20.9.11

Reaction Time (5/6)

Título: Tempo de Reação
Resumo: Basta dizer que Chloe Sullivan nunca foi seduzida na vida. Então é difícil pra ela saber como reagir, quando isso está de fato, acontecendo.
Autora: apeygirl
Classificação: NC-17
Avisos
: erotismo, tristeza, alguma comédia romântica bobinha
Spoilers: Warrior e Persuasion

Anteriores: Um - Dois - Três - Quatro




Chloe checou o telefone novamente enquanto ia do seu carro até a Watchtower. Deveria já ter alguma mensagem a essa hora. Tinha ligado o dia inteiro. Mas até agora nada.

Ela tinha feito várias ligações hoje. Tinha sido sua única ação desde que acordara no sofá do Talon em suas roupas da noite anterior com a mente enevoada depois de dois dias de farra 'cuidando de Clark.'

Ela teria dormido na Watchtower. Tinha se tornado um hábito ultimamente já que era mais fácil, mas o sofá já estava sendo usado por Emil que, pelo cheiro, tinha tido sua própria farra. Ele parecia ter se livrado de parte da roupa, e livrado a Watchtower de parte de seus suprimentos usados para ressaca, o que incluía um pacote de cerveja, toda a comida do lugar, algumas caixas de fastfood que ele tinha pedido, e dois suspeitos cigarros enrolados a mão ao lado da mesa dela que lhe diziam que ele tinha pedido mais do que comida. 

Ela vagamente pensou em conversar com ele e descobrir o que Clark tinha lhe dito, mas estava muito cansada. Tinha desmaiado assim que chegou em casa, a cabeça estourando. Quando acordou, estava quase com uma ressaca. Sentia dores por todo o corpo, náuseas, e se sentia levemente culpada. A maior parte da dor estava em seu nariz, como se alguém tivesse lhe esmurrado repetidamente. Quando as lembranças foram voltando, percebeu que era exatamente isso que tinha acontecido, cortesia de Tess Mercer. Então veio a culpa quando lembrou que tinha brigado com mais gente além de Tess. Ela tinha passado a manhã alternando entre ligar para Lois e Oliver, tentando fazer com que um deles atendesse e aceitasse suas desculpas.

Ela tinha recebido uma mensagem de Lois à tarde e um 'Desculpas aceitas. Acho que tinha um chocolate muito ruim rodando por aí. Quer dizer, eu também estava estranha. Quer dizer, REALMENTE estranha."

Tinha recebido outra mensagem, um pedido de desculpa de Emil. "Eu jamais teria feito... quer dizer, eu nunca mais tinha tocado nisso desde o colégio. Eu juro, se as circunstâncias não tivessem sido essas... Eu acredito que você tenha conversado com Clark, eu não era eu mesmo. Eu vou retocar a sua mesa e substituir tudo... eu sinto muito."

Estava tudo bem, mas não tinha ouvido nada de Oliver. Quando as portas duplas se abriram, ela pensou que ele estava ali. Um homem alto a pouca luz. Mas era Clark.

Se fosse um ano atrás não teria se surpreendido ao vê-lo ali. Mas as coisas tinham mudado muito e Clark era a última pessoa que ela esperava ver ali esperando por ela. Ou talvez ele não estivesse. Ele estava parado olhando para os monitores e ela vagamente se perguntou se era apenas isso que ela era, uma fonte de informações, nem mais uma pessoa. Não pra ele, pelo menos. Não mais.

Ela se juntou a ele na frente de uma versão digital das duas torres, quase desejando que ele estivesse esperando por ela, que ele quisesse falar com ela. Velhos hábitos eram difíceis de morrer.

Ela esperou que ele falasse, esperou estupidamente que ele dissesse algo doce e profundo, como teria feito antes, algo adorável e tivesse se desculpado por não estar sendo mais ele mesmo, sobre como ele nunca ficou apenas lhe dando ordens, e então fizesse uma piada seguida de um sorriso. Ela queria tanto saber que não estava tudo acabado, que eles ainda poderiam ser... seja lá que diabos tivessem sido uma vez.

