4.9.10

Two of Us (4/4)

Título: Nós Dois
Resumo: Chloe e Oliver são levados para 23 anos no futuro, para ajudar a evitar uma catástrofe mundial.
Autora: newbatgirl
Classificação: PG-13
Nota da autora:Chloe e Oliver sentem atração um pelo outro mas não têm uma relação não-relação acontecendo. O título foi tirado da música dos Beatles "Two of Us" que aparecerá posteriormente na história. Existem muitas versões dessa canção, mas as minhas preferidas são a original e a que Neil e Liam Finn fizeram para a trilha sonora do filme I Am Sam" (Uma Lição de Amor). Essa história é contada do ponto de vista de Oliver.
Anteriores: Prólogo - Um - Dois - Três




2010... Torre do Relógio...

Oliver abriu os olhos a tempo de ver Batman desaparecendo. Não surpreso que o outro homem não tenha se despedido. Ele abaixou o olhar para Chloe, que ainda estava em seus braços durante a curta viagem.

"Chegamos", ele disse desnecessariamente.

Ela assentiu e olhou pra ele.

"Precisamos nos preparar para a ligação dos garotos."

Ela assentiu novamente mas não o soltou. Nem ele a soltou.

Acho que ainda temos umas duas horas. Devíamos tomar banho, nos trocar... estamos com a mesma roupa há dois dias agora. Dois dias e vinte e três anos", ele acrescentou com um sorriso.

Ela assentiu mais uma vez e Oliver estava começando a se sentir confuso e um pouco frustrado. "Você não vai falar nada?", ele finalmente exclamou.

Chloe riu e usou a gravata que Oliver ainda estava usando para puxá-lo e colocar seus lábios nos dele.

Oliver estava muito chocado para reagir no momento então ele percebeu que Chloe Sullivan estava lhe beijando e era melhor ele fazer esse beijo valer a pena. Ele deslizou uma mão pelo cabelo dela e a puxou para mais perto. Ela se afastou levemente mordendo seu lábio inferior e ele usou a oportunidade para separar os lábios dela com os seus e beijá-la corretamente. Chloe gemeu e ele sentiu as mãos dela subindo seu peito e chegando até a pele sensível de seu pescoço e depois em seu cabelo. Como era possível se conhecerem a tanto tempo e nunca terem feito isto?

Cegamente, ele encheu a mão com o tecido branco do vestido e puxou o corpo dela mais perto do seu. Chloe decidiu o frustrante momento de afastar seus lábios dos dele. Respirando pesadamente, ela lhe deu um sorriso malicioso. "Bem, que bom que tiramos a dúvida."

"Isso foi só uma experiência?", ele perguntou.

"Mais ou menos... Eu precisava ter certeza que éramos compatíveis."

"Você não teve provas suficientes durante nossa pequena viagem?"

"Sim, mas nada como... uma prova física, em primeira mão."

As palavras dela surtiram uma imediata reação física nele e ele sentiu seu plano de levar o relacionamento bem devagar indo embora. "Nunca achei que você fosse tão brincalhona, Sidekick."

"Só é brincadeira quando não há uma intenção real por detrás", ela respondeu. "Você estava certo... antes. Quando disse que conseguiríamos lidar com isso. Você estava certo e eu estava errada. E eu tenho a sensação que não vou repetir isso muitas vezes nos próximos vinte anos, então talvez seja melhor você tirar alguma vantagem agora."

Ela não precisou falar duas vezes. Com um gemido, ele a ergueu e a sentou sobre a mesa atrás deles. Sem esperar por nenhum comentário dela, ele posicionou seu corpo entre as pernas dela e se inclinou para outro beijo.

Bem mais lento.

Logo suas mãos estavam por toda parte. As dele em sua coxa, puxando cada vez mais a barra do vestido para cima. As dela em sua cintura levantando a camisa para sentir sua pele nua. As dele em seu cabelo e depois descendo pela pele do seu pescoço e ombros. Tudo enquanto se beijavam, o beijo sem o qual ele viveu sua vida toda, mas que não viveria sem a partir de agora.

Gentil e depois mais duro, saboreando e depois faminto, simples e depois profundo. Em algum lugar de sua mente, ele se lembrou do corpete de seu vestido, e sem parar o beijo, ele começou a procurar um jeito de abri-lo. Ela não tentou impedi-lo, pelo contrário, seus dedos ágeis de hacker tentavam arrancar a gravata dele.

