26.1.13

Capes Not Required

Título: Capas Não São Necessárias
Resumo: Ninguém nunca disse que ser uma repórter investigativa era fácil. Ou seguro.
Autora: fickery
Classificação: PG-13
Linha de tempo: Finale



"Ollie está por aí?" Lois perguntou. Quando sua prima balançou a cabeça, ela baixou o volume da voz enquanto se inclinava mais perto da webcam. "Bom. Porque eu podia usar sua ajuda com um pequeno projeto."

Chloe tentou não fazer uma careta. A palavra tinha mudado ao longo dos anos, mas ela tinha ouvido essa proposta muitas vezes de Lois pra não saber o que significava. Quase sempre terminava com Lois tentando convencê-la a entrar em algo nada aconselhável e/ou perigoso. "Pequeno projeto?" ela repetiu, sabendo que ia se arrepender de perguntar.

"Não, espera. Tira esse olhar do seu rosto. Você vai gostar", Lois assegurou. "Lembra do vereador de Metrópolis, Bill Langston?"

Chloe teve que pensar por um minuto. Ela não era tão rápida atualmente com a política de Metrópolis como quando vivia lá o tempo todo. "Aquele com os rumores sobre laços com o crime organizado?"

"Exatamente. Ele é bom, eu tenho que reconhecer - em todos os anos que manteve aquele assento, ninguém jamais conseguiu nada de concreto contra ele. Mas eu tenho uma pista muito promissora sobre de onde veio parte do dinheiro de sua campanha de reeleição, e - esta é a parte que vai te interessar - tem ligação com um muito conhecido aspirante a político de Star City."

"Sério", Chloe disse, intrigada apesar de seu receio. "Quem?"

"Um certo dono de uma concessionária de automóveis que virou candidato a prefeito de Star City, cujas concessionárias estão por todo o centro-oeste, inclusive Metrópolis", Lois sugeriu.

Chloe arregalou os olhos. "Edward Delgado? Eddie Maluco, o Rei dos Carros Usados? Que... estranho."

Agora que sabia que a prima estava fisgada, Lois se recostou contra a cadeira, sorrindo. "Esse mesmo. Interessada?"

Oh, eu definitivamente vou me arrepender disso. "Interessada. Mas ainda não concordei com nada."

*-*-*-*

As famosas últimas palavras. E foi assim que ela se encontrou acordando, amarrada numa sala úmida e escura em um local desconhecido, junto com sua parceira de investigação criminal.

Até onde Chloe podia dizer, elas estavam sozinhas. "Lois! Você está bem?" ela sussurrou por sobre o ombro. Elas estavam de costas uma pra outra, as duas amarradas a cadeiras com as mãos entre elas. "Lois!"

"Estou bem", Lois murmurou. "Um pouco tonta. Acho que eles nos drogaram. Qual é a última coisa que você se lembra?"

"Sentada naquele bar tentando ouvir o que Delgado e Langston estavam dizendo um ao outro. Mas nenhuma de nós deixou as bebidas sozinhas."

Elas vinham seguindo os dois em Star City e Metrópolis respectivamente por quase duas semanas; Chloe tinha grampeado os telefones deles remotamente para rastrear melhor seus movimentos assim como suas comunicações. Quando ela viu a troca de mensagens marcando um encontro em Metrópolis, preparam tudo para estarem lá antes de Delgado, assim ela e Lois poderiam - bem, espioná-los.

"Espera. Lembra daquela garota que veio falar sobre nossos sapatos e então sentou e começou a conversar? Eu estava tentando me livrar dela educadamente enquanto você continuava ouvindo."

"Droga", Chloe disse. "Se ela fosse um cara, eu teria sido mais cuidadosa."

"Isso serve pra te mostrar. Sempre deduza que cada mulher é tão sorrateira quanto a gente." Lois olhou ao redor, batendo a cabeça na de Chloe. "Ai! Desculpe. Então onde você acha que estamos?"

Era impossível dizer. Podia ser um armazém, ou uma sala de estoque, ou um porão. Na verdade, meio que parecia com um escritório temporário que alguém tinha construído em um armazém, sala de estoque ou porão. Um computador laptop estava aberto em uma mesa no canto da sala. As paredes estavam revestidas de armários trancados. Não havia nada que pudesse identificar a localização. "Não faço ideia. A primeira coisa a fazer é desamarrar essa corda." E então ela queria olhar o computador.

