4.9.12

In Our Hands (5/27)


Título: Em Nossas Mãos
Resumo: "As palmas não mentem, Oliver." Zatanna aclamou enquanto ele afastava a mão. "Você tem um filho."
Autoras: slytherinpunk
Classificação: R (eventualmente NC-17)
Spoilers: segue os acontecimentos até o terceiro episódio da décima temporada e segue AU depois disso. Oliver nunca se revelou como Arqueiro Verde e Tess nunca comandou a Watchtower.
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Oliver ficou paralisado com o olhar assassino que Dinah estava lhe dando. Tentando engolir o nó em sua garganta ao olhar de dor no rosto dela, ele levantou uma mão entre eles. "Di... eu sei que isso vai soar realmente estúpido, mas não é exatamente o que parece." Ele olhou por sobre o ombro dela, para Victor. "Vic, você pode por favor nos deixar sozinhos?"

Ele apertou os lábios dando um aceno de cabeça enquanto se levantava, saindo da sala para dar a eles privacidade.

Assim que ele saiu, Dinah apontou o dedo para o monitor, voz dura, mas os olhos cheios de lágrimas. "É por isso que você está tão distante ultimamente? Você está procurando por ela de novo?"

Ela jogou as mãos pra cima e balançou a cabeça pra ele. "Droga, Oliver! Eu achei que isso tinha acabado... eu achei..." Ela teve que parar por um segundo para se acalmar antes de continuar. "Achei que quando ficamos noivos você tinha dito que tinha acabado... que estava pronto pra seguir em frente. Foi só mais uma mentira?"

Oliver sentiu a mandíbula travar. "Não é sobre ela, é sobre encontrar meu filho e ela é a única pista." Ele jogou as mãos no ar. "O que você queria que eu fizesse, Dinah?"

Dinah fez uma cara. "Você pode justificar do jeito que quiser, Oliver, mas não se atreva a mentir na minha cara e me dizer que não tem nada a ver com ela. Tudo que você faz tem a ver com ela, Oliver!"

Ela fechou a boca e travou a mandíbula. Dinah estava nervosa, mas mais do que tudo ela estava magoada. Como ele pôde não ter contado? Ela engoliu em seco e expirou pesadamente. "Quer saber... eu não posso fazer isso agora... eu vou voltar para o apartamento", ela se moveu, e passou por ele.

Ele ficou parado, imaginando se deveria pará-la ou se era melhor deixar ela se acalmar e tentar entendê-lo. Ele sabia que ela estava ferida e que era culpa dele, mas na maior parte ele foi pego de surpresa tanto quanto ela. Como ela podia estar ali e não entender que ele tinha um filho em algum lugar, um filho e ele tinha ficado sem ele todos esses anos?

Suspirando, ele foi até uma das mesas e se jogou em uma cadeira, colocando a mão sobre os olhos enquanto começava a duvidar de suas escolhas. Distraído por seus pensamentos, ele nem percebeu Victor voltando para a sala até ele grunhir.

Oliver expirou lentamente. "Eu sei, eu sei... você e Hal estavam certos."

Victor deu a volta para ficar na frente dele e se inclinou sobre a estação de trabalho, braços cruzados sobre o peito. Ele sabia que Oliver estava confuso e ferido, então escolheu as palavras cuidadosamente. "Eu acho... você fez o que achou melhor... olha, cara, ninguém pode culpar você por querer encontrar seu filho. Eu não posso imaginar o que dever ser descobrir esse tipo de coisa... saber que perdeu tanto..."

Sua voz parou enquanto balançava a cabeça antes de encontrar os olhos de seu amigo. "É um saco. Mas eu acho que você não estava enxergando a situação inteira... Chloe se foi, Oliver. Ela está completamente fora de alcance, eu tentei tudo que posso para encontrá-la... você sabe que eu corri atrás de cada pista... o único jeito de encontrá-la agora é por meio do seu filho. Você não precisa dela para encontrá-lo... e sim o contrário."

Ele apertou os lábios enquanto Oliver se recostava contra o assento. "Você não está sendo honesto consigo mesmo. Eu não duvido do quanto você quer encontrar seu filho... eu sei o quanto uma família é importante pra você... mas no minuto que você descobriu... aquele brilho de esperança que você tinha dentro de você todos esses anos voltou... você sabia que ela ia colocá-lo na escola... dar uma parada. É da Chloe que estamos falando. Você sabia que era a chave para encontrá-la."

