12.12.14

From Red To Green (6/9)

TítuloDo Vermelho Ao Verde
Resumo: Uma versão alternativa de Hex e o que aconteceu depois envolvendo Chloe, Ollie e Kriptonita vermelha. 
Autoraschloeas e dl_greenarrow
Classificação: NC-17
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Não foi preciso muito convencimento da parte de Oliver para fazer Chloe ficar ali, especialmente porque ela não queria estar perto de sua prima quando recebesse a ligação de Clark, mas também, porque não queria que eles conversassem sozinhos. Pelo menos ele estava ali, e poderia intervir se fosse necessário.

Ela estava checando seu e-mail no telefone quando ele tocou. Paralisando, ela olhou para Oliver que estava em sua mesa, trabalhando, então se levantou. "É ele", alertou.

Ele olhou pra cima quando ela falou, apertando os lábios e assentindo um pouco enquanto se endireitava na cadeira. "Tudo bem."

Chloe respirou fundo, então atendeu o telefone. "Oi, Clark."

"Ei. Você está pronta?"

Ela apertou os lábios, então balançou a cabeça. "Não." Ela disse a ele. "Eu mudei de ideia."

Houve uma pausa do outro lado da linha. "O quê?"

"Eu não vou, Clark." Ela disse, a voz firme. "Eu não posso fazer isso."

"Chloe, conversamos sobre isso. É a melhor coisa pra você. Pra todos nós."

"Não, não é", ela disse, "é uma grande parte de quem eu sou, e o seu não é o único segredo que eu esqueceria, Clark. Eu não quero fazer isso." Ela disse, olhando para Oliver.

"Onde você está?"

"Na Queen Industries." Ela disse, revirando os olhos.

Oliver também revirou os olhos.

Um segundo depois, Clark apareceu, telefone ainda na mão, olhando de um para o outro. "Eu deveria saber."

"Deveria saber o quê?" Ela perguntou, erguendo as sobrancelhas.

"Que Oliver te convenceu a mudar de ideia."

"Oliver não me convenceu a nada", ela respondeu, desligando o telefone e guardando-o na bolsa. "Mas ele me abriu os olhos para algumas coisas que eu não sabia."

Clark estreitou os olhos. "O que isso quer dizer, exatamente?"

"Quer dizer que você nunca me disse que tinha feito isso antes", ela disse. "Que você já pediu uma vez que Jor-El apagasse minha memória."

Clark disparou outro olhar a Oliver, então voltou sua atenção a Chloe. "Foi a melhor decisão no momento", ele disse, a voz ficando mais baixa. "Sua vida estava muito complicada por minha causa, por saber quem eu realmente sou."

"Sim, estava", ela concordou, "mas isso não lhe dava o direito de tomar uma decisão por mim. E nem lhe dá o direito de sugeri-la de novo sem me contar que já tinha feito isso."

"Nós conversamos, Chloe", ele a relembrou, balançando a cabeça. "Você concordou comigo. Que o mais seguro para todos nós é que você esqueça tudo."

"Mas você não disse que já tinha feito isso comigo, Clark!" Ela pressionou. "E eu sei que não é só sobre como seu segredo afeta minha vida, eu sei também que é sobre como você realmente não confia em mim."

"Isso não era verdade até ontem", ele disse, cruzando os braços sobre o peito.

"Mas é agora." Ela disse. Não era uma pergunta.

"Chloe, você quase me matou", ele disse exasperado.

"Você sabe que poderia ter sido qualquer pessoa que sabe seu segredo, certo, Clark?" Oliver interrompeu, levantando-se. "Nós todos temos a habilidade de ferir um ao outro. Mas a resposta não é ferrar com as lembranças de uma pessoa."

"E sim, eu sei que poderia ter te matado." Ela disse, "e você poderia ter me matado também, todas as vezes que você foi infectado com kriptonita vermelha, Clark."

"E francamente esse é um cenário mais possível", Oliver concordou, erguendo as sobrancelhas.