"Eu não sou tão boa assim com nós. Que tal apenas as cortarmos?" Lois sugeriu.

"Pra mim está bom. Você vê alguma coisa que possamos usar?"

"Não, mas eu vi isso mais cedo e deslizei dentro de um compartimento escondido da minha jaqueta. É um pequeno canivete."

"Legal", Chloe disse. Ela sentiu os dedos de Lois tocando as cordas ao redor de seus pulsos, estudando o posicionamento e a espessura.

"Sempre preparada, esta sou eu", Lois disse. "Eu sou uma Garota Escoteira."

"Eu lembro que você colocava as Garotas Escoteiras pra correr", Chloe disse.

"Aquela pequena Amber malcriada achava que era muuuito melhor que eu só porque vendeu mais biscoitos. Todo mundo sabia que o pai dela tinha comprado tudo. Não se mexe."

Chloe sentiu o frio da lâmina deslizando entre as cordas e seu pulso. "Lois, você a desafiou para uma briga. Cuidado", ela alertou. A última coisa que ela precisava agora era uma artéria danificada.

"E eu ganhei", Lois pontuou. "Valeu muito à pena. Escuta, eu vou ter que mexer um pouco, mas a lâmina está apontada pra cima - é mais provável eu me cortar. Pronta?"

"Vai." Demorou alguns minutos de atrito desconfortável, um corte ou dois, e alguns palavrões criativos de Lois, mas eventualmente Chloe soltou uma mão. Enquanto ela trabalhava para soltar a outra mão, Lois começou a se soltar também.

As duas congelaram quando ouviram passos e vozes do lado de fora. "Como você está indo?" Chloe sussurrou. Ela não estava completamente livre.

"Preciso de mais um minuto ou dois. Então você vai ter que bancar a mulher fatal", Lois sussurrou de volta.

Chloe tinha a outra mão quase livre, mas segurou as pontas da corda para não ficar imediatamente óbvio que ela não estava mais presa.

A porta abriu e um homem desconhecido entrou. Ele era puro músculo - cabeça raspada, camiseta preta, coldre de couro - mas não parecia perigoso. Ele provavelmente poderia se misturar na multidão de um bar facilmente sem chamar atenção. E aparentemente não chamou a atenção dela e Lois.

O pensamento foi confirmado por suas primeiras palavras. "Então, senhoritas. Vocês duas parecem muito elegantes pra visitarem algo igual O Salão."

"Bem, você sabe, às vezes uma garota precisa de uma cerveja", Chloe deu de ombros.

"Aham. Então vocês vão pra pior parte da cidade pra tomar uma? Espera, deixa eu adivinhar, vocês estavam na vizinhança." Ele cruzou os braços musculosos.

Chloe fingiu pensar por um momento. "Basicamente." Ela podia sentir Lois ainda trabalhando pra se libertar, mas percebeu que ela tinha diminuído os movimentos pra evitar ser notada.

"Perdoe meu francês, mas balela", Careca disse. "Eu sei que vocês estão seguindo os dois caras que estavam na mesa atrás de vocês no bar. Que interesse vocês têm neles?"

"Eu não faço ideia do que..."

"Pode parar, Loira. Vocês não são policiais. Quem são vocês?"

"Certo. Tá bom", Chloe disse com aparente relutância. Ela desejava que Lois estivesse quase terminando. "Você quer saber a verdade? Somos detetives particulares. A atual Sra. Edward Delgado suspeita que seu marido esteja lhe traindo, e ela quer um aviso se parecer que será a próxima ex-Sra. Delgado.  Pensamos que encontraríamos a namorada dele no bar esta noite."

Ela estava muito satisfeita com a história que inventou, parecendo plausível diante do histórico de casamentos falidos e divórcios complicados de Delgado. Mas o homem estava olhando pra ela com um pequeno risinho sarcástico que ela não gostou nenhum pouco.

"Bela tentativa", Careca disse. "Mas Eddie e sua esposa têm um acordo. Ela não se importa com o que ele faz contanto que ele pague seus cartões de crédito. Eu vou perguntar uma última vez, Loira..." - ele segurou a frente da jaqueta dela e encostou o rosto no dela. "...Quem. Diabos. É você?"

