13.2.14

Chasing Illusions (5/15)

TítuloPerseguindo Ilusões
Resumo: Esta fic segue os acontecimentos até Fortune e começa dez anos no futuro.
Autoraschloeas e dl_greenarrow
Classificação: R
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Laura tinha passado a noite toda e o dia lendo. Ela tinha quase certeza que havia lido todos os artigos e blogs e histórias escritas sobre os Queens, Arqueiro Verde e Super Homem. Ela leu tudo sobre Chloe Queen e Chloe Sullivan, ela leu seus artigos do colégio, viu as fotos e leu sobre o passado dela. Ela também pesquisou a si mesma e embora houvesse algumas coisas sobre ela e não sobre outras Lauras Green, não havia um único artigo sobre seus pais, sobre suas mortes trágicas.

Mesmo de sua melhor amiga, Ella Clark, não havia nada. Aparentemente a melhor amiga de Chloe na verdade se chamava Clark Kent. E a mãe de Oliver Queen se chamava Laura e era de conhecimento comum que ele era o Arqueiro Verde.

Havia muitas coincidências para ela ignorar, então por volta das três da tarde, ela lavou o rosto e se recompôs e então ligou para seu suposto marido. Ela não podia lidar com tudo aquilo sozinha, isso era óbvio.

Oliver tinha terminado de arrumar a mala quando seu telefone tocou. Ele o pegou, sem olhar quem era. "Alô?"

Ela não disse nada por um momento, apenas expirou devagar. "Oliver? Sou eu, Laura."

Ele prendeu a respiração por alguns segundos, assentindo embora ela não pudesse vê-lo. "Oi", ele disse suavemente.

"Oi." Ela suspirou, incerta do que dizer em seguida.

Oliver hesitou por um momento. "Você está bem?" ele perguntou baixinho.

"Eu acho..." ela arfou, correndo uma mão no rosto. "Podemos nos encontrar em algum lugar?"

"Sim, claro", ele sussurrou. "Onde você quiser."

"Agora?" Laura disse, tentando não soar desesperada, mas se encolhendo ao que tinha dito.

"Só me diga onde e estarei lá. Pode ser agora", ele disse gentilmente.

"Parkway Drive, número 1115." Ela disse, encolhendo-se de novo. "Eu acho que é melhor não conversarmos em público."

"Tudo bem." Ele anotou o endereço na mão. "Eu estou indo."

"Ok", Laura arfou, assentindo para si mesma. "Eu te vejo daqui a pouco então."

"Ok, até já." Ele relutantemente desligou o telefone e foi para a porta sem pensar duas vezes. Ele pegou um táxi e foi até o endereço que ela havia lhe dado e chegou em menos de vinte minutos. Ele bateu na porta, prendendo a respiração enquanto o coração acelerava.

Laura olhou ao redor do apartamento por um momento e suspirou. Ela conseguiu arrumar a maior parte, mas ainda estava bagunçado. Balançando a cabeça, ela foi para a porta e a abriu um momento depois.

Oliver olhou pra ela. "Oi."

"Entra", ela arfou, dando um passo para o lado.

Assentindo, ele entrou e olhou ao redor do pequeno apartamento-estúdio, prendendo a respiração por um momento. Era ainda menor do que o apartamento dela do Talon. Ele se virou pra ela, observando-a incerto.

"Eu..." ela parou. "Eu li algumas coisas." Ela disse, observando-o atentamente assim que fechou a porta.

"Eu imaginei", ele admitiu, procurando seu olhar.

Ela suspirou. "Acho que agora eu sei quem Super Homem e Arqueiro Verde são pelo menos."

"Isso respondeu algumas de suas perguntas?" Ele perguntou. "Ou só criou outras?"

"Me deu uma ideia melhor de quem você é", ela disse, indo até o sofá e se sentando. "E quem eu deveria ser."

Oliver engoliu seco, mas permaneceu parado perto da porta. "Entendo", ele murmurou.