Oliver foi ficando vagamente atento ao som do bip em algum lugar atrás deles. Primeiro ele ignorou, e se concentrou no nós dos laços do vestido de Chloe, mas o barulho continuou e finalmente chamou a atenção de Chloe.

"Droga, o comunicador!" Ela se afastou dele e mergulhou em direção ao barulho.

Ela ligou o comunicador e o microfone em sua estação, e Oliver percebeu que ela tomou o cuidado de manter a câmera desligada.

"Watchtower online", ela disse resfolegando, usando sua mão livre para segurar seu vestido agora.

"Ciborgue online. Torre, temos um problema."

"Que problema?"

"O laboratório aqui. Eles aumentaram a segurança desde que planejamos a missão. Vigiamos um pouco hoje e está tudo diferente: o código de acesso, a troca de turnos dos guardas, tudo. Precisaremos de mais tempo para replanejar e agir."

Oliver se inclinou até o microfone. "Arqueiro online. Ciborgue, de quanto tempo vão precisar? Vale a pena continuar aí? Não é melhor voltar e replanejar a ação daqui?"

"Negativo, Arqueiro. Podemos nos reagrupar e planejar uma nova operação nas próximas vinte e quatro horas. Só preciso invadir o sistema deles e acessar os novos códigos e programações. Só vai me tomar um pouco mais de tempo. Eu acho que consigo entrar em contato com vocês novamente dentro de oito horas."

"Confirmado, Ciborgue. Nos falamos, então."

"Ciborgue desligando."

Oliver afundou na cadeira de Chloe e a puxou para seu colo. Ela inclinou-se para desligar o microfone e lhe deu um sorriso tímido. "Então..."

"Então... parece que você e eu teremos algum tempo livre."

Ela se ajustou em seu colo e alguma coisa pulou em sua perna. Ele estendeu a mão entre sua perna e o lado da cadeira e pegou a bolsa perdida de Chloe.

"Ei, olha o que eu encontrei."

Chloe vasculhou por dentro da bolsa e pegou o celular. A tela mostrava quatro chamadas perdidas.

"Aaron?", ele perguntou.

Ela assentiu. "Eu devia ligar pra ele e me desculpar."

"Você vai contar a verdade pra ele? Que você deu o bolo nele porque estava em um primeiro encontro incrível comigo?"

Ela riu e beijou-o gentilmente. "Com certeza, tenho certeza que ele vai amar ouvir que viajamos no tempo com nossos amigos super-heróis  que quase fomos mortos no futuro por um Presidente megalomaníaco, e que conhecemos nossos filhos não-nascidos."

"Como primeiro encontro, é impossível ser superado."

"O que você está planejando para o segundo encontro?" Chloe perguntou se arrumando em seus braços.
Oliver hesitou. Que diabos, não tinha mais razão para esconder nada. "Eu planejava dizer que eu te amo. Depois pedir uma comida. Que tal?"

Chloe arregalou os olhos por um momento, então ela sorriu e escorregou de seu colo. Ela estendeu a mão. "Bem parecido com o que eu planejei para o segundo encontro. Exceto que eu ia te mostrar o quanto eu te amo também. E uma vez que os garotos estarão fora, temos algum tempo e como estamos só nós dois aqui... eu vou poder mostrar muita coisa."

"Eu gosto do jeito que você pensa, Watchtower."

*****

2033... Sede da Liga da Justiça... Baixa Órbita Lunar...

Chloe Sullivan-Queen puxou seu ainda molhado cabelo da altura do ombro em um nó frouxo, procurando por ferimentos em seu rosto no espelho da penteadeira.

Felizmente não havia nenhum. Seu corpo estava dolorido por ficar sentada com Oliver no concreto frio do chão de onde estavam presos, mas nada além disso. Pelo menos ela. Oliver havia lutado com os dois guardas e exibia alguns ferimentos no rosto e nos braços. Nada sério e nada com que ele não estivesse acostumado. Tinham sorte que Lex estivesse preocupado em matar Clark e em usar todas as suas armas contra a LJ, e não havia dado instruções claras aos guardas sobre o que fazer com os Queen.

Considerando que era um rapto, a experiência não foi tão terrível.

Já se passara algumas horas desde que Bart os tinha encontrado e pelo menos três desde que haviam chegado à estação. Tinham se reunido com a equipe e com seus filhos e ouviram o conto familiar sobre como suas versões mais jovens foram levados para lá. Obviamente, ela e Oliver já conheciam a história. Conheciam há vinte e três anos e nunca haviam contado para ninguém.