"Se você estava realmente compelida a me proteger", ele disse, olhando para o monitor, não pra ela, nunca pra ela. "Por que não me deixou matá-la?"

Essas não eram exatamente as palavras que esperava ouvir. "Porque algumas vezes proteger você significa te proteger de você mesmo", ela disse sem rodeios. "Você é alguém em quem todos nós temos que acreditar. Nada pode comprometer isso." Ele representava esperança, o futuro. Ele era um símbolo. Talvez, ontem à noite, ela estivesse certa. Talvez aquele símbolo, aquele farol, era tudo o que ele podia ser pra ela agora. Não um amigo. Não mais.

"Zod cuidou de tudo", ele disse, sua voz seca, impessoal, o tipo de voz que ele usava com ela agora. "Ele matou a assassina de Jor-El. Era Alia."

Isso a tirou de seus pensamentos inúteis. Sua própria vida agora em mente. "Então, agora Alia não pode me matar no futuro como ia acontecer. Isso significa que o futuro vai ser diferente."

"Só tem um jeito de saber", ele disse.

Ela até perguntaria a ele, mas isso não parecia permitido atualmente.

Então ela o observou desaparecer, papeis voando com sua saída. Sem tchau. Não mais.

Ela fechou os olhos, pensando em quando costumavam se apoiar um no outro em momentos assim. Loucura a parte, Clark a tinha acostumado mal com todos os abraços que lhe dava antes. Nem seu pai lhe abraçava tanto. Sua mãe era mais de abraçar. Ela retribuía os abraços, quase relutantemente. Ela não era o tipo que ficava abraçando. Com sua mãe tendo ido embora, o vazio não havia sido preenchido por seu pai. Ele parecia fingir que estava bem quando sua mãe foi embora, como se ela tivesse apenas ido a uma loja, enfim. Ela não queria assustá-lo depois de ter espantando a mãe.

Só quando se mudaram, quando conheceu Clark, que ela se viu sendo abraçada regularmente. Quando ele a salvava, quando ela o salvava, havia esse abraço que parecia durar horas. Ela nunca tinha gostado de abraçar até conhecê-lo. Se jogava contra seu peito, sentia o cheiro dele, e abraçar alguém, estar tão perto de alguém, parecia fazer parte de sua natureza depois de um tempo. Agora parecia tão estranho, ser tocada.
Ela abriu os olhos. Porque já era o suficiente. Ela ia acabar com isso agora. Seja lá o que ela e Clark tenham sido, eram algo diferente agora. Não eram nada melhor ou ela não se sentiria tão vazia agora, mas eram definitivamente diferentes. Eram mais frios, distantes. Talvez ela pudesse voltar atrás, ser aquela garota que abraçava.

Ela deveria se sentir mais forte, mas se sentia fria e vazia agora, como se não pudesse tocar ou ser tocada. Não queria nem mais ter esse tipo de força. Então ela se viu ligando novamente, rezando pra ele atender desta vez.

"Alô?"

"Ollie?" Ela ficou quase supresa ao ouvir a voz dele. Depois de um dia inteiro ouvindo a mensagem eletrônica. "Eu... ia deixar uma mensagem."

"Ok. É só me dizer o que você ia deixar como mensagem." Ele deu risada.

"Eu..." Ela riu. "Eu só quis dizer que já estava me acostumando com a caixa postal."

"Bem, eu estava ocupado." Ele soou um pouco seco e ela imaginou se agora era o momento para explicar tudo.

"Ollie... Ontem à noite eu estava..."

"Ah, sim. Eu conversei com Clark. Noite maluca. Pó de pirlimpimpim?" Ele deu risada. "Não se pode fingir esse tipo de coisa."

"Então... você não está bravo comigo?"

"Por que eu deveria estar bravo? Quer dizer, você estava andando de um lado para o outro, dando ordens, fazendo sua mágica no computador. Nada fora do..."

"Ollie", ela interrompeu. "Eu preciso..." estar com alguém, saber que eu posso tocar e ser tocada, que eu não sou fria e vazia. "Eu preciso ver você", ela disse finalmente.

