17.11.13

Just Married (2/8)

TítuloRecém-casados
Resumo: Algo horrível aconteceu, mas Chloe não consegue se lembrar. Se ela não juntar as peças a tempo, pode ser muito tarde para Oliver.
Autorabella8876
Classificação: R
Linha de tempo: Sétima temporada. Universo Alternativo. A oitava temporada nunca aconteceu.
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Mia se recostou contra a parede atrás da delegacia e expirou a fumaça. Os blocos de concreto contra sua pele doendo, mas estava muito exausta pra mudar de lugar. "Fumar faz mal." Lois saiu pela porta assustando Mia que deixou o cigarro cair no chão enquanto se afastava da parede. "Desculpe." Lois sorriu envergonhada.

"Sem problema." Mia balançou a cabeça. "Como você diz, faz mal." Mia esticou o pescoço e suspirou. "Eu falei com o Chefe, até que tenhamos certeza do que está acontecendo aqui, vamos manter a história longe da imprensa. A última coisa que precisamos é uma foto da sua prima num vestido ensanguentado espalhada por todas as tvs e jornais.

"Obrigada." Lois assentiu.

"Como vão as coisas lá dentro?" Mia se inclinou, esticando os músculos das costas.

"Sem sorte." Lois balançou a cabeça e suspirou.

Depois de contar a história sobre como ela o pediu em casamento, Chloe tomou o café, fez uma cara e disse, "Está muito ruim." Então ela deixou o copo na mesa e desligou novamente. Ela ainda não tinha reconhecido Lois ou tomado conhecimento de sua presença.

"Talvez devêssemos pedir reforços." Mia suspirou. "Tem mais alguém com você na cidade que possamos chamar?"

"Sim, eles podem chegar aqui em vinte minutos." Lois assentiu pegando o telefone. "Eu só espero..."

"Olha, mesmo que ela não demonstre." Mia colocou uma mão no ombro de Chloe. "Ela sabe que você está aqui."

"Até onde ela sabe, eu sou a moça do café." Lois bufou, ela vinha fazendo experimentos com o café, tentando diferentes quantidades de água, tentando fazer algo que de fato lembrasse café para Chloe, esperando que isso fosse ajudá-la. Ela deve ter levado uns seis copos diferentes na última hora. Chloe tomou cada um, fez uma cara e então devolveu o café na mesa. Algo clicou na cabeça de Lois e ela sorriu. "Acabei de ter uma ideia." Ela desligou o telefone e discou para um novo número.

***********

"Quem é esse cara?" Wise perguntou meia hora depois, confuso enquanto assistia um jovem homem empurrar um carrinho de café, uma versão miniatura do que se encontrava nas ruas, seguindo pelo correndo da delegacia.

"Mason." Mia disse enquanto Lois e Mason conversavam. Ele assentiu e então começou a colocar os grãos de café.

"E quem é Mason?" Wise perguntou, sentindo o cheiro do café.

"O cara do café." Mia deu de ombros.

"O cara do café?" Wise se virou pra ela. "Ele ganhou algum concurso ou algo assim?"

"Eu não sei bem dos detalhes." Mia admitiu.

"Isso é uma coisa de pessoas ricas?" Wise franziu a testa. "Ele é tipo o barista das estrelas?"

Mia bufou ao pensamento, então deu de ombros. "Não faço ideia, mas Lois está convencida que vai ajudar e neste momento estou disposta a tentar qualquer coisa." Mia sabia que as primeiras quarenta e oito horas de uma investigação eram as mais importantes. A última vez que Lois reportou ter visto Chloe foi às oito da noite anterior. Baseada no fato de que Chloe ainda estava em seu vestido de casamento estavam deduzindo que o que quer que tenha acontecido, aconteceu na noite anterior depois da recepção, antes de eles irem pra casa.

Chloe tinha chegado a delegacia por volta das sete da manhã e agora já passava do meio-dia e eles não tinham conseguido tirar nada dela. Ainda não sabiam onde Oliver estava, não sabiam o que tinha acontecido, nem sabiam por onde começar a procurar. Eles tinham despachado uma equipe discretamente até a casa da família de Oliver onde Lois disse que eles passariam a noite de núpcias antes de irem para o Marrocos. O jatinho ainda estava no hangar, o piloto não recebeu nenhuma ordem de mudança de planos. A casa parecia como se ninguém tivesse estado lá há algum tempo, o carro não estava na garagem. A rota que eles fariam da recepção no Hotel Marquee até a casa tinha sido feita múltiplas vezes com nada fora do normal registrado. Havia um boletim de 'busca' do carro de Oliver, mas nada tinha surgido ainda.

Francamente eles precisavam de toda ajuda que pudessem conseguir e se Lois achava que um cara chamado Mason podia ajudá-los, então Mia estava disposta a tentar. Mason nervosamente terminou o café e então seguiu Mia e Lois pelo corredor até a sala de notificação.

"Srta. Sullivan." Mason parou na porta em choque; Lois não tinha lhe alertado. Ele olhou para Lois que gesticulou pra ele entrar na sala. "Com licença. Sra. Queen?"

Chloe virou a cabeça e olhou para Mason, de verdade olhou pra ele, não através dele. "Mason?" Chloe perguntou confusa.

"Dele ela se lembra." Lois sussurrou, mas Mia estava sorrindo, isto era um progresso.

Mason assentiu encorajadoramente para Chloe. "Eu trouxe café." Ele estendeu uma caneca e Chloe a pegou, levando-a até o nariz e inalando profundamente.