Victor suspirou e virou o monitor apontando para uma foto do rosto sorridente de Chloe, algumas fotos pequenas rodando perto dela rapidamente. "Você nunca conseguiu deixar Chloe pra trás. É parte da razão pra você não ser completamente honesto com Dinah... É quase como se você sentisse que estaria traindo Chloe. Ela é a única pessoa com quem você vai estar confortável em se abrir cem porcento e ser honesto..."

Ele se virou e deu de ombros, dando a Oliver um sorriso. "Você mantém distância até de nós. Sabe... eu nos considero bons amigos... E talvez você tenha conversado com Hal, e está tudo bem, eu sei que você o conhece há mais tempo... Mas você nunca teve aquele momento onde colocou tudo pra fora... Toda a dor e raiva, e mágoa que vem sentindo desde que ela partiu... Como você espera seguir em frente sem colocar isso pra fora pra poder finalmente dar adeus?"

Oliver abriu a boca e Victor estendeu a mão e balançou a cabeça. "Eu te digo como. Você não consegue. Você está com raiva, isso é esperado, mas eu acho que parte de você sempre esperou encontrá-la em algum momento... e eu entendo Oliver, eu entendo. Ela é a mulher da sua vida... nós todos sabemos disso. Mas saiba que quando os encontrarmos, não vai se fácil... E Chloe... Bem, você a conhece melhor que todo mundo. Eu tenho certeza que ela partiu por uma razão e pegá-la de surpresa vai ser o caos, então esteja preparado pra isso. Garanta que está disposto a perder a vida que você passou quatro anos colocando no lugar, por alguma coisa que você talvez não consiga resolver no final."

Oliver engoliu em seco, ouvindo a verdade nas palavras de Victor. Seu ombro caído enquanto descansava a cabeça nas mãos, seus cotovelos apoiados sobre os joelhos. "Nós nunca vamos encontrá-los então... Não sabemos como ele se parece, ou mesmo o nome dele, ou que nome Chloe vem usando..."

Ele piscou para segurar as lágrimas que começavam a encher seus olhos. "Eu estou provavelmente destruindo minha vida por alguma coisa que nunca vou ver..."

Victor levou a mão até o ombro de Oliver. "Eu vou encontrá-lo, Oliver. O computador está correndo um programa de reconhecimento facial... consegui muitos resultados. Não consegui estreitar muito a lista, além de uma mulher solteira com um filho de seis anos mais ou menos, tem milhares de mulheres com um filho dessa idade... Especialmente numa busca internacional, mas estou verificando as fotos de cada uma com o programa de reconhecimento facial. Vai demorar... mas vamos encontrá-los."

Ele expirou pesadamente e puxou uma cadeira antes de se sentar enquanto estudava seu amigo. "A pergunta não é se vamos ou não encontrá-los, Oliver... eu estou chegando perto, seu filho tem que ter algum documento, e se alguém pode encontrar... sou eu. A pergunta é o que você planeja fazer depois de encontrá-los. Você..." Ele hesitou e deu a Oliver um olhar curioso.

Victor engoliu em seco, voz baixa. "Você ainda a ama... não é? Nunca vai deixar de amar..."

Ele balançou a cabeça e se recostou contra o assento. Não havia ameaça em sua voz quando falou. "Você nunca deveria ter pedido Dinah em casamento... eu não sei porque você fez isso... eu devia ter dito alguma coisa, todos nós deveríamos ter dito alguma coisa, mas o pessoal... eles acharam que você estava finalmente seguindo em frente... ninguém queria arruinar isso."

Oliver assentiu. "Eu me importo com Dinah... ela esteve ao meu lado, e eu achei que poderíamos ser felizes." Ele respirou fundo. "Eu sempre vou amar Chloe..." Ele olhou para o chão. "Mas isso não interessa, não é? Ela me deixou. Mesmo depois de saber que estava carregando meu filho... ela não voltou." Ele clareou a garganta. "Ela nunca quis uma família com comigo, isso ficou bem claro e não tem nada que eu possa fazer."

