26.1.11

Filling The Void

Título: Preenchendo O Vazio
Resumo: Ela não vai desistir dele, se é o que ele quer... porque agora as coisas são diferentes.
Autora: calie15
Classificação: R
Linha de tempo: Acontece depois da oitava temporada.




Ela andou pelo salão, parando ocasionalmente para conversas rápidas com os vários solteiros, passando o tempo. Ele estava lá, conversando com os que se dirigiam a ele, mas sem muita empolgação. E eles entendiam a dica bem rápido, se afastando do jovem. Sua gravata estava solta, o cabelo um pouco mais despenteado que o normal, uns dois dias de barba por fazer. Ele estava parado no bar agora, o que não era nenhuma surpresa, recostado contra ele, um copo cheio com líquido escuro na mão.

Ela conseguiu permanecer escondida por uns trinta minutos, observando-o, confirmando que Mercer não estava por perto. Como previsto, Tess não estava no caso.

Outro homem veio até ela, conversando, pegando sua mão, ela se permitiu conduzir até a pista de dança com um sorriso. Ela o seguiu de boa vontade, dando a seu parceiro atenção e só olhando por sobre o ombro dele brevemente até finalmente encontrar os olhos dele. Por um momento seus olhos se encontraram, ela se virou, e o contato foi perdido, mas ele a tinha visto, disso ela tinha certeza. Daí em diante ela evitou os olhos, que sabia, estavam nela. A dança terminou e ela tomou o braço oferecido por seu parceiro, permitindo-o conduzi-la até o bar. Ela bateu papo, sorriu apropriadamente, manteve o flerte no mínimo, mas estava aproveitando a atenção.

"Chloe."

Aquela voz, nada amigável nem gentil, mas dura e levemente nervosa. Virando-se para ele com olhos curiosos ela não se intimidou. "Sim?"

"Sr. Queen."

Chloe olhou para o homem ao seu lado, notando como ele endireitou as costas e alcançou toda sua altura, mais alto que ela, mas ainda assim alguns centímetros a menos que Oliver. Ela se virou para Oliver cujos olhos estavam nela, ele não tinha nem desviado o olhar para o outro homem.

"Eu queria falar com você."

Ela o dispensou. "Eu estou ocupada agora." Ela já o tinha onde queria, mas não ia doer enfiar um pouco mais o espinho dentro dele. É o que ela era, um espinho ao lado dele. Um que ele não queria, mas não podia ignorar. Uma mão segurou seu braço, com força e determinação.

"Agora."

Quando ela se virou os olhos dele eram duros, exigentes. Era sua intenção conversar com ele a sós, mas mesmo assim ela parou, só para se certificar que ele estava bem nervoso antes de virar o corpo de frente pra ele. Ele entendeu isso como uma dica, apertando os dedos ao redor do braço dela e a puxando pra fora. As pessoas por quem passavam olhavam, imaginando quem seria essa mulher e o que ela havia feito para irritar Oliver Queen, trazendo à tona um comportamento bruto da parte dele.

Eles alcançaram as portas em segundos, o corpo dela girou rapidamente de forma que estivessem um de frente para o outro. Ele olhou pra ela, a mão ainda em seu braço.

"O que você está fazendo aqui?"

"Dançando", ela disse simplesmente. Ele estreitou os olhos com a resposta. Soltando o braço ela se virou e se afastou, atravessando o piso de mármore do hotel, abandonando a festa. Parando, na metade do caminho, ela virou a cabeça, cachos loiros roçando seus ombros nus e olhou pra ele. Ele tinha um olhar assassino, cansado da interferência dela em sua vida. Ele parecia um animal enjaulado, nervoso com suas provocações, pronto para escapar e possivelmente atacá-la no processo. "Você vem?" Ele travou a mandíbula, estreitando ainda mais os olhos. Se ela estivesse certa ele a seguiria, mesmo que fosse a última coisa que quisesse fazer. Virando a cabeça novamente ela continuou seu caminho atravessando o mármore perfeito, seus saltos ecoando pelo lobby, os sapatos dele ecoando atrás dos dela.