Ela atou o cinto de seu robe de seda e pegou uma camiseta da gaveta para Oliver vestir quando ele saísse do banheiro onde Connor cuidava de seus ferimentos.

Moira entrou no banheiro carregando uma bandeja com bebidas, sanduíche, e biscoitos. "Aqui está, Mãe. Café pra você e suco para o Papai."

Chloe sorriu para sua linda filha. "Obrigada, querida, mas não precisa ficar tão preocupada. Estamos bem."
Moira deu de ombros e se inclinou sobre a penteadeira.

Chloe pegou seu café e foi para o sofá, se afundando nas almofadas. Rapto banal ou não, ficar sentada no concreto gelado por dois dias na sua idade não era uma boa ideia.

"Você ligou para sua irmã?", ela perguntou para Moira.

Moira assentiu, não se importando em desviar o olhar das fotos que estavam sobre a penteadeira. A primeira e maior era do casamento de Chloe e Oliver. Numa moldura um pouco menor havia a foto de Chloe e Oliver em um hospital segurando dois pequenos bebês. O terceiro portarretrato tinha a foto de Oliver e Chloe segurando um terceiro bebê, tirada quase sete anos depois do nascimento dos gêmeos. Chloe deu uma olhada no bebê de olhos escuros e cabelo loiro escuro e a chamou de Olivia antes que seu marido pudesse protestar.

"Mas ela já sabia que vocês estavam bem." Moira disse despreocupada.

Chloe paralisou. "Como?", ela perguntou e Moira se sentiu culpada, como se tivesse falado o que não devia. "Moira, como Olivia já sabia que estávamos bem?"

"Ummm... ela meio que falsificou seu código de acesso e tem monitorado todas as transmissões da JL por si mesma." Moira disse bem rápido.

"Incluindo os códigos de segurança?"

"Especialmente os códigos de segurança."

"Mas eles são encriptados quânticamente!"

"É, e ela está bem orgulhosa por isso."

Chloe suspirou. Sua caçula ia acabar lhe matando. "Vou precisar falar com ela...", ela olhou para o relógio próximo a cama. "Amanhã. Já é difícil pra ela dormir naqueles dormitórios sem a gente ligando no meio da noite. E esta é a semana de provas."

Olivia foi uma das muitas surpresas que eles tiveram através dos anos, uma bem-vinda.

Tiveram algumas tristes também: a morte de Lois, o longo luto de Clark, alguns desastres envolvendo a Liga. Muitas coisas difíceis para explicar durante sua breve visita ao futuro. Para o bem ou para o mal, ela e Oliver as viveram apenas no momento certo.

A porta do banheiro se abriu e Oliver e Connor saíram, os dois parecendo irritados. Oliver pegou a camisa que Chloe separou pra ele e puxou sobre a cabeça molhada. O antes cabelo loiro estava agora mais prateado, sendo chamado agora de 'Raposa Prateada' pelos tabloides  o que Chloe adorava para poder tirar uma com a cara dele.

Oliver deu beijo no alto da cabeça de Moira, pegou o suco que ela trouxe pra ele, e se sentou no sofá ao lado de Chloe. "Vamos precisar pegar mais antisséptico na ala médica. Seu filho usou tudo o que tinha num corte de meio centímetro." Oliver apontou para o band-aid de borboleta sob seu olho esquerdo.

"Não usei. Mãe, ele está exagerando." Connor protestou.

"Certo, porque ele nunca faz isso." Chloe brincou com Connor. Para Oliver ela acrescentou. "Da última vez que eu chequei, ele era seu filho também."

"Se você deixasse um de nós curar seus ferimentos, não precisaria de antissépticos." Connor apontou.

"Não preciso que ninguém me cure." Oliver resmungou. "Sua mãe está exausta. Ela não deveria ficar curando ninguém."

"Um de nós pode fazer isso." Connor disse.

"Após terem ficado desacordados por seis horas depois de ajudar a curar o tio Clark? Acho melhor não. Só porque eu não estava aqui, não significa que eu não estava aqui." Oliver disse. Quando Chloe lhe lançou um olhar divertido, ele acrescentou. ""Essa frase faz todo sentido na minha cabeça."