"Eu não consegui encontrar nada sobre meus pais", ela disse, olhando para o chão.

"Sinto muito", ele sussurrou, uma expressão dolorida no rosto. "Eu posso... meio que imaginar como é isso."

"Por causa dos seus pais?" Ela perguntou, ainda sem olhar pra ele.

"Sim." Ele correu uma mão pela nuca. "Eu não posso dizer que entendo, porque... não entendo", ele sussurrou "Eu não... não passei por isso antes. O que você está passando."

"Eu não acho que muita gente tenha passado." Ela zombou sem humor.

Ele mordeu o lábio inferior e olhou para o chão. "Não. Provavelmente não."

Laura olhou pra ele e franziu a testa, balançando a cabeça. "Desculpe, você pode se sentar."

Oliver olhou ao redor, então foi se sentar na cadeira perto do sofá. "O que eu posso fazer por você?" ele perguntou baixinho.

"Só... me ajude a entender porque isso aconteceu", ela disse a eles, descansando os cotovelos nos joelhos. "E me ajudar a decidir o que fazer."

Ele sentiu o peito apertar. "A primeira pode ser mais fácil de resolver. E honestamente..." Ele fechou os olhos por um momento. "A segunda coisa. Eu posso ser um pouco tendencioso."

Laura suspirou e olhou pra baixo mais uma vez. "Eu sei que pode, mas... tudo que eu conheço está aqui. Eu nunca fui para a Califórnia."

Ele ficou quieto por um momento. "Poderíamos mudar isso. Mesmo que seja só por alguns dias."

Ela engoliu seco e manteve os olhos na parede por um momento. Ela não tinha amigos de verdade ali e não queria arriscar ficar longe da aparentemente única pessoa que estava disposta a lhe contar a verdade, mas ela mal o conhecia. "Eu não quero ficar com você."

Mesmo sabendo que não era pessoal, doeu. Mas ele ignorou isso, e assentiu. "Eu vou pagar por um quarto em qualquer hotel que você quiser. Ou se você decidir que prefere, pode ser um apartamento." Ele olhou para as mãos.

"Ok", Laura disse, correndo as mãos pelo rosto e recostando-se no sofá, ela não amava sua vida antes dele aparecer na cafeteria, mas era mais simples que isso. "Me conte tudo que eu preciso saber então, sobre quem está em Star City e que vou conhecer."

Ele respirou fundo e olhou pra ela. "Uma prima. Seu nome é Lois Lane", ele disse. "Mas mesmo ela sendo sua prima, vocês sempre foram como irmãs. Vocês contam tudo uma a outra. Vocês sempre foram muito protetoras. Ela não mora em Star City, mas está lá agora. Além de mim, ela é a única pessoa que realmente manteve a esperança de você não ter... morrido."

"A repórter do Planeta Diário?" Ela perguntou. A maior parte dos artigos sobre o Super Homem e o Arqueiro Verde eram escritas por Lois Lane.

Ele assentiu. "Sim."

"Acho que isso faz sentindo já que ela escreveu muitos artigos sobre você e sua empresa", ela disse, olhando para o colo.

Oliver olhou pra ela. "Também tem Mia Dearden", ele disse depois de um momento. "Ela não é parente de sangue, mas ela é maravilhosa e está sempre por perto quando precisamos."

"Quem é ela?" Ela perguntou, franzindo um pouco a testa e finalmente virando-se para olhar pra ele. Esse nome não tinha vindo do nada.

"Alguém que eu ajudei anos atrás, quando vivíamos no Kansas", ele disse. "Ela meio que trabalha comigo. Quando estou fora como o Arqueiro Verde."

"Oh", Laura assentiu, suspirando mais uma vez, era avassalador o suficiente ouvir que ela era outra pessoa, mas ouvir que Super Heróis eram reais e que ela aparentemente conhecia alguns deles fazia tudo ser ainda mais maluco. "Então existem outros."