As pernas dele eram mais longas e ele encurtou a distância na hora que ela alcançou o elevador. Quando ela se virou para apertar o botão ele já estava ali, olhos castanhos observando-a cautelosamente. A porta fechou e eram só eles. Finalmente ela sentiu medo. Ela o estava pressionando, muito. Ele ia acabar estourando. Ainda assim ele ficou parado ali, no lado oposto do elevador, recostado contra a parede como se não tivesse nenhuma preocupação no mundo. Ela virou a cabeça lentamente, olhando pra ele pelo canto dos olhos. Por alguma razão ela esperava que ele tirasse proveito da situação para confrontá-la, mas seu rosto permaneceu impassível e ela não disse nada.

O elevador soou e as portas se abriram. Sem uma palavra ela saiu, indo em direção ao seu quarto sem olhar uma segunda vez para ver se ele a estava seguindo, porque ela sabia que ele estava. Ela chegou à porta em silêncio, pegando a chave na bolsa e deslizando-a pelo escâner. Bipou e depois de respirar fundo ela empurrou a porta, abrindo-a.

Ela se fechou atrás dela, com mais força do que ela se lembrava de ter feito mais cedo naquela noite. Quando ela se virou ele estava em cima dela, os olhos ansiosos para matar.

"Eu te disse pra me deixar em paz."

"Você disse", ela admitiu facilmente. "Por sorte da última vez eu não atendi o pedido. Foi sorte sua eu estar lá pra te ajudar a se recompor. Gaiolas de luta não são realmente boas para sua saúde, Oliver." Da última vez ela o tinha encontrado e o arrastado de um bar, cuspindo sangue, debruçado sobre as costelas. Ele a tinha xingado furioso, querendo ficar sozinho. Mas ela o levou de volta pra o motel em que ele estava, o limpou e o viu desmaiar. Na manhã seguinte ele tinha ido embora, deixando-a adormecida no sofá. Suas tentativas anteriores tinham conseguido resultados menores. Meros descasos e palavras pouco gentis. Sua estratégia tinha mudado desde então, evoluído. Agora, ao invés dele se afastar dela, ela se afastava dele... e ele a seguia.

Ele se aproximou, eliminando a distância. "Eu não preciso que você me salve."

"Você precisa se salvar sozinho, eu só quero ajudar." Os braços dele foram rápidos, mãos envolvendo seus braços e a girando. A porta foi a única coisa que a parou.

Oliver ignorou seu gemido chocado quando suas costas atingiram a porta, satisfeito com a primeira reação honesta dela além da calma que ela fingia sentir. As mãos dela foram para seu peito, pressionando-o com firmeza. "Me deixe em paz, Chloe."

"Não posso", ela sussurrou suavemente, seus olhos verdes arregalados e suplicantes.

"Por quê?" ele perguntou irritado, baixando o volume de sua voz. Soltando os braços dela ele pressionou as mãos contra a porta, uma mão de cada lado dela, prendendo-a em seus braços. "Por que você não pode simplesmente ir embora?"

"Eu não posso assistir você fazendo isso consigo mesmo."

Ele abaixou a cabeça, trazendo seu rosto mais perto do dela, muito mais perto. Ela não ouviu ele se mover, mas ela podia dizer que ele tinha se aproximado, dando o último passo para eliminar a distância entre eles. Era muito íntimo pra eles. O coração dela acelerou com a proximidade e o olhar perigoso em seus olhos que a fizeram tremer. "Ollie..." ela implorou pressionada contra o peito dele, esperando que ele entendesse que precisava se afastar.

