9.9.12

In Our Hands (11/27)


Título: Em Nossas Mãos
Resumo: "As palmas não mentem, Oliver." Zatanna aclamou enquanto ele afastava a mão. "Você tem um filho."
Autora: slytherinpunk
Classificação: R (eventualmente NC-17)
Spoilers: segue os acontecimentos até o terceiro episódio da décima temporada e segue AU depois disso. Oliver nunca se revelou como Arqueiro Verde e Tess nunca comandou a Watchtower.
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Oliver deu uma olhada para Chloe enquanto esperavam Connor sair da escola. Ela estava quieta desde a noite anterior. Chloe não parecia nervosa, ou chateada, mas não tinha descido até que fosse hora de começar a fazer o jantar. Falava quando era perguntava, ou quando Connor precisava de ajuda com a lição de casa. Mas estava sendo menos sociável.

Isso irritava Oliver. Ele continuava tentando descobrir se tinha feito alguma coisa errada, mas não conseguia. Ela estivera de ótimo humor na padaria, e mesmo quando saíram do carro. Não tinha sido maldosa em suas palavras, só um pedido de desculpas que ele não fazia ideia da razão.

Estava começando a se perguntar se vê-lo interagindo com Connor doía de algum modo. Não era sua intenção. Oliver amou Connor instantaneamente, e só queria estar ali por ele. Imaginou que era instinto ou a natureza que trouxe seu lado pai à tona. Mas não queria que Chloe sentisse que ele estava tentando roubar Connor da mãe, ou tentando passar por cima dela. E se era com isso que ela estava preocupada, não tinha razão pra estar.

Oliver clareou a garganta enquanto observava as crianças saírem correndo pelas portas. "Então, você disse que temos tempo para um lanche rápido antes dele ir para o treino?"

A voz dele a arrancou de seus pensamentos e ela lambeu os lábios levemente. Depois de tê-lo deixado na cozinha na noite anterior e se escondido no quarto, tinha percebido o quanto foi horrível ao separar Connor de Oliver todos esses anos. Sim, suas intenções eram puras e ela estava tentando proteger seu coração e o de Connor... mas isso não era desculpa, e agora podia ver o quanto ter perdido tudo magoava Oliver.. e bem, fazia seu coração doer por ser a responsável por tal dor.

Chloe assentiu, mas não olhou pra ele. "É, mas quando temos treino, jantamos mais cedo. Então quando chegarmos em casa podemos fazer um lanche enquanto ele faz a lição de casa. Estou pensando em fazer um macarrão pra hoje à noite, tudo bem pra você?"

"Sim, claro." Oliver viu Connor correndo na direção do carro e olhou de volta para Chloe. "Eu posso cozinhar algumas noites... sabe, se você tiver muito trabalho ou quiser descansar um pouco. Eu não me importo."

Chloe sorriu ao ver Connor e acenou antes de olhar brevemente para Oliver e se virar para a janela. "Não precisa... eu já estou acostumada." Segundos depois Connor estava abrindo a porta de trás, entrando no carro e colocando o cinto. Chloe olhou pra trás com o sorriso aumentando. "Oi, docinho, como foi a escola?"

Connor deu de ombros. "Tudo bem. O teste de matemática foi fácil."

Oliver olhou pra trás. "Sem Nickolaus hoje?"

Connor balançou a cabeça. "A mãe dele veio buscar."

"Oh", Oliver se virou para Chloe e ligou o carro de novo. "Direto pra casa, então?"

Chloe assentiu. "Sim, direto pra casa."

Oliver saiu com o carro e Connor franziu a testa enquanto olhava entre eles. Estava silencioso de novo, igual à noite anterior. Não sabia o que estava acontecendo, mas sua mãe vinha agindo de um jeito estranho nos últimos dias.

Chloe correu as mãos pelos braços algumas vezes. Não tinha percebido que esquecera a blusa até já estarem a caminho da escola e estava com frio. Ela estremeceu levemente antes de falar com o filho. "Aposto que você está feliz por ser sexta... e está ansioso para o jogo de amanhã?"

Connor assentiu. "Sim! O técnico disse que temos uma boa chance." Ele se mexeu para olhar melhor para Oliver do banco traseiro. "Oliver vai ao jogo amanhã?"

Hesitando, Oliver olhou para Chloe por um momento antes de responder. "Sim amigão, estou bem animado pra ver seu treino hoje também."

Connor ergueu uma sobrancelha, curioso em saber porque o amigo de sua mãe estava animado pra vê-lo treinar. "Por quê?"

Oliver parou. "Porque você gosta tanto de futebol." Ele tentou se concentrar na estrada enquanto falava. "Eu nunca joguei, estava sempre ocupado com outras atividades na escola."

Connor apertou os lábios enquanto ouvia as palavras de Oliver. "O que você fazia?"

"Esgrima", Oliver sorriu. "E um pouco de arco e flecha..." Ele tossiu. "Acho que sua mãe também praticou alguns esportes."

Franzindo as sobrancelhas, Connor olhou para sua mãe de novo. "Não-não, ela disse que trabalhava no jornal da escola."

Oliver deu um risinho. "Acho que eu me lembro de alguma coisa sobre bancar a cheerleader..." Ele tentou suprimir uma risada. "E eu acho que isso é um esporte na América."