"Além disso", ela continuou, "não seria apenas apagar minhas lembranças de você", ela contou o que estava pensando enquanto esperava a ligação dele, "grande parte da minha vida está conectada ao que você é, eu não seria mais eu mesma."

Clark olhou para ela por um longo momento, antes de desviar o olhar e ficar em silêncio.

Oliver observou-o atentamente, então olhou para Chloe, prendendo a respiração.

Ela olhou para Oliver por um momento, então respirou fundo e se aproximou de Clark. "Eu sei que você nunca confiou em mim de verdade, nem com seu segredo", ela disse, "mas você tem que ao menos saber que eu jamais faria alguma coisa propositalmente para te ferir."

Ele respirou fundo também, olhando pra ela. "Eu sei disso", admitiu, ainda não parecendo muito satisfeito.

"Ótimo", Oliver disse, assentindo um pouco.

"Então do que você tem medo?" Ela perguntou.

"Que o que aconteceu ontem, aconteça novamente. Ou aconteça na frente de outra pessoa", ele disse, suspirando, "Lois, por exemplo."

"E pode acontecer de novo", ela disse, "mas eu não estaria menos no controle do que você se a situação fosse reversa."

Oliver teve que se segurar para não pontuar que Clark não era nem um pouco melhor que o resto deles, mesmo que tivesse habilidades especiais.

"E se por alguma razão tivesse acontecido na frente de Lois", Chloe continuou, "ela levaria a verdade numa boa, mesmo que eu não ache que você tem que contar pra ela por questões de segurança, ela aceita Oliver muito bem.".

"Não é a mesma coisa", Clark protestou, balançando a cabeça.

"Não  é exatamente a mesma coisa, não", ela concordou, "mas ela sabe o que ele faz e o que você faz não é diferente. Mas é uma situação hipotética, enfim."

Oliver apertou os lábios, olhando na direção da janela e então de volta para Clark e Chloe.

Ela tinha mais coisas para dizer a ele, mas deixaria para quando estivessem sozinhos. "Então você não precisa ir falar com Jor-El."

"Certo", ele disse, sua voz neutra. "Você quer carona para Smallville?"

Ela olhou para Oliver, ela diria sim, porque seria mais fácil, mas sentiu que precisava colocar um pouco de distância entre ela e Clark. "Não. Obrigada. Eu liguei para Lois e já combinamos de voltarmos juntas", mentiu.

"Tudo bem. Te vejo mais tarde então." Sem esperar por uma resposta, Clark desapareceu.

Chloe respirou fundo e se virou para Oliver mais uma vez. "Obrigada."

"Eu não fiz nada na verdade", ele respondeu.

"Você me deu cobertura."

Oliver encontrou seus olhos e sorriu. "É parte de estar em um time."

Ela sentiu o peito apertar a isso, mas assentiu. "Eu vou ligar para Lois", disse, pegando o telefone mais uma vez.

"Certo." Ele assentiu e relutantemente voltou para sua mesa. Ele olhou para a pequena caixa em sua mesa ao lado do teclado e abriu a gaveta, guardando-a ali.

"Como assim você estava dormindo?" Chloe franziu a testa, afastando o telefone do ouvido para verificar a hora. "Lois, é um voo de três horas do México, você não pode ainda estar cansada."

Ele parou a isso, erguendo um pouco as sobrancelhas em diversão enquanto ouvia a conversa de Chloe.

"Não, eu estou bem." Ela disse. "Eu só vim devolver o carro de Oliver e achei que você estivesse em Metrópolis. Eu deveria ter ligado mais cedo."

Oliver pegou o mouse para fechar a tela do computador, esperando pacientemente ela terminar a ligação.

"Eu dou um jeito", ela disse, "não se preocupe. Sim, boa ideia", ela deu um risinho e revirou os olhos. "Te vejo mais tarde, Lo." Ela disse antes de desligar.