"Aposto que você precisa. Ouvi dizer que você brigou mesmo com Tess?" Ele deu um baixo assobio. "Aquela mulher é intensa. Você vai precisar de muito mais do que treinamento se quiser desafiá-la novamente. Foi por isso que você ligou?"

"Não", ela disse com firmeza. "Não é sobre treinamento. Eu estava pensando sobre..." Sobre como ela precisava ser tocada? Sobre como ela precisava sentir vida em seu corpo novamente? Por alguma razão, isso parecia que era mais do que ela podia pedir a alguém. "Eu estava pensando em diversão. Ollie, eu preciso me divertir... e com você."

"Diversão comigo?" Sua voz estava mais baixa agora, quase um sussurro.

"Sabe, eu não estava muito bem na outra noite", ela disse, mantendo a voz baixa também. "Eu tinha planos antes do Clark... acontecer."

"Planos divertidos?"

Ela sorriu ao tom na voz dele, feliz que ele estivesse a fim. "Planos muito divertidos." Ela não tinha absorvido as horas de Kama Sutra e os incontáveis vídeos de como fazer com a genitália masculina se não fosse para usar em planos divertidos. Ela queria esquecer as últimas noites sob o encantamento e continuar de onde tinham parado. "Onde você está?"

Houve silêncio e ela começou a achar que talvez fosse tarde demais. Talvez a magia com kriptonita de Clark tivesse realmente estragado tudo.

"Vamos fazer o seguinte..." Ela expirou aliviada com as palavras dele. "Você me encontra no Ace of Clubs em quinze minutos e vamos ver que tipo de... diversão podemos ter."

Ele desligou. Ela tinha adiado, mas depois dos últimos dias, depois de quase ter feito sexo por telefone, não tinha mais dúvida.

E agora ela estava pronta, mais pronta do que tinha estado para sua primeira vez. Ela tinha assistido os vídeos, feito exercícios Kegel, absorvido tudo que pôde sobre sexo e como fazer tudo certo. Não importa que tivesse estado apenas com um homem e Oliver fosse mais experiente.

Deus, ela ainda estava nervosa, mesmo. Mas não queria deixar isso tomar conta. Ela era laboriosa, estudiosa, trabalhava duro. Sempre foi assim. Isso deveria suprir... todas as outras coisas que não tinha. 

Ela foi até a mesa, abriu a gaveta. Olhou pra dentro pelo que pareceu uma hora antes de pegar o conteúdo e fechar a gaveta decidida. Ela tirou a jaqueta e foi para o banheiro para pegar seu longo e quente casaco.

Nada de enrolação. Era hora.

************************

Estava lotado. Quem diria que terça-feira era uma noite tão selvagem? Desejava que não fosse. Que eles pudessem se encontrar num canto mais quieto e resolver isso, sem mais joguinhos. Queria esclarecer algumas regras antes de começarem. Não queria mais jogos. Isso ia acontecer esta noite.

Ela sorriu pra si mesma e segurou o casaco. Não ia tirá-lo aqui. Então talvez não importasse que o lugar parecesse um zoológico. Eles não iam ficar ali muito tempo.

Ela se moveu entre a multidão em seus saltos super altos. Eram novos, comprados na semana passada e guardados sob uma das mesas. Não tinha tido tempo de usá-los, o que era meio que uma droga porque ela realmente queria sacudir os quadris e andar com mais confiança. Não ter casais trombando nela e tropeçar numa bola de pingue-pongue e praticamente cair contra algum cara... que foi exatamente o que ela fez.

"Ah, desculpe", ela murmurou, tentando se afastar rapidamente.
"Sem problema, minha deliciosa."


Ela gelou e se virou. "Bart?"

Ele sorriu, dando um dos três copos que tinha nas mãos pra ela. "Estávamos nos perguntando quando você ia chegar. Você pode tomar uma das nossas bebidas."

"Victor está aqui?" ela perguntou, entendendo tudo lentamente.