Seus ombros pareceram desabar, seu corpo todo relaxando, sentindo o aroma. "Menta?" Chloe sorriu e fechou os olhos. Tentando se lembrar da última vez que sentiu o cheiro de menta no café. 

Chloe abriu os olhos lentamente, certa de que ainda estava sonhando, ela tinha que estar sonhando. Ou ela estava sonhando ou estava morta porque o cheiro continuava vindo da cozinha. Ela se sentou na cama e sorriu ao ver Oliver na porta do quarto. "O que você fez?" Chloe perguntou. 

"Nada." Oliver entrou no pequeno quarto e estendeu a xícara em suas mãos.

Chloe a pegou hesitante e inalou profundamente, pra garantir que sua imaginação não estivesse fora de controle. "Oliver. Isto não é nada, é café com menta. Café com menta daquela cafeteria francesa do centro da cidade."

"Como você sabe de onde é?" Oliver perguntou.

"Qual é, é comigo que você está falando." Chloe tomou um pequeno e hesitante gole e então deslizou de volta na cama em êxtase. Oliver rapidamente pegou a xícara das mãos dela. "Sem mencionar o fato de que eu estou sonhando com este café há um ano."

"Eu sei." Oliver disse. "Desde novembro você me faz passar na frente daquela cafeteria, todos os dias."

"E custa vinte dólares meio quilo. Não podemos comprar." Chloe o relembrou. "Não podemos comprar nada disso." Ela assentiu para a porta de onde vinha o cheiro de bacon e salsichas, fritas, ovos e panquecas.

"Mas é sua tradição de Natal." Oliver sentou na cama e sorriu pra ela. Até onde ela conseguia se lembrar, seu pai a fazia um enorme café da manhã no Natal com um enorme copo de leite com menta, mas o resto era sempre o mesmo.

"Isso é muito doce, de verdade." Chloe o beijou suavemente. "Mas foi você quem insistiu na árvore de Natal, o que significa que nossa conta de luz do mês que vem será maior. O que significa que não podemos gastar com guloseimas que não precisamos, tradição ou não."

"Eu não gastei o que não podemos." Oliver se levantou e estendeu a mão. Chloe deslizou os dedos em sua palma e se permitiu ser puxada da cama e ir para a cozinha. Ela parou e olhou o caos que preenchia o apartamento e não pôde deixar de sorrir.

Bart estava cuidando do forno, se exibindo como sempre. Ele virava os ovos em uma panela, o bacon na outra, e as panquecas estavam numa grelha elétrica, que Chloe sabia que não tinha, então ele deveria ter trazido com ele. Ela observou, encantada enquanto ele jogava a panqueca no ar atrás dele, pegava do outro lado com um prato, e estava de volta no fogão para virar o bacon antes que queimasse. AC estava terminando de rechear as panquecas enquanto Victor arrumava a mesa. Dinah entrou, com os braços cheios de presentes para depositar sob a árvore e então saiu, para buscar mais um carregamento, e Lois estava parada orquestrando tudo.

"Onde está..." Chloe parou quando Clark abriu a porta e tentou arrastar uma árvore de Natal do tamanho de uma Ferrari para dentro do apartamento. "Lois?" Chloe deu um passo à frente. "O que está acontecendo?"

"Bart está fazendo o café. Oh e eu te trouxe uma árvore de Natal." Lois sorriu. "Eu escolhi esta manhã. Desconto de 75%, queima especial de Natal."

"Ok." Chloe sorriu. "Mas eu tenho uma árvore."

"Você está falando da amiga do Charlie Brown ali?" Lois apontou para a esquelética árvore parada perto da janela.

"Ei!" Chloe foi até lá e sorriu para a árvore. "Eu gosto da minha árvore, eu escolhi, eu decorei, e foi tudo que consegui comprar."

Lois se virou para a porta onde Clark ainda lutava ignorando os protestos de Chloe. "Ei, eu não entendo qual é a dificuldade." Lois olhou feio pra ele. "Quer dizer, você tem super força e não consegue carregar uma mísera árvore pra dentro do apartamento?"

"Dificilmente ela é mísera." Clark olhou pra ela. "E eu posso entrar no apartamento, mas vou levar metade da parede comigo."

"Bem, isso estraga tudo." Lois fez bico. "Meu noivo consegue parar um trem e ainda assim não consegue carregar uma árvore pra dentro de um apartamento."

"Porque a árvore que você escolheu é muito grande." Clark disparou.

"Você disse noivo?" Chloe foi até Lois que sorriu e estendeu a mão esquerda, balançando os dedos. "Oh, meu Deus." Chloe agarrou e olhou para o anel. Era simples e delicado; uma única pedra de diamante num aro de platina. Tão contrário a tudo que Lois era, mas ao mesmo tempo perfeito pra ela.

"Não é a porca de um parafuso mas..."

"É lindo." Chloe sorriu pra ela.

"Oh, pelo amor de Deus." Lois jogou as mãos para o alto enquanto Victor e Clark tentavam encontrar um jeito de fazer a árvore entrar. "É melhor eu resolver isso, eles não são os mestres do raciocínio."

Chloe deu risada e foi até a cozinha onde Bart ainda estava ocupado cozinhando. Ela deu um beijo em seu rosto, assustando-o tanto que ele deixou cair uma panela inteira de biscoitos no chão. "Pra que foi isso?" Bart balbuciou enquanto pegava os biscoitos agora arruinados e os jogava no lixo.

"É Natal." Chloe deu de ombros. "E eu estou disposta a apostar que tudo isso foi ideia sua."

