4.8.12

May The Odds Be... (6/8)

Título: Que a sorte esteja...
Resumo: Esta fic é baseada na série Jogos Vorazes, com um toque de Smallville. Nós usamos elementos dos livros e dos jogos, então poderá haver spoilers destes. Considerando a história de Smallville, segue os eventos até Doomsday.
Autoras: chloeas e dl_greenarrow
Classificação: R
Anterior: Um - Dois - Três - Quatro - Cinco




Oliver estava nervoso enquanto ele e Chloe tomavam o elevador até o andar onde estavam seus quartos. Chloe não disse uma única palavra pra ele desde que as entrevistas tinham acabado. Ela nem olhou pra ele. E ele a conhecia muito bem pra saber que isso não era bom. Prendendo o ar enquanto as portas do elevador se abriam, ele gesticulou pra ela entrar primeiro.

Ela saiu, satisfeita que Carter e Cat parecessem ter ficado pra trás pra começar a trabalhar com os patrocinadores. Assim que o elevador fechou, ela se virou para Oliver. "Que diabos você pensa que está fazendo?"

Sim, definitivamente nada bom. "Tornando-nos memoráveis?" Havia um tom de incerteza em sua voz.

"Tornando você memorável, me usando pra parecer melhor!" Ela disse. "E me forçando a ajudar com seu plano idiota!"

Ele olhou pra ela por um momento. "Caso não tenha notado, as pessoas amaram você!"

"Eles amaram sua historinha!" Ela disse a ele. "No segundo que tiverem que escolher um de nós, será você!"

"Aí é que está, Chloe. Eles não escolhem, ponto final! Eles não estarão lá com a gente. O máximo que eles podem fazer é nos mandar a porcaria que podemos precisar." Ele balançou a cabeça, afastando-se dela. "De nada."

Ela olhou feio pra ele, estreitando os olhos. "Você nos tornou o alvo principal" Ela disse. Sabia que as pessoas esperariam que eles se unissem agora, e se isso os faria parecer mais fortes, então seriam os primeiros que os outros iam querer matar.

"Realmente importa quando estaremos na mira?" Ele se virou pra ela embora já estivesse seguindo pelo corredor. "Seremos alvos independente de qualquer coisa. Esse é o objetivo dos jogos!"

"Talvez não importe pra você!" Ela gritou. "Eu realmente me importo em como Lois vai se sentir enquanto me assiste morrer!"

Seu peito apertou a isso, e ele balançou a cabeça. "Você realmente não faz ideia do que está falando", ele disse secamente, virando-se e usando sua chave para abrir a porta do quarto.

"Nem você." Ela disse, indo para o quarto, embora desejasse poder sair ao invés. Ir pra longe disso e dele, mesmo que só por uma noite. Mas não havia mais escapatória.

***

"Lembre-se do que eu disse. Quando entrar lá, saia de vista o mais rápido possível", Carter disse a ela. "Não vá para a pilha de armas. Você será morta imediatamente se fizer isso."

Ela respirou fundo e assentiu levemente, muito nervosa pra ter uma resposta engraçadinha.

"Você tem mais habilidades de luta do que achei que teria." Sua voz ficou ainda mais baixa. "Não tenha medo de usá-las quando chegar a hora."

Ela olhou pra ele, sua expressão impassível e assentiu novamente.

"Eu vou conseguir o maior número de patrocinadores pra você que eu conseguir", ele disse. "Você já é uma das favoritas de acordo com as pesquisas. Você vai conseguir."

"Você deveria ir conversar com Oliver." Ela disse finalmente, não querendo conversar.

"Apenas se concentre em ter que voltar para sua prima", ele avisou, hesitando e então gentilmente dando um tapinha em seu ombro antes de ir até onde Oliver estava parado, a alguns passos, sua expressão vazia.

Ela olhou para Oliver, então para Carter e respirou fundo. Vinha tentando aceitar o fato de que não ia voltar, que não ia sair da arena viva. Realisticamente, não tinha jeito de ela ganhar, não com suas habilidades básicas de luta, nem mesmo com o curto treinamento que Oliver tinha lhe dado antes de pararem de conversar. Mas era difícil aceitar.

Talvez fosse porque soubesse que podia ter morrido por algo que valesse a pena, como destruir as torres, mas agora que ia morrer para o entretenimento deles a deixava enjoada.

***

Ela não fazia ideia de quanto tempo havia se passado desde que Carter havia conversado com ela, minutos ou horas. Cada segundo parecia uma eternidade enquanto o elevador tubo os levava até a Arena. Seu coração estava disparado e seus olhos queimavam com a repentina luz do sol, demorou alguns minutos antes de conseguir ver os arredores.

Eles estavam em uma clareira, rodeados de floresta, as armas estavam no centro junto com a comida e várias mochilas estavam espalhadas. Respirando fundo, ela olhou ao redor, localizando Oliver em uma plataforma a duas pessoas de distância dela.

