos clicando no chão da sala de redação basicamente vazia chamou sua atenção. Lois olhou por sobre o ombro e ergueu uma sobrancelha quando viu Chloe caminhando em sua direção. "Ei, prima", ela disse. "O que te traz aqui tão tarde?" perguntou. Lois esteve fora da cidade no fim de semana e Chloe estava trabalhando quando ela voltou, então não conseguiu conversar com sua prima desde seu encontro com Oliver e Lois estava morrendo pra saber todos os detalhes.

Chloe deu de ombros enquanto atravessava a sala e se sentava no canto da mesa de Lois, colocando sua bolsa ao lado. "Eu estava por perto e pensei em passar pra dizer oi", ela disse enquanto olhava para o computador de sua prima. Ela tinha tomado uma bebida com Oliver e quando ligou para o apartamento e Lois não atendeu, deduziu que sua prima ainda estava no trabalho. "O que está te segurando aqui até tão tarde, Lo?" ela perguntou enquanto cruzava as pernas.

"Houve uma mudança nos rumos da campanha", Lois respondeu. "O vereador finalmente admitiu que sonegou impostos e desistiu da eleição, então agora os outros dois idiotas estão lutando por seu lugar. Um pior que o outro", ela disse. Seus olhos passaram pela roupa de Chloe e ela percebeu que ela estava um pouco arrumada demais para apenas estar passando por ali. "O que aconteceu esta noite? Outro encontro com o bilionário bonitão?" ela perguntou. "Eu quero detalhes."

Chloe revirou os olhos, mas deu um risinho. "Oliver e eu tomamos algumas bebidas e conversamos um pouco. Nada demais", ela disse. "Além do mais, não acho que seja um encontro de verdade, somos amigos..." ela disse, deixando as palavras no ar. Na verdade, Chloe estava confusa com os sinais dados pelo homem em questão. Ela gostava de estar com ele e tinha quase certeza que ele gostava de estar com ela também, mas algumas vezes sentia que ele estava se segurando, e ela não sabia o porquê.

Eles tinham saído mais duas vezes desde que ela o convidou para o Jardim Botânico na última semana e ele não tinha nem tentado beijá-la. Chloe estava começando a achar que ele não estava interessado nela desse jeito, não que realmente pudesse culpá-lo.

Lois ergueu uma sobrancelha ao tom de sua prima. Ela sabia que Chloe estava tentando agir como se não fosse nada demais, mas Lois conhecia sua prima melhor que ninguém. "O que está acontecendo, Chlo?" ela perguntou. "Você diz que são amigos, mas estou achando que você espera que se torne algo mais, certo? Fala comigo", ela apressou, querendo ajudar sua prima de algum jeito.

Chloe hesitou enquanto mordia o lábio inferior. "Eu gosto dele", ela declarou. "E eu sei que ele gosta de passar tempo comigo, mas é tão confuso. Ele está me mandando todos os tipos de sinais confusos", ela disse. "Quer dizer, se Oliver Queen estivesse procurando uma namorada, duvido que ele pensaria em mim, mas ele deve gostar de estar comigo se está disposto a passar tanto tempo comigo... certo?" ela perguntou suavemente.

"Pára de se desmerecer", Lois respondeu. Ela sabia que sua prima não fazia ideia do quanto era maravilhosa, mas parecia que Oliver pelo menos tinha uma ideia. "O Garoto Bilionário poderia passar o tempo dele com qualquer pessoa e ele escolheu passar com você. Eu diria que é um grande sinal de que ele está interessado, Chlo. Me fala mais sobre esses sinais confusos", ela disse curiosamente.

Chloe franziu a testa. "Eu não sei. Ele me leva pra sair, não me deixa pagar a conta", ela disse com um revirar de olhos. "Pode ser besteira, mas ele sempre está me tocando de algum jeito, mas então no fim da noite não acontece nada. É como se ele mudasse de ideia", ela disse com um suspiro. "Oh e ele está sempre dizendo o quanto é solitário, mas que é assim que tem que ser porque ele não tem nada a oferecer a uma mulher."

"Talvez ele seja gay", Lois sugeriu. Não conseguia pensar em outra explicação para este tipo de comportamento, além de ele ser um serial killer, mas ela achou que gay era mais provável.

Chloe ergueu uma sobrancelha para a prima. "Sim, eu acho que não. Talvez ele só não esteja interessado em mim como algo mais que uma amiga", ela disse com um dar de ombro. "Talvez eu não seja seu tipo. Mas vamos deixar isso pra lá", ela disse. "Acha que vai terminar logo?" ela perguntou.