"Alguns", ele confirmou, observando-a cuidadosamente.

"Ela os conhecia?" Ela perguntou, sabendo da resposta.

Ele sentiu o peito apertar um pouco. "Se Chloe os conhecia?" ele perguntou, então assentiu. "Sim. Sim, ela conhecia. Ela estava no time."

Laura paralisou a isso, erguendo as sobrancelhas. "O time?" Ela repetiu.

"Meio que uma Liga com pessoas que fazem o que fazemos", ele disse a ela, observando-a, tentando não ter muita esperança com a expressão curiosa que ela estava lhe dando. "A coisa toda de herói."

Ela piscou e balançou um pouco a cabeça. "Você está me dizendo que", ela parou para respirar. "Esta pessoa que eu supostamente sou, não só é casada com um super herói, como também é parte de uma Liga inteira deles?"

"Eu-- não sou um Super Herói. Eu não tenho poderes. Só tenho habilidades com um arco", ele disse baixinho. "Mas sim. Ela era um dos membros originais do time, quando começamos."

Laura arfou e balançou a cabeça. "Você disse que sua vida era maluca e não estava brincando."

"Não, eu não estava", ele sussurrou.

Ela olhou pra ele e permaneceu em silêncio por um longo momento, então se levantou. "Você quer beber alguma coisa?" Ela ofereceu.

"Não, obrigado", ele respondeu.

Laura assentiu e foi até a cozinha, que era uma extensão da sala e pegou uma garrafa de chá gelado da geladeira, abrindo-a e tomando lentamente. Ela precisava parar um pouco enquanto tentava processar a informação.

Oliver fechou os olhos enquanto ela ia para a cozinha. Ele estava acostumado a não dormir - insônia era companhia desde que Chloe sumiu - mas agora ele se sentia mais cansado que o normal.

Assim que ela estava na metade do chá, ela voltou para o sofá e se sentou. "Quando você vai embora?"

Ele mordeu o lábio inferior, olhando pra ela. "Eu tenho que ir embora hoje", ele admitiu, quase inaudível. "Eu tenho coisas pra resolver em casa." Ele hesitou. "Eu não quero ir embora, mas..."

"Hoje?" Ela repetiu, os olhos arregalando um pouco e de repente sentindo-se menos confortável.

Ele prendeu a respiração olhando pra ela. "Você precisa que eu fique mais tempo?" ele perguntou incerto, seu estômago apertando ao olhar no rosto dela.

"Eu não... sei", Laura disse, olhando pra baixo de novo. "Eu não conheço ninguém aqui, mas não sei em quem mais confiar."

"Eu posso voltar amanhã", ele disse.

"Eu não quero te tirar da sua vida", ela admitiu, passando as duas mãos ao redor da garrafa, seu estômago apertando.

"Amanhã não é problema", ele sussurrou. "E quando estiver pronta, podemos fazer os arranjos para você ir para a Califórnia."

Ela sussurrou, assentindo, incerta do que fazer, mas de repente estava com muito medo de ficar na cidade sozinha. "E se as pessoas que fizeram isso comigo me encontrarem novamente?"

Ele sentiu o peito apertar, porque sabia que essa era uma forte possibilidade. Especialmente se soubessem que ele a tinha encontrado. "Eu posso mandar alguém pra cá. Pra ficar de olho nas coisas. Se você quiser." Ele hesitou. "Ou você pode ir comigo hoje."

Laura apertou os lábios, ela não sabia o que era pior: ficar e arriscar estar em perigo e ter sua memória desaparecendo de novo ou ir para um estado completamente diferente com um homem que ela conhecia há, literalmente, vinte e quatro horas.

"Se é o jatinho particular que te preocupa, eu te arrumo um voo comercial", ele sussurrou. "O que você achar mais confortável."

Ela parou e piscou algumas vezes. "Você tem um jatinho particular?"