Alguma coisa mexeu com ele de repente, ouvir seu nome vindo dos lábios dela como uma súplica. De repente ele se conscientizou da situação em que estavam: a proximidade, o corpo dela preso entre seus braços, seu corpo e a parede. O jeito que as mãos dela pressionavam levemente seu peito, não o afastando, mas tentando manter a distância. Ele podia sentir seu perfume, suave e doce, nada exagerado, mas era tudo o que ele podia sentir. Seu rosto estava perto o suficiente do dela e ele podia sentir a respiração entrecortada acariciar seus lábios. O peito dela pesado com cada respiração, forçando seus seios a pressionarem o corpete do vestido, chamando sua atenção para a pele exposta. Ele levou os olhos de volta para o rosto dela, estreitando-os brevemente, querendo culpá-la de alguma forma, mas ele sabia que não era culpa dela. "Quando eu vim pra cá era pra gritar com você. Dizer pra você que eu não quero você na minha vida, que eu não estou nem aí." Ele parou brevemente, seus olhos viajando pelo corpo dela antes de pousar em seu rosto. "Mas eu não esperava isso."

A mudança em seu tom foi a primeira coisa que a avisou que algo estava errado. A voz dele estava mais baixa em suas últimas palavras, mais suave, mais profunda.

"O quê?" ela perguntou confusa. Pelo canto dos olhos ela viu uma das mãos dele se mover, afastando-se da parede. Ela olhou nervosamente e então voltou os olhos para o rosto dele, percebendo logo que tinha sido tudo um erro. A mão dele segurou seu quadril, não com muita força, mas com firmeza suficiente que lhe mostrava que ele não tinha a intenção de soltar. O peito dele disparou contra o dela e então ele a puxou contra ele com a mão que estava em seu quadril. Não havia dúvida sobre o que era o comprimento duro pressionado contra sua barriga.

Enquanto ele pressionava a ereção diretamente contra seu corpo ela arregalou os olhos, os lábios se partiram num arquejo agudo, as mãos o pressionaram com mais força até ele sentir se contrair, endurecendo ainda mais em resposta ao contato físico com o corpo dela.

Mas ele a soltou, tirando a mão de seu quadril e da parede e deu um passo pra trás se afastando da tentação que era o corpo dela. Ela olhou pra ele com olhos verdes arregalados, chocada. Eles ficaram assim, um passo de distância entre eles, ela só olhando pra ele. "Você está na frente da porta."

A declaração dele era simples, ainda assim não era o que ela esperava. Não de um homem que ela estava caçando há meses, para total desprazer dele, que tinha acabado de pressionar uma ereção bastante impressionante contra ela. Então ao invés de perguntar que diabos ele achava que estava fazendo, quem ele pensava que era pra ficar passando a mão nela, ela olhou pra ele confusa. "Ok", ela sussurrou suavemente e deu um passo para o lado. Os olhos escuros dele pareceram brilhar levemente, alguma emoção atravessando seu rosto que ela não conseguia decifrar, e em seguida ele tinha ido embora. Abrindo a porta e a batendo atrás dele.

~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~

Horas depois...

Oliver abriu a porta, agradecido pelo ar frio do quarto de hotel que o atingiu. Ajudava a aliviar o calor em seu corpo, a viscosidade que parecia agarrada nele após suas atividades anteriores.

Depois de bater a porta ele observou o quarto escuro com olhos turvos, cansados, levemente bêbado, e perdido.

Momentos depois ele se encontrou sem roupa e parado sob o jato quente do chuveiro, braço apoiado no azulejo, a cabeça baixa, relembrando as últimas horas como um filme ruim. Não tinha sido tão ruim, ele decidiu. Mesmo sendo tão errada sua reação à Chloe, ele não podia deixar de aceitar o quanto tinha sido bom. E foi por causa disso que ele saiu, para encontrar alguma coisa, qualquer coisa, para suprir a necessidade repentina que ele sentia dela.

Então ele acabou em um bar, encontrando facilmente uma mulher disposta e pronta.