"Bem, uma boa desculpa pra comer, certo?" Bart ficou vermelho e voltou para o forno. Chloe se inclinou e o beijou de novo. Desta vez o que ele deixou cair foi uma espátula. "Pra que foi isso?"

"Por ser modesto." Ela sorriu e foi até o sofá observar Lois tentar explicar como deveriam dobrar a árvore para que ela entrasse no apartamento.

Ela olhou para a mesa de café para pegar sua xícara, só que não estava onde ela tinha deixado. No lugar havia uma pequena caixinha preta.

"Feliz Natal." Oliver disse pra ela por sobre o ombro.

"Oliver." Chloe sussurrou, suas mãos tremendo enquanto pegava a caixinha. "Por favor me diz que você não... eu disse que não precisava de um anel de noivado.

"Você não vai abrir?" Oliver foi até o sofá e se sentou ao lado dela.

"Eu estou com medo." Chloe admitiu.

"Você está com medo?" Oliver deu risada. "Chloe Sullivan, a mulher que encarou uma infinidade de metas, Lionel Luthor, e Lois Lane de vez em quando, está com medo de uma caixinha?"

Chloe deu um tapa no braço dele. "Eu estou com medo porque eu vou amar, mas eu não vou poder ficar com ele."

"Por que você não vai poder ficar com ele?" Oliver franziu a testa.

"Porque se não podemos pagar por guloseimas para o café eu sei que não podemos comprar o que quer que esteja nesta caixa." Chloe olhou pra ele com tristeza.

Oliver pegou a caixa e abriu enquanto ela protestava, virando a caixa pra ela e o sorriso dela sumiu. "Você odiou?" Oliver perguntou preocupado.

"Eu amei." Chloe estendeu a mão lentamente e pegou o anel da caixa. Havia um enorme diamante no meio do anel com cinco diamantes menores de cada lado, que pareciam asas e tudo estava rodeado no topo e embaixo por uma fileira de diamantes ainda menores. Ela afastou a mão no último segundo. "Me diz a verdade, você roubou um banco?" Chloe perguntou. "Temos que fugir para o México?"

"Não." Oliver revirou os olhos pra ela e pegou o anel da caixa, deslizando no dedo dela. "Era da minha mãe."

Chloe franziu a testa. "Da sua mãe?"

"Na verdade era da minha avó." Oliver explicou.

"Mas todas as coisas dela foram vendidas no leilão." Chloe não conseguia tirar os olhos do anel.

"Eu sei." Oliver disse. "Eu rastreei o comprador e o convenci a vender de volta pra mim, por apenas um pouco mais do que ele havia pago."

"Mas onde você conseguiu o dinheiro?" Chloe perguntou.

"Com um amigo." Oliver disse. "Ele vai me deixar pagar em parcelas."

"Me diz que você não foi atrás de Bruce pra pedir dinheiro?" Ela mordeu o lábio e Oliver deu risada balançando a cabeça. "Espera um minuto." Ela se levantou e foi até a janela. Todo mundo já estava ali quando ela acordou, mas isso era impossível porque ela teria ouvido Bart mesmo antes de ele ter chegado ao quarteirão. Chloe se virou da janela e caminhou decidida até a cozinha. Ela parou ao lado do forno e olhou pra ele por um minuto.

"Chloe?" Bart perguntou confuso. "Está tudo bem"?

"Onde está sua moto?" Chloe perguntou.

"Eu uh... decidi não usá-la hoje." Ele deu de ombros.

"Bart." Chloe deu outro passo a frente. "Onde está sua moto?"

"Eu vendi." Bart deu de ombros.

Chloe franziu a testa. "Você amava aquela moto."

"Eu posso correr muito rápido do que aquela moto." Ele disse. "Além do mais, foi por uma boa causa."

"Solta essa tigela." Ela disse apontando para a tigela de vidro que ele segurava. 

"O quê?" Bart perguntou.

"Solta a tigela." Ela deu risada e ele colocou a tigela no balcão. Chloe estendeu a mão lentamente e agarrou os lados do rosto dele antes de dar um beijo rápido em seus lábios. Ela se afastou e sorriu. Ele ficou parado ali congelado, o que era algo difícil para Bart, seus olhos fechados com uma expressão etérea em seu rosto. "Você é o meu favorito, você sabe." Ela sussurrou em seu ouvido.

"Ok. Resolvemos." Lois gritou do corredor do prédio.

Chloe se virou e viu Victor entrar na cozinha e passar por Bart, pegar uma garrafa de água da geladeira e então se afastar. Ele parou, virou e cutucou o ombro de Bart. "Cara, eu acho que Chloe matou o Bart." Ele disse antes de sair.

Chloe deu risada e voltou para a cozinha. Ela pegou os braços de Bart e o puxou até a porta. Eles ficaram ali parados e viram a árvore que era realmente muito grande. "Não conseguiu entrar no apartamento?" Chloe tomou seu café enquanto sorria.

"Acho que fica melhor no corredor." Lois deu de ombros. "Anima um pouco o lugar."

"Sim." Chloe assentiu. "E vai ser um bom lar de inverno para os ratos." Ela se virou e voltou para o apartamento.

"Ratos?" Lois gritou.

"Não temos ratos." Oliver disse e então parou. "Temos?"

"Não." Chloe balançou a cabeça. "Mas talvez isso a impeça de aparecer sem avisar no futuro."