"Claro. Ollie chamou a tropa para uma noite fora, disse que você realmente precisava se divertir. Vic estava na cidade e eu, claro, estou sempre disponível pra você." Ele segurou a outra mão dela e a beijou. "Vamos! Bebe. Vic não se importa", ele se inclinou pra sussurrar. "Eu só peguei esse porque é o cara rico que está pagando."

Ela levou a bebida até os lábios e engoliu, imaginando que ia precisar. Ela mal sentiu o gosto. Só deixou o calor a aquecer enquanto Bart a puxava por entre os corpos. Quando saíram da pista de dança, ela o viu em uma mesa, com Victor que se levantou quando a viu se aproximando com Bart.

"Ei, Watchtower." Ele a puxou. "Você parece surpresa."

"Não esperava ver vocês até amanhã", ela disse, mal se lembrando de abraçá-lo de volta. Seus olhos em Oliver, que estava tomando uma das bebidas trazidas por Bart, mal olhando pra ela.

"Eu cheguei essa manhã. Achei que seria legal dar uma saída. Eu não vou beber", ele sussurrou. "Vou estar lá por volta do meio-dia amanhã pra ajudar com... aquilo." ele terminou enquanto Bart aparecia ao lado dele.

"Que coisa?"

"Nada da sua conta, Baixinho", Victor disse dando de ombros.

"Como se você fosse muito alto." Bart passou sua bebida a Chloe. "Aqui está, minha super especialista em computadores. Você precisa nos igualar nas bebidas."

Ela pegou, olhando dele para Oliver. "Não esperava que todos vocês fossem estar aqui."

"Por isso que chamamos isso de surpresa, baby." Bart a levou até a mesa. "Ollie disse que você tinha passado por dias difíceis. Como está seu nariz?"

Ela se afastou de Bart, sua mão into até o nariz. Ainda estava dolorido, mas ela tinha feito o possível para disfarçar com tanta maquiagem que estava se sentindo uma prostituta ou uma artista cabúqui. E tudo para um cara que não estava nem olhando pra ela. "Está muito ruim?"

"Não. Não dá nem pra ver, mas sabíamos que você precisava dar uma relaxada. E que jeito seria melhor do que alguns drinques com seus caras preferidos?" Ele se inclinou. "Eu tentei fazer Clark vir também, mas ele não gosta muito de estar em grupo ultimamente. Ele foi um grosso comigo. Você podia conversar com ele e pedir pra ele se acalmar?"

"Como se ele ainda me ouvisse", ela murmurou, tomando a bebida.

Ollie olhou pra cima. Não pra ela, mas para Bart. "Nossa Chloe é uma pequena organizadora de eventos. Ela acha que deveríamos passar mais tempo juntos, sair, jantar, jogar boliche e..."

"Não." Bart empurrou uma garrafa na direção dele. "Eu não acredito que vocês foram jogar boliche sem mim."

"Ollie não joga boliche", Chloe pontuou, achando que ele poderia muito bem olhar pra ela. 

"Porque ele odeia boliche", Bart completou. "Eu, por outro lado..."

"Chloe e J'onn pareceram se divertir bastante", ele disse, tomando sua bebida e ainda não olhando pra ela. "Diversão em equipe. Foi apenas isso."

"Não foi tão divertido sem mim. Eu jogo boliche muito bem e provavelmente sou muito mais divertido do que o estúpido J'onn. Ele nem veio hoje." Bart zombou. "Disse que beber era juvenil."

Chloe se virou pra ele enquanto ele pegava uma garrafa. "Falando nisso, você tem idade suficiente pra beber?"

"Em outubro", ele disse envergonhado, parando a garrafa a meio caminho dos lábios. 

Chloe a pegou de suas mãos enquanto Victor dava risada. Ela tomou um longo gole, tentando não fazer uma careta já que realmente não gostava de cerveja. "Bom, é uma pena vocês dois não terem ido na noite do boliche", ela disse calmamente. "Foi bem chata."

"Você parecia estar se divertindo", Oliver disse, olhando para sua própria cerveja, ainda não olhando pra ela. Droga.

"Só parecia", ela disse entredentes. "Eu estava nervosa. Fazia muito tempo desde que eu... jogava boliche", ela finalizou.