O filho deles franziu a testa e se virou para Chloe. "O que é ser uma cheerleader?"

Chloe se virou lentamente na direção de Oliver, dando um olhar feio em sua direção, mas não havia real maldade por trás. "Não dê ouvidos a Oliver, docinho. Eu nunca pratiquei esportes... e cheerleader... é igual ginástica..." Ela franziu o nariz e se mexeu levemente para que pudesse olhar para Connor. "São garotas que torcem por alguns esportes na América."

Connor inclinou a cabeça. "Então, não é um esporte de verdade..."

Dando risada, Oliver entrou na rua da casa, estacionando o carro. "Muitos rapazes nos Estados Unidos acham que é um esporte", Oliver sorriu enquanto tirava o cinto.

Connor tirou o cinto, pegando a mochila e pulando do carro ao lado de Chloe. "Aqui não tem cheerleader", Connor disse a ele. "Mas acho que você vai gostar mais de futebol... mesmo a gente sendo criança."

Ele se virou com sua mãe indo pra casa. "O que tem pra jantar? O técnico disse que temos que ser homens senão não vamos ter energia para o jogo."

Chloe deu um risinho. O técnico de Connor era duro com as crianças, mas só porque ele era um excelente professor e uma boa pessoa. Ela tinha pesquisado sobre ele... antes de matricular Connor. Ele era o melhor e parecia gostar realmente das crianças.

"Macarrão com frango e pão de alho. Lição de casa primeiro... Você está com fome agora? Quer fazer um lanche?" Ela destrancou a porta antes de deixar Connor correr pra dentro antes de segui-lo, Oliver vindo atrás e trancando a porta atrás dele.

"Sim!" Connor correu até a sala, jogando a mochila no chão ao lado de uma cadeira. "Só tenho que estudar história", ele disse por sobre o ombro antes de correr escada acima pra se trocar.

Oliver foi atrás de Chloe, seguindo-a até a cozinha enquanto ouviam os passos de Connor em cima deles.

"Precisa de ajuda? Eu posso começar a comida se você quiser", ele ofereceu novamente.

Ela olhou pra ele por sobre o ombro e balançou a cabeça, a voz calma enquanto colocava suas coisas sobre a mesa e começava a pegar as panelas. "Não, obrigado. Eu terminei o que tinha pra fazer em uma aula vaga. Então está tudo bem... mas eu agradeço a oferta." Chloe podia sentir os olhos dele nela enquanto pegava o macarrão e colocava o pacote de lado. Ela expirou enquanto se movia pela cozinha.

Depois de sua reflexão na noite anterior, era difícil ficar no mesmo lugar que Oliver sem se sentir terrivelmente culpada e talvez devesse mesmo se sentir assim, mas saber que tinha causado a ele tanta dor... era inquietante. E era algo que ele jamais conseguiria perdoar, então tinha que lidar com ele sendo parte da vida de Connor... mas nunca da dela. Afinal, ele tinha uma noiva esperando em casa.

Ela podia sentir o peito apertando e clareou a garganta. "Se você está procurando alguma coisa pra fazer, você podia arrumar a mesa e então ir ajudar Connor com a lição de casa. Tenho certeza que você vai gostar de passar algum tempo com ele e ele não vai descer antes do jantar."

Oliver assentiu. "Claro, eu adoraria ajudar." Ele deu risada, coçando a cabeça. "Mas não conheço bem a história da Alemanha, então acho que na verdade é ele quem vai me ensinar alguma coisa."

Chloe deu de ombros com um sorriso nos lábios. "É, eu também não... Pelo menos nada além do básico." Ela encheu uma panela com água e colocou no fogo sem ligá-lo. Pegou o frango que tirou da geladeira, levou para a pia, lavou as mãos e começou a limpá-lo enquanto Oliver se movia pela cozinha atrás dela, silêncio outra vez dominando o ambiente.

Mexendo-se levemente, Oliver olhou pra ela por um momento, antes de respirar fundo. Ela ainda etava muito quieta, e ele realmente não fazia ideia do porque. Pensou que as coisas estivessem indo bem, pelo menos não estavam discutindo ou se ofendendo sempre que o filho estava longe.

Ele expirou lentamente. "Eu entendo que eu estar aqui é... difícil." Ele manteve os olhos nas costas dela, suas mãos inquietas. "Mas Chloe... eu não estou aqui pra chatear você. E Connor vai perceber como seus sorrisos são falsos..."

Ele olhou para o chão. "Se ele é um pouco igual a mim, ele vai sacar logo." Ele lambeu os lábios nervosamente. "Se for mais fácil pra você, eu posso ficar em um hotel... eu acredito quando você diz que não vai fugir com Connor."

Ela se virou de frente pra ele com um olhar realmente confuso no rosto. "Você não me chateia estando aqui... eu... agora que você sabe sobre Connor..." Ela olhou brevemente para a sala pra ter certeza que o filho não estava ouvindo e falou mais baixo. "Estou feliz que você queira estar aqui por ele. Se você preferir ficar em um hotel tudo bem. Eu não estava tentando te obrigar a ficar aqui..."

Ela parou. "Eu estou tentando te dar espaço, Oliver... eu..." Olhando para as mãos, ela tentou manter as emoções sob controle. Não podia chorar toda vez que estavam sozinhos em um lugar.