"Deixa eu adivinhar. Lois foi pra casa mais cedo porque estava cansada?"

"Você lê mentes?" Ela perguntou, sorrindo.

"Bem, eu ouvi parte da conversa." Ele sorriu.

"Deduzi." Ela disse, balançando a cabeça. "E a brilhante sugestão que ela me deu foi pedir um dos seus carros desta vez."

Ele deu risada. "Se você realmente quiser voltar para Smallville agora, pode fazer isso."

"Obrigada", ela disse. "Eu na verdade vou para a Ísis tentar descobrir de onde veio a kriptonita vermelha."

"É? Quer ajuda?"

"Oh", ela deu de ombros. "Acho que você deve ter coisas mais importantes pra fazer", disse apontando para o laptop.

"Na verdade, não tenho." Ele ergueu as sobrancelhas.

"Não?" Ela perguntou, surpresa. 

Oliver balançou a cabeça. "Eu prefiro te ajudar", ele admitiu.

Chloe se mexeu, incerta, então deu de ombros. "Se você tem certeza."

Ele parou ao ver a incerteza dela. "Se você não precisa de ajuda, Chloe, está tudo bem."

"Não, tudo bem", ela disse sinceramente. "Eu só pensei que você tivesse coisas melhores para fazer."

Ele balançou a cabeça novamente. "O que você acha de almoçarmos e depois começar o trabalho?"

Ela sentiu o coração disparar e assentiu em seguida. "Parece ótimo."

"Bom." Ele sorriu. "O que parece bom?"

"Café?" Ela disse, erguendo as sobrancelhas. "Tem uma cafeteria perto da Ísis que serve café completo o dia inteiro, mas também tem coisas para o almoço."

Oliver deu um risinho. "Eu deveria ter adivinhado não é?"

"Desculpe", ela disse, sorrindo. "Eu não comi nada de manhã", ela não quis arriscar derramar no carro dele.

Ele deu de ombros e foi até a porta, abrindo-a pra ela. "Damas primeiro."

"Estou aberta a sugestões", ela disse enquanto passava a bolsa sobre o ombro e saía do escritório. 

"Café está ótimo", ele assegurou, seguindo-a. "Você quer dirigir?"

"Não", ela respondeu rapidamente. "Não, você dirige."

Oliver olhou para ela de lado. "Chloe. Está tudo bem", ele disse.

"Eu sei, mas é um milagre que não haja nenhum arranhão em seu carro, pelo menos não que eu tenha notado. Eu prefiro não arriscar", ela admitiu.

"Mesmo que houvesse, não seria o fim do mundo." Ele piscou pra ela enquanto iam na direção dos elevadores.

"Agradeço", ela disse, sorrindo, "mas eu realmente ficarei mais confortável com você dirigindo."

Oliver assentiu. "Tudo bem." Ele apertou o botão do elevador.

Ela se recostou na lateral do elevador e olhou pra ele, então para os números.

Quando o elevador começou a descer, Oliver olhou pra ela, então para os números também, piscando quando o elevador de repente parou e as luzes se apagaram.

Ela se afastou da parede e piscou, olhos arregalados. "O que foi isso?"

"Acho que é falta de luz", ele disse com um suspiro.

"Você está brincando?" Ela perguntou, pegando o telefone da bolsa e usando-o como lanterna. 

"Quem dera." Ele correu a mão pelo rosto e apertou o botão de emergência para alertar a operadora de que o elevador havia parado entre os andares.

Ela se aproximou, erguendo o telefone na direção do painel.

"Obrigado", ele disse, sorrindo enquanto pressionava o telefone contra o ouvido. Depois de um momento sem resposta, ele suspirou. "Ótimo. Aparentemente ela está em horário de almoço."

"Bem, está na hora do almoço." Chloe suspirou, olhando para ele. "Se pelo menos você tivesse seu arco."

"Desculpe", ele disse sinceramente. "Com sorte a energia vai voltar logo."