"Cara, é só mirar no centro e respirar fundo", Bart disse com sabedoria. "Viu, as pessoas não sabem que jogar boliche é quase como ioga. Tudo depende do..."

"Algumas pessoas", Oliver interrompeu. "Acham que fazem as regras. Que podem jogar uma bola extra quando querem."

"Achei que você odiasse boliche", Bart disse, pegando mais pretzels na tigela que havia na mesa.

"Não significa que eu não saiba as regras." Oliver finalmente olhou pra ela e ficou assim por um tempo.

"Eu não jogo muito boliche", Chloe disse, mantendo o olhar. "Alguns de nós não sabe como jogar e precisa de mais tempo pra aprender."

Bart bateu na mesa. "É isso. Vamos fazer uma noite do boliche na próxima quarta-feira e eu vou preparar um tutorial. Chloe, reserve a Watchtower. Ollie disse que fica perto e..."
"Bart", Victor interrompeu.

"Clark pode cuidar dos criminosos por uma noite. Ele não vai ir mesmo. Então..."

"Bart!"

Chloe desviou os olhos de Oliver para Victor. "Tem duas garotas no bar." Ele nem estava olhando para Bart, mas para Oliver. "Elas parecem perdidas." Chloe não sabia como ele podia dizer isso se nem estava olhando para o bar, mas Bart se virou.

"Elas realmente parecem perdidas", Bart disse pensativo.

"Elas devem ser de outra cidade." Victor se virou pra ela e de repente ela sentiu vontade de abaixar a cabeça, mas manteve o olhar. "Vamos dar as boas-vindas a elas."

"Estou nessa", Bart disse, desaparecendo. Chloe quis dar uma bronca nele por usar os poderes em público, mas ainda estava encucada com Victor, que estava se levantando, indo para o bar.

"Vou deixar vocês a sós para discutirem alguns pontos do... boliche", ele finalizou, se afastando.
"Então... boliche." Oliver falou devagar, seus olhos na garrafa novamente.

"Vamos deixar o boliche pra lá", ela suspirou, colocando a garrafa na mesa. "Por que você os chamou?"

"Você não gosta dos rapazes? Eles vão ficar chateados."

"Claro que eu gosto deles. Eu os amo. Mas pensei que você ia estar sozinho."

"Bem, eu também pensei algumas coisas essa semana." Ele corria pequenas linhas na garrafa suada. "Não é engraçado como as coisas mudam?"

Ela se inclinou sobre a mesa. "Jesus, Ollie, você pode ao menos olhar pra mim?"

"Eu olharia, mas toda essa maquiagem está me cegando."

Ela se afastou, em silêncio. Ela só tinha feito isso tudo por ele, pra parecer sexy, pra ele, e agora se sentia estúpida. "Ok." Ela assentiu e afastou a cadeira. "Eu não vou insistir. Se você não está interessado, então você não está interessado." Ela se moveu pela multidão novamente, tentando chegar até a porta sem cair de bunda por causa desses estúpidos e muito altos saltos. Ela parou, quase fazendo isso quando uma mão agarrou as costas de seu casaco.

"Você tem muita coragem", ela ouviu atrás dela. "Dizer que sou eu quem não está interessado. Eu estava interessado, mas depois daquela noite..."

Ela girou, segurando o cinto. "Eu não era eu mesma! Eu não estava no controle", ela disse, aproximando-se dele na pista de dança, não querendo chamar atenção. "Eu fiz coisas piores do que te expulsar, então..."

"Como dizer a verdade?"

"Não era verdade. Claro, eu quero proteger o Clark, mas não daquele jeito. Não machucando as pessoas. Eu não sou daquele jeito. Eu não..."

"Eu não estou falando disso, Chloe. Eu estou falando do que você disse."

Ela procurou em sua mente. Aquelas noites ainda eram uma névoa e era difícil saber exatamente o que...