Oliver olhou para Chloe por um breve momento antes de correr para pegar o arco e uma aljava de flechas, vencendo outro cara na corrida, um mais jovem que ele, que eles. Ele não se incomodou em prender nas costas, apenas pegou e correu, pegando um das mochilas e mal conseguindo desviar de uma espada que o partiria em dois.

Ela o observou por um segundo, seus olhos arregalando quando o viu indo para o arco. Sua mente estava correndo mas não havia tempo pra pensar, ela foi para a floresta, pegando uma das mochilas no caminho e correndo do banho de sangue central o mais rápido que conseguiu. Sabia que não podia parar, colocar distância entre ela e todos os outros era o único jeito de sobreviver ao dia.

Oliver viu Chloe correndo para a floresta, aliviado que ela tivesse conseguido correr em segurança por enquanto e feliz que ela também tivesse conseguido pegar uma das mochilas. Ele prendeu a respiração depois de ter derrubado o cara com a espada, e ele também, correu para o abrigo da floresta.

***

Ela não sabia quanto tempo tinha corrido, mas não parou até seus pulmões estarem queimando e suas pernas tremendo. Até onde podia dizer, tinha sido a única a correr nesta direção, então se permitiu caminhar um pouco.

Depois de caminhar por um longo tempo, percebeu que o sol estava começando a se pôr e já que estava o mais longe que podia, sem armas, deduziu que era melhor começar a procurar um lugar para passar a noite. Ela pensou nas árvores, mas eram muito altas pra subir, então conseguiu encontrar uma formação rochosa que poderia servir como uma pequena caverna. Ela pegou alguma folhagem e outras pedras e jogou ao redor, cobrindo o máximo que conseguiu, então entrou.

Até onde sabia, estava invisível. E segura por enquanto.

***

"Não acho que este seja um bom lugar pra descansar", Josh disse, jogando-se em uma das pedras e descansando a lança sobre o colo, ainda segurando-a protetoramente.

Oliver apertou os lábios, considerando-o por um momento e assentindo, também não soltando seu arco e flecha. Ele olhou para a ruiva que estava com eles. Ela o fazia lembrar de Tess, mas esta mulher era mais selvagem em sua aparência. Claro, estar coberta de sangue faz isso a uma pessoa. Ela tinha matado duas pessoas assim que os Jogos começaram, e até agora, não tinham conseguido encontrar água suficiente para lavar o sangue. Ele travou a mandíbula enquanto se sentava sobre uma pedra do outro lado de Josh, esticando-se um pouco e mantendo o olho nela, desconfiado.

Chloe ouviu os passos antes de ouvir as vozes. Tinha dormido aparentemente, e por sorte, estavam longe o suficiente para não conseguirem ouvi-la quando ela acordou assustada.

Já estava claro lá fora, então sabia que o menor movimento o fariam percebê-la. Ela conseguia ver parte deles, até onde podia ver, eram pelo menos três, mas só conseguia ver os pés deles. E não se incomodou em olhar melhor considerando que não estavam longe dela.

"Precisamos encontrar água." A ruiva disse enquanto se sentava.

"Sim, estou com sede", Josh declarou, enxugando o suor da testa com o braço.

Oliver assentiu concordando. "Se continuar quente assim, teremos um problema se não encontrarmos água logo."

"Com sorte os outros também estão enfrentando o mesmo problema." A mulher disse, tirando uma faca afiada do bolso.

"Isso deixaria as coisas mais fáceis", ele disse com um leve dar de ombros, mantendo um olho na lâmina enquanto ela começava a afiá-la.

Quando Chloe ouviu a voz dele a primeira vez, não conseguiu ter certeza. Mas quando ouviu de novo, soube que era Oliver. Até aquele momento, pelo que sabia, ele já poderia ter sido morto, mas aparentemente não. Não só ele estava vivo, mas tinha aliados.

"Não tão divertido, no entanto", a mulher deu um risinho.

"Verdade." Ele deu de ombros, inclinando-se pra frente e descansando os cotovelos sobre os joelhos por um momento.

"Você não ficou preso numa ilha ou algo assim? Não deveria saber como encontrar água?" Josh questionou, olhando pra ele.

"Bem, minha ideia é voltar para onde começamos. Dar a volta mais longa pela ponta da floresta e marcar onde estivemos pra não andarmos em círculo", ele disse ao outro homem.

"Eles estão andando por aí de qualquer jeito." Jessica levantou-se e parou na frente de Oliver. "Onde você acha que ela está?"

Chloe paralisou, vendo mais deles agora que a mulher tinha andado. Ela.

"De que ela você está falando?" Ele não se levantou, simplesmente olhou pra ela.

"Sua namorada, claro", ela disse. "Achei que você estivesse ansioso em encontrá-la, depois que ela te dispensou."

"Acho que o calor está começando a me afetar", ele disse com um dar de ombros, levantando-se. "Ela deve estar escondida em alguma árvore."