Chloe sorriu com a lembrança e então franziu a testa porque isso estava errado. Não a lembrança, não, isto estava bem. Ela tinha essa estranha sensação de que aquele Natal não foi a última vez que tomara café com menta. Ela pensou um pouco mais e se lembrou de estar sentada na varanda de seu apartamento, observando o sol nascer. Isso foi antes do barulho, da dor. Ela soltou a caneca, deixando-a cair no chão e espalhar café e cacos para todo lado. Ela deu um soluço e então balançou a cabeça, não queria pensar nisso, não podia pensar nisso. Ela fechou os olhos com força e num segundo Wise estava ao seu lado, balançando-a gentilmente, sussurrando palavras de conforto em seu ouvido.

Mia se apoiou na moldura da porta. Estava indo tão bem, Chloe parecia estar de fato melhorando, pronta pra se abrir e então se lembrou de alguma coisa, algo que ela não gostava e Mia podia ver diante dos seus olhos Chloe se fechando novamente.

"Chloe?" A voz era aguda e confusa e vinha detrás dela. Mia se virou e viu os olhos de Lois cheios do que parecia alívio com a chegada de novas pessoas. Havia cinco deles, uma mulher com um longo cabelo escuro, e quatro rapazes. Mia se afastou da porta enquanto Lois passava e abraçava o mais alto, a máscara de força caindo.

O que chamou o nome de Chloe, o que parecia tão triste em vê-la naquela condição, o rapaz de fato correu pra se sentar na frente dela, equilibrando-se na mesa de café. Ele estendeu a mão e lentamente tirou o cabelo do rosto dela, segurando seu rosto na mão. Ela olhou pra ele, mas não o viu, ela não via nenhum deles. Ele correu o polegar pelos cortes no rosto dela e ela se encolheu com a dor, mas não fez mais nada. "Chloe, o que aconteceu?"

Os olhos dela se focaram suavemente no rosto dele, mas ela ainda parecia não vê-lo. "Alguma coisa... alguma coisa aconteceu. Eu perdi..." Ela virou a cabeça para a esquerda e encontrou Mason. "Eu queria mais café, por favor?"

"Com menta?" Ele perguntou.

"Não!" Ela gritou, com tanta força que o rapaz pulou como se tivesse sido queimado. "Sem menta."

"Ok." Mason assentiu.

"Bart." Lois disse ao garoto e ele a seguiu para fora da sala, Mason logo atrás. Mia fechou a porta e os levou a pequena cozinha, esperando Lois se recompor o suficiente para fazer as apresentações.

"Estes são amigos de Chloe ." Lois finalmente disse enquanto o homem que ela abraçava, apertava sua mão. "Não, não é só isso." Ela franziu a testa. "Eles são a família dela." Ela terminou. O homem mais alto se chamava Clark, noivo de Lois, e claro o garoto era Bart. A mulher, que parecia levemente familiar, era aparentemente Dinah Lance. Mia vagamente se lembrava de que ela tinha um programa de entrevistas conservador. Os outros eram Victor e AC. Mason, por falta do que fazer, começou a preparar mais café.

"Você não falou muito no telefone." Clark disse. "Só que Oliver estava desaparecido e Chloe estava ferida. O que aconteceu?"

"Não sabemos." Lois balançou a cabeça. "Chloe não consegue ou não quer se lembrar, não temos certeza."

"Ela está obviamente sofrendo de algum tipo de trauma e até que se sinta segura novamente, receio que não saberemos de nada." Mia disse a eles.

"Mas aquela que está lá..." Bart declarou. "Não é a Chloe."

"Bart." Victor olhou pra ele.

"Você a viu? É como se não houvesse ninguém ali." Bart disse nervoso. "O que vocês estão fazendo?" Mia ficou surpresa pelo veneno em sua voz. "Quer dizer, além de ficarem sentados esperando? Vocês estão procurando por ele? Ele está vivo ao menos? E o que você está fazendo com ela? Ela está sentada naquela sala, naquele vestido e-"

"Bart." Clark falou e ele ficou em silêncio instantaneamente. Mia percebeu que havia algum tipo de luta por poder acontecendo e embora Clark fosse bem mais alto e mais pesado que o garoto, ela apostaria que Bart iria pra cima. Bart olhou feio para Clark por um bom minuto antes de se virar e sair, dolorosamente devagar. "Onde você vai?" Clark perguntou.

"Fazer o que eles obviamente não estão fazendo." Bart bufou. "Eu vou encontrar Oliver, eu vou fazer a Chloe melhorar."

Ele bateu a porta atrás dele e Mia se levantou, indo até a porta protestar, tentar impedi-lo, dizer a ele pra não entrar no caminho da polícia. Quando ela olhou pra cima no corredor, no entanto, meros segundos depois, ele tinha sumido.

"Ele é um pouco protetor." Lois disse a Mia como se isso explicasse tudo. Mason colocou canecas na frente de cada um e Mia sorriu. Ela parou por um momento, saboreando o primeiro gole de café no que parecia anos, que não tinha gosto de pneu velho.

"Ele tem razão, no entanto." AC falou pela primeira vez. "Chloe não parece como Chloe."

"Eu sei." Victor balançou a cabeça. "Não posso acreditar que esta é a mesma garota que ontem estava me chantageando."

"Chantageando você?" Dinah perguntou confusa.

"Ah sim, queria garantir que meu brinde de casamento não fosse muito embaraçoso." Victor sorriu e tomou seu próprio café.

"O que no mundo ela usaria pra te chantagear?" AC zombou. "Você parece um monge."