"Com sorte", ela concordou, soltando a bolsa no chão. "Não deveria começar a nevar hoje? Ou chover?"

"Nevar, eu acho", ele confirmou. "Estava quando eu olhei pela janela. Só que eu não estava realmente prestando atenção."

"Eu também não estava prestando atenção, deve ter começado quando terminamos a conversa", ela disse, hesitantemente sentando-se no chão.

Oliver respirou fundo e se sentou ao lado dela. "Desculpe", disse novamente.

"Por que você está se desculpando?" Ela perguntou, olhando pra ele.

"Porque o elevador do meu prédio está preso e você também?" Ele ergueu as sobrancelhas.

"E não é culpa sua, além do mais, você está preso também", ela pontuou, esticando as pernas.

Por alguma razão ele estava menos triste do que deveria estar por estarem ali. "Como assim? Eu sou responsável pela nevasca, você sabe."

"Sério?" Ela perguntou, inclinando a cabeça e sorrindo. "Acho que não sei tantos segredos quanto imaginei."

Oliver deu um risinho. "É meu super poder", brincou. 

"Agora eu realmente queria ter te conhecido no colégio", ela sorriu, "você teria ajudado nos dias de nevasca."

Ele sorriu, balançando a cabeça. "Quem dera."

"Você é mais legal sem super poderes, afinal."

Ele piscou a isso, inclinando a cabeça. "Você me acha legal?"

Chloe parou e mesmo na escuridão, virou-se pra ele. "Você não acha que é?"

Oliver se mexeu um pouco. "Não sei. Eu só não imaginei que você achasse que eu sou."

Ela sorriu a isso, era... doce, de um jeito estranho. "Claro que eu acho." Ela deu de ombros. "Você faz tudo que os outros fazem e é apenas humano, isso te faz ser demais."

Ele inclinou a cabeça, um sorriso nos lábios. "Eu também te acho demais", ele admitiu.

Chloe olhou pra ele mais uma vez. "Acho que eu não deveria discordar."

"Por que eu defenderia minha opinião?"

"Porque você me deixaria sem graça." Ela disse.

"Eu deixaria?" Ele franziu um pouco a testa.

"Sim", ela respondeu, mas não explicou.

"Como eu te deixaria sem graça?" ele perguntou curioso.

"Dizendo porque você pensa assim?" Ela disse, feliz que estivessem no escuro.

"Acho que você é muito modesta", ele a informou.

"Talvez eu seja realista", ela tentou.

Ele se moveu um pouco na direção dela. "Você não se acha demais?"

"Você se acha demais?" Ela perguntou, erguendo as sobrancelhas, curiosa.

Ele não pôde deixar de sorrir ao vê-la evitando responder. "Você sempre responde uma pergunta com outra pergunta?"

"Eu era uma repórter", ela disse, sorrindo.

"Verdade", ele concordou, ficando em silêncio por um momento, refletindo. "Eu vou responder se você responder."

"É justo", ela disse, prendendo a respiração. "Você primeiro."

Oliver assentiu, recostando a cabeça contra o elevador. "Atualmente, não muito", ele admitiu baixinho.

"Por quê?" Ela perguntou. "Por causa de Lex?"

Ele assentiu. "Sim."

Ela assentiu também. "Eu tenho certeza que deve ser difícil pra você, viver com isso. E embora eu não concorde com o como, eu estou... satisfeita que ele tenha ido."

Ele ficou em silêncio por um momento. "Eu também não concordo com o modo como aconteceu", admitiu.

Ela sentiu o peito apertar. "Isso é bom."

Ele quase sorriu. Quase. "Deve ser."

"É", ela disse, apertando o braço dele. "E faz de você um homem ainda melhor por admitir."

Oliver prendeu a respiração por um momento, então olhou para a mão dela na escuridão. "Sua vez."

"Acho que não é muito difícil de deduzir", ela falou. "Eu também não me acho", ela respondeu, soltando o braço dele.