"Vocês não têm um plano?" Ela perguntou desconfiada.

"Este era o plano pra ela. Ela não tem habilidade pra lutar ou experiência com qualquer tipo de arma. Eu disse pra ela se esconder nas árvores o maior tempo possível." Ele deu um risinho pra ela.

"Até você encontrá-la e matá-la?" Jessica provocou.

"Eu ia deixá-la me matar", ele disse com um dar de ombros.

"Mas você mudou de ideia", Josh disse, franzindo a testa.

"Por que eu não mudaria?" Oliver balançou a cabeça. "Ela não quer saber de mim. Ela só se importa em sair viva daqui." Havia repulsa em sua voz. "Ela que se dane."

Chloe travou a mandíbula um pouco a isso. As palavras soavam quase estranhas para Oliver. A única coisa que podia pensar era que ele estava brincando com aqueles dois também, do jeito que havia planejado brincar com ela.

"Estamos perdendo tempo. Precisamos encontrar uma fonte de água", ele pressionou, olhando para a ruiva, que ainda olhava pra ele desconfiada.

"Vamos", Josh concordou.

Ela se atreveu a virar a cabeça um pouco quando os ouviu se mover, para garantir que pudesse ver em que direção tinham seguido.

Eles estavam a alguns metros quando Oliver parou e se ajoelhou para amarrar o cadarço que tinha se desfeito. Ele se moveu rapidamente, coração disparado no peito enquanto posicionava uma flecha no arco e atirou na cabeça da ruiva antes que eles percebessem que ele tinha parado.

***

Dois dias tinham se passado e ela ainda estava escondida na mínima caverna. Tinha se movido ao redor, e tinha conseguido encontrar água, mas era tudo que tinha. Também estava com muito medo de tentar comer as folhas no caso de serem venenosas e não tinha encontrado frutas.

Ela tinha, no entanto, conseguido encontrar armas. Encontrou a ruiva morta na floresta minutos depois de Oliver e o outro cara partirem e considerou a precisão da flecha no crânio da mulher  não era difícil descobrir quem a tinha matado.

Independente disso, Chloe ficou agradecida pela coleção de facas que a mulher tinha. Agora ela só precisava comer e talvez, apenas talvez, conseguisse sobreviver. Pelo menos um pouco mais.

Ela saiu da pequena caverna e paralisou, seus olhos arregalando quando viu as frutas ao redor. Framboesas, um tipo de fruta que parecia pera e o que pensava serem tomates. Ela se perguntou se era presente de algum patrocinador, mas eles não poderiam deixar ali pra ela sem estarem ligadas a alguma outra coisa. Alguém tinha deixado as frutas ali.

Hesitantemente, ela pegou todas as frutas e escondeu na caverna, sem deixar nenhum sinal de que as frutas estiveram ali antes. Ela simplesmente olhou, hesitando. Não era seguro, sabia disso. Alguém poderia estar tentando matá-la. Mas seu estômago estava vazio e ela morreria de fome afinal.

Então, respirando fundo, ela deu uma mordida na fruta que parecia pera, embora quisesse devorá-la, comeu lentamente, esperando alguns minutos entre as mordidas para que durasse bastante e tivesse tempo de se forçar a vomitar se fosse necessário.

Só quando terminou metade das frutas foi que parou de comer e suspirou, sentindo-se cheia de novo pela primeira vez desde o Capitólio. E então ela parou. Um presente misterioso de uma fonte desconhecida, deixada em sua 'porta'. Não só isso significava que alguém a tinha encontrado. Mas também sabia quem a tinha encontrado, porque não seria a primeira vez que comida aparecia misteriosamente pra ela.

Lá no distrito, deixavam frutas, vegetais e carne na porta deles. E agora que estava pensando nisso, todos os animais tinham sido mortos com flechas, e com muita precisão.

Ela se abateu e seu estômago despencou à conclusão muito clara. Tinha sido ele. Agora e sempre.

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6 comentários:

  1. Como é triste essa situação toda e caramba, me surpreendi no final com o Oliver ajudando eles o tempo inteiro...

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    1. Pois é, eu também... todo mundo achando que ele sumiu e ele lá se sacrificando pra ajudar todo mundo... Ollie = Heroi...

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  2. Estes jogos são de uma crueldade!!
    Também me deixa muito feliz que a história seja curta, não sei se eu aguentaria se fosse o contrário... é angustiante pensar que apenas um sairá vivo... e se caso os dois sobrevivam, como isso vai acontecer? Eu estou as cegas, pra mim será tudo surpreendente!!

    GIL

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    1. Haha, verdade, seria angustiante, né, GIL? Pois é, só um pode sair vivo... falta pouco pra você descobrir... Melhor ainda que seja surpreendente, vc não vai se arrepender...

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  3. AI AI Ollie deixando comida pra Chloe que lindo é muito amor.....

    Alice

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