O objetivo era esquecer tudo. Esquecer a culpa que Chloe sempre parecia relembrá-lo, a sensação de que ele lhe devia alguma coisa, de que devia alguma coisa ao mundo. Esquecer os erros que ele tinha cometido e o fato de que deveria consertá-los. E agora... agora para esquecer dela, só dela. Esquecer a luxúria que ela de repente acordou nele, o repentino desejo de tocá-la, senti-la, e não se sentir mal por isso. Era tão tentador, estar perto dela. Ele a queria, sabia disso agora. O que deixava a situação ainda mais difícil, era que ele sabia... ele sabia que se pudesse tê-la ele ia se sentir bem. Ela estava procurando sua redenção, o herói nele. Chloe acreditava que havia alguma coisa boa nele, e ele queria isso, precisava disso. O jogo, a bebida, as mulheres, era tudo superficial. Só preenchia aquele vazio por um curto espaço de tempo antes dele precisar de outra dose. Mas Chloe... ele sentia que nunca iria embora. Ela preenchia o vazio nele, um aqui, outro ali... cada vez que ela aparecia em sua vida, tentando levá-lo de volta... até ele finalmente perceber que precisava mais dela.

Ele só saiu do chuveiro quando a água quente aliviou a tensão de seu corpo, deixando-o pronto para desabar na cama exausto. Ele se enxugou rapidamente, deixando a toalha no chão, sabendo que a equipe do hotel ia limpar sua bagunça, e voltou para o quarto. Encontrando um short em sua mala ele o vestiu e se sentou na cama, caindo de costas com um suspiro. Estava quieto... muito quieto, o único som vinha do condicionador de ar, mantendo o quarto abaixo dos vinte graus. O quarto estava frio, fazendo seu corpo ficar arrepiado, lembrando sua pobre tentativa de se enxugar. Mas ele não se importava, não quando a única coisa que ele se preocupava era com a mulher alguns andares abaixo. A mulher que tinha, sem aviso, o excitado, desequilibrado ainda mais seu mundo. Ela o fazia pensar nas coisas das quais ele estava fugindo, o fazia fugir dela. E então ele correu, encontrou uma mulher qualquer para enterrar seus problemas, ele só enxergava ela. Não importava o cheiro que a outra mulher tivesse, o quanto ela fosse bonita, quão firme era sua bunda ou sua barriga... tudo o que ele via era Chloe quando fechava os olhos. Então ele os fechou com força... e fodeu a mulher com vontade.

Seu estômago revirou com o pensamento... o pensamento de que tinha trepado com uma mulher qualquer enquanto Chloe estava sentada em seu quarto, no mesmo hotel que ele, tentando trazê-lo de volta. Isso o deixava doente.

Sentando-se de repente ele pegou o celular e discou o número dela. Ele tinha apagado o número há muito tempo... acreditando que estava tomando uma decisão, do mesmo jeito que tinha queimado seu uniforme de Arqueiro Verde. Embora tenha sido um ato imaturo. Um toque... dois... três... quatro...

"Alô?"

A voz dela estava sonolenta. Ele não sabia se ficava triste que ela tivesse dormido depois dele ter saído ou agradecido que ela não tivesse perdido tempo. "Por que você faz isso? Por que você fica voltando quando eu continuo indo embora?" Por que você atendeu o telefone depois de eu ter passado a mão em você e pressionado minha ereção contra você, ele perguntou silenciosamente.

"Eu sei que você é melhor que isso... ainda que você mesmo não saiba. E eu não vou desistir de você."

Houve uma breve pausa antes dela responder. Mas deve ter sido mesmo necessária, ela deve ter tido que pensar em uma razão para salvá-lo. "Você deveria." Ele disse obscuramente e afastou o telefone, encerrando a ligação... esperando que ela entendesse a mensagem e o deixasse em paz, e então, em algum lugar, nos cantos obscuros de sua mente, ele estava rezando, implorando que ela não desistisse.

Com um leve desgosto e um pouco de auto-piedade ele jogou o telefone no chão perto da cama e se deitou de costas novamente, sem se importar em se mexer. Se ele dormisse nessa posição ou ficasse deitado ali a noite inteira olhando para o teto não importava.

Poucos minutos depois uma suave batida na porta pôde ser ouvida em seu quarto de hotel. Oliver inspirou rapidamente em resposta, e tentou se convencer de que eram os funcionários do hotel, mas quando viu o relógio, percebendo que passava das três da manhã, sabia que era uma ideia ridícula.

