14.7.12

Of All the Towns in All the Worlds in All the Parallel Universes, You Had To Walk Into Mine

Título: De Todos as Cidades em Todos os Mundos em Todos os Universos Paralelos, Você Tinha que Vir Para a Minha
Resumo: Algumas cenas que faltaram em Luthor, onde descobrimos para onde Chloe foi quando desapareceu, e o que ela estava fazendo.
Autora: latetothpartyhp
Classificação: PG-13
Categoria: drama/aventura
Spoiler: Luthor

Ele pegou o apoio de copo de papelão - o que Lois sempre o provocava; ela tinha comprado quase uma dúzia pra ele, e ele tinha perdido todos - de seu bolso e abriu enquanto misturava o café.

Atrás dele uma curta figura recostou-se contra a estação de condimentos, estendendo a mão para os pacotes de açúcar, trombando com ele o suficiente para derrubar um pouco de sua bebida sobre o balcão.

"Merda", ele arfou.

"Desculpe", ela respondeu, pegando um dos guardanapos e batendo com ele em tudo que estava a vista. Nele também. "Eu posso limpar", ela disse.

"Olha, está tudo bem, não se preocupe com isso", ele respondeu. Ele deu um passo pra trás, afastando-se dos oito braços que ela parecia ter, e sentiu o peso em seu bolso. Ele o retirou: um guardanapo dobrado do balcão e dentro, a ponta de uma flecha. Ele olhou pra cima. Ela tinha desaparecido -- não, ela ainda estava saindo, passando por um casal com um carrinho de bebê. Ele a seguiu, trombando com o carrinho, murmurando pedidos de desculpa, disparando pela porta, olhando para a esquerda, direita, observando-a desaparecer na esquina. Ele corre então, passando por um garoto com um capuz vermelho e outro com uma mochila preta.

Ela tinha desaparecido quando ele virou a esquina, mas reapareceu quando a viu através da janela de uma loja. Mais carrinhos para tropeçar; claro que ela ia escolher um lugar especializado na venda de produtos infantis. Ela estava indo silenciosamente para o fundo, onde havia faixas para carregar bebês e onde ficava localizada a porta que dava saída para o beco. Ele se moveu menos silenciosamente, alcançando-a na seção de fraldas.

"O que é isto?" ele sibilou.

"Me solte e faça o que diz o bilhete."

"Não diz nada--"

"Você não segue regras e não joga bem com os outros em qualquer universo, não é?" ela murmurou. "Vá para a Watchtower. Ele estará lá em breve."

"Como você--"

"Apenas vá! É pra isto que você vem se preparando." Seus olhos eram verdes e determinados e por um segundo ele ficou muito maravilhado para desconfiar dela. Então a realidade realinhou sua cabeça com seu corpo.

"Certo", ele disse. "Vamos." Ele agarrou o braço dela e a fez passar pelos berços até a rua. A Watchtower ficava a duas quadras dali; eles podiam chegar lá em cinco minutos.

"Eu não posso ir com você."

"Você tem duas pernas perfeitas, não tem?"

"Você não entende, ele não pode me ver quando chegar lá."

"Porque você o traiu, ou porque quando ele te ver saberá que seu plano não funcionou?"

"Nenhum dos dois; vamos apenas dizer que eu estou fora da vida dele há algum tempo e preciso continuar desse jeito."

"Isso é engraçado, eu nunca pensei no Ultraman como um namorado do tipo obcecado."

"Comparativamente falando, não, ele não é, mas por que arriscar?"

"Porque se você estiver trabalhando com os Luthors e eu for derrotado, então você definitivamente vai cair comigo."

"Eu não estou e você não vai ser derrotado; você tem que confiar em mim."

"Sim, deixa eu pensar um pouco... não. Eu não confio."

"Por favor!" ela gritou. Ele parou. Eles estavam na entrada da Watchtower e seu grito atraiu numerosos olhares nervosos para os dois. Ela puxou o braço para se soltar e ele segurou seu pulso ao invés.

"Você sabe que pra mim é a mesma coisa se ele me pegar aqui fora ou lá dentro", ele disse.

"Não seja ridículo", ela sibilou. "Você precisa entrar, você precisa estar pronto para ativar a janela. Por favor", ela repetiu. Desta vez seus olhos verdes imploravam. Ele não achava que aquela expressão pudesse ser falsa. Só desejava saber a causa.

"Só se você vier comigo."

Ela suspirou, seus olhos fechando por um momento. "Tá bom." Ela abriu os olhos. Eles estavam determinados agora. "Você sabe que é um idiota, certo?"