Balançando a cabeça, ele se levantou. "Mas eu não vou perder mais um dia sem conhecer meu filho ou estar lá por ele, e ela vai ter que aceitar isso quando os encontrarmos."

Ele se virou para um dos monitores estudando as fotos e escâneres antes de olhar de volta para Victor. "Acha que consegue localizar Zatanna? -- Eu preciso fazer uma pergunta a ela antes de continuarmos procurando."

Victor admirava a força de Oliver, mas não concordava com suas palavras. Eles conheciam Chloe muito bem e ele tinha fé nela mesmo depois de ter sido abandonado. Se ela soubesse que estava grávida, jamas teria ido embora e disso Victor tinha certeza. Qualquer um podia ver o quanto eles se amavam. Ele não sabia porque Chloe foi embora, mas sabia que amor não tinha sido o problema, no entanto, ele guardou as palavras pra si mesmo.

Assentindo, ele se levantou e se virou para os computadores, apertando algumas teclas. "Claro." O computador bipou e ele entrou mais alguns códigos antes de aparecer uma tela e ele ler as palavras.

"Eu vou imprimir pra você levar. É do hotel dela, e o número do quarto onde ela está por causa da turnê." Ele pegou os papeis e entregou a Oliver. "Aqui está..."

Oliver assentiu. "Obrigado... Eu vou pra lá agora, eu ligo quando terminar." Ele se virou, indo na direção da porta enquanto estudava os papeis. Ele parou brevemente, olhando por sobre o ombro. "Obrigado por tudo, Vic." Ele lhe deu um pequeno sorriso. "Sua ajuda significa muito."

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O caminho até o centro de Star City não demorou. Dentro de dez minutos ele tinha estacionado o carro e tomou o elevador até o décimo quarto andar, suas mãos inquietas enquanto tentava controlar os nervos.

Ele sabia que tinha que ver Zatanna pra garantir que tudo que estava sacrificando não fosse em vão, mas também tinha um pouco de medo das respostas que poderia receber. Seu coração havia sido partido duas vezes, e ele duvidava que pudesse sobreviver a outra decepção.

Quando o elevador chegou ao andar de destino ele saiu rápido, marchando pelo corredor até estar na frente da porta com o número do quarto dela.

A mão dele se fechou em punho enquanto a levantava, prestes a bater na porta quando ela se abriu de repente, e a morena o recebeu num enorme robe branco e lhe deu um risinho como se já soubesse o que ele tinha ido fazer ali.

A surpresa fez Oliver ficar boquiaberto. "Você estava me esperando?"

Zatanna deu de ombros. "Chame de palpite." Ela deu um passo para o lado, dando espaço pra ele entrar em seu quarto. "O que eu posso fazer por você?"

Ele aceitou a oferta e entrou no quarto, indo até um pequeno sofá, virando-se para olhar pra ela quando ouviu a porta se fechar. "Quer dizer que você não sabe?"

Zatanna revirou os olhos. "Eu faço mágica e algumas vezes leio mãos. Eu não tenho uma bola de cristal, Oliver, o que você quer?"

Ele apertou os lábios, seus dedos brincando no braço da cadeira ao seu lado. "Eu não tinha certeza se você estava na cidade."

Ela grunhiu enquanto cruzava a sala, se sentando em uma das cadeiras. "Tenho três shows aqui, e amanhã de manhã vamos para Gotham e começar nossos ensaios."

Ele assentiu, sentando-se também na cadeira de frente pra ela enquanto respirava fundo. "Que bom que te encontrei antes de você ir embora, tem uma coisa que eu espero que você responda pra mim."

Ela o estudou silenciosamente por um momento antes de suspirar. "Eu não posso ver o futuro, se é o que você está se perguntando."

Oliver balançou a cabeça. "Não, não exatamente."

Ela ergueu a sobrancelha curiosa com as palavras dele. "O que, exatamente, você espera que eu possa responder?"

Ele olhou dentro dos olhos dela por um momento, antes de olhar pra baixo e engolir em seco. "Você me disse que eu tenho um filho..." Ele prendeu a respiração, forçando-se a continuar ao invés de esperar as palavras dela. "E então você disse que Dinah..." Ele piscou, incapaz de terminar a frase, a sensação de compartilhar uma informação dela com a ilusionista não lhe parecia uma boa ideia.