"Que importa, a outra é muda?" disse um segundo homem, este mais alto e com a cabeça cheia de cabelo escuro, enquanto entrava na sala, fechando a porta atrás dele. Indo até Lois, ele agarrou seu queixo e virou o rosto dela em sua direção. "Ei. Eu conheço você. Você é aquela repórter bisbilhoteira do Planeta Diário."

"É? E quem é esta aqui, então?" Careca exigiu, apontando a cabeça para Chloe.

"GROSSO", Lois disse para o Careca por sobre o ombro. "Ela também é repórter." Ela tamborilou dois dedos firmemente contra a mão de Chloe, um velho sinal que significava 'ok' ou 'vamos embora'.

As duas estavam livres das cordas. Agora elas só tinham que esperar o momento certo.

O Cara Alto deu a volta para dar uma olhada melhor em Chloe e a analisou. "Oh, seu idiota. Que diabos você fez?"

"O quê? Do que você está falando?"

"Você não a reconheceu? Ela é casada com Oliver Queen. Jesus, eles estão em todos aqueles programas estúpidos de fofoca e na internet." Ele viu a expressão do comparsa, partes iguais de dúvida e julgamento. "Não me olhe desse jeito. Se você prestasse alguma atenção nesse tipo de coisa, talvez não tivesse a mulher do Arqueiro Verde amarrada agora. Que diabos nós vamos fazer com ela?"

Chloe clareou a garganta. "Não é por nada, mas eu tenho um nome e identidade própria. Além do meu marido, eu digo."

"Eles não querem saber", Lois disse. "Eles são Neandertais."

"É melhor você ser um pouco mais gentil com os caras que vão decidir seu destino, docinho", Careca ameaçou.

Lois bufou. "Não seja tão metido, Sr. Limpeza. Agora?" ela perguntou a Chloe esperançosa.

"Agora."

Chloe inclinou a cadeira para trás apenas o suficiente para posicionar a perna sobre o pé do Cara Alto e jogar o peso de volta para o assento, fazendo a perna da cadeira atingir os dedos dele. Ele gritou. Quando ela o empurrou pra trás, ele não conseguiu ficar em pé e caiu como uma árvore.

Enquanto isso, Lois estava fora da cadeira num flash, girando-a e acertando o crânio do Careca. Ele também gritou.

"Sua cadela!"

Os minutos seguintes foram meio que um borrão para Chloe. Ela e Lois tinham estilos de luta diferentes: abençoada com mais altura e força, Lois tendia a ir pra cima, enquanto Chloe tinha que lutar mais estrategicamente, usando o peso de seu oponente contra ele.

Lois também lutava sujo. Ela chutou o Careca na virilha com suas botas de salto alto, fazendo-o se dobrar, então jogou o joelho no rosto dele, mandando-o de costas em direção à mesa.

"Lois! Cuidado com o computador! Eu vou precisar daquela coisa intacta em alguns minutos."

"Desculpe", Lois arfou. "Vou tentar lembrar disso."

O Cara Alto conseguiu se erguer, embora dolorosamente, e avançou em direção a Chloe com um rugido. Ela plantou o pé com força contra seu joelho, forçando-o a se dobrar pra trás na direção errada, com um som horroroso, fazendo-o cair em direção à parede, batendo a cabeça em cheio.

"Acho que isso nos ganhou alguns minutos", Lois disse um minuto depois, ainda recuperando o fôlego, observando seus oponentes deitados sangrando e inconscientes no chão. "E agora? Você invade o computador? Pegamos ele e corremos?"

"Os dois. Com alguma ajuda", Chloe disse. "Você não é única com bolsos escondidos." Estendendo a mão atrás do cabelo, ela abriu o zíper que havia na gola da jaqueta e extraiu um pequeno comunicador bluetooth e que parecia com um flash drive.

"Legal", Lois disse.

Chloe colocou o comunicador e apertou. "Watchtower. Onde estamos?" Ela tinha o rastreador GPS em seu relógio de pulso ativado desde antes de entrarem ali.

"Vocês vão amar isso", Tess disse do outro lado do comunicador. "Vocês estão no porão do maior cassino de Amos Fortune. Acho que vocês duas já conhecem o lugar", ela acrescentou.

Isso fez Chloe parar a caminho de inserir o flash drive no computador. "Você só pode estar brincando", ela disse incrédula.

"Eu não estou."

"O quê?" Lois exigiu.