"O que mais você quer? Eu fiz tudo que posso pra fazer você se sentir bem-vindo aqui... eu sinto muito, eu--" Chloe balançou a cabeça, fechando a boca e engolindo em seco. Precisava de um minuto.

Oliver sempre tinha um jeito de afetá-la, mas o que ele queria? Era difícil ter o homem que você nunca deixou de amar na sua casa quando ele sabe que não consegue ficar perto de você... Ela enxugou as mãos numa toalha, murmurou um 'com licença' e passou por ele.

Oliver bloqueou a saída, segurando-a gentilmente. "Chloe, eu sei disso, e eu não estou pedindo nada mais... eu--" Ele engoliu em seco, sua garganta queimando. "Eu só não quero chatear você... nunca quis isso."

Ele podia ouvir os passos de seu filho descendo as escadas e tirou as mãos de Chloe. "Só... vamos tentar nos divertir com Connor, juntos... costumávamos ser bons em nos divertir juntos, não precisamos fingir."

Connor correu escadas abaixo, parando na porta antes de olhar para a cozinha, franzindo a testa para o quanto sua mãe e Oliver estavam próximos. "Mãe", ele choramingou. "Você ainda não começou o jantar?!"

As palavras dele doeram, embora ela soubesse que ele não tinha tido nenhuma outra intenção. Como ela podia se divertir sabendo que era uma mentira? Por que fingir que eram uma família feliz quando isso jamais aconteceria? Como isso era justo com ela? Qual era a razão? Sabendo que quando ele tivesse conhecido Connor e tivesse organizado um calendário de visitas ele voaria direto para Dinah deixando-a com o coração ainda mais partido do que antes. E o que ele quis dizer com tirar nada dela? Ela tinha parado de pensar que ele ia fugir com Connor... se ele fosse fazer isso, já teria feito.

Ela olhou para Connor, sua voz forçada. "Eu vou começar agora, por favor vá estudar, Connor. Oliver vai te ajudar em um minuto..." Connor olhou de um para o outro com a testa franzida antes de voltar lentamente para a sala.

Quando ele estava fora de vista, Chloe olhou para Oliver e apertou os lábios. "Eu não estou infeliz e sim, costumávamos ser bons em fazer as coisas, Oliver... e, aparentemente, não somos mais assim."

Ela podia sentir as lágrimas surgindo nos olhos e amaldiçoou suas emoções por tomarem conta novamente. "Eu não quero brigar com você, na verdade é a última coisa que eu quero fazer. Eu sei que você está preocupado que Connor veja a tensão entre a gente e que isso afete o jeito que ele te vê... eu não vou deixar isso acontecer... vou fazer o melhor possível. Olha, só... vai ajudar ele, ok? Eu estou bem aqui, não preciso de ajuda."

Oliver manteve o olhar por um momento, em silêncio por alguns momentos antes de desviar o olhar. "Sim, ok." Ele saiu da cozinha e foi em direção a sala, uma dor com a qual ele tinha se acostumado quando o assunto era ela, queimando seu peito.

O problema era a proximidade deles, ele decidiu. Ele não ficava tão perto de Chloe Sullivan há quase uma década, e agora que sabia que tinham uma criança, e estavam na presença um do outro, em algum lugar ele naturalmente esperava que ela se apoiasse nele. Ele percebeu agora o quanto isso tinha sido bobo de sua parte, e não tinha certeza se alguma vez no tempo em que se conheciam, ela realmente tinha se apoiado nele.

Ele entrou na sala, parando a alguns metros de Connor enquanto ele pegava o livro da mochila e o colocava sobre a mesinha em sua frente. Oliver observou ele abrir o livro, virando as páginas até encontrar a que procurava.

Oliver amava Chloe, e sabia que sempre amaria. Embora não entendesse as razões dela, ou concordasse com seus métodos, não podia se arrepender de ter feito uma criança com ela, e estava agradecido e admirando as qualidades que ele tinha herdado dela. Mas não queria que Connor fosse tão independente como sua mãe. E Oliver ia garantir que Connor soubesse que seu pai estaria ali pra ele se ele precisasse de alguma coisa, apesar dos últimos seis anos.

Sentindo os olhos sobre ele, Connor olhou em sua direção, vendo Oliver parado ali. Ele ergueu uma sobrancelha, jogando a cabeça pra trás para olhar pra ele. "Ela te chutou da cozinha também?"

Oliver sorriu enquanto ia se sentar na frente dele. "Sua mãe decidiu que enquanto estou aqui, preciso de um curso rápido sobre a história alemã." Ele se inclinou pra frente enquanto olhava para o livro na frente deles. "Talvez se eu te ajudar a estudar, eu aprenda uma ou duas coisas."

Connor o estudou por um momento, antes de dar de ombros e olhar para o livro. "Ok... mas você já perdeu muita coisa, e eu não posso voltar para o começo."

Oliver mordeu a parte interna na bochecha enquanto assentia, um brilho nos olhos tentando não rir diante da expressão séria no rosto dele. "Você está certo, eu não quero te atrapalhar então vou começar de onde você está."

"Ok", Connor piscou e olhou pra ele de novo. "É melhor você sentar do meu lado pra ler melhor..."

Oliver sorriu antes de se levantar e dar a volta na mesa, sentando-se ao lado de Connor. "Então o que está acontecendo na Alemanha? O que vocês estão estudando?"