"Ok, talvez ele não seja gay, mas talvez ele não saiba que você está interessada. Você precisa dar mais pistas, Chlo." Lois ergueu a mão, não querendo que ela achasse que a estava provocando. "Tudo que eu estou dizendo é que talvez você também esteja enviando sinais confusos." Ela parou, deixando sua prima digerir aquilo. "Eu vou ficar aqui por um tempo. Smallville vem me pegar depois da patrulha."

Chloe refletiu sobre as palavras de Lois por um minuto antes de inclinar a cabeça para o lado. "Então você está sugerindo que eu o deixe perceber que estou interessada?" ela perguntou.

"Eu não sei", Lois disse. Era difícil pra ela julgar quando nunca os tinha visto juntos. "Toque-o mais, faça comentários sugestivos, jogue ele na cama e aproveite", ela brincou, dando um risinho.

Chloe revirou os olhos e deu risada. "E com isso, acho que vou embora", ela disse enquanto descia da mesa e pegava a bolsa. "Boa sorte com seu artigo e te vejo em casa", ela disse com um sorriso enquanto acenava.

"Pense no que eu disse, Chlo!" Lois disse a sua prima. Ela duvidava que Chloe fosse aceitar sua sugestão, mas talvez ela tivesse coragem pra fazer algo mais sutil. Lois tinha a sensação que Chloe realmente gostava de Oliver e não conseguia se lembrar da última vez em que tinha visto essa fagulha em sua prima, então desejava que desse certo.

Chloe acenou novamente. "Tá, tá", disse antes de subir as escadas e ir para a porta da frente. Ela a abriu e o vento frio passou por ela, fazendo-a estremecer levemente enquanto procurava as chaves na bolsa.

Estava mais frio do que antes e ela estava ansiosa pra chegar em casa. Chloe pegou as chaves e já ia pressionar o botão pra desativar o alarme quando ouviu um barulho num beco próximo do Planeta. Ela olhou na direção, hesitando antes de pegar o spray de pimenta da bolsa e ir na direção do beco.

O que ela viu a fez congelar no lugar. Uma jovem passou por ela chorando, mas os olhos de Chloe estavam no potencial bandido e no vigilante o atacando. Ela observou enquanto o Arqueiro Verde se movia, punhos voando e ela estreitou os olhos. Havia algo familiar nele.

Chloe aproximou-se da parede, tentando ter uma visão melhor e quando os braços dele se flexionaram e a luz atingiu seu queixo, ela arfou, pressionando em seguida uma mão sobre a boca e arregalando os olhos. Ela foi para um canto para que ele não pudesse vê-la, coração acelerado. Oliver era o Arqueiro Verde.

Oliver atingiu o cara novamente, mandando-o de encontro a parede e o observou com satisfação cair no chão. "Não é tão divertido quando você escolhe alguém que pode lutar de volta, não é?" ele zombou enquanto estendia a mão até seu cinto de utilidades e pegava cordas. Ele se ajoelhou ao lado do bandido, que estava quase inconsciente e rapidamente amarrou suas mãos. Oliver já estava indo embora quando viu o homem seguindo a mulher. Ele a agarrou e a puxou pra dentro do beco e Oliver teve que tirá-lo de cima da garota para que ela pudesse correr.

Assim que terminou de amarrá-lo, Oliver se levantou e pegou o celular que usava durante as patrulhas. Ele digitou uma rápida mensagem para a polícia, avisando que havia deixado um pacote pra eles e então pegou seu arco e atirou uma flecha na direção do telhado. Ele correu até lá, se jogando até o outro prédio antes de ir até a beirada e olhar a área pra ver se tinha mais alguma ocorrência pra ele,antes de voltar para o museu. Não conversava com Carter há dias e Oliver queria ter certeza que ele não estava se afogando em bebida.

Chloe observou boquiaberta enquanto ele pulava de um telhado a outro. "Oh meu Deus..." ela disse enquanto ouvia as sirenes e rapidamente se afastou da lateral do prédio. Ela o viu começar a se mover novamente e teve o repentino desejo de segui-lo e ver pra onde ele ia.

Ela sabia que isso era errado, mas não podia evitar. Isso explicava tudo. Ela praticamente correu para o carro antes de abrir a porta, entrar e ligá-lo. Ela saiu com o carro, de olho na estrada e no heroi pulando de telhado em telhado. Chloe tinha toda intenção de descobrir onde ele estava indo e como não tinha descoberto nada antes.

Vinte minutos depois, Oliver desceu do telhado do museu. Ele guardou o arco, tirou o capuz e os óculos e entrou pela porta da frente, franzindo a testa quando percebeu que não estava trancada. "Carter, cadê você?" ele chamou, não se incomodando com os normais insultos enquanto atravessava o corredor. Carter não estava no saguão nem no escritório, então ele foi direto para o fundo do museu onde ficava a sala original da SJA. Ele o encontrou ali, olhando para o armário onde estava seu uniforme. "Está pensando em sair pra patrulhar? Eu ficaria feliz em te ajudar", ele ofereceu.