Ele a segurou pelos braços. "Você ao menos sabe como foi pra mim?" Oliver se inclinou sobre ela estreitando os olhos. "Eu acho que finalmente encontrei alguém que entende, alguém que também esteve no fundo. Você me trouxe de volta e eu achei... Jesus, Chloe. Eu achei que você..." Ele parou de falar, sua mãos ficando mais gentis. "Eu pensei em você. Eu pensei tanto em você. De jeitos que eu provavelmente não deveria. Aquela primeira noite, quando você, eu e J'onn saímos, eu achei que seríamos só nós, mas não foi. Então eu deixei pra lá, porque eu não queria querer você. Nós trabalhamos juntos." O rosto dele estava tão perto, eles podiam muito bem estar se beijando. "Você sabe como eu me senti culpado? Indo atrás de uma viúva que trabalha pra mim? Eu me senti tão mal. Mas então você veio, tomou minha bebida e falou sobre se divertir e eu pensei... Eu pensei que ia ser uma coisa boa, que eu poderia... Que poderíamos mandar tudo embora juntos e talvez isso não durasse pra sempre, mas poderíamos encontrar uma coisa boa nessa porra de situação juntos."

Ela amoleceu enquanto ele a segurava. "Ollie, eu queria..."

"Então você se afastou e eu pensei... talvez fosse muito cedo. Eu fiquei pensando em tudo que você perdeu e fiquei me perguntando se eu deveria desistir. Então você começou a demonstrar interesse e eu achei que talvez eu não fosse um idiota acabado e que espanta as pessoas, então no domingo, você..."

"Oliver, não era daquele jeito que o domingo tinha que ter sido. Se Clark não tivesse..."

"Isso não é sobre o que o Clark fez. É sobre o que você disse."

"Oliver, eu..." Ela balançou a cabeça. "Jesus, eu fiz tantas coisas nesses últimos dias, eu não lembro o que eu disse."

"Você disse que sabia desde o começo." Ele a soltou tão de repente, ela cambaleou pra trás.

Ela arregalou os olhos. "Eu disse."

"Você estava brincando comigo o tempo todo. Deve ter sido divertido pra você." Ele deu um risinho. "Eu sei que você não é de muita ação, Chloe, então eu entendo."

As palavras doeram, mas havia mais alguma coisa nos olhos dele, como se ele também estivesse ferido. "Ollie..." Ela estendeu a mão, mas ele a afastou.

"Se essa é sua ideia de diversão, então você realmente está perdendo porque eu poderia..."

"Eu não estava brincando."

"Claro que não." Ele se afastou. "De qualquer jeito, foi você quem disse que não tinha importância, então essa conversa é sem sentido..."

Ela agarrou a jaqueta dele, a mesma que ele tinha vestido nela na outra noite. "Eu não estava brincando. Eu tinha toda intenção de seguir em frente", ela disse devagar e alto, tentando garantir que ele entendesse.

"Mesmo?" ele zombou.

"Mesmo. Eu ainda quero."
Ele tentou se afastar, mas ela o segurou com firmeza. "Mesmo?" ele disse, seu sarcasmo diminuindo.

Eles não iam chegar a lugar nenhum desse jeito. Ela respirou fundo, tremendo levemente, respirou mais uma vez e o puxou para um canto, indo pra trás de uma enorme caixa de som e o puxando para a frente dela. Ela desatou o casaco e o abriu. "Mesmo!"

Ele arregalou os olhos, então os desceu pelo corpo dela, e subiu novamente. Ela esperou que ele dissesse alguma coisa e parecia que ele ia falar, mas ele ficou só olhando mais um pouco, então ela ficou parada ali, braços ainda segurando o casaco aberto porque ela não conseguia pensar no que fazer agora. Ela tinha tomado uma atitude e estava paralisada... e congelando.

O tempo estava mais frio do que ela pensava. Não que seu casaco não fosse quente, mas ela podia sentir cada brisa em suas pernas e a lingerie que ele tinha lhe comprado não protegia muito. Ela só tinha vestido porque achou que não iam demorar no clube. Ela deveria estar se inclinando pra frente e sussurrando que tinha seguido as instruções dele, que ela estava ou com a lingerie ou nada por baixo do casaco. Ela tinha se imaginado se recostando com um sorriso malicioso, dizendo a ele que ele teria que levá-la embora dali pra descobrir qual.