"Mas você é", ele sussurrou. "E eu gostaria que você enxergasse isso."

Ela deu de ombros. "Talvez um dia", sussurrou de volta, "e talvez você também ache."

Desta vez ele estendeu a mão e encontrou a dela, entrelaçando seus dedos. "Sério agora. Quantas mulheres conseguiriam aguentar viver com as coisas que você sabe? As coisas que você faz?" Ele balançou a cabeça. 

Ela olhou para suas mãos unidas e deu de ombros. "A que preço?" Ela disse, "talvez eu não esteja lidando bem com tudo e seja por isso que esteja tudo desabando."

"Besteira", ele disse, erguendo as sobrancelhas. "As coisas estão desabando porque é o que a vida faz."

Ela ergueu as sobrancelhas, surpresa com as palavras. "Como você pode saber?"

"Você não pode realmente achar que as coisas ruins que acontecem são por sua causa. Coisas ruins acontecem, o tempo todo. Não acho que seja culpa de alguém."

"De tudo, não", ela concordou, "mas temos nossa parcela por nossas escolhas. É mais a isso que eu estava me referindo", explicou.

Ele refletiu por um momento. "Mas é porque o que escolhemos afeta todos ao nosso redor", ele pontuou.

"Você não vai deixar isso pra lá, vai?" Ela perguntou depois de um momento.

Oliver sorriu. "Não."

"Viu?" Ela disse, inconscientemente apertando a mão dele, "Você é demais."

Ele olhou para suas mãos novamente e apertou a dela em retorno.

Ela sorriu e relaxou contra a parede do elevador. "E como eu disse, você também pode acreditar nisso um dia."

"E você também."

Chloe permaneceu em silêncio  e assentiu.

Ele esticou as pernas. "Já ficou presa em elevador antes?" perguntou.

"Sim", ela assentiu, "algumas vezes, uma vez com uma bomba. E você?"

Ele ergueu as sobrancelhas. "Com uma bomba?"

"Sim, acabou tudo bem, mas foi há um ano, no Planeta", ela esclareceu.

Ele correu a mão livre pelo rosto, balançando um pouco a cabeça. "Nossas vidas são malucas."

"Você pode dizer isso de novo." Ela falou, respirando fundo. "Você já ficou preso em elevador antes?"

"Não, é a primeira vez."

"Eu diria que você tem sorte, mas estamos aqui agora."

"Poderia ser pior", ele disse.

"Verdade", ela concordou, "poderia haver uma bomba."

"Ou eu poderia estar preso aqui com Clark." Ele parou. "Ou Tess."

Chloe fez uma cara e assentiu. "Poderia ser bem pior que uma bomba", ela concordou.

"Considerando tudo, estou com sorte."

"Eu não sei se você está com sorte, estando preso aqui." Ela pontuou, "e se a nevasca estiver muito forte, podemos ficar aqui por um tempo."

"Ainda assim. Estou com você e não com outra pessoa, e nem sozinho."

"Sim", ela concordou. "Isso ajuda."

Oliver sorriu, cutucando-a gentilmente com o cotovelo.

Ela o cutucou de volta. "Pelo menos temos bastante espaço."

"Não gosta de espaços apertados?" ele perguntou.

"Não muito, mas aqui está bom", ela disse, "você?"

"Não tenho problema com espaços pequenos. Pelo menos acho que não", ele deu de ombros.

"Bem, você meio que não pode, considerando o que você faz", ela disse, mexendo-se levemente e só então notando que sua mão ainda segurava a dele e que aquilo era confortável. 

Ele pareceu notar a mesma coisa, mas sua mão apertou a dela e então relutantemente a soltou, deduzindo que estava desconfortável pra ela.

Chloe olhou pra ele, então colocou a mão no colo. Aparentemente não tão confortável quanto pensou.

Oliver se levantou devagar, indo até as portas, estudando-as o melhor que pôde. "Talvez eu consiga abri-las."