Chloe balançou a cabeça enquanto apertava um pequeno botão no dispositivo de memória, ativando uma luz verde. "Estamos no porão do cassino de Amos Fortune. Alguma ideia de que conexão há entre ele e nossos dois amigos?"

"Fortune? Amos Fortune que roubou meu anel de noivado e me amarrou no camarim, forçando-me a me vestir como showgirl escapar? ESTE Amos Fortune? Oh, ainda tenho umas coisas pra acertar com aquele cara", sua prima perguntou entredentes.

"Lois..." Chloe alertou. "Foco."

"Eu tenho uma teoria." Tess disse. "Assim que eu confirmar com algum dos arquivos que estou puxando, eu aviso. O upload está 53 porcento completo."

"Problema", Lois anunciou. Quando Choe girou, ela apontou para a porta. "Código de acesso, mesmo do lado de dentro."

"Não é problema", Chloe disse, tirando o bracelete do pulso e jogando-o para Lois, que o pegou por reflexo. "Desliza esse pequeno painel do lado de dentro e a parte de cima abre. Aperta o botão verde e segura perto do display numérico do painel. Vai correr todas as possibilidades até encontrar a combinação."

"Muito legal. Ok, você definitivamente venceu a competição Quem Esconde O Implemento Espião Mais Legal Na Pessoa", Lois disse, seguindo as instruções.

"Ei, estaríamos mortas sem sua faca", Chloe a assegurou. "Vou roubar esta ideia."

"Upload em 78 porcento", Tess disse.

"Então, qual é nossa estratégia de fuga?" Lois perguntou. Ela gelou quando o Careca se mexeu, dando uma espécie de gemido.

Chloe se virou pra ele. "Como você está indo aí, Lo?"

"Três dígitos resolvidos, faltam dois."

"Qual é nossa estratégia, Torre?" Chloe perguntou a Tess.

"Estou invadindo o sistema de alarmes do cassino. Todos eles - áreas restritas, cofres, incêndio - do lado oposto do prédio, e mexendo com as câmeras mais próximas a vocês. Resolvendo isso e lidando com as respostas aos chamados de emergência deve mantê-los ocupados por alguns minutos enquanto conduzo vocês duas pra fora. É só me avisarem quando estiverem prontas."

Chloe passou o plano para Lois, que, tendo conseguido o código completo, leu os números pra ela e devolveu o bracelete.

"Meu upload está completo", Tess disse. "Eu tenho uma cópia de tudo, só por precaução  Mas vocês ainda vão querer levar o laptop para os propósitos forenses."

"Com certeza", Chloe disse, desligando e fechando a tampa. Ela removeu o flash drive, guardando-o no bolso, e colocou o computador embaixo do braço. "Pronta?"

Lois estava olhando por sobre o ombro para os dois homens no chão, que pareciam estar se mexendo agora. "Muito. Vamos embora." Ela apertou os números. Luzes e alarmes iluminaram o lugar.

Sair foi como navegar em um labirinto em tamanho real: Tess as conduziu pelos corredores da área de serviço, através de diversas portas iguais, subindo e descendo alguns lances de escada. Algumas vezes tiveram que recuar e se esconder antes de retomar o caminho. Finalmente, atingiram as portas de saída de uma das entradas de funcionários. As luzes brilhantes e as sirenes dos caminhões e viaturas policiais parando no enorme estacionamento do cassino foi um barulho bem-vindo.

*-*-*-*

Na Watchtower, Tess se virou para os dois homens sérios atrás dela, parados identicamente com os braços cruzados. "Viu? Elas saíram com a evidência e os policiais estão lá. Elas estão bem. Estão em segurança."

"Desta vez", Clark disse secamente.

Tess revirou os olhos e se voltou para o monitor, narrando a ação. "Elas estão conversando com os policiais, contando que foram drogadas e sequestradas. Lois está sugerindo que eles têm motivos razoáveis para uma busca sem mandado. Chloe está oferecendo o laptop e amostras de sangue como evidência. Os policiais estão agindo como se tivessem encontrado um pote de ouro."

Usando as câmeras do estacionamento do cassino, ela encontrou Chloe e Lois recostadas contra uma viatura policial e parecendo bastante relaxadas, considerando tudo.