Sem ao menos pensar, movendo-se mais por impulso, ele se levantou e foi em direção à porta.

~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~

Era uma atitude ousada, especialmente considerando a mais recente reação dele à sua aparição em sua vida. Ele havia ficado nervoso ao vê-la, o que era esperado. Ele sempre ficava nervoso quando ela aparecia em sua vida, tentando levá-lo de volta à luta. A última coisa que ela podia esperar era o último acontecimento. Quando ela se deitou na cama tentou se convencer que a ereção pressionada contra sua barriga pertencia a um homem que estava fodendo tudo o que visse pela frente nos últimos meses. Ele tinha bebido, ela estava lá, talvez foi uma mistura de tudo. Mas gostar dela, ter sentimentos verdadeiros por ela... aquele Oliver não tinha. Chloe sabia disso.

Quando ele ligou, ela hesitou baseada na fúria e a excitação que ele tinha pressionado contra ela. Mas ele tinha procurado por ela, ligado pra ela, uma coisa que ele nunca tinha feito, nunca. Não desde aquele dia. Lógico, ele desligou o telefone em sua cara, mas por alguma razão ela não se sentiu ofendida. Na sua opinião ainda era um pedido de socorro, ele estava procurando por ela, mesmo que tenha rapidamente desligado.

Então sem pensar muito ela pegou o robe e saiu descalça do quarto, alcançando rapidamente o elevador, e subindo até a suíte na cobertura. Não é como se ela não soubesse onde ele estava hospedado, e se ela quisesse, ela podia ter entrado no quarto dele sem ele saber. Ela já tinha feito isso antes. Não tinha outro jeito de colocar câmeras no cinto dele.

Para sua surpresa a porta se abriu depois de segundos. "Ei."

Oliver parou... decidindo se devia ou não mandá-la embora, expulsá-la de sua vida novamente. Mas ele não podia ignorar os sentimentos que ela tinha a habilidade de despertar. Relutantemente ele tirou a mão da porta e se afastou, permitindo sua entrada, mesmo tendo dito a si mesmo para não deixar.

Ela o observou passar pelo sofá enquanto fechava a porta, saindo da sala e indo direto para o corredor. Engolindo com muita dificuldade ela o seguiu, o carpete, muito mais suave que o de seu quarto, pressionado contra seu pé descalço, a relembrando de sua roupa informal.

Quando ela o encontrou ele estava sentado na cama, cotovelos nos joelhos, rosto enterrado nas mãos. Seu coração apertou ao vê-lo, um herói caído, tão fechado para o resto do mundo. O resto do mundo, o público, seus amigos... eles viram o Arqueiro Verde, alguns viram Oliver Queen... mas quantos viram o homem sentado ali deprimido e destruído? Doía vê-lo assim, tão lindo e tão destruído. Como um anjo caído, era ridiculamente poético e a teria feito revirar os olhos se alguém dissesse isso a ela, mas enquanto ficou parada ali a definição não poderia estar mais correta. "Ollie..." ela começou, sem nem ao menos saber o que ia dizer.

Ele abaixou as mãos, braços ainda pressionados contra os joelhos e olhou pra cima. "O que Chloe?" Ela suspirou e se aproximou, se aproximou dele. Pequenas pernas pálidas saindo de seu curto robe, escondendo o que ela estivesse vestindo por baixo, pés descalços atravessando seu carpete, cabelo levemente despenteado do sono, rosto sem maquiagem. Ela parecia como se tivesse acabado de acordar, olhos ainda confusos com o sono. Ela parecia como se devesse ter estado na cama dele.

"Eu não sei", ela sussurrou suavemente enquanto sentava ao lado dele na cama. Havia quase trinta centímetros de distância entre eles, longe o suficiente, mas só o suficiente. Ainda assim ela não podia deixar de se preocupar com a proximidade. "Quer dizer, eu sei. Mas é a mesma coisa que eu digo sempre... certo?" Ela olhou pra ele, mas ele não olhou em seus olhos, ao invés ficou olhando para o carpete. "Eu queria ter outra coisa pra dizer, mas eu não tenho. Então acho que eu não sei."