"Você acha?" Chloe franziu a testa, levantando-se também.

"Eu não sei. Talvez?" Ele mordeu a parte interna da bochecha enquanto tentava posicionar os dedos entre as portas.

Ela pegou o telefone para iluminar as portas. "Está cedendo?"

Ele cerrou os dentes, de repente sentindo-se derrotado ao admitir, "Não."

Ela suspirou e assentiu. "Obrigada por tentar."

Oliver fez uma careta, nada feliz em assumir sua derrota contra um elevador.

"Você está bem?" Ela perguntou.

"Não gosto de ser inútil", admitiu com um suspiro.

Ela não pôde deixar de sorrir. "Você não é inútil, Ollie. Você só não tem as ferramentas adequadas aqui."

"Acho que você ficará presa comigo por um tempo." Ele ergueu as sobrancelhas.

"Tudo bem pra mim." Ela disse sinceramente, voltando a se sentar. "Você está com fome?"

"Sim, um pouco", ele admitiu, olhando na direção do som da voz dela. "E você?"

"Sim", ela concordou. "Deixe eu ver se tenho alguma coisa."

Oliver ergueu as sobrancelhas e então correu as mãos pelo rosto antes de se sentar ao lado dela.

Ela remexeu na bolsa, procurando por um momento, então puxando um pacote. "Salgadinho?"

Ele deu risada, pegando alguns do pacote. "Vamos dividir?"

"Sim", ela disse. "Acho bom dividirmos."

"Ou o quê?" ele não pôde deixar de provocar.

"Eu terei que usar a força", ela deu um risinho, pegando mais salgadinho.

"Que medo", ele deu um risinho de volta.

Chloe ergueu as sobrancelhas. "Certo."

"Desculpe", ele disse, preocupado com o tom incerto na voz dela.

"Por quê?" Ela perguntou, "por comer o salgadinho?"

"Por te deixar desconfortável."

Chloe suspirou e balançou a cabeça.  "Você precisa parar de dizer isso, eu não estou me sentindo desconfortável."

Ele apertou os lábios, olhando para ela em silêncio.

"O quê?" Ela perguntou quando ele não disse nada.

"Nada." Ele jogou um salgadinho na boca.

"Acho que sou eu quem está te deixando desconfortável", ela falou.

"Por que eu estaria desconfortável?" Ele franziu a testa.

"Não sei", ela disse, "você continua ficando quieto e... considerando tudo que aconteceu."

"É só que... acho que estou percebendo que tem muita coisa sobre você que eu não sei", ele confessou.

"Como o quê?" Ela falou antes de se servir de mais salgadinho.

"Como nada das grandes coisas. Eu não faço ideia de que tipo de filmes você gosta, ou quais são suas bandas prediletas ou livros. Eu sei que você ama café, mas além disso, eu não sei que tipo de coisas você come, ou o que você faz para se divertir." Ele ergueu um pouco as sobrancelhas.

"Oh", ela piscou e deu de ombros. "Eu não assisto muita TV", ela disse, "Lois normalmente fica jogando no X-Box quando está em casa, matando coisas."

"Sim, eu sei disso sobre Lois." Ele se virou mais de frente pra ela. "Mas e você?"

"O que tem eu?" Ela perguntou quando o sentiu se mexer.

Um risinho se formou nos cantos de sua boca. "Do que você gosta?"

"De sentar do lado de fora de uma cafeteria e ler o jornal enquanto consumo minha dose de cafeína?" Ela tentou.

Ele ergueu as sobrancelhas. "Sério? É só isso que você vai me falar?"

"Eu não faço muita coisa", ela sorriu. "Eu não acho que você gostaria de ouvir 'pesquisa'."

"Você realmente gosta de fazer pesquisa?" ele perguntou curiosamente.

"Sim", ela disse sinceramente, "especialmente quando consigo alguma coisa."

Ele sorriu um pouco, assentindo no escuro. "Ok, então acho que não posso te atormentar por trabalhar muito, não é?"