"Lembra quando Oliver estava tentando convencer Chloe a se mudar para Star City?" Victor perguntou.

"Sim." Dinah e AC disseram cautelosamente.

"Aparentemente existe um vídeo." Victor disse.

"Não." Dinah empalideceu.

"Ah sim." Lois sorriu pela primeira em muito tempo. "Eu tenho várias cópias."

"Quanto..." Dinah perguntou a ela.

"Nem todo o dinheiro do mundo." Ela balançou a cabeça.

"Do que vocês estão falando?" Clark perguntou confuso. Eles olharam todos para Lois, deduzindo que ela podia contar a história e ela suspirou.

Cinco Anos Antes

"Você já pensou?" Oliver perguntou.

"Eu tenho pensado em pensar sobre o assunto." Chloe moveu o telefone para o outro ouvido e ouviu Oliver suspirar. "Olha, eu ando ocupada."

"Você deve estar muito ocupada pra não conseguir pensar." Oliver pontuou.

"Em minha defesa..." Chloe começou mas não teve como terminar a frase porque de fato não tinha defesa.

"Foi o que eu pensei." Oliver disse irritado. "Eu te perguntei duas semanas atrás."

"E é uma grande decisão." Chloe disse a ele.

"Você sente minha falta?" Oliver perguntou antes que ela pudesse desfilar outra rodada de desculpas.

"Claro que sinto sua falta." Chloe assegurou.

"Você gosta que só consigamos nos ver nos fins de semana?" Oliver perguntou.

"Não." Chloe respondeu irritada. "Mas você sabe muito bem que estas não são as únicas considerações a serem feitas. Eu tenho um emprego aqui, clientes..."

"Que você poderia facilmente passar para uma de suas assistentes mais qualificadas. Você podia começar uma Fundação Ísis em Star City. Não é como se não houvesse mais metas no mundo."

"Esta não é a questão, Oliver." Chloe disse.

"Eu tenho um emprego aqui, uma empresa." Oliver disse. "Eu tenho negócios e funcionários que dependem de mim."

"Então seu trabalho é mais importante que o meu?" Chloe perguntou.

"Não foi isso que eu quis dizer e você sabe." Oliver disparou.

"Mas é o que você pensa." Chloe disse. "Alguma vez você considerou se mudar para Metrópolis?"

"Não." Oliver admitiu. "Isso não é viável. Eu não posso largar tudo e ir embora."

"Mas você espera que eu faça isso e me mude para a Califórnia?" Chloe perguntou. "Você sabe que eu te amo, você sabe que eu quero viver com você, mas..."

"O que eu sei é que há duas semanas eu pedi pra você vir morar comigo e você tem me evitado desde então." Oliver disse ferido.

"Oliver." Chloe suspirou.

"Eu tenho que ir." Oliver desligou e Chloe olhou para o telefone por um minuto antes de desligar também.

**********

Ele não ligou naquela noite. Ele não ligou no dia seguinte e Chloe também era muito teimosa e pra dizer a verdade estava com medo de ligar pra ele. Isso não a impediu de ficar olhando para o telefone durante horas sem fim desejando que ele ligasse, ou discando o número dele e parando antes de completar a ligação. "Problemas no paraíso?" Bart perguntou parando na frente da mesa dela na terceira manhã.

"O que você está fazendo aqui?" Chloe passou por ele para pegar um copo de café. "Você não ia ficar em Star City esta semana?"

"Eu ia." Bart deu de ombros. "Mas Oliver realmente não está no melhor humor e você sabe que a tolerância dele comigo é curta quando ele está de bom humor, então eu achei melhor dar uma sumida. Você vai aceitar, eu suponho?" Ele ergueu uma sobrancelha.

"Por favor, não." Chloe balançou a cabeça.

"Olha, não somos estúpidos." Bart disse. "Sabemos o que está acontecendo e se pudermos dar nossa opinião..."

"Vocês não podem." Chloe disse a ele.

"Nossa opinião é que você deveria se mudar para Star City." Bart se sentou.

"Vocês deveriam guardar suas opiniões." Chloe disse a ele.

"Olha, isso é tão difícil pra gente quanto é pra você." Bart explicou. "Somos como crianças presas numa situação de custódia. Numa semana estamos em Star City com Oliver e na outra em Metrópolis com você. Somos como nômades, não temos uma casa de verdade. Só queremos que todo mundo fique junto."

Chloe suspirou e então sorriu. "Então porque exatamente nós todos deveríamos morar em Star City? Por que não Metrópolis? O que há de tão especial na Califórnia?"

"Bem, pra começar." Bart disse. "Metrópolis é o território do Super Homem e por mais legal que Clark seja, ele fica muito irritado com a gente se metendo nas coisas dele. Também, você vive em Metrópolis, você costumava viver em Smallville, mas Star City é a casa de Oliver. É onde está a casa dos pais dele, o último lugar em que os viu vivos, o lugar onde ele cresceu, o lugar onde ele quer ter filhos e ele quer compartilhar isso com você." Bart se sentou. "O lugar não é habitado há anos, mas ele está trabalhando dia e noite pra preparar tudo, pra você."

"Eu não sabia." Chloe disse.

"E mais, Star City tem praia." Bart deu um risinho tentando aliviar a tensão e deu certo já que ela deu um pequeno sorriso. "Então eu sei que você anda um pouco ocupada ultimamente, mas você teve um tempinho pra pensar..."

"Você não pode ter uma motocicleta." Chloe deu risada e Bart gemeu. "Por que você precisa de uma afinal? Você pode correr mais rápido que uma moto."