"As revoluções", Connor respondeu enquanto se voltava para o livro. "Você sabe ler em alemão?"

Assentindo, Oliver foi para a beirada do sofá, para olhar o livro. "Sim, eu consigo."

"Certo, eu leio a primeira parte e você lê a outra", Connor disse antes de começar a ler o parágrafo.

Oliver ouviu atentamente, orgulhoso em ver Connor conseguindo ler, tendo dificuldade apenas algumas vezes e se corrigindo antes de Oliver. Ele estava maravilhado com a certa fluência com que ele lia tanto inglês quanto alemão, e imaginou como Chloe tinha conseguido ensinar as duas línguas ao filho deles.

Continuando, Oliver leu sua parte, cometendo alguns erros mas conseguindo se corrigir facilmente enquanto ele e Connor iam revezando. Havia poucas páginas no capítulo quando Connor parou, virando-se para olhar para Oliver enquanto afastava o livro.

"Isso é muito estranho."

Oliver franziu a testa. "Eu não sei, muitas coisas grandes acontecem por causa das revoluções... veja os Estados Unidos por exemplo..."

"Não", Connor balançou a cabeça e apontou entre ele e Oliver. "Isso é estranho... Um bilionário estudando história alemã comigo..." Ele franziu o nariz. "Por que você quer perder seu tempo com isso?"

"Não estou perdendo tempo", Oliver discordou. "Eu estou conhecendo você, e desse jeito, nós dois aprendemos um pouco de história e com sorte eu te ajudo a estudar ao mesmo tempo."

Connor estreitou os olhos, procurando algum traço de mentira no rosto de Oliver, mas não encontrou nenhum. "Ok... É por isso que você quer ir ao treino também?"

"Sim", Oliver sorriu. "E quero ver como você joga e como se diverte."

"Jogos são mais legais que os treinos", Connor pontuou.

Oliver inclinou a cabeça para o lado. "Verdade, mas desse jeito eu posso ver como você melhora e como são seus treinos."

"Eu estou melhor que no ano passado, mas preciso melhorar mais." Connor olhou para o relógio sobre a lareira. "Falando em treino, está quase na hora... tomara que a mamãe termine o jantar logo."

Oliver seguiu os olhos de Connor até o relógio. "Tenho certeza que já deve estar quase pronto." Ele sorriu para Connor. "Vamos terminar este capítulo, assim você não precisa continuar quando voltar do treino?"

Assentindo, Connor tentou encontrar onde tinha parado no texto e continuou lendo sem parar até ser a vez de Oliver de novo.

Chloe ouvia enquanto eles estudavam e liam e reliam enquanto ela cozinhava, e não pôde deixar de sentir a culpa aumentando dentro dela, sabendo que isso era o que Oliver teria feito esse tempo todo se não fosse por ela.

A mesa estava pronta e ela pegou a comida do fogão, levando tudo para a mesa e pegando chá gelado. Ela pressionou as palmas sobre a mesa, e se inclinou levemente, fechando os olhos. Tinha que parar de fazer isso com si mesma. O que estava feito estava feito... não podia devolver a Oliver os seis anos que ele perdeu, mas podia fazer tudo que estivesse a seu alcance para garantir que ele fosse parte da vida deles agora, e isso significava deixar Connor vê-la confortável perto dele... mesmo que estivesse fingindo.

Choe precisava se livrar da culpa... ou pelo menos empurrá-la para o fundo de sua mente para que suas ações não influenciassem os sentimentos de Connor em relação a Oliver. Ele estava certo em se preocupar... Connor estava sempre fazendo muitas perguntas. Ela podia fazer isso... podia fingir que estava tudo bem, e até tentar se divertir um pouco... mesmo que isso significasse se magoar no processo porque Connor valia à pena... ele valia tudo e qualquer coisa.

Engolindo em seco antes de se afastar da mesa, ela foi até a sala. Recostou-se contra a porta, e respirou fundo, aliviando a tensão de seu corpo, e sorrindo para Oliver e Connor que estavam de costas pra ela.

"Ok, garotos... chega de estudar, o jantar está pronto."

Os dois viraram a cabeça pra ela e Connor pulou em segundos. "Yay! Obrigado, mãe!" Ele passou por ela em direção ao corredor antes de subir as escadas correndo para ir até o banheiro lavar as mãos.

Oliver olhou para o relógio, percebendo que tinham ainda quarenta minutos antes do treino de Connor. Virando-se de volta pra ela, ele se levantou do sofá e sorriu. "Você realmente tem um timing perfeito."

Chloe deu risada e deu de ombros. "Imagina... eu só tenho sorte." Ela apontou para a pia da cozinha. "Você devia lavar as mãos também... eu peguei chá gelado, tudo bem? Ou você queria outra coisa?"

Ela se virou e voltou para a mesa começando a servir a massa e o frango. Ela parou e olhou pra ele. "Uma ou duas porções?"

Ele abriu a torneira para lavar as mãos. "Chá gelado está ótimo, e uma porção está bom, obrigado." Fechando a torneira, ele estendeu a mão, enxugando as mãos em um guardanapo e se sentando na hora que Connor entrou na cozinha.