Oliver balançou a cabeça para evitar de pensar nas novidades sobre Dinah. "Eu preciso saber que você tem cem porcento de certeza." Ele fechou as mãos em punhos sobre os joelhos enquanto tentava manter o controle de sua voz à mera possibilidade que Zatanna estivesse errada sobre a leitura de sua mão.

"Eu preciso saber que apesar de estar sacrificando minha felicidade agora", ele levantou a cabeça e viu os olhos dela dentro dos dele sem piscar. "Eu preciso saber que vale à pena."

Ela o observou silenciosamente e quando ele viu a testa franzida, ergueu as mãos para pará-la. "Eu sei que você não pode me falar do futuro, mas tudo que eu estou perguntando é se você acredita, sem dúvida, que o que disse é verdade."

Sua voz de repente ficou presa na garganta enquanto lutava para se recompor. "Se é verdade, eu não preciso saber de mais nada, porque eu vou encontrá-lo... mas eu estou magoando pessoas ao meu redor por causa disso... vale à pena?"

Pareceu uma eternidade até ela responder. Ele não sabia se seu coração tinha parado, mas tinha certeza que não respirou enquanto os lábios dela não se moveram.

Zatanna desviou o olhar, seus olhos indo para o chão enquanto sua voz ficava mais baixa. "Eu sinto muito pelo que isso pode ter causado entre você e Dinah, e só você pode decidir se vale à pena." Ela se virou para olhar de volta pra ele com uma forte convicção nos olhos. "Mas eu mantenho o que eu disse. Você tem um herdeiro."

As palavras dela pareceram preencher o peso que invisivelmente se instalou em seus ombros, e pela primeira vez em dias ele de repente se sentiu mais leve. Ele lhe deu um pequeno sorriso, colocando a mão sobre as dela em agradecimento, antes de se levantar e ir até a porta.

"Eu não posso dizer onde eles estão." Sua voz o fez se virar com um olhar estranho no rosto.

"Um feitiço de localização", ela disse simplesmente, ainda parada na cadeira a alguns metros dele. "Eu já tentei antes... naqueles anos atrás quando você me pediu. Minha mágica era mandada de volta... e eu ainda não consigo encontrá-la."

Seu olhar se suavizou. "Obrigado... Por me deixar saber." Ele se virou na direção da porta, fechando-a atrás dele antes de ir para o elevador. Com a confirmação de Zatanna, ele sabia que sua busca não ia parar enquanto não encontrasse Chloe e seu filho. E enquanto entrava no elevador para descer até seu carro e ir para sua casa, sabia que devia uma explicação à Dinah já que isso não ia mudar.

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Não demorou muito para Dinah voltar para o apartamento depois de deixar a Watchtower, e quando pousou na varanda, entrou disparada no quarto, imediatamente abrindo as portas dos armários, tirando suas coisas dos cabides e jogando-as na cama. Cinco minutos de fúria pegando as coisas e se jogando na cama em seguida com exaustão emocional.

Dinah respirou fundo, cabeça caindo nas mãos enquanto ficava sentada ali, sozinha, lágrimas nos olhos. Ela tinha amado Oliver durante anos, e depois que Chloe partiu, ela esteve lá por ele. Ela foi sua amiga... tentou ser sua confidente... um ombro pra ele chorar.

Ela o ajudou quando ele não podia se ajudar e achou que ele fosse se abrir mais pra ela... e em defesa de Oliver ele se abriu, mas não na mesma extensão que ela e isso sempre a incomodou.

Ela racionalizou a situação e embora soubesse o quanto a outra loira significava pra ele, pensou que com o tempo e a compreensão ele eventualmente a deixaria ir embora. Dinah sabia agora que esteve errada. Ela levantou a cabeça, respirando fundo, e foi se trocar.

Não teve pressa, não havia razão pra correr, tinha quase certeza que Oliver estava ocupado com sua busca pra se importar com o que ela estava fazendo. E dez minutos depois ela estava na frente da cômoda num par de jeans e uma blusa preta.

Ela esvaziou cada gaveta metodicamente, como se estivesse no piloto automático. Colocando suas roupas dobradas nas malas abertas, jogando suas coisas dentro enquanto sua mente voltava aos dias em que deveria ter previsto isso.