"Não é sobre a velocidade." Bart disse e Chloe lhe deu um olhar nada convencido. "Ok, é um pouco sobre velocidade, mas é mais sobre o poder."

"Não importa sobre o que é, de jeito nenhum Oliver vai concordar." Chloe disse.

"Por que não?"

"Você destruiu a moto dele, o bebê. Você acabou com ela." Chloe o relembrou. "Ele te deixou pilotar uma vez, uma vez, e você a devolveu em vinte e cinco pedaços."

"Isso foi há dois anos." Bart argumentou. "Eu sou bem mais maduro agora."

"Bem mais maduro?" Chloe bufou. "Você colocou uma almofada que faz barulho na cadeira de Victor há três dias." Bart deu risada à memória e Chloe revirou os olhos. "É o que estou dizendo."

Bart ia começar a protestar de novo quando olhou por sobre a cabeça de Chloe e viu o relógio na parede. "Oh, hora do almoço. Estou indo, Chloe, tem uma pizzaria em Santiago que faz os melhores tamales que eu já comi. Você quer?"

"Não, obrigada." Chloe balançou a cabeça, pegou o telefone e ligou para Oliver, desta vez deixando a ligação completar.

**********

"Ele ainda não ligou de volta?" Lois perguntou enquanto Chloe e seu telefone estavam novamente olhando um para o outro.

"Não." Chloe balançou a cabeça. Oliver não atendeu o telefone quando ela ligou dois dias atrás e desde então ela deixou múltiplas mensagens, mas até agora ele não sentia a necessidade de retornar nenhuma delas. Ela não tinha notícias dele há quase uma semana, sem ligações, sem mensagens, sem e-mails, nada. O telefone de Lois tocou e Chloe se virou pra ela de sobrancelhas erguidas. "Você ainda não está atendendo as ligações de Clark?"

Lois estava tendo o problema oposto ao de Chloe. Ela tinha um namorado que não parava de ligar. "Ele mentiu pra mim durante cinco anos." Lois disse pontualmente. "E você também fez isso e a única razão pra eu ter te perdoado foi porque tecnicamente o segredo não era seu."

"Lois, isto não é definitivamente algo que surja numa conversa todo dia." Chloe pontuou.

"Ok, mas em algum momento antes de permitir que eu me envolvesse neste relacionamento ele deveria ter mencionado o fato de que ele era um alienígena com super poderes." Lois disse.

"Sim, mas ele sempre foi um alienígena com super poderes." Chloe o relembrou. "Ele não virou uma pessoa diferente de repente."

"Sim, ele virou." Lois disse. "Ele virou um mentiroso." E era isso, discussão encerrada. Chloe sabia que eventualmente Lois se acalmaria, que Clark faria algo completamente Clark e ganharia o coração dela de novo e eles ficariam bem. Ela só desejava que tivesse a mesma certeza sobre ela e Oliver. "Vamos." Lois pegou o braço de Chloe. "Não vamos ficar aqui nos lamentando a noite toda."

"E se Oliver ligar de volta?" Chloe perguntou.

"Então ele pode deixar uma mensagem." Lois disse. "Sim, o que ele fez foi fofo e talvez você devesse ter sido um pouco mais sensível com a situação toda, mas o fato que importa é que ele deveria ter mencionado a ideia de mudar para a casa dos pais dele."

"Mas..." Chloe protestou.

"Sem mas." Lois disse, então suspirou. "Você pode levar o celular se quiser, mas você vai sair deste apartamento."

"Onde estamos indo?" Chloe se permitiu ser levada pelo corredor. Ela olhou ao redor, viu as paredes, as portas dos vizinhos que nunca se importou em conhecer e teve outra sensação de perda. Bart estava certo. Ela vivia em Metrópolis, mas não era seu lar. Ela era uma garota da cidade, mas não queria seus filhos crescendo ali. Ela queria uma casa, queria lembranças, queria Oliver e se tivesse que mudar para Star City pra tê-lo, então era isso que ia fazer. Ela tinha que dizer isso a ele também, se ao menos ele ligasse de volta.

**********

Chloe franziu a testa quando começou a tocar California Girls dos Beach Boys. "Lois, você percebeu algo estranho esta noite?" Lois tinha lhe arrastado para uma noite de karaokê no bar favorito delas, uma experiência que nunca falhava em animar o espírito de Chloe e a deixar de bom humor.

"Além de todos os vocais realmente ruins? Nada fora do normal." Lois balançou a cabeça.

"Você não percebeu um tema ou algo assim?" Chloe se recostou na cadeira pensando sobre todas as pessoas que tinham se levantado pra cantar aquela noite. "É estranho, mas desde que entrei eu ouvi California do Phantom Planet, California do Lenny Kravitz, Hotel California, Meet me in California, It Never Rains in Southern California, e agora California Girls."

"Sério?" Lois deu um risinho quando a música acabou.

"Sim." Chloe deu risada.

"Isso é estranho." Lois disse enquanto o MC chamava seu nome. "Oh, minha vez."

Ela foi até o palco, deu ao DJ o nome de sua música e então sorriu e se virou para Chloe. "Esta música vai para minha prima." Ela ergueu as sobrancelhas e California Dreaming de The Mama's and the Papa's começou a tocar.

"Ei, Sidekick." Oliver deslizou no assento ao lado dela e sorriu, pegando sua garrafa de cerveja e tomando um gole.

"O que você está fazendo aqui?" Chloe se virou de repente, seu mundo todo de cabeça pra baixo com a chegada dele. "Eu estou tentando falar com você."