"O cheiro está bom, mãe", Connor foi para sua cadeira de sempre. "Posso tomar leite, também? O técnico diz que leite ajuda a deixar os ossos fortes, e eu preciso ser forte."

Chloe mordeu o lábio para não sorrir e olhou sério para seu filho, assentindo. "Obrigada, querido, e é claro, eu vou pegar leite pra você." Ela foi até a geladeira, pegou o leite e voltou, servindo o copo de Connor.

Quando já estava na metade ela parou e guardou o leite antes de se sentar de frente para Connor. Observou o filho deles imediatamente começar a comer o macarrão e cortar o frango em algumas fatias. "Então, o que vamos fazer neste fim de semana? Além do jogo de amanhã?"

Connor deu de ombros. "Podemos visitar o museu." Ele pegou o garfo e começou a cortar mais o frango que sua mãe já tinha cortado. "Oh! Tem a feira de livros! Quando é?"

Oliver levou o garfo até o macarrão antes de parar. "Feira de livros?"

Assentindo, Connor se virou pra ele. "É a maior feira de livros do mundo! Nós vamos todo ano, não é mãe?"

Ela assentiu enquanto levava o macarrão até a boca. "Claro que vamos. Começa domingo e vai até o próximo fim de semana. Quando você quer ir?"

"Domingo? Pode ser?" Connor olhou para Oliver antes de colocar mais macarrão na boca. "Você vai estar aqui?"

Oliver sorriu. "Sim, eu ainda vou estar aqui."

"Bom, você não vai querer perder." Ele colocou mais macarrão na boca, e pegou mais frango, engolindo em seguida. "Você tem que voltar para o auto-show um dia, é enorme!"

"Eu acho que posso providenciar", Oliver se virou para Chloe com um pequeno sorriso antes de dar outra mordida.

Chloe deu risada enquanto Connor comia mais e devolvia o sorriso de Oliver com um sorriso também caloroso. Ela olhou rapidamente para seu filho, o tom divertido. "É melhor você mastigar direito, atacante. Eu sei que você tem uma boca grande, mas precisa engolir primeiro antes de pegar mais comida."

Ela mexeu na comida e engoliu em seco. "Eu estava pensando... talvez a caminho de casa podemos passar na locadora e pegar um filme ou dois e alguns salgadinhos... nós três podemos ter uma pequena... noite de filmes. Eu posso até deixar você ficar um pouco mais tempo acordado", ela olhava firmemente para o prato, mas manteve toda a tensão longe de seu corpo, parecendo muito mais calma do que realmente se sentia.

"Eu acho que é uma ótima ideia", Oliver sorriu para Chloe antes de olhar para seu filho.

Connor engoliu sua comida, e quase pulou da cadeira. "Yeah!" Ele pegou o leite e tomou um gole antes de colocar o copo de volta na mesa. "Podemos alugar Robin Hood?"

Oliver congelou antes que seus olhos fossem imediatamente para Chloe, sinceramente agradecido antes de olhar para o filho. "Robin Hood com Kevin Costner, ou Russel Crowe?"

Connor inclinou a cabeça pensando antes de dar de ombros. "Os dois."

Chloe sentiu o coração aquecer ao ver o sorriso brilhante no rosto de Connor. "Meu pequeno justiceiro... Sempre com suas flechas", ela levou um pedaço de frango até a boca.

"Você também ama o Robin Hood, mamãe..."

Ela assentiu. "Eu amo... ele é um heroi."

Connor assentiu enquanto jogava mais macarrão na boca antes de mastigar e engolir. "Igual o Arqueiro Verde... Certo, mãe? Você acha que o Robin Hood também é o heroi preferido dele?"

Chloe parou brevemente ao silêncio que envelopou o lugar e deu de ombros antes de seus olhos brilharem de humor. "Sim... Igual a ele... Eu não sei, mas isso explicaria a meia-calça."

"Não é meia-calça", Connor e Oliver disseram juntos, os dois com a mesma expressão antes de se olharem.

Oliver ficou levemente vermelho. "Mas... eu tenho certeza que Robin Hood também era o heroi favorito dele..." Oliver respondeu enquanto Connor olhava pra ele intrigado. Ele tossiu para clarear a garganta enquanto movia o garfo ao redor do prato. "Pelo menos explica o fato de ele usar um arco e uma aljava cheia de flechas."

Connor olhou pra ele por mais um momento antes de olhar de volta para sua mãe. "Viu, mãe? Até o Oliver diz que não é meia-calça..."

Chloe deu uma risada honesta e balançou a cabeça. "Por que será que eu sabia que vocês dois iam dizer isso? Sempre defendendo o justiceiro de verde..."

O olhar no rosto dela era de reprimenda, mas seu tom alegre. "E desculpe, vocês dois estão errados, com certeza ele usa meia-calça. Não me importa o que vocês digam."

Ela disse apontando pra eles com o garfo. "Agora vocês dois terminem o jantar, Connor você ainda tem que se trocar e temos menos de vinte minutos. Eu limpo a mesa..."

Ela se levantou e pegou o prato e foi para a pia enquanto falava por sobre o ombro. "Ollie, quando você terminar, pode ajudar a preparar a bolsa de Connor para o futebol enquanto ele se troca? Eu te digo o que precisa colocar dentro."

Oliver terminou sua comida, engolindo antes de se levantar e levar o prato até a pia. "Claro, sem problema."