Oh. Um fraco sorriso tocou sua boca. "Sim. Eu faço muitos negócios ao redor do mundo."

Jatinhos particulares, Super Heróis, bilionários, membros da família e aparentemente um cara que se importava muito com ela para não desistir de encontrá-la mesmo quando estava supostamente morta há três anos. Qualquer que fosse essa vida que ela supostamente tinha era completamente diferente da que ela estava acostumada. Vivendo num apartamento minúsculo, trabalhando de casa sem vida social por assim dizer. Apertando os lábios, ela olhou para a garrafa de novo, seus olhos enchendo de lágrimas. "Faz sentido."

Ver as lágrimas o fez se sentir como se tivesse levado um soco no estômago. "Eu sei que é tudo avassalador. Sinto muito", ele sussurrou.

Assentindo levemente, ela tomou um longo gole do chá para tentar se acalmar, ela tinha chorado na noite anterior, pensou que tivesse deixado tudo sair, mas aparentemente não e a última coisa que queria era chorar na frente dele. "Você sabe como resolver?"

A isso, ele piscou rapidamente para evitar que ele mesmo desabasse. "Se eu soubesse, faria num piscar de olhos, não importa o que custasse."

Laura prendeu a respiração e expirou devagar, balançando a cabeça. "Então mesmo que eu vá para a Califórnia, não há nada que você possa fazer."

"Pode despertar lembranças", ele disse. "Estar perto de coisas e pessoas que você costumava conhecer. E tem um médico que trabalha para o time. Foi ele quem mandou os registros de Chloe ontem. Eu não posso fazer promessas, não", ele parou, "exceto que vou fazer tudo que puder para deixar você em segurança."

Ela olhou pra ele e o observou por um longo momento, então engoliu com dificuldade e assentiu levemente, seu peito apertado de medo. "Que horas você parte?"

Oliver mordeu o lábio, olhando para o relógio na parede. "Logo. Dentro de algumas horas."

"E se eu chegar lá e decidir que não quero ficar?" Ela perguntou.

"Então eu providencio transporte para voltar pra cá se for o que você quiser."

Engolindo seco, ela correu uma mão pelo rosto e olhou pra ele pelo canto dos olhos. "Ok."

"Ok pra hoje?"

Laura assentiu, colocando o cabelo atrás da orelha.

"Ok", ele sussurrou. "Tudo bem viajar num jatinho particular? Ou você quer um voo comercial?"

"Sim", ela deu de ombros. "Tudo-- bem." Comparado ao fato de que ela estava deixando tudo que pensou que era pra trás, o avião era o menor de seus problemas.

"Tudo bem. Quanto tempo você precisa pra arrumar tudo?" Seu coração começando a bater mais rápido no peito.

"Eu vou só... pegar algumas roupas e coisas." Ela disse. "Uma hora?"

"Ok. Parece ótimo. Eu já tenho tudo arrumado no hotel. Vou pegar minhas coisas e te encontro aqui?"

"Sim", ela disse. "Ok."

Oliver respirou fundo. "Te vejo daqui a pouco, então", ele sussurrou, indo para a porta.

Laura assentiu e o seguiu até a porta, esperando ele sair para fechá-la e trancá-la. Ela tinha que fazer as malas e se arrumar e a única coisa que esperava era que estivesse tomando a decisão correta.

***

Oliver ofereceu a 'Laura' um suave e hesitante sorriso enquanto pegava a bagagem dela, apontando para as escadas do jatinho. O tempo todo em que esteve longe, ficou com medo que ela tivesse mudado de ideia, ou desaparecido. Felizmente, não tinha sido o caso. "Tudo bem?" ele perguntou depois de estarem a bordo e as coisas deles devidamente guardadas.

Ela assentiu enquanto olhava ao redor do pequeno, mas confortável avião. Depois de considerar todos os assentos, ela pegou um à direita e colocou o laptop embaixo. "Quanto tempo dura o voo?"