"Eu sei." Ele deu um risinho. "Boa música, a voz não tanto, uau, ela sempre foi ruim assim?"

"Oliver. Nós brigamos e não nos falamos há quase uma semana e agora você está aqui? Por que você está aqui?" Ela perguntou.

"Porque eu percebi que fiz tudo errado." Oliver disse.

"Ah é?" Chloe perguntou e então olhou ao redor do lugar e todas as pessoas que tinham cantado. "Essa coisa toda de músicas falando da Califórnia é ideia sua?" Oliver assentiu. "E Lois sabia?"

"Lois ajudou a preparar tudo." Oliver tomou outro gole da cerveja de Chloe.

"Eu vou matá-la." Chloe balançou a cabeça enquanto Lois terminava a música.

"Agora, calma. Eu sei que mudar toda sua vida e seus negócios para o outro lado do país é uma grande decisão, e eu não deveria ter esperado que você aceitasse sem questionar."

"Então, o que tem a ver as músicas falando da Califórnia?" Chloe sorriu.

"Você perguntou a Bart o que havia de bom na Califórnia." Oliver sorriu. "Só queríamos mostrar pra você o quanto a Califórnia é maravilhosa. Olhe só quantas músicas sobre ela. Existe alguma música falando de Metrópolis?"

"Não." Chloe disse.

"Huh." Oliver balançou a cabeça. "E sobre Smallville?"

"Oliver, isso é realmente muito legal, eu entendo..." Chloe parou quando viu alguns rostos familiares subirem no palco. "O que..." Ela se virou para Oliver que simplesmente sorriu pra ela.

"Eu só queria dizer, pra constar, que não foi ideia minha." Victor disse quando a música começou.

"Foi minha." Bart se gabou e levou um momento para Chloe perceber que música estavam cantando. Então AC começou a cantar, não realmente cantando como um... rap, California Love de 2pac e Dr. Dre.

"Você só pode estar brincando. " Chloe escondeu o rosto nas mãos e Oliver afastou os dedos dela.

"Eles ensaiaram a semana inteira." Oliver disse. "Você pode ao menos fazer a cortesia de ouvi-los."

"Não se preocupe, eu trouxe a câmera." Lois disse ao seu lado. "Pete está gravando tudo pra nós." Ela assentiu para o garçom que segurava uma câmera no fundo da multidão.

"Ótimo." Chloe disse enquanto Victor cantava o primeiro verso. Ela deu risada e aplaudiu junto com o resto do bar quando ele terminou sua parte. Por mais que ele tenha protestado no princípio que a ideia não tinha sido dele, ele se jogou na música e a multidão enlouqueceu. Não doeu também quando Dinah subiu no palco e começou a se mexer pra eles. Então Bart deslizou na frente do palco para cuidar do segundo verso, e dominou a canção, fazendo o bar enlouquecer completamente.

No final da música, o lugar todo estava a seus pés dançando e cantando junto. Bart, Victor, AC e Dinah receberam os aplausos e Chloe assobiou mais alto que todo mundo. "Ok, eu desisto." Chloe se virou para Oliver. "A Califórnia é bem legal."

"É sim." Oliver concordou com ela. "Mas este não é o caso. Eu quero você do meu lado, na minha vida, nos negócios e se eu tenho que empacotar as coisas da Queen Industries e dos Laboratórios Star e mover tudo pra cá pra poder ficar com você, eu faço."

"Não." Chloe balançou a cabeça. "Eu posso fazer o que faço de qualquer lugar. Minha vida está em Metrópolis, mas seu lar está em Star City." Oliver sorriu pra ela. "Eu quero ser parte deste lar. Eu quero compartilhar estas lembranças com você. Eu quero construir novas memórias com você lá. Eu quero que nossos filhos cresçam onde você cresceu."

"Eu consegui te convencer, huh?" Ele perguntou. Chloe balançou a cabeça enquanto outra música começava, uma que ela não reconheceu. Ela parou e se virou para encontrar, não outro cantor de karaokê, mas um cara com uma guitarra. "Eu não sou musicalmente bom, mas pedi para um amigo meu escrever comigo." Oliver deu de ombros e Chloe se virou pra prestar atenção à música.

Nada aqui está certo
Acho que vou fechar meus olhos
Venha pra Califórnia porque eu estou sozinho sem você
Podemos ficar acordados a noite toda só pra esperar o sol nascer
Venha pra Califórnia
Nada está certo sem você e mesmo na luz do dia
Bem, não consigo ver o céu

Chloe olhou para Oliver e de repente se perguntou porque ela simplesmente não agarrou a chance e apareceu na porta dele com as malas prontas no segundo que ele pediu pra ela se mudar. Ele tinha passado por todo o trabalho de arrumar a casa dos pais, orquestrar esta noite toda e até encomendar uma música pra ela. Ele era realmente maravilhoso e ela quase se deu um chute por demorar tanto tempo pra perceber isso.

"Você sabe que Bart esqueceu uma coisa." Chloe disse a ele.

"O que ele esqueceu?" Oliver perguntou.

"A Califórnia tem você." Ela sorriu. "Você realmente é melhor nessa coisa de relacionamento do que eu, não é?" Chloe o beijou apaixonadamente enquanto desejava demonstrar toda emoção possível. Sem dizer uma palavra ela pegou a mão dele e o puxou para a rua. Ela chamou um táxi e ele a observou em confusão. "Aeroporto Internacional de Metrópolis." Chloe disse ao motorista.