Connor colocou o garfo no prato e pegou o copo, terminando o leite antes de tentar pegar o prato e o copo para levar até a pia.

"Ei, eu cuido disso", Oliver pegou o prato e o copo de Connor. "Você pode ir se arrumar e eu vou te ajudar a arrumar a bolsa."

Assentindo, Connor entregou tudo nas mãos de Oliver e correu até Chloe, jogando os braços ao redor de sua cintura. "Obrigado pelo jantar, mãe!" Ele correu da cozinha em direção as escadas.

"Hmm..." Oliver olhou para Chloe. "Ele com certeza tem muita energia... Você tomou café quando estava grávida?"

Ela sorriu e pegou os pratos da mão dele, começando a limpá-los sob a água. "Bom, quando eu descobri que estava grávida... surpreendentemente não... mas tomei durante os dois primeiros meses enquanto não sabia... então pelos sete meses seguintes... nem uma gota."

Chloe deu risada. "Os sete meses mais difíceis da minha vida..." Ela se virou de novo para pegar o copo que ele estava segurando, seus dedos roçando nos dele, fazendo uma faísca correr seu corpo e um formigamento correr por sua espinha.

Ela afastou a mão, fazendo o copo escorregar e cair no chão e ela respirou fundo, a voz baixa. "Desculpe... eu tenho que... pegar a pá. Hum... Connor precisa de uma garrafa de água, as chuteiras, uma toalhinha... você pode ver se ele colocou as caneleiras? E está um pouco frio... talvez seja bom levar um suéter?"

Oliver assentiu, afastando-se lentamente até a porta enquanto fazia uma nota mental da lista. "Ok... chuteiras, toalhinha, garrafa d'água, suéter... onde eu encontro tudo isso?"

Ela apontou na direção da escada enquanto olhava os cacos de vidro no chão. "No quarto dele, última gaveta da cômoda para o suéter. Obrigada..."

"Sem problema", ele saiu da cozinha e subiu as escadas. Entrando no corredor, ele olhou para dentro do quarto de Connor, vendo o filho deles no chão colocando as meias e as caneleiras.

Connor se virou na direção da porta, olhando para Oliver que estava parado na porta de seu quarto.

"Colocou as caneleiras? Sua mãe pediu pra eu te ajudar", Oliver entrou no quarto, parando perto das portas do armário. "Sua bolsa do futebol fica aqui?"

Assentindo, Connor começou a amarrar os sapatos. "Minhas chuteiras ficam aí, e minha garrafa d'água fica na cômoda."

Oliver abriu o armário, imediatamente vendo uma bolsa azul escuro de tamanho médio com uma bola de futebol preta e branca dentro, e um par de chuteiras pretas. Ele pegou a bolsa, e olhou para as camisetas e suéteres pendurados nos cabides.

"Hum, sua mãe acha que é melhor levar uma blusa... alguma preferência?" Oliver olhou por sobre o ombro para Connor.

Ele pulou do chão, pegando a garrafinha. "Hum... a cinza com capuz."

Virando-se para o armário, Oliver viu a blusa e tirou do cabide, fechando a porta em seguida. Ele entregou a blusa para Connor, e pegou a garrafinha dele enquanto o observava vestir a blusa.

Ele percebeu a camiseta azul, e o short preto e ergueu as sobrancelhas, quando não viu nenhum número. "Sem uniforme?"

"Só no dia do jogo", Connor o informou. "O técnico não quer que a gente use no treino, especialmente antes do dia do jogo."

"Oh", Oliver assentiu antes de apontar para a porta. "Vamos, temos que encher sua garrafinha antes de sairmos."

Connor seguiu Oliver, apagando a luz e fechando a porta, antes de descer as escadas correndo. Ele foi em direção a cozinha, atrás de Oliver, antes do enorme braço dele o segurar.

"Chloe, você já recolheu todo o vidro?" Oliver perguntou, para evitar que Connor se cortasse acidentalmente.

Chloe olhou pra cima enquanto cobria o dedo com um guardanapo. "Sim... Con, docinho, você pode ir pegar um band-aid pra mim no banheiro?" Connor assentiu e saiu enquanto ela colocava o dedo debaixo da água pra lavar, fazendo uma pequena careta.

Ela percebeu a garrafinha na mão de Oliver e apontou para a geladeira com a outra mão. "Pode encher com a da geladeira. Temos que sair em cinco minutos senão vamos chegar atrasados."

Oliver a ignorou, colocando a garrafinha no balcão e indo até a pia, estendendo a mão e pegando a dela gentilmente quando Connor entrou correndo com o band-aid, estendendo pra ele.

"Obrigado, amigão", Oliver pegou o band-aid, abriu e apontou para a garrafa com a cabeça. "Acha que pode encher sua garrafinha enquanto eu coloco o band-aid no dedo da sua mãe?"

Connor olhou para as mãos de Oliver e depois para sua mãe e para o guardanapo que tinha um pouco de sangue antes de olhar de novo para Oliver. "Sim..." Ele franziu o nariz enquanto pegava a garrafinha. "Só não precisa beijar pra melhorar."

Oliver tentou não dar risada. "Ok." Ele se virou para Chloe, tirando o guardanapo e cobrindo a ferida com o band aid, enrolando em seguida ao redor do dedo. Ele olhou pra ela ao mesmo tempo e ela estava olhando pra ele e o ar ficou preso em sua garganta.