"Bem, você não pode falar nada, considerando sua agenda." Ela sorriu.

Ele deu um risinho. "Ponto. Pelo menos não sem ser um grande hipócrita." Ele estremeceu um pouco quando o ar gelado começou a invadir o elevador.

Ela o sentiu estremecer, pois estavam sentados perto, "você está bem?"

"Sim, mas está ficando frio aqui."

"Não está tão ruim", ela sorriu, "você quer minha jaqueta?"

Oliver bufou a isso, olhando para ela de lado. "Engraçadinha."

"Estou falando sério", ela disse, tirando a jaqueta e entregando a ele, "você é da Califórnia."

Ele revirou os olhos, mas pegou a jaqueta mesmo assim. "Você faz soar como se fosse uma deficiência."

"É, em relação ao frio", ela brincou, satisfeita que ele tivesse aceitado sua jaqueta.

Ele franziu a testa enquanto se cobria com o casaco, olhando pra ela. "Você está brincando", ele acusou.

"Eu jamais faria isso com você, Ollie", ela brincou. "Está se sentindo melhor?"

Ele a cutucou com o cotovelo novamente. "Eu gosto disso", ele disse.

"Você gosta do quê?" Ela sorriu, cutucando-o de volta.

"Você me chamando de Ollie."

"Oh", ela parou, erguendo as sobrancelhas. "Não percebi que estava te chamando assim."

Ele sorriu. "Não tem como encurtar seu nome."

"Não tem", ela concordou, inconscientemente aproximando-se um pouco mais. "Lois me chama de Chlo algumas vezes, mas é apelido quando falta apenas uma letra do nome?"

"É meio que por isso que eu te acho de Sidekick", ele admitiu. "Embora eu espere que você saiba que é muito mais do que simplesmente uma Sidekick."

Ela sentiu o rosto suavizar a isso e sorriu, assentindo, "faz sentido."

Oliver sorriu também, então hesitou por um minuto antes de passar o braço ao redor dos ombros dela e lhe apertar gentilmente.

Chloe olhou pra ele, prendendo a respiração enquanto fazia o possível para racionalizar o fato de que ele estava apenas com frio. "Ainda com frio?" Ela perguntou.

"A jaqueta ajudou", ele admitiu.

"Bom", ela disse, ainda prendendo a respiração e assentindo.

"Tudo bem eu te abraçar?" ele perguntou depois de um segundo, apertando um pouco o braço ao redor dela.

Ela parou e hesitantemente se aproximou. "Sim", ela disse, "está esfriando."

"Sim", ele a puxou mais perto, passando o outro braço ao redor dela também.

Chloe parou, surpresa, então passou um braço ao redor dele, um pouco sem graça, o peito apertado.

"Ainda tudo bem?" ele perguntou, deitando a cabeça contra a dela.

"Contanto que você esteja aquecido", ela sussurrou, o coração batendo acelerado.

"Você disse que estava ficando com frio também."

"Sim", ela mordeu o lábio inferior, ela podia sentir o hálito dele em sua bochecha, "mas você ainda é o californiano."

Ele sorriu. "Pois é."

Ela se viu relembrando da sensação do beijo dele.

Oliver prendeu a respiração, fechando os olhos por um momento. Então ele se mexeu um pouco também, olhando atentamente para ela.

Chloe paralisou e levantou a cabeça. "Ollie?" ela sussurrou.

"Sim?" ele murmurou, levando uma mão até o rosto dela, segurando-o gentilmente.

"O que você está fazendo?" Ela perguntou.

"Testando uma teoria", ele sussurrou, descendo a cabeça e correndo o nariz levemente contra o dela.

"Que teoria?" Ela arfou, mas não se afastou, seu estômago apertado.

Oliver correu os lábios levemente contra os dela e de repente o elevador voltou a se mover, as luzes se acendendo.

Ela arfou quando o elevador voltou a se mover e se afastou, piscando às luzes repentinamente brilhantes.

