30.9.10

How Soon Is Now (1/3)

Título: Ainda É Cedo
Resumo: Universo 'Two of Us'. Seis meses após os acontecimentos de Two of Us, Chloe e Oliver estão decidindo os próximos passos, em seu relacionamento e na Liga.
Autora: newbatgirl
Classificação: PG-13
Nota da Autora¹: Essa fic é baseada em uma frase do Bruce em Two Of Us: "Oliver... Em algum momento do seu futuro, você irá até Gotham pedir para eu me juntar à Liga e eu vou agir como um idiota. Mais do que um idiota. Não posso voltar atrás e mudar o que aconteceu, mas posso lhe dizer que sinto muito... e que você estava certo. Eu preciso da Liga da Justiça."
Nota da autora²: Como em todas as minhas histórias, vou utilizar pontos de vistas dos personagens principais: Chloe, Oliver e Bruce. Vamos começar com Bruce desta vez.

Histórias Anteriores:
Shout Out Loud
Silver Lining
Question



Gotham City... Mansão Wayne... Tarde da Noite...

Bruce Wayne estava atrasado para seu próprio baile de aniversário. Bem atrasado na verdade. Era em momentos como este que os talentos de Alfred Pennyworth eram muito úteis. Alfred era capaz de dizer, com a cara mais séria do mundo, aos convidados de Bruce que ele estava atrasado por conta de uma 'reunião de negócios', enquanto estava implícito que o negócio era do sexo feminino e amigável.
Era um raro dom.

Um que vinha a calhar em momentos como esse quando as circunstâncias, ou neste caso, as brigas de gangues, atrasavam sua agenda.

Ele alisou sua gravata, arrumou a gola de seu terno e abriu as portas do salão, assegurando que o sorriso estivesse no lugar. Se ele estava atrasado, podia muito bem fazer uma grande entrada.

Após certificar-se que todos os olhos estavam voltados pra ele, Bruce fez uma cena checando se o zíper de sua calça estava fechado. Ele piscou para a mulher mais próxima - uma esbelta ruiva - e desdenhou do olhar que sua acompanhante lhe deu em resposta. Ele apertou as mãos de alguns poucos associados, beijou o rosto de algumas mulheres pelas quais passava enquanto caminhava pela sala e engolia um drinque que Alfred havia lhe passado - sem álcool - mas ninguém sabia disso. Tudo isso sem perder a postura.

Era uma dança. Uma dança muito bem orquestrada. Mover-se de pessoa em pessoa. Um sorriso aqui, uma olhada ali. Uma piada aqui, uma rápida conversa ali. Voltar e repetir. Ele sabia bem o ritmo e tinha praticado os passos.

Outra festa de gala exclusiva na mansão. A desculpa para a festa dessa semana: seu próprio aniversário. Não havia razão em esperar que outra pessoa desse uma festa pra você. Quando você é rico, você pode fazer isso sozinho. Nesse caso ele estava usando a festa para arrecadar fundos para a Fundação Heróis de Gotham, um fundo de bolsas de estudo para filhos dos Policiais Civis e Bombeiros de Gotham mortos no cumprimento do dever. Uma causa nobre que Bruce gostava mais do que demonstrava. Ainda assim, a maioria das pessoas na sala estava lá para ver e serem vistas e não pensaram duas vezes antes de assinar seus cheques.

Enquanto houvesse comida para fingirem comer, muito o que beber, e fotógrafos para tirarem suas fotos em suas roupas especialmente desenhadas, a grande maioria dos convidados participaria da Fundação Pernalonga e não se importaria.

Os convites incluíram não apenas os ricos de Gotham, mas milionários, bilionários e pessoas influentes de todo o estado, que gastaram seus créditos para viajar em seus jatinhos particulares para participar dessa noite.

Bruce conversou com alguns milionários do Vale do Silício num canto, fingindo-se impressionado com sua tecno-blablabla. Um magnata dos cassinos e sua esposa ex-stripper o cumprimentaram como se fossem velhos amigos. Não eram, mas isso não impediu a mulher de colocar a mão em seu bumbum pelas costas do marido.

Um gestor de fundos conhecido por ter mais de duas dezenas de membros do Congresso em sua folha de pagamento lhe colocou um cartão em seu bolso e sugeriu que eles deveriam 'ter uma conversa'.

Eles se juntavam todos ao seu redor exibindo seus belos penteados e as glórias do Botox. Celebridades de segunda, políticos, financiadores, e mais. De todas as cores, tamanhos e formas. Os minutos passavam. Ia ser uma longa noite.

Bruce checou seu relógio e olhou para Alfred. O homem franziu a testa e balançou a cabeça. Ainda teriam no mínimo uma hora antes de apresentarem o cheque e cortar o bolo, e mais umas duas horas antes que pudessem começar a árdua tarefa de colocar todas essas pessoas para fora de sua casa.

Bruce pegou outro drinque de Alfred e observou a sala procurando por pessoas com quem não tivesse conversado. Ele avistou duas figuras abraçadas uma na outra na beira da pista de dança e reconheceu o homem como sendo Oliver Queen.