Ele sorriu. "Só mais um aspecto de meu considerável charme." Ele deslizou a mão até a dela e segurou. "Então, vamos entrar." Ele abriu a porta pra ela - outro aspecto de seu considerável charme. Claro, não era todo aspirante a assassino que recebia esse tipo de tratamento dele.

"Oh, eu entendo que você precisa fazer o que é necessário", ela disse enquanto cruzavam o saguão até os elevadores. "Você pode ao menos fazer isso sem que eu esteja na linha de visão? Amarre-me ou--"

"Ei, agora isso soa intrigante."

Ela se achou no direito de olhar pra ele indignada. "Você está noivo. Da--" Sua boca fechou assim que a porta do elevador se abriu.

"Oh, Lois não se importaria se eu te deixasse lá para os policiais encontrarem."

"Não, ela não se importaria", ela murmurou. "Seria um... favor incrível", continuou, "uma... benção, se você pudesse me deixar fora de vista enquanto isto acontece. Preferivelmente no armário de armas."

Ele deu risada. "Eu vou ignorar o fato de que você conhece todo o layout do lugar por um momento e apenas dizer: De jeito nenhum."

"É o único espaço que você tem lá que é completamente isolado com chumbo, e eu preciso fazer uma coisa depois disso. E não posso fazer se ele souber onde eu estou. Em qualquer outro lugar ele terá a chance de me ouvir." As portas do elevador se abriram. Ela se virou pra ele, segurando seus ombros. "Por favor." Ela cheirava a algo familiar, uma memória antiga, flores molhadas da chuva ou talvez fosse o pôr-do-sol na praia. O que quer que fosse, o cheiro era de algum acontecimento muito antigo pra ele se lembrar.

"Ok. É assim que vai ser. Mãos pra trás. Eu vou te algemar, eu vou te amordaçar. Vou te levar lá pra cima. Você fica dizendo que não quer que ele saiba que você está aqui, e eu posso garantir que você também não vai querer que eu saiba. Então tente não chamar muita atenção e será tudo arco-íris e borboletas no final. Capiche?"

Ela assentiu e colocou as mãos atrás das costas.

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Assim que a luz prateada irrompeu da caixa, ele apertou o botão de força em seu controle remoto. Não fazia ideia de quanto tempo ia demorar pra fazer a transição e ele definitivamente não queria ser pego de surpresa quando a versão de sua realidade voltasse.

A luz atingiu o ápice diante dele e as lâminas de chumbo se fecharam ao seu redor, quando a tensa forma de Clark Luthor emergiu, foi só o tempo de ele desabar, enjoado, no chão de concreto. Também foi o tempo de receber uma flecha com meteoro verde na ponta em sua panturrilha e outra em suas costas. Luthor grunhiu, e Oliver virou a cabeça para ver a loira, sem algemas mas ainda amordaçada, recarregando o arco.

E isso porque ela não podia ser vista ou ouvida.

Ele tentou se levantar, certo que tinha apenas arranhões, então pulou assim que a ouviu gritar: "Pega!" Olhando pra cima ele viu outro arco voando em sua direção e caindo com um barulho no chão.

"Você deveria ter pego!" ela gritou.

Luthor estava tirando o dardo de suas costas então ele mergulhou para pegar o arco. Graças a Deus ela tinha jogado o que estava armado com uma flecha com tranquilizante à base de meteoro; ele atirou assim que o arco estava em suas mãos e Luthor caiu novamente. Ele ouviu o barulho dos saltos enquanto ela descia as escadas.

"Volte pra lá!"

"Temos só alguns minutos; assim que isso entrar no sistema dele, ele vai morrer e então o neutralizaremos."

"Sim, então neste meio tempo eu vou amarrá-lo e pegar minha arma que está lá em cima."

"Não, neste meio tempo, vamos terminar o que o Lex deste mundo começou." Ela levantou um pequeno tijolo do que parecia uma barra de ouro, com um "L" inscrito ao invés do peso.

"O que é isso?"

"Pedra de meteoro azul super poderosa."

"Parece ouro."

"Não me peça pra explicar; eu quase repeti em geologia", ela disse, ajoelhando ao lado de Luthor. Ela pegou a mão dele e a envolveu ao redor do mineral. Quase imediatamente ele ouviu um sibilo e o cheiro de carne queimando. Ele olhou para as mãos dela, segurando-a com força, ela tinha os olhos arregalados. Se era o Luthor ou ela que estava fazendo com ele, não sabia, mas algo a aterrorizava.

"Como eu sei que isso vai funcionar?" ele perguntou.

"Você não sabe. Terá que confiar em mim."