Seus planos não tinham ido muito além disso. Ela pensou que ele tomaria a frente a partir daí, talvez arrastá-la pra fora de um jeito bem quente, bem másculo. Não tinha planejado se mostrar a ele num clube barulhento, isso com certeza. E ele não parecia que ia tomar nenhuma atitude. Ele ainda estava apenas olhando.

"Oliver?"

Ele levou os olhos até o rosto dela.

"Você não quer... talvez ir embora daqui?"

"Sim." Ele se aproximou e seu estômago deu pequenos pulos. Talvez a noite ainda não estivesse perdida, talvez ainda estivesse indo pra onde ela queria... Ela se encolheu quando ele puxou e fechou o casaco dela, amarrando-o com força, seus olhos sérios. "Você pode se cobrir? Que diabos há de errado com você?" Ele agarrou o pulso dela e a arrastou pela pista de dança, na direção das portas.

Isso estava, pelo menos, indo de acordo com o plano, exceto que ele não parecia repleto de luxúria.

Ela foi tropeçando atrás dele em seus saltos muito altos, se sentindo estúpida, xingando tudo que a fez pensar em usar uma coisa como essas.

Ela afundou nos saltos quando ele a puxou pela porta, apenas desejando que toda essa situação humilhante acabasse. "Me solta", ela disse, tentando soltar a mão.

"Onde está o seu carro?" Ele a segurou com mais força.

"Me solta", ela repetiu, olhando feio pra ele.

"Onde está.. o seu... carro?" ele repetiu, aproximando-se.

"Eu vim andando. São só alguns quarteirões. Agora..."

Ele foi descendo a rua, puxando-a com ele. "Você vive dizendo isso, tudo fica a alguns quarteirões da Watchtower?"

"Bem, é uma localização central. Oliver, me solta..."

"Ótimo. É uma desculpa perfeita pra andar por aí sem roupa, só de calcinha."

"Foi você quem me disse pra usar." Ela tropeçou atrás dele, não tendo escolha já que ele não a soltava. "Eu estava tentando..." Ela parou de falar, sentindo-se ainda mais estúpida agora.

"Tentando o quê? Ser presa por prostituição?" Ela arfou e se afundou nos saltos novamente. "Ou arrastada para algum beco escuro e..."

"O único que está me arrastando por aí é você." Ela parou, finalmente soltando a mão. "E eu estava tentando parecer sexy pra você, seu idiota!" Ela o empurrou e deu a volta nele.

"Chloe..." Ele estendeu a mão para segurá-la novamente e ela se projetou pra frente, tentando o impossível para andar sem tropeçar. 

"Não. Vai embora. Você não me quer? Tudo bem. Mas não precisa ser um idiota desse jeito."

"Eu estou tentando te acompanhar até em casa", ele disse, alcançando-a. "Te manter em segurança já que..."

Ela não parou. "E ficar me insultando vem com o pacote?"

"Ok. Certo. Desculpe por ter te chamado de prostituta."

Ela parou, querendo falar alguma coisa sobre outros insultos, mas percebeu que esse tinha sido o único, a não ser que estivesse contando o 'que diabos há de errado com você'. Ela não ia culpá-lo por esse. Ela mesma estava se perguntando isso. "Desculpa aceita", ela disse baixinho, então voltou a andar. "Boa noite."
Ele ainda estava atrás dela. "Eu não vou embora."

"Você que sabe." Ela o deixaria ir. Imaginou que ele estivesse garantindo sua segurança. Por sorte, ela já conseguia ver o prédio a frente. Isso acabaria logo.

Algumas garotas podiam andar por aí em saltos super altos e lingeries indecentes e tentar um homem. Ela simplesmente não era uma dessas garotas. Talvez Oliver tivesse brevemente flertado com a ideia de ir pra cama com ela, mas sua necessidade egoísta o tinha levado ao limite. Ela não podia se lamentar. Precisava de algum tempo. E ele era um homem acostumado a formas mais instantâneas de gratificação, então eles simplesmente não combinavam e ele não estava mais interessado. Ela caminhou mais rápido, tirando as chaves do bolso, imaginando se a culpa era de seus quadris. Eles não tinham feito nada a vida inteira além de lhe dar trabalho desde que apareceram na oitava série. Se eles fossem um pouco mais finos, se seus seios fossem maiores, talvez a visão dela numa lingerie não o tivesse feito arrastá-la por aí como uma criança desobediente.