O som da voz de Oliver o assustou e ele se virou, engolindo em seco enquanto cruzava os braços sobre o peito. "Acho que a cidade tem herois suficientes no momento", resmungou antes de olhar para o uniforme de sua esposa. "O que você está fazendo aqui?" ele perguntou, tentando parecer irritado quando na verdade estava agradecido pela companhia.

"Eu estava na vizinhança", Oliver respondeu, dando de ombros. Ele estava acostumado com a atitude de Carter e podia dizer que ele não estava protestando tanto quanto fazia normalmente, então Oliver decidiu que tinha tomado a decisão certa. "As coisas estavam bem tranquilas esta noite, embora eu tenha dado uns chutes no traseiro de um bandido. Ele não estava entendendo então tive que ser um pouco agressivo. E você, o que está fazendo aqui ainda? Coisas chatas do museu?" ele sugeriu, tentando manter a conversa leve.

Carter assentiu. "O museu não é chato. Nossa história está aqui, você deveria se lembrar disso", ele disse enquanto estudava o uniforme de sua mulher por outro minuto antes de fechar as portas e trancá-las. Ele se virou de frente para o jovem e suspirou.

"Você não deveria estar lá fora com sua amiga?" perguntou enquanto voltava para a mesa no meio da sala. Carter sabia que Oliver vinha passando bastante tempo com ela ultimamente.

"História sempre foi minha matéria preferida", Oliver declarou. "Mas isso não significa que tenha que viver e respirar História. Nem você deveria", Oliver acrescentou. Ele sabia que Carter raramente saía do museu e isso não era bom. Mesmo que ele não fosse se equipar e ser o heroi, ele deveria ir tomar ar puro de vez em quando e interagir com outras pessoas. Talvez assim ele fosse menos ranzinza.

"Pra sua informação, eu bebi alguma coisa com ela mais cedo", Oliver disse. "Nos divertimos muito, obrigado por perguntar, mas eu precisava ir patrulhar. Não é você quem vive me dizendo que o trabalho vem antes de tudo?" ele perguntou.

Carter assentiu. "Eu disse isso", ele falou baixinho enquanto colocava as mãos no bolso e apertava os lábios. "Algumas vezes está tudo bem colocar outra coisa em primeiro lugar", ele comentou antes de clarear a garganta. "Eu já ia pra casa", ele disse enquanto lhe dava mais um olhar. "É bom te ver inteiro."

"Sua preocupação pelo meu bem-estar é tocante", Oliver brincou. Ele deu um tapinha nas costas dele e foi até a porta. "Acho que eu também vou pra casa. Eu deveria ter adivinhado que já passava da sua hora de dormir", brincou, propositadamente ignorando o que Carter tinha dito sobre colocar outras coisas antes do trabalho. Era algo que discordavam há muito tempo.

Carter bufou. "Eu devo lhe avisar que não sou nem de perto tão velho quanto você pensa", ele disse pontualmente. "Eu acho--" O som de saltos no corredor fez as palavras de Carter morrerem enquanto franzia as sobrancelhas. Ele olhou para Oliver e pressionou um dedo nos lábios enquanto rapidamente se movia para o lado da sala e pegava uma das armas. Ele gesticulou para Oliver fazer o mesmo e ir para o lado da porta.

Oliver ergueu uma sobrancelha à reação de Carter, mas fez o que ele pediu, indo para o outro lado da porta e puxando o capuz de volta. Ele pegou os óculos com uma mão e o arco com a outra enquanto se lembrava que a porta da frente estava destrancada quando entrou e não tinha se incomodado em fechá-la.

Ele podia ouvir a pessoa se aproximando e colocou os óculos enquanto observava Carter se posicionar. Ele começou a levantar o arco e parou, sua boca abrindo em choque quando viu quem entrava pela porta. "Chloe?" ele perguntou, percebendo um segundo tarde demais que não tinha ligado o distorcedor.

_______
CINCO

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8 comentários:

  1. Nossa, sensacional esse final... E Agora?

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    1. Suspense, né, Raquel? Esse capítulo realmente termina cruel...

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  2. Aaah, os braços... e o queixo... Aaaaah! *-*
    Bem rápida a Chloe... muito bom, mesmo!!

    Adorando...

    GIL

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    1. Haha... Também, onde é que vc vê essa combinação dando sopa? Se tiver por aí a gente reconhece na hora... Chloe mui esperta...

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  3. Aguardando pra ver a reação do Carter ...

    Alice

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