"Watchtower?" Chloe disse. "Policiais entraram pra procurar os caras que nos pegaram e vasculhar a sala onde estivemos presas, para verificar nossas histórias. Eles querem tomar nossos depoimentos. Provavelmente ficaremos aqui por um tempo, mas você não precisa ficar aí se tiver outras coisas pra fazer."

"Obrigada. Obviamente eu só tive alguns minutos para olhar todos estes arquivos, mas uma busca muito apressada parece confirmar minhas suspeitas", Tess disse. "Parece que Delgado está lavando dinheiro para o Fortune em troca de propina. O Fortune doa parte do dinheiro para a campanha de re-eleição de Langston. Enquanto isso, Langston facilita a instalação dos cassinos e tem um acordo com Delgado para comprar e manter uma frota de veículos oficiais para uso da cidade. Com preços ridiculamente inflacionados, claro."

"Awww. É como o Círculo da Vida. Só que sujo, corrupto e com interesses próprios", Lois disse quando Chloe repetiu a informação pra ela. "Engraçado como maior parte do crime em cidades populadas por super heróis são as mais variadamente organizadas, não é?"

"Não há mais espaço para os pequenos artesãos. É uma pena, na verdade", Chloe concordou.

Lois deu de ombros. "Bem. É o progresso."

*-*-*-*

Enquanto Tess removia o comunicador, Clark estendeu a mão por sobre ela e deu um zoom no rosto das mulheres. "Elas estão machucadas", ele disse, seu tom mais do que um pouco acusatório. "Lois parece que vai ficar com um olho roxo."

"Bem, você sabe como ela luta", Tess disse.

Clark e Oliver trocaram olhares. "Olha, Tess. Tudo que estamos dizendo é que no futuro, gostaríamos de um aviso se Chloe e Lois pedirem sua ajuda com uma missão tão perigosa quando esta", Oliver disse. "Se não conseguirmos convencê-las a desistir, pelo menos podemos monitorá-las e estar prontos para um resgate se alguma coisa der errado." Clark assentiu concordando.

Tess se virou pra eles, erguendo uma sobrancelha incrédula. "Sério? E elas têm a chance de avaliar cada missão que vocês dois planejam?"

"Qual é, Tess. Não é a mesma coisa e você sabe disso", Clark disse irritado.

"Por que não? Por que elas usam roupas normais e Lois não tem seu próprio codinome?" Tess desafiou, mãos nos quadris. "Eu corro operações pra elas como eu faria para qualquer membro da equipe. E eu não tive que dar a elas mais ajuda do que qualquer outro membro do time precisaria. Elas se libertaram e derrubaram dois caras e levaram o computador e abriram a porta sozinhas."

Oliver estava balançando a cabeça. "Ok, mas..."

"Não. Olha, vocês sabiam que as duas eram repórteres investigativas quando começaram a namorar e casaram com elas. Como cidadã de Metrópolis, eu agradeço que elas tenham acabado de expor a corrupção do governo local. Como proprietária de um jornal, eu agradeço que elas tenham acabado de me dar uma maravilhosa história para a primeira página. Mas se vocês não as querem fazendo coisas perigosas? Então conversem com suas esposas. E me deixem fora disso."

Pegando o telefone, ela apertou alguns botões. "Emil? Oi. Lembra do que conversamos sobre irmos tomar uma bebida? O que você está fazendo agora? Porque eu estou inesperadamente livre e repentinamente com muita, muita sede." Indo em direção às portas duplas e deixando os dois homens boquiabertos, ela pegou o casaco de um gancho na parede. "Ótimo. Encontro você em vinte minutos. Até depois, rapazes." Ela acenou sem olhar pra trás e desapareceu.

Houve um longo momento de silêncio, que eventualmente foi quebrado por Oliver. "Ela tem razão. Encare, é exatamente por isso que gostamos das duas. Ficaríamos entediados com mulheres normais."

Clark foi forçado a dar risada. "Deve ser verdade", ele admitiu. "Mas vamos manter isso entre nós."

*-*-*-*

Na noite seguinte as primas estavam conversando por vídeo novamente. "Estou vendo nossa manchete", Lois disse. Ela ergueu uma cópia do Star City Register que Clark pegara pra ela mais cedo.

"É legal, não é?" Chloe concordou. "E eu gosto de como cada uma de nós conseguiu recorde de vendas em nossos próprios jornais." Ela tinha uma cópia do Planeta Diário na mesa.