"E eu vou fazer isso porque você me ajudou a me livrar do cara bom para que o mau pudesse voltar para nosso universo ou dimensão ou seja lá o que for?"

"Para que o mau não pudesse fazer nada ao meu universo. Pelo menos, nada que não possa ser consertado."

Ela abriu as mãos e soltou a de Luthor. O tijolo caiu, levando um pouco de pele e sangue com ele.

"Arranha ele", ela disse. "Veja o que acontece."

Pegando a ponta de flecha de seu bolso, ele correu-a pelas costas da outra mão do Luthor. Uma linha fina de sangue seguiu o corte.

"Funcionou", ele disse.

"Não é definitivo. Ainda tem kriptonita verde no corpo dele--"

"Kriptonita? O que é isso?"

Ela balançou a cabeça impaciente, mais pra si mesma, ele pensou, do que pra ele, e disse. "Eu vou chamar uma pessoa. Ela pode chegar aqui em alguns minutos, ela vai poder te ajudar a resolver o resto."

"De jeito nenhum- você não vai a lugar nenhum até eu ter algumas respostas."

"Eu não posso te dar respostas. Pelo menos, não as que podem ajudar." Ela pegou o tijolo do chão e, fazendo uma careta, guardou-o em sua bolsa depois de pegar o telefone.

Por alguma razão isso o fez se sentir um pouco desesperado. "Você é do outro universo, não é? Do mesmo universo do outro Clark?"

Ela hesitou um momento, então assentiu.

"Então você e ele, não são..."

Ela franziu a testa pra ele, confusa, o que era bom, ele decidiu. Tinha sido uma péssima linha de indagação.

"O que eu quero dizer é", ele disse rapidamente, "como você sabe tanto sobre este Clark? Eu e a Watchtower e o que estaria na sala de armas? Seu universo é uma versão futurista deste?"

"Não. Mesmo tempo. Lugares diferentes."

"Mas tem uma versão de nós lá? Outro eu?"

Ela deu risada. "Ah sim. Mas ele tem olhos castanhos."

Vê-la dar risada lhe deu vontade de rir. "Sério? E... quem é você no meu mundo?"

Ela abaixou um pouco a cabeça. "Eu não.. sou. Neste mundo, eu morri quando era criança. Estávamos indo visitar minha avó em Granville no dia em que a primeira chuva de meteoros atingiu Smallville, e nosso carro foi atingido."

"Oh." Uma luz que ele não conhecia tinha ligado e de repente apagado.

"Sim. Parece que aconteceu o mesmo com muita gente. Eu preciso ligar para Dinah", ela disse. "E você deveria amarrá-lo."

Ele assentiu. Fazia sentido. Ele deveria amarrá-lo. Deveria...

Ele olhou para o corpo de Luthor e segurou as mãos dela de novo.

"Você deveria ficar", ele disse.

Ela olhou boquiaberta pra ele. "Não posso. Eu te falei. Tem uma coisa que eu preciso fazer."

"É mais importante do que arrumar a zona que vai ficar essa cidade? Eu odiava o Ultraman tanto quanto os outros, mas ele servia a um propósito. Sem ele--"

"Eles terão você."

"Eu não consigo sozinho. Acredite em mim, tenho tentado."

Ela sorriu, um pouco brilhante demais, e disse. "Você não terá. Dinah está vindo. Eu acabei de mandar uma mensagem pra ela." Ela segurou o telefone como se fosse um prêmio.

"Não foi isso que eu quis dizer."

"Você vai gostar da Dinah. Você gosta no meu mundo. E terão outros. Ela tem todos os meus arquivos. Eu preparei dossiês sobre certas pessoas que você deve achar interessantes. Venho seguindo seus esforços há um tempo."

"Bem, isso não é nenhum pouco assustador", ele tentou brincar. Atrás dele, ouviu um gemido.

"Parece que você tem que dar um jeito no ex-bandido conhecido como Ultraman."

Ele se virou, viu Luthor tentando erguer a cabeça.

"Sim, acho que sim." Ele se afastou do corpo e pegou a arma em sua maleta. Atrás dele, os gemidos aumentaram. "Sim, sim, sim. Você está sentindo dor, já ouvimos da primeira vez."

Ele se voltou para vê-la olhando pra ele, seus olhos verdes e arrependidos. "Melhor você ir", ele disse. "Cuidar dos seus negócios. Eu resolvo isso aqui."

"Dinah deve chegar a qualquer minuto."

"Estou ansioso para conhecê-la."

Ela assentiu, e se virou, saindo pela porta. Ele procurou a ponta de flecha em seu bolso. Ainda estava ali.


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Próxima história: I don't Mind a Little Trouble

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