Ele tomou um gole de seu suco, então falou resignado quando os três pares de olhos verdes não desviaram dele. "Tá bom, se eles ainda estiverem muito ruins pela manhã, eu deixo um de vocês me curar antes da reunião com a Liga. Felizes?"

"Extasiados", Connor disse e pegou um biscoito da bandeja que Moira havia trazido.

Oliver passou seu braço livre ao redor de Chloe e ela encostou a cabeça em seu peito. "Olivia?", ele perguntou pra ela.

"Ela está bem. Apesar de ela ter invadido os computadores da LJ. De novo. Preciso conversar com ela de manhã."

"Ela teve uma boa razão dessa vez, estava preocupada conosco." Oliver falou e Chloe revirou os olhos. Sua caçula tinha ele na palma da mão.

"Ei, Mãe. Sabia que a parte de cima do seu vestido de noiva parece com a do vestido que a jovem você estava usando hoje?" Moira observou, examinando a enorme fotografia. "Exceto pela saia do seu vestido de casamento que era de seda e tudo mais, mas fora isso são quase idênticos."

Chloe enrubesceu e se fingiu fascinada pelo café. "Sério?"

Oliver riu pra ela. "Não me diga."

Nenhum deles sabia que o vestido de casamento dela foi feito com o mesmo corpete do outro vestido, 
especialmente porque Oliver adorava lembrar de como o 'desatou' em seu segundo encontro. Havia algumas coisas que seus filhos não precisavam saber.

Moira pegou um biscoito da bandeja e puxou a manga de seu irmão. "Vem, vamos embora. Papai e Mamãe querem dormir."

"É cedo ainda." Connor protestou, com a boca cheia de biscoito.

"É, mas eles foram sequestrados. E também já estão velhos."

Chloe olhou pra ela. "Cuidado, talvez você já esteja velha para receber mesada mas ainda estou no comando do seu orçamento."

"Brincadeira!" Moira falou enquanto seu irmão ria dela. "Boa noite, Mãe. Boa noite, Pai."

"Esperem." Oliver chamou. Quando os gêmeos pararam, ele disse. "Vocês dois foram muito bem hoje. Estamos orgulhosos de vocês."

Os dois riram como se tivessem oito anos de idade recebendo suas primeiras medalhas no arqueirismo antes de fechar a porta do quarto atrás deles.

Chloe suspirou e aproveitou o silêncio por um momento. Oliver acariciava suas costas sobre o robe de seda.

"É estranho, por vinte e três anos, soubemos que esse dia ia chegar. E agora acabou... E o amanhã é um verdadeiro mistério.", ela meditou.

"Isso assusta você?"

"Não, na verdade não. Contanto que você e as crianças estejam comigo, isso não me assusta."

"Nem eu." Poucos minutos depois, ela olhou pra ele e ele estava lhe dando um sorriso muito familiar.

"No que você está pensando?", ela perguntou.

"Nosso segundo encontro." E seus dedos deslizaram por seus cabelos do jeito que fazia há vinte anos. Do jeito que ela ainda não se cansara. "O que tem nosso segundo encontro?"

"Ter a Torre do Relógio só pra gente... só para nós dois...", ele se inclinou e começou a beijar o caminho de seu pescoço e Chloe deixou seus olhos se fecharem...

A porta do quarto se abriu e Connor entrou correndo. "Mãe, eu deixei minha jaqueta---? Ah, aqui está." Ele cruzou o quarto em dois passos para pegar a roupa, aparentemente sem nem perceber a presença de seus pais.

Oliver suspirou e levantou a cabeça. "Connor! O que você tem contra bater na porta antes de entrar?"

"Desculpe! Eu esqueci minha jaqueta. Já estou indo...", e ele desapareceu pela porta novamente, fechando-a atrás dele com força.

Com um suspiro, Chloe se levantou e puxou seu marido para ficar de pé. "Vem, vamos para a cama. Temos uma reunião amanhã cedo..."

"Mas---"

"E eu tenho certeza que eu tenho uma camisola aqui que eu vou precisar de ajuda para tirar", ela adicionou sedutoramente.

"Ah... agora estou gostando mais."

"Oh e Oliver? Tranque a porta."

Fim.

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Leia a sequência: Shout Out Loud

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2 comentários:

  1. nooossa, amei, muito boa mesmo essa fic!

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  2. lindaaaaaaa

    muito boa!!! e eu ameiiiiiiiiiiii
    Lêh

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