Ele suspirou, olhando para baixo e em seguida para as luzes. Era de se esperar.

Ela olhou pra ele, então se afastou, seu coração ainda batendo forte. "Pelo menos você vai se aquecer logo", ela disse embaraçada enquanto se levantava, jogando o telefone e o resto do salgadinho dentro da bolsa. 

"Obrigado pela jaqueta", ele disse, levantando-se também e devolvendo pra ela.

"Sem problema", ela disse, pegando a jaqueta de volta.

Seus dedos roçaram levemente e ele encontrou seus olhos, sem desviar. O peito apertado enquanto as portas se abriam.

Ela manteve o olhar por um momento, o coração pulando uma batida, em seguida ouvindo o barulho que vinha de fora, então se virou e saiu do elevador.

Oliver fechou os olhos por um segundo, então se forçou a respirar fundo.

E a seguiu silenciosamente.

______
SETE

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13 comentários:

  1. Ah, eu amei esse capítulo! Dar 1x0 no babaca do Clark, ficarem presos no elevador, juntinhos, trocando informações, e ainda esse quase beijo... <3

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    1. Capítulo perfeito, né, Ciça? Que bom que gostou!!!! Já vou postar o próximo...

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  2. To atrasada aqui ja correndo pra ler o próximo...
    Amei amei amei essa cena do elevador esses dois é muito amor meu coração n agüenta <3
    Beijoooooo
    Jami

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    1. Muito amor... corre para o próximo, Jami que é MUITO bom!!!!! :D

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  3. Que estranho!!! Eu jurava que tinha comentado ontem!!! Oo

    Mas, enfim...

    Este capitulo só não foi melhor porque a energia podia ter ficado só mais um pouquinho sem voltar...

    GIL

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    1. Então, GIL, sabe que às vezes, dependendo do navegador, quando posto um comentário também some e preciso reescrever... é possível que o seu também tenha sido 'engolido'...

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  4. A arte de escrever um comentário gigante e depois apagá-lo :'(
    E eu já estou atrasada por que do celular já não to conseguindo mais, ele tá sumindo tbm! haha

    Amei esse capítulo! Coisa mais fofa esse Ollie, não dá mais pra se surpreender com ele...
    Só não gostei do quase beijo, queria logo um beijãaao! :D
    Só a Chloe pra resistir mesmo, hahaha
    Ah, e eu adoro quando rola esse papo de um conhecer mais o outro *-*

    Sofia, eu estava lendo Just Married.... Aliás perfeita, quase não conseguia parar de ler, kk
    Mas sério que não tem o fim? :3

    Aline

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    1. Meninas, isso de sumir o comentário costumava acontecer comigo no firefox, no chrome não tem acontecido. E com vcs?

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    2. Aline, Just Married está completa e todos os links estão certinhos, pelo menos eu acho. Tem a história lá na página de Multi-Chapters e todos os capítulos estão linkados. Se você puder esclarecer onde está faltando link para os capítulos eu arrumo, se é a isso que você se refere. Aguardo sua resposta. Bjs.

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    3. Sofia, realmente está completo, perdão!
      É que quando terminei de ler o capítulo 7.1, estava escrito CONTINUAÇÃO embaixo, só que sem o link... aí já desesperei ao invés de conferir lá nas Multi-Chapters...
      Tá certinho lá, só que não dá pra pular do 7.1 pro 7.2 de uma vez! Desculpe o meu desespero --' haha

      Já até terminei de ler o/

      Quanto aos comentários, só to conseguindo comentar aqui pelo pc no Chrome, por que no celular uso o Safari!

      Aline

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    4. Quando vou comentar pelo celular as vezes acontece do comentário sumir também. Só acontece pelo celular, não entendo!

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    5. Então, Paula, também não entendo, mas vou tentar descobrir porque isso acontece...

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    6. Aline, obrigada por avisar, vou arrumar o link. Beijos.

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