"Aeroporto?" Oliver perguntou confuso.

"Vamos pra casa." Ela disse deitando a cabeça em seu ombro. "Infelizmente agora você vai ter que comprar uma moto para Bart." Oliver gemeu. "Ei, ele foi uma grande parte do que aconteceu."

"Então o que você acha melhor, Honda, Yamaha, Ducati?" Oliver perguntou.

"Possivelmente todas as três." Chloe brincou.

Dia Atual

Mia sorriu a pequena parte da vida de Chloe, outra parte dela, uma peça de um quebra-cabeças que por sorte permitiria a Mia deduzir como, como Bart disse, fazê-la melhorar. É falar no diabo e ele aparecer Mia pensou quando menos de cinco minutos depois de ter sumido, Bart entrou na sala e jogou alguma coisa na mesa na frente deles.

Mia ouviu o barulho e se virou para observar o objeto girar e girar até finalmente parar. Demorou um minuto pra ela processar o que estava olhando e então percebeu que estava olhando para uma porca de parafuso, com uma corrente quebrada passando no meio. Ela se virou imediatamente para Bart, como todo mundo fez quando reconheceu a corrente de Oliver, a que ele nunca tirava. "Como você..." Ela estendeu a mão e parou no meio do caminho, sabendo que deveria colocar uma luva, que deveria ligar para o time de detetives e registrar o objeto como evidência, ao invés ela pegou e agarrou nas mãos como se aquilo contivesse todas as respostas.

"Você vai querer mandar alguns oficiais para a Highway 34, a dez minutos dos limites da cidade." Bart disse irritado e num tom superior. "Eu encontrei o carro dele. Você provavelmente vai precisar de um guincho."

"Um acidente?" Clark perguntou confuso.

"O carro está completamente destruído." Bart disse a ele. "Parece que capotou algumas vezes."

"Oliver?" Lois se levantou, os joelhos como gelatina.

"Ele não estava lá." Bart respondeu com a expressão suave e Lois se sentou aliviada. "Mas tinha muito sangue." Ele se virou e sumiu de novo.

Mia engoliu e saiu da sala. Ela não sabia como, em cinco minutos, ele tinha conseguido fazer o que uma força policial inteira não tinha conseguido em cinco horas. Mas ela não se importava. Ela mandou algumas unidades para onde Bart lhe falou e então usou um segundo pra si mesma, pra organizar os pensamentos, pra repassar o que sabia.

Ela sabia agora que houve um acidente, um horrível pela descrição de Bart, um que Chloe teve a sorte de escapar. Ela sabia que havia mais nessa história do que apenas um acidente de carro também. Baseada na porca de parafuso que Bart encontrou, e no que ela sabia sobre Oliver, que ele jamais sairia do lado de Chloe, ela também sabia que mais alguém estivera no local do acidente. Que alguém deve ter causado o acidente, tirado Oliver da cena e deixado Chloe para morrer.

"E agora?" Lois perguntou atrás dela e Mia se assustou. Ela se virou e encontrou todo mundo olhando pra ela, esperando respostas. Até Mason, o barista. Os olhos deles, tristes, olhando pra ela, precisando que ela lhes dissesse o que fazer.

Mia não queria dizer a Lois que ela não fazia a mínima ideia do mesmo jeito que ela. Ela não queria admitir que seu cérebro provavelmente teria formulado um plano de ação mais rápido se tivesse algumas horas de sono, ou alguns minutos. Ela não queria dizer que naquele exato momento ela sentia como se estivesse sem condições, que ela não sabia o que estava fazendo, e que ela estava com medo de afogar e arrastar Chloe junto com ela.

Ela não disse nada disso no entanto. Ao invés, ela travou a mandíbula, respirou fundo e olhou de volta pra eles. "Estamos correndo contra o tempo, então vamos até lá e vamos descobrir o que está acontecendo."

"Mas ela não está falando, ela não está fazendo nada." Lois pontuou. "Falamos alguma coisa sobre o acidente?"

"Não." Mia balançou a cabeça. "Precisamos que ela se lembre sozinha do acidente."

"E como fazemos isso?" Clark perguntou.

Ela estava sem forças, sem respostas, e muito cansada pra qualquer bravata. "Não faço ideia." Ela deslizou a porca de parafuso dentro do bolso e abriu a porta esperando que a resposta surgisse antes que fosse tarde demais.

______
TRÊS

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4 comentários:

  1. Oooooh, Bart!! *-*

    E só faltou California King Bed hahaha

    Ok! Um acidente... mas onde está o Oliver?

    Tô gostando muito da dinâmica dessa fic, diferente, a gente já sabe que algo aconteceu, a questão é descobrir o que, por que e quem... curiooosa!!!

    GIL

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    Respostas
    1. Essa fic é mesmo muito boa, faz muito tempo que queria traduzi-la. Que bom que está gostando, GIL!

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  2. Eu já odeio muito a pessoa ou pessoas que fizeram isso com Chloe e Oliver ¬¬
    Devolvam o marido da Chloe!!!

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  3. Geeeeeeeeeeente, que história é essa????? abençoada criatividade das autoras Chlollie!
    Tô tentando comentar desde o prólogo, sem sucesso [probleminhas na minha adaptação com o iPad…], então venho sofreeeeendo sem poder dividir minhas impressões… Fantástica abordagem do casal, principalmente com um Oliver sem posses e sem saber o que fazer… E a Chloe sempre mostrando que ele é mais que sua fortuna <3
    Louca pra saber o que aconteceu e ver os dois juntos!!!!

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