Sim, Oliver. Que havia sido um irritante colega de escola e que até uns dois anos atrás vivia um inferno, tentando se auto-destruir antes dos 25 anos. As coisas haviam mudado. Oliver Queen agora era respeitado no mundo dos negócios.

Bruce também conhecia alguns dos 'hobbies' preferidos de Oliver nos últimos anos. Hobbies que eram estranhamente parecidos com os seus. Mas Oliver tinha ido um pouco mais longe, e parecia ter montado uma equipe de vigilantes secreta. Vigilantes com o objetivo de derrotar Lex Luthor.

Lex Luthor não era uma das pessoas que Bruce Wayne mais gostava no mundo, mas ele não sabia exatamente quais eram os principais negócios de Lex. E com uma cidade repleta de malucos para lidar, Bruce não tinha tempo para ficar obcecado com Lex ou os hobbies de Oliver Queen.

Se Queen se imaginava um vigilante, que fosse. Contanto que mantivesse suas flechas guardadas enquanto estivesse em Gotham, Bruce não tinha que pensar nele. Ele e sua pequena equipe podiam fazer o que quisessem em Metrópolis, Star City ou onde quer que fossem.

De onde Bruce estava, no entanto, Oliver Queen não parecia ter Lex Luthor, crimes, lutas ou qualquer outra coisa em sua mente, além da loira curvilínea em seus braços. O que causou certo entranhamento em Bruce já que Oliver havia deixado de ser mulherengo há alguns anos, juntamente com outros vícios.

Bruce observou a pequena loira, uma tarefa um pouco difícil dado que ela estava de costas pra ele. Muito baixinha para ser uma modelo de roupa íntima, a velha preferência de Oliver. Envolvida num vestido de seda verde-escuro que contornava suas bordas traseiras com respeito. Se é que isso vale de alguma coisa, ela tinha a melhor bunda da sala, Bruce ponderou. E isso significava muita coisa. Ela tinha os cabelos loiros ondulados presos frouxamente no alto da cabeça com presilhas esmeraldas.

Oliver se inclinou para sussurrar alguma coisa no ouvido da mulher e eles pararam de dançar. Oliver encontrou o olhar de Bruce, e caminhou até ele, conduzindo sua companhia ao seu lado.

Oliver estendeu a mão quando o alcançaram. "Feliz Aniversário, Bruce. Há quanto tempo."

Bruce apertou sua mão e correu os olhos na pequena loira, em total modo-playboy. "E esta deve ser sua 'e acompanhantes'. Eu não acredito que tive o prazer?"

"Bruce Wayne, Chloe Sullivan."

"Bruce Wayne. Tenho ouvido muita coisa sobre você", ela disse. Os olhos verdes da mulher se estreitaram levemente e ela apertou sua mão. Ela não riu afetadamente, não flertou com ele ou piscou. Ela parecia simplesmente... avaliá-lo. Bruce achou estranho por um momento mas se recompôs.

"Já nos encontramos antes?", ele perguntou pra ela. Talvez tivessem se conhecido em alguma outra festa ou outro evento. Isso poderia explicar o olhar que ela estava lhe dando - ela estava irritada por ele não ter lembrado dela. Mulheres odiavam isso.

"Não, eu lhe asseguro, Sr. Wayne, nós nunca nos encontramos antes", ela disse confiante.

A frase era estranha e Bruce esperou que ela se explicasse, mas ela não fez isso e Oliver, por alguma razão, achou engraçado. "Me chame de Bruce. Eu sempre deixo as mulheres bonitas me chamarem pelo meu primeiro nome", ele brincou e ficou desapontado quando ela não reagiu como esperado. Ao invés disso, ela realmente deu um sorriso afetado e revirou os olhos para Oliver. Bruce gravou seu nome. Definitivamente havia algo perturbador nessa mulher.

Hora de mudar de assunto.

"Oliver, estou realmente tocado que você e a Srta. Sullivan tenham feito toda essa viagem para o meu aniversário. Eu sei o quão ocupados vocês são." Bruce disse, imaginando como Oliver reagiria ao fato dele saber sobre suas atividades como Arqueiro Verde. Provavelmente não muito bem.

Oliver correu as mãos pra cima e pra baixo no braço descoberto de Chloe Sullivan. "Eu tenho que admitir que a festa foi uma boa desculpa, mas eu também tenho alguns negócios em Gotham e Chloe nunca tinha vindo pra cá... E nós dois estávamos precisando de uma folga do trabalho, passar um tempo sozinhos. Na verdade, planejamos ficar aqui alguns dias."

Antes que Bruce pudesse responder um celular tocou e Chloe vasculhou sua pequena bolsa frisada, tirando o aparelho de dentro. Ela olhou o display e trocou um olhar com Oliver, que assentiu pra ela. "Eu preciso atender, volto em um minuto", ela se esticou para beijar o rosto de Oliver, então deixou a dupla, caminhando em direção as portas do salão, num redemoinho de seda verde ondulante.

Bruce tinha que admitir que suas costas eram uma bela visão. Ele riu para Oliver. "Bom... muito bom... apesar de não existirem muitas mulheres que me larguem para atender um telefonema. Ela parecia pouco afetada pela minha presença. Você acha que estou perdendo o jeito?"