Fazia muito tempo que alguém a tocava com tanto cuidado e quando olhou pra ele todas as lembranças das mãos dele em seu corpo, inocente e não tão inocentemente assim voltaram com força total e tiraram o ar de seus pulmões. Connor voltou para a pia e trombou com Chloe fazendo-a se desequilibrar um pouco pra frente, suas mãos agarrando os braços de Oliver para se equilibrar, fazendo seus corpos quase se tocarem.

O corpo dela ficou tenso, unhas cravando os braços dele, mas sem soltá-lo. "Obrigada e... desculpe", sua voz inteiramente sem fôlego enquanto falava e internamente se xingava por ser tão fraca.

Oliver umedeceu os lábios. "Tudo bem, eu--" Ele clareou a garganta enquanto olhava pra ela, um ainda segurando o outro. "Quer dizer, de nada..."

Connor olhou de um para o outro, franzindo a testa ao ver as expressões nos rostos deles. "Mãe..." Ele disse entre eles, fazendo com sucesso os dois se separarem. "Vamos nos atrasar."

Ela desviou o olhar de Oliver, oficialmente quebrando o contato visual. Ela piscou olhando para seu filho, abrindo e fechando a boca algumas vezes antes de dar uma risada nervosa. "Certo... Não vamos nos atrasar. Eu hum... eu vou pegar minha bolsa. Por que você não vai indo com Ollie pra ligar o carro? Eu vou em um segundo, prometo."

Connor lhe deu um olhar estranho, a testa ainda mais franzida enquanto voltava os olhos para o convidado, olhando para o homem atentamente. "Certo..." Ele gesticulou para Oliver. "Vamos..." Ele foi para a porta e Chloe encontrou os olhos de Oliver mais uma vez antes de prontamente desviar e ir procurar a bolsa para que não se atrasassem.

Oliver seguiu o filho pra fora da cozinha, olhando por sobre o ombro para Chloe enquanto pegava a bolsa de Connor e seguia o filho. Ele colocou a mão no bolso, procurando as chaves de Chloe e abrindo a porta, guardando a bolsa no banco de trás antes de entrar na frente.

Ele sentiu como se alguém estivesse olhando pra ele, e se virou para o banco de trás, encontrando o olhar de Connor.

Tossindo, Oliver tentou clarear a garganta. "Você vai aprender aquele novo chute hoje?"

Connor estreitou os olhos enquanto estudava o amigo de sua mãe. "Talvez... o técnico não gosta de ensinar coisas novas antes do jogo, ele gosta que a gente pratique pelo menos uma semana antes do dia do jogo."

Oliver apertou os lábios. "Acho que faz sentido." Ele tamborilou os dedos no volante, olhando pela janela, aliviado quando Chloe saiu e trancou a porta da casa.

Chloe respirou fundo e foi até o carro. Abriu a porta com um sorriso enquanto entrava e colocava o cinto. "Vamos lá, garotos... está ansioso pelo treino, docinho?"

Oliver saiu com o carro enquanto Chloe lhe dava as instruções sobre o caminho. Connor apertou os lábios, mas assentiu. "Sim... como está seu dedo?"

Chloe olhou por sobre o ombro e sorriu. "Está melhor. Foi um corte bem pequenininho, nada de mais."

Connor olhou entre os dois adultos e inclinou a cabeça para o lado. "Se não era nada de mais por que o Oliver teve que ajudar você?"

Ela gelou diante da pergunta e não sabia ao certo o que responder. Deu uma olhada para Oliver pelo canto dos olhos e viu as mãos dele apertando ao redor do volante. Sua voz forçadamente suave, evitando olhar para o filho enquanto apontava para Oliver virar a esquerda. "Ele não -- quer dizer, ele não tinha que me ajudar, ele só estava sendo legal... você sabe como quando você se machuca e eu te ajudo. Eu não tenho que fazer isso porque você já é grande e sabe colocar um band-aid, mas eu ajudo porque você é meu garoto especial e eu te amo."

Connor ergueu as sobrancelhas e cruzou os braços sobre o peito. "Então, Oliver colocou o band aid em você porque ele te ama?"

Pego de surpresa, Oliver gelou, seu coração disparado contra o peito e apertando ainda mais o volante enquanto olhava para Chloe pelo canto do olho, prendendo a respiração enquanto esperava a resposta dela.

Chloe empalideceu, sua garganta ficando completamente seca. Isso realmente aconteceu ou ela estava alucinando? Não tinha certeza. Sua cabeça virou para Connor com a expressão confusa. "O quê?"

Connor suspirou e falou impaciente. "Eu perguntei se Oliver colocou o band-aid em você porque ele te ama?"

Ela abriu e fechou a boca, sua voz mais alta que o normal, tentando organizar os pensamentos. Chloe hesitou um pouco antes de clarear a garganta. "Eu... de onde você tirou isso? Não foi isso que eu disse..."

Ela virou a cabeça para olhar pela janela e respirou fundo, seu tom completamente calmo enquanto falava lentamente mesmo que as palavras partissem seu coração. "E é claro que Oliver não me ama... Não seja bobo, Connor."