Dinah deveria saber que não importa o que fizesse, aos olhos dele, Chloe sempre viria em primeiro lugar. Ela achou que pudesse ignorar. Achou que seria capaz de viver na sombra dela porque em algum momento Oliver teria que deixar a outra mulher ir embora, mas aparentemente ela esteve se enganando.

Quando ele interrompeu a busca, quatro anos atrás, prometeu que as coisas seriam diferentes, mas então ele tinha suas alterações de humor. Com o tempo ela era capaz de dizer que datas e coisas o faziam lembrar de Chloe e o que ele tinha perdido, e Dinah ficou boa em esconder o quanto isso doía, mas ela simplesmente não podia mais aguentar.

Esta noite tinha sido a última gota. Ela não ia mais conseguir viver a mentira. Dinah estendeu a mão para enxugar uma lágrima que insistiu em rolar. Ignorando a dor em seu peito, ela fechou as malas.

Tinha certeza que tinha pego tudo do quarto, mas se lembrasse de mais alguma coisa mandaria buscar depois. Dinah arrastou as malas até o corredor e assim que as três malas estavam perto do balcão, ela olhou para a mão.

O anel brilhava na luz fluorescente e ela engoliu o nó na garganta enquanto deslizava o metal frio do dedo, depositando-o gentilmente sobre o balcão. Estava afastando a mão quando ouviu o som do elevador sinalizando que alguém estava subindo até o apartamento.

Dinah expirou, seu peito pesado enquanto ouvia os passos e se preparava para fazer o que deveria ter feito anos atrás...

Oliver entrou na cozinha, encolhendo-se quando viu Dinah parada com três malas prontas ao seu lado. Ele encontrou os olhos dela mais uma vez. "Então é isso? Você ia embora sem ao menos me ouvir?"

Ela lhe deu um olhar duro, mas honesto. "Bem, pelo menos eu fiquei pra dizer adeus... O que é mais do que eu fiz por outras pessoas."

Quando ela viu a dor no rosto de Oliver, expirou, sua voz suave. "Desculpe... isso foi... desnecessário. Eu não quero brigar com você, Oliver... mas acabou. Eu não consigo mais fazer isso." Seus ombros estavam levemente caídos e sua expressão também não escondia a dor, o que mostrava o quanto ela estava emocionalmente cansada.

Oliver balançou a cabeça. "Eu não fiz isso pra magoar você, eu só quero encontrar meu filho."

Dinah balançou a cabeça e deu uma risada amarga. "O fato de você achar que isso é sobre seu filho, só mostra que eu tenho razão." Ela olhou pra baixo e respirou fundo antes de encontrar seus olhos. "Você consegue olhar dentro dos meus olhos, Oliver, e dizer que me ama?"

Ela olhou pra ele enquanto ele hesitava e abria e fechava a boca. E lhe deu um fraco sorriso. "Você não consegue... Porque você não ama. Eu deveria saber desde o começo que não ia dar certo... porque você conseguiu esquecê-la, Oliver."

Dinah parou, tentando engolir o nó na garganta enquanto tentava evitar que seus olhos se enchessem de lágrimas. "Durante seis anos eu venho esperando pelo dia que você a deixaria ir embora e quatro anos atrás quando você desistiu da busca, eu finalmente achei que você tivesse, mas eu só estava me enganando. Você acha que eu não vi, Oliver? Toda vez que aquela data se aproximava?"

Ela umedeceu os lábios, sua voz rouca. "Ou o fato de você ainda ter uma caixa com as coisas dela escondida atrás de tudo na sua sala do Arqueiro?"

A surpresa registrada no rosto dele a fez apertar os lábios. "Sim, eu sabia... Você faz alguma ideia de como é viver na sombra da mulher com quem você preferia estar?"

Dinah jogou as mãos para o ar, uma onda de raiva em sua expressão. "Me diz, Oliver... o que você estava escondendo de mim enquanto planejávamos nosso casamento... qual era seu plano exatamente? Digamos que você os encontrasse... você ia cancelar nosso casamento no último minuto? Quer dizer, meu Deus... aqui estou eu, sua noiva, planejando nosso casamento e eu conheço você, Oliver..."