Em nenhum momento seus quadris iriam diminuir e, graças a Deus, ela estava em casa e essa noite tinha acabado. "Eu cheguei. Estou em segurança", ela disse cansada, subindo os degraus com os tornozelos doloridos, desejando que pudesse parar de usar saltos. Tinha se tornado uma maldita necessidade, sempre rodeada por homens insensatamente altos. Ela ainda estava sendo bombardeada por um agora. Ela olhou por sobre o ombro. "Eu disse que estou em segurança." Ele não disse nada. Apenas ficou parado no primeiro degrau, tão irritante atrás dela que ela estava tendo dificuldade de colocar a chave. "Será que você pode..."

"Claro." Ele a empurrou para o lado, pegando a chave. Não era o que ela ia pedir. Ia pedir pra ele ir embora. Mas talvez fosse melhor que ele ainda estivesse ali.

"Escuta, Ollie", ela suspirou. "Eu não quero que as coisas fiquem estranhas."

"Nem eu." Ele girou a chave e abriu a porta.

"Então por que não concordamos que essa foi uma semana estranha?"

"Muito estranha." Ele colocou a mão nas costas dela e a projetou para dentro.

"E eu sinto muito por hoje. Deve ter sido estranho pra você."
"Muto estranho." Ele disse atrás dela.

"Então vamos esquecer tudo e..." Ela se virou para a porta, estendendo a mão para a chave, mas ele ainda a estava segurando e a guardou no bolso dele. E fechou a porta. Com ele dentro. E ela esqueceu o que ia sugerir depois de esquecer a semana.

Ela não achou que pudesse mesmo dizer muita coisa, afinal, não com a língua dele em sua boca.
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11 comentários:

  1. surtos epiléticos mode on!!!
    leh

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  2. ai meu deus do céu... também estou surtando, nem consigo comentar rs...

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  3. muuuuuuitos surtos.

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  4. Esses dois estão insuportáveis pra ca@#@$% kkkkk

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  5. Julia Almeida20 setembro, 2011

    Gente eu amei esse capítulo... putz, tipo fiquei com dó da Chloe, mas meu, tamb´em entendo a raiva do Ollie, ela exagerou na enrolação, mas enfim, a fic é nc17, então isso significa que o próximo é onde a mágica vai acontecer, certo? certo? certo? rs

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  6. Afe, só eu tive vontade de dar uns tapas no Ollie???? affffffffffffffffffffffff
    kkkkkkkkkkkkkkkkkkk
    Como disse a Julia, espero que no último capítulo a coisa 'desabroche'!

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  7. MEU!!!!!

    Ciça tô contigo... que ÓDIO do Oliver... coitada da Chloe, ele não precisava ter feito isso com ela, nossa acho que eu dava uns tapas e ficava bem uns meses sem falar com ele, isso se eu não largasse a Watchtower e deixasse a liga na mão... putz que ÓDIO mesmo... mas o ódio passa daqui a pouco... kkk


    Agora, tenho que dizer, putz, o Bart coitado, mó sério na conversa kkkkkkkkkkkkkkkkkkk

    Vamos aguardar, sim Julia acho que a mágica acontece agora kkk e acho bom que seja boa pra eu perdoar de vez o Oliver... rs...

    Raquel

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  8. Só a revolta contra o Oliver haha

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  9. haha... mas Vinicius vc tem que concordar que o comentário sobre a maquiagem foi cruel e ele dizer que ela parecia uma prostituta, oh god!!!!

    Mas ele já está perdoado, entendo que ele também tava puto com ela... ela forçou um pouquinho... rs...

    Raquel

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  10. kkkkkk Verdade Raquel, o cara pegou pesado dessa vez, Tenho que concordar...

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  11. Nossa. Ele pegou super pesado. Tadinha da Chlo

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