"Mas você disse--"

"Existem vários tipos de amor, Connor", Oliver interrompeu tentando manter os olhos na estrada ao invés de olhar feio para Chloe por colocar palavras na boca dele. "Meus amigos significam muito pra mim, e eu me preocupo e os amo", ele olhou pelo espelho, para Connor, antes de olhar novamente para a rua. "Sua mãe cuida de todo mundo menos dela mesma, e como amigo dela, Con, eu queria garantir que estava tudo bem com ela."

Connor ficou em silêncio olhando para Chloe e de volta para Oliver. "É verdade..." Ele se recostou contra o assento, virando-se para olhar pela janela. "Então a mamãe ia colocar um band aid em você, se você se machucasse?"

Oliver assentiu. "Sim - e ela fez isso muitas vezes antes."

Connor ergueu as sobrancelhas. "Por quê?"

"Eu--" Oliver hesitou. "Desculpe, o quê?"

"Por que ela colocou band-aids em você tantas vezes?" Connor olhou pra eles. "Você trabalha num escritório. Por que ela colocou band aids em você?"

Oliver engoliu em seco. "Bem, acidentes acontecem e uma vez... eu... caí pela janela."

Connor lhe deu um olhar incrédulo. "Você caiu de uma janela?"

"Sim", Oliver assentiu. "Mais ou menos isso", ele murmurou.

Inclinando a cabeça, Connor olhou para os dois adultos. "E ela colocou band-aids em você?"

"Sim, e limpou meus cortes com um kit de primeiros-socorros também", Oliver insistiu.

Estreitando os olhos, Connor cruzou os braços sobre o peito. "Por que você não foi para o hospital?"

"Ahn?" Oliver foi pego de surpresa de novo.

"Hospital... você disse que caiu da janela. Você não teve que ir para o hospital?" Connor questionou.

Oliver abriu a boca e parou, sentindo que estava sendo examinado por uma autoridade de seis anos. "Foi mais como cair de encontro a janela, não da-- quer saber, acho que eu me perdi... eu tinha que ter virado no último farol?" Ele aproveitou para mudar de assunto.

Chloe balançou a cabeça enquanto ligava o rádio e apontava para a direita. "Vira aqui." Quando ela ouviu Connor resmungar antes de começar a cantar junto com a música, ela falou bem baixinho apenas para Oliver ouvir. "Você devia ter deixado pra lá... Se eu dou a ele uma certa resposta normalmente evita situações assim. Eu disse que ele pesca as coisas com mais facilidade que os outros... eu não estava brincando."

Ela engoliu em seco mais uma vez e olhou para a janela. Oliver estava certo, no entanto... existia todo tipo de amor e ela ensinou isso a Connor... mas não conseguia mentir para o filho. Claro que Oliver amava os amigos... mas Chloe não se classificava mais como uma... e doía saber que era tão fácil pra ele fingir que ela era.

Oliver tentou não revirar os olhos. Não era como se ele quisesse que Connor ficasse desconfiado, e imaginou que ela não podia falar nada já que também foi pega de surpresa.

Ele virou o carro pra onde ela instruiu, e estacionou quando viu que tinham chegado. Desligando o carro, ainda pensativo, ele ouviu vagamente ela dando instruções a Connor enquanto abriam os cintos, e abriam as portas e Oliver os seguiu lentamente. Saindo do carro, ele abriu a porta e pegou a bolsa de Connor, indo atrás deles, deixando uma pequena distância enquanto entravam no campo cheio de grupos de pais com seus filhos que tinham o mesmo tamanho de Connor.

Embora estivesse ansioso para ver Connor treinando, não tinha certeza se era bom pra ele e Chloe ficarem sozinhos agora. Claramente ainda havia tensão entre eles, e a julgar pelo embaraçoso incidente na cozinha, Oliver estava começando a achar que sua tensão residia no fato de ainda estar atraído pela mãe de seu filho.

E isso era muito mais complicado do que parecia.


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8 comentários:

  1. Haha, com o connor não tem viagem perdida, o menino saca tudo!!!! rs... adorando...

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  2. Estou dizendo, ele vai acabar descobrindo haha
    Não o que primeiro, que Oliver ama a Chloe, aí ele acaba descobrindo que a mãe também ama o Oliver, ele junta tudo e chega a conclusão de Ollie é seu pai... ou, descobre que Oliver é o Arqueiro, e como já desconfia que ele é seu pai acaba tendo a certeza...kkkkkkkkkk
    São tantas possibilidades!! Mas, sério, se o Connor descobrir um detalhe que seja ele monta a história todinha, até mesmo o motivo da Chloe ter ido embora sem que ela precise dizer nada hahaha

    GIL

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    1. É bem capaz, ele é muito esperto né, GIL? Os pais dele que se cuidem haha...

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  3. Corrigindo:
    *não SEI o que primeiro....

    GIL

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  4. Essa fic é tão boa que chega a ser agoniante. Não vejo a hora da Chloe se explicar para o Oliver e do fim do noivado com a Dinah vir a tona. (quando? rs)

    Connor é tão esperto que chega a ser desagradável. Não vejo a hora da inteligência dele servir para alguma coisa além de irritar. (será?)

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    1. Logo, Vinicius... Haha, vc não foi mesmo com a cara do Connor lol

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    2. kkkkk criança meio nerd e independente é chatinha. Prefiro as engraçadas e bem bagunceiras. kkkk

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