"Bem, é justo", Lois disse. "Talvez esta seja a primeira de muitas colaborações de sucesso." O artigo escrito em dupla contava sobre o sequestro e a fuga, as relações financeiras entre os três homens, e a subsequente prisão de Delgado e Langston. Amos Fortune havia desaparecido, mas um mandado de prisão tinha sido expedido e era só uma questão de tempo antes que ele fosse encontrado. Demoraria muito tempo até que eles pudessem voltar aos seus negócios.

Aparecendo atrás dela, Clark gemeu. "Seria muito pedir que a próxima colaboração não envolvesse arriscar suas vidas e dar aos seus maridos ataques cardíacos?"

"Eu concordo", Oliver disse aparecendo atrás de Chloe, suas mãos nas costas da cadeira.

Lois se virou e sorriu para Clark. "Ei, nós vamos até onde as histórias nos levam. Podemos não ser super-heroinas usando meias-calças, mas fazemos o que podemos."

"Não são meias..." Oliver começou a protestar, então fechou a boca.

Chloe deu risada, levantando-se da cadeira para abraçá-lo. Toda vez. Ele era tão adorável. Era como acenar com uma bandeira vermelha para um touro.

"Eu sei que vocês duas são repórteres investigativas", Clark continuou, "mas eu acho que às vezes vocês esquecem que nenhuma das duas possui habilidades especiais..." Lois ergueu uma sobrancelha em alerta. "...Quer dizer, vocês não têm nenhum super poder ou..." ele parou de falar, reconhecendo a expressão no rosto de sua mulher que sinalizava que ele estaria em apuros se não parasse de falar logo.

"O inferno que não temos habilidades", Lois disse, levantando-se para ficar no mesmo nível dos olhos dele. "Nós podemos invadir computadores, chutar o traseiro de bandidos e conseguir nossas manchetes e prisões. Nosso super poder, Smallville? É que somos maravilhosas."

Só para mostrar que não estava brava, ela passou os braços ao redor da cintura de Clark e se aconchegou ali. "Acho que o você de fato queria dizer era, 'Parabéns, senhoritas, por expor alguns políticos corruptos, acabar com um dos chefes do crime residente em Metrópolis, e conseguir a primeira página em duas cidades diferentes.' Foi isso que você quis dizer, certo?"

"Bem, isso era parte do que eu queria dizer", Clark concedeu.

"E eu acho que a outra parte era, que tal se levássemos vocês duas para um jantar de comemoração este fim de semana em um restaurante da escolha de vocês?" Oliver inseriu. "Parece que precisamos celebrar a ocasião, estou certo?" Ele sorriu para Chloe.

Ela sorriu de volta. "Agora, esta é uma sugestão certeira."

"Maravilha. Chlo, me ligue amanhã pra combinarmos tudo", Lois disse.

"Eu ligo. Boa noite pra vocês."

"Boa noite, Queens."

*-*-*-*

Horas depois, Chloe se levantou e vestiu o robe, deixando um Ollie adormecido na cama. Ela caminhou pela casa, apagando as luzes e checando o sistema de alarmes -- Oliver a tinha carregado para o quarto assim que desligaram com Lois e Clark -- e recuperando seu telefone. Ela viu que tinha uma nova mensagem de Lois.

Certifique-se que Ollie não esteja perto quando você me ligar amanhã, porque eu tenho uma pista de uma outra história pra nós. : )

Oh, Lois. Ela balançou a cabeça.

Eu definitivamente vou me arrepender disso.

Seu pensamento seguinte a fez dar risada. Não tanto quanto Clark e Ollie, no entanto.

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8 comentários:

  1. Hahahaha... Super divertida!!!!!!

    Adorei!!!!!!

    Edicleia

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  2. Adorei ChloxLo moments... coitados dos maridos, kkk

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  3. Aventuras Chloe/Lois são sempre muito divertidas...

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    1. Especialmente nos textos de algumas autoras como a fickery por exemplo...

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  4. Valeu mesmo, Sofia!!
    Como é bom ter as fics para nos alegrar!

    Que venham mais!!

    GIL

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    1. Oi, GIL, pois é... diante da grande tristeza que estamos vivendo agora, tomara que as fics possam aliviar por alguns minutos nossa mente... porque essa tristeza, essa sensação de vazio que acredito estamos todos sentindo agora vai demorar pra passar...

      Que bom que gostou!!!

      Sim, mais, sempre... :)

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