"Umas duas horas", ele assegurou. "Você quer beber alguma coisa? Ou comer? Eu mantenho o jatinho estocado."

Laura balançou a cabeça e colocou o cinto antes de olhar pra ele. "Eu nem me lembro de já ter voado antes."

Ele sorriu embora seus olhos fossem tristes. "Você-- Chloe viajava muito para cobrir eventos para o Register. E algumas vezes ela ia comigo quando eu viajava a negócios."

Ela se mexeu desconfortavelmente no assento por um momento. "E ela não odiava ou tinha medo nem nada?"

"Ela não tinha medo de muita coisa", ele disse. "Embora não fosse muito fã de cobras."

"Acho que ninguém com bom senso é 'fã de cobras'." Ela pontuou, olhando pela janela.

"Bem, você não tem que se preocupar com elas neste avião", ele disse com um pequeno sorriso, também apertando seu cinto.

Laura olhou pra ele sem ter entendido a referência.

Ele hesitou, balançando a cabeça. "Um filme realmente ruim de alguns anos atrás."

"Oh", ela assentiu e respirou fundo. "Acho que eu perdi."

"Tudo bem", ele murmurou. "Era terrível mesmo."

Ela suspirou e assentiu, recostando-se contra o assento. "O que mais você pode me contar?"

"Qualquer coisa que você quiser saber", ele disse sem hesitar. "Eu não vou guardar segredos de você."

"Esta é a questão", ela respondeu. "Eu não sei o que perguntar. Eu li muitos artigos sobre você e Chloe e li alguns que ela escreveu no colégio..."

Ele ficou quieto por um momento. "Eu deduzo que você tenha lido sobre Casey?" Ele prendeu a respiração.

"Casey?" Ela perguntou erguendo as sobrancelhas e olhando pra ele, não gostando de sua expressão.

Merda. Ele hesitou por um momento, olhando para as mãos. Então ele se mexeu, pegando a carteira, e removendo sua mais recente foto escolar. Ele abriu o cinto e se sentou ao lado dela, lhe entregando a foto.

Laura olhou pra ele por um tempo e então pegou a foto cuidadosamente, olhando pra baixo e prendendo a respiração. Uma garotinha com longo cabelo loiro e olhos castanhos, ela não sorria, ela dava um risinho e definitivamente parecia não estar planejando nada bom. Seu estômago apertou enquanto olhava para a foto em silêncio. "Quem é ela?"

"Ela é nossa filha", ele disse.

Ela fechou os olhos e engoliu. Ela deduziu que era isso, mas ouvir a confirmação fazia diferença. "Quantos anos ela tem?" Ela sussurrou, sua voz tremendo.

"Oito", ele respondeu, hesitantemente tocando sua mão.

Laura abriu os olhos e olhou pra mão dele sobre a dela, mas não se afastou. "O que ela sabe?"

Oliver olhou para a foto. "Ela acha que a mãe morreu três anos atrás numa explosão."

"Não..." ela parou. "Não conte a ela."

"Eu não ia", ele admitiu. "Tenho medo que isso... a confunda. E a machuque que..." Ele mordeu a parte interna da bochecha. "Que Chloe não se lembre dela."

Ela assentiu levemente, olhando em silêncio para a foto mais uma vez. "Como ela é?"

Um sorriso verdadeiro tocou sua boca. "Malandrinha. Bagunceira." Ele olhou pra ela de lado, seus olhos um pouco mais brilhantes que antes. "Que veio de Chloe e eu, tenho que admitir. Ela é curiosa. Sempre fazendo perguntas. Esperta. Realmente esperta. Algo que... ela definitivamente herdou da mãe." Ele expirou um pouco. "Algumas vezes eu sinto como se ela tivesse dezoito anos na verdade."

Laura se virou pra ele e não pôde deixar de sorrir suavemente ao olhar no rosto dele. "Ela parece mesmo."

Ele deu risada. "E ela é. Mas ela é uma criança maravilhosa."