"Eu não perderia o sono com isso. Há um monte de mulheres nessa sala que não conseguem operar um celular e ficariam felizes em conversar com você a noite inteira. Chloe é mais esperta do que isso. Além do mais, ela está comigo."

"É justo. Então qual é a grande emergência pela qual ela está disposta a insultar o filho favorito de Gotham?"
Oliver pegou uma bebida do garçom que passava. "Trabalho", ele disse simplesmente. "Me acompanhe com um minuto, precisamos conversar."

Oliver não se incomodou em esperar para ver se Bruce ia segui-lo e caminhou em direção a um canto quieto do salão. Bruce o seguiu, movido pela curiosidade. Ansioso para manter o clima o mais leve possível, ele colocou as mãos nos bolsos da calça do smoking. "Olha, se isso é porque eu estava olhando para a bunda do seu encontro... você realmente não pode me culpar."

"Noiva."

Bruce ergueu as sobrancelhas. "Noiva... bem, isso é uma novidade. Parabéns. Agora eu preciso me desculpar por ter olhado para a bunda dela. Você devia ter me avisado."

"Obrigado, mas não é esse o assunto. Precisamos falar de negócios."

"Negócios, aqui? Qual é, Queen, relaxa, estamos numa festa. Não precisamos estragá-la falando de negócios." Bruce censurou.

"Não são negócios da empresa, Bruce. Outros negócios. O tipo de negócio que faz você se atrasar para seu próprio aniversário porque você estava lindando com guerra de gangues na Narrows."

O sorriso desapareceu do rosto de Bruce. "Como é?"

"Duas gangues rivais escolheram esta noite para começar uma guerra. Você teve que trocar seu smoking por uma capa no último minuto. Demorou mais do que você esperava. Alguma coisa fez sentido agora?"
Bruce enrijeceu. "Eu não sei do que você acha que está falando mas..."

Oliver pareceu não se incomodar com a mudança de atitude de Bruce. "Qual é, agora é a sua vez de relaxar. Eu sei. Você ouviu? Eu sei. E eu sei que você sabe sobre minhas atividades noturnas, então vamos pular a negação e ir direto ao assunto. Eu tenho uma proposta pra você."

A mente de Bruce estava a mil, ele olhou ao redor da sala para ter certeza que ninguém estava ouvindo antes de falar novamente. "Deixe-me adivinhar, você quer que eu me junte a sua banda de casamento?"

Oliver encolheu os ombros. "Acontece que estamos precisando de um baixista."

Bruce fez uma careta. "Eu passo", ele tentou se afastar mas Oliver o impediu.

"Não tão rápido, Batsy. Você devia pelo menos nos ouvir. Chame de uma cortesia profissional. Estamos na mesma linha de trabalho, pelas mesmas razões. O mínimo que você pode fazer é nos dar um pouco do seu tempo."

Bruce estremeceu com o apelido que Oliver escolheu e olhou ao redor para ter certeza que ninguém ouvia sua conversa. "Certo", ele rosnou. Eu vou ouvir você, mas não agora. Depois da festa. Alfred levará você ao meu escritório e podemos conversar lá. Mande sua acompanhante pra casa." Ele começou a se afastar, mas Oliver o impediu novamente.

"Nada feito, a 'acompanhante' fica. Ela faz parte do time e já sabe de tudo."

"Eu achei que ela fosse sua noiva?"

"Ela é isso também. Ela é muitas coisas na verdade. E ela fica", ele disse firmemente.

Bruce se virou e viu a mulher em questão aproximar-se deles, ignorando-o, os olhos fixos nos de Oliver. Foi então que Bruce percebeu o anel de esmeralda em sua mão esquerda*. Que belo detetive ele era, deixando isso escapar. Mas então, ele não tinha tido razão para fazer essa observação.

"Vocês dois têm uma hora para expor suas razões, e depois vou embora."

"Uma hora deve ser mais do que suficiente", Oliver espondeu, então estendeu o braço para puxar Chloe Sullivan mais perto quando ela retornou. "Tudo bem?", ele perguntou pra ela.

"Está tudo bem agora", ela disse para Oliver, em seguida sorrindo para Bruce. "Desculpe sair assim. Negócios, eu sei que você entende, Bruce." Seus olhos verdes eram desafiadores, esperando uma resposta sua.

Sim, havia algo definitivamente perturbador nessa mulher.



Fim do Capítulo. Leia o Capítulo Dois.

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*Nos Estados Unidos, o anel de noivado é usado na mão esquerda, sendo substituído no dia do casamento.

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4 comentários:

  1. Bem, a revisão do texto não ficou cem por cento ainda, amanhã olho novamente... é que Two of Us teria três histórias, semana passada eram cinco, e acabei de ver que agora são seis... então acho q fiquei um pouco abalada... rs...

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  2. hahaha...Vai com calma.
    Está ótima.
    Estou adorando.


    Bruce!Ah Bruce!(imaginando Bruce e Oliver juntos)...eita.

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  3. hummmmmm to gostando pacas

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