"Então por que você está aqui?"

Havia uma provocação em sua voz. Havia tantas razões para isso que ela não podia nem começar a imaginar. "Você me ligou, eu tinha que tentar." Nenhuma resposta, e segundos depois, sem esperar, ela sabia que ele não ia dizer uma palavra. "Você não tinha que ligar, você não tinha que me deixar entrar, e você podia me mandar embora agora." Um, dois, três... "Por quê?" Ela inspirou rapidamente, quase com medo da resposta dele, e nem sabia ao certo porque.

À essa simples pergunta ele virou os olhos, não se importando em virar o pescoço, e olhou pra ela pelo canto dos olhos, tendo-a sentada em sua cama, rosto virado pra ele, mãos agarrando a borda do colchão. Ela queria saber porque. Ele podia mentir, podia mandá-la embora. Ou ele podia simplesmente dizer a verdade, esvaziar o peito, e talvez ela corresse, o deixasse sozinho. Não importava, à essa altura nada importava. Oliver não tinha muito mais do que se arrepender.

Endireitando-se, ele virou a cintura pra ficar de frente pra ela, uma mão no joelho, a outra descansando na cama atrás e entre eles, ele se inclinou levemente. "Eu sou só um amigo pra você, Chloe?" Os olhos dela tremeram ligeiramente e ele só podia deduzir que era de confusão. "Quer dizer, se eu fosse te beijar agora você me afastaria?" A respiração dela parecia ter encurtado levemente, ou talvez fosse imaginação sua.

"Sim", ela sussurrou suavemente, incerta se ela afastaria ou não, mas ela tinha que manter sua postura, e ele não se inclinou para a frente.

"Ótimo", ele assentiu lentamente. Ela estreitou os olhos, e ele sabia que só a tinha deixado mais confusa. Por suas ações ele parecia atraído por ela, e isso era verdade. Ainda assim ele estava satisfeito que ela não estivesse atraída por ele. O problema seria se ela estivesse, se ela tivesse dito que não o afastaria, ele teria sido tentado. Ele teria se inclinado, pressionado seus lábios contra os dela e feito tudo a seu alcance para seduzi-la e tê-la em sua cama. Ele tiraria cada peça de sua roupa e vorazmente se enterraria dentro dela. Ele fecharia os punhos no cabelo dela, enterraria o rosto em seu pescoço, e se forçaria fundo dentro dela o quanto fosse humanamente possível, tentaria roubar o calor e o conforto que ela lhe traria. E ele sabia que isso aconteceria. Ele teria pego, incapaz de devolver, e a deixaria tão fria e vazia quanto ele.

Com um tremor ao perceber o que ele queria, o que ele egoistamente faria com ela, ele se levantou da cama e caminhou para o outro lado do quarto, sentando no sofá de frente pra ela. Ainda assim, não disse pra ela ir embora. Ele ainda estava sendo levemente egoísta.

"Por quê?" Ela perguntou gentilmente, incerta se ele tinha falado sério ou não.
Só havia duas opções. Deixar pra lá, esquecer e seguir em frente... ou ele podia simplesmente falar pra ela. O problema quando se resolve expor tudo, é que não tem como voltar atrás. Se ele tivesse sorte ela iria embora enojada.

Inclinando o pescoço para o lado, um crack audível preencheu o quarto, Oliver se recostou no sofá, a cabeça descansando no encosto, e os olhos fixos no teto, incapaz de encontrar os dela. "Se você tivesse dito sim... da próxima vez eu não ia só passar a mão."

Não... Ela balançou a cabeça levemente. Oliver Queen NÃO estava atraído por ela. "Sem ofensa Oliver, mas você parece estar passando a mão em muitas mulheres ultimamente."