Ela manteve o olhar apesar das lágrimas que ameaçavam correr pelo seu rosto a qualquer momento. "No minuto que você encontrasse seu filho, no minuto que você a encontrasse, você ia terminar tudo comigo e você sabe... Então por que adiar? O que eu sou? -- Um prêmio de consolação? Se você não a encontrasse, você ia ficar comigo? Como isso é justo? Eu amo você, Oliver... Eu amo você... eu amo, há tanto tempo que é por isso que eu ignorei tudo durante todos esses anos... por isso eu deixei pra lá... mas eu não posso fazer mais isso, Oliver. Já chega. Eu não posso ser sua segunda opção. Eu não vou..."

"Eu me preocupo com você, Dinah... você esteve ao meu lado e eu--" Oliver mordeu a parte interna da bochecha enquanto a observava assumir uma expressão fria, gelada. Ele sabia que ela estava certa, mesmo que encontrasse Chloe, e não havia garantia de que eles ficariam juntos, os dois sabiam que ele ainda a amava o suficiente pra tentar. E Dinah estava certa. Não era justo com ela, e ela merecia coisa melhor.

Ele tentou o melhor para engolir a culpa que ameaçava fechar sua garganta. "Pra onde você vai?"

Dinah sabia que ele não queria brigar com ela, mas por alguma razão, vê-lo desistir tão facilmente só deixava tudo pior. A garganta dela fechou e demorou um minuto pra conseguir falar de novo. "Eu acho que vai ser melhor pra nós dois se você não souber..."

Ela ficou imóvel por um momento antes de colocar a alça de um bolsa sobre o ombro e pegar as outras malas, uma em cada mão. Ela deu alguns passos pra frente e parou ao lado dele. Abrindo a boca, ela hesitou antes de falar com a voz quebrada. "Adeus, Oliver."

Ela passou por ele em direção ao elevador, apertando o botão e entrando quando as portas se abriram. No minuto em que as portas se fecharam ela pressionou as costas contra a parede, olhos se fechando enquanto as lágrimas rolavam. Estava acabado... e desta vez ela não ia voltar.

Oliver permaneceu olhando pra frente quando a ouviu atravessar a sala na direção do elevador, seus olhos nunca deixando o anel de noivado que ela tinha deixado sobre o balcão até ouvir as portas se fecharem, e ele fechou os olhos, incapaz de apagar a imagem da dor no rosto dela quando não conseguiu retribuir aquelas três palavras.


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8 comentários:

  1. Quase fiquei de pé pra aplaudir as palavras do Victor!!!Bravo meu amigo!!Assim que se fala!!

    E bye bye bird o/

    E acho que "Cadê a Chloe?Falta muito pra acharem ela?" vai virar minha assinatura!! =)

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    1. O Vic é sempre o mais centrado nestas situações, né?

      Bye, bye perua!!!!! kkk

      Quanto a Chloe, não falta não...

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  2. Ok acabou. Se minha mente não estivesse cheia de lembranças da Dinah infernizando e plantando a semente da discórdia em "Collateral" eu teria sentido pena dela agora.

    Eu não caio de amores pela Chloe neste exato momento, se bem que ela nem apareceu ainda coitada... kkkk

    E o Victor é o melhor para abrir os olhos da galera. Sempre esperto.

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    1. hahahahaha

      Boa lembrança, Vinicius, vamos acabar com esse senso de compaixão descabido pela ave de rapina, rs...

      Victor sempre centrado...

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  3. Eu ia dormir, mas vi agora "I'm In Here" ali do lado. Deem licença que vou pular a cerca pro lado de lá kkkkkk

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  4. Victor, você é o cara, a voz da razão!! Eu simplesmente adorei cada palavra do Victor... eu quase me junto a Roberta para aplaudi-lo de pé, ele mereceu!!

    Acabooooooooooooooooooouuuuuuuuuuu!!! Acabooouuoouu!!! \o\\o//o/
    E minha 'compaixão' foi junto!!!

    Agora, onde está a Chloe?
    Angelique, ainda falta muito?

    GIL



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    1. Verdade, até li de novo lol

      O Victor realmente conseguiu dizer TUDO!!!! Leu a situação com muita clareza...

      Haha, Dinah já foi tarde pelo jeito...

      Não, GIL, não falta não...

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