Ela assentiu e respirou fundo. "Ela está lidando bem com tudo?"

O sorriso dele sumiu um pouco. "Ela sente falta da mãe. Muito", ele disse. "Mas ela é forte."

O rosto de Laura ficou triste e ela assentiu, olhando para a foto, seu peito ainda mais apertado, mas agora com mais razões a ver com o que tinha que se lembrar.

O olhar no rosto dela era um que tinha visto em Chloe tantas vezes. Ele apertou a mão dela gentilmente, ficando em silêncio.

Ela não disse nada por um longo momento, perdida em pensamentos sobre o que tinha que se forçar a lembrar. "Quantos anos eu tenho?" Ela perguntou, sem saber se tinha a idade que achava.

Oliver queria entrelaçar os dedos nos dela, mas não queria assustá-la com intimidade. "Trinta e três."

Laura assentiu e olhou pela janela, eles já tinham decolado e ela mal tinha percebido, ela estava com medo de surtar, mas agora sentia como se tivesse tomado a decisão correta, ir com ele. "O que mais eu deveria saber sobre Chloe?"

Havia tantas coisas, ele nem sabia por onde começar. Ele tirou o cinto de novo. "Ela era a mulher mais determinada que conheci, embora a prima dela chegue perto", ele disse com um sorriso, levantando-se. "Tem certeza que não quer nada para beber?" ele perguntou, indo para o fundo do jatinho.

"Talvez água?" Ela perguntou, erguendo as sobrancelhas e virando-se pra ele. "O que mais?"

"Água? Não café?" ele perguntou incerto. "Eu tenho literalmente uns doze sabores. Watchtower sempre tinha que ter um bom café", ele acrescentou.

Ela começou a sorrir, então sua expressão ficou neutra, ela ergueu as sobrancelhas e se levantou.

Oliver olhou pra ela, testa franzida. "Eu posso fazer se você quiser. Eu sei que tem amêndoa e caramelo e--"

Laura soltou a foto, deixando cair sem cerimônia no chão e começou a caminhar lentamente na direção dele, olhos estreitos enquanto um risinho aparecia em seus lábios.

A pergunta morreu em seus lábios enquanto olhava pra ela incerto. "Laura?"

Mordendo o lábio inferior, ela sorriu um pouco mais pra ele, então sem aviso, se virou de lado e deu um chute em seu estômago, o mais forte que conseguiu.

Não só o movimento o pegou de surpresa, mas o mandou de volta até a área de comida onde ele atingiu o chão com força, fazendo uma careta e então arregalando os olhos pra ela. "O que--"

Sem outra palavra, ela o chutou de novo, pressionando o pé contra suas costelas com força total. "Você está morto."

____
SEIS

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6 comentários:

  1. Vou acabar tendo uma arritmia com essa história!!!!! Chorei com a reação da Chloe ao saber da Casey e então... MEU DEUS! De onde veio essa Chloe ninja??? Foi alguma coisa que o Oliver falou, alguma palavra que 'despertou' um lado dela que, sei lá, foi 'treinado' por quem armou a explosão/amnésia????
    [é, adoro uma especulação]
    huahuahauahuahauahuah

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    1. Hum... Está especulando bem, Ciça! :D Mais logo, logo...

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    2. Wow!! Que final!!

      Foi sem dúvida algo que o Oliver disse, desconfio de Watchtower, e sim, tem alguém pro trás de tudo isso, pior, fazendo a Chloe de marionete... e agora?

      Oh, Ciça!! Gostei da reação da Chloe ao saber da Casey, é um elemento a mais para motiva-la a buscar a verdade e voltar ser a Chloe...

      Aguardando mais!

      GIL

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  2. café foi a palavra...

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    Respostas
    1. É possível... Café é uma palavra muito significativa para a Chloe.

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  3. Tensão, tensão!!!!
    Coitada da Laura, passou anos sozinha, sem a família, sem uma vida de verdade.

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