Ele fechou os olhos e bufou, balançando a cabeça. Levantando um pouco a cabeça ele olhou para os olhos estreitos dela, observando sua aparênica novamente, lutando contra a curiosidade de saber o que aconteceria se ele abrisse seu robe. Para seu próprio bem ela precisava entender. "Verdade, mas quando eu saí do seu quarto quatro horas atrás e fodi uma estranha foi por sua causa." Ele precisava tirar isso de seu sistema. Se masturbar não resolveria. E ele pouco sabia que outra mulher também não resolveria. Ele fechou os olhos, a viu em sua mente, o corpo embaixo dele, cabeça pra trás, gritando seu nome.

O que ele estava dizendo... era impossível. Não importa o que ele dissesse, ela não acreditaria, se recusaria. No máximo ela se permitiria acreditar que a mente dele estava transformando o ódio que ele sentia por sua interferência em luxúria, mas mais do que isso era impossível. Então ela deixaria pra lá e seguiria em frente. "Você pode tentar me assustar ou me chocar, tudo bem Ollie, mas eu não vou desistir." Com um suspiro ela se levantou. "Eu estarei aqui de manhã. Você pode ir embora de novo se quiser, mas eu ainda estarei aqui de manhã. Não importa o que aconteça." Com isso ela se moveu para sair, indo em direção à porta. Ela o ouviu se mover, então sentiu a mão dele em seu pulso. Enquanto ele a girava ela arfou, chocada em vê-lo tão perto, se inclinando sobre ela.

Como um bicho preso, seus olhos verdes estavam arregalados e assustados, e ela deveria estar. Ele tinha acabado de dizer a ela que tinha saído e fodido uma estranha qualquer porque não podia fodê-la. Então lentamente ele levou a mão livre até o braço dela e traçou os dedos subindo do pulso. Eles pararam na manga de seu robe e se moveram sobre o tecido macio que cobria seu braço. Alcançando o ombro ele quebrou contato e tocou os dedos em seu rosto. À esse ponto ele ouviu a respiração dela ficar curta e sentiu uma de suas mãos contra seu peito, pressionando-o firmemente, o suficiente para mantê-lo longe.

"Ollie..." ela disse, começando a protestar. Horas atrás ela não teria acreditado que ele fosse capaz de jogar o charme pra cima dela, tentando seduzi-la, mas agora ela não tinha tanta certeza.

"Shhhhh", ele sussurrou suavemente, inclinando a cabeça devagar. "Eu não vou fazer nada." Deslizando os dedos sobre sua bochecha, em seu cabelo, ele segurou seu rosto. Seus lábios estavam a centímetros dos dela, poucos centímetros. Teria sido muito fácil beijá-la. Ele poderia ter feito, mesmo que ela o afastasse. "Eu seduzi muitas mulheres Chloe." Os olhos dela se arregalaram lentamente e ele não podia decidir o que o excitava no jeito que os olhos dela arregalaram com sua declaração. "E se eu tentasse agora, eu acho que tem uma chance de eu conseguir seduzir você."

"Mas você não vai", ela sussurrou, quase incapaz de falar com o nervosismo e medo. Lá no fundo ela sabia que ele não faria, não com ela, mesmo que a proximidade de seu corpo seminu a deixasse nervosa. Ele era atraente e se Chloe fosse honesta ela teria que admitir que apreciara a visão mais de uma vez, mas só isso.

"Não", ele admitiu suavemente, aliviado e frustrado com a resposta. Abaixando ainda mais a cabeça, deslizando os dedos no cabelo dela para segurar sua cabeça, ele pressionou a testa contra a dela. Ela arfou, sua outra mão vindo para seu peito, seus braços tensos entre eles, um olhar de pânico em seus olhos verdes arregalados. "Shhhh." Ele a silenciou gentilmente, sentindo como se estivesse tentando confortar um animal assustado. "Eu disse que não ia fazer nada."

"Então o que você está fazendo?" Sua voz tremeu com medo e ela imaginou porque estava apenas mantendo a distância entre eles, e não o afastando. Então ele não estava tentando seduzi-la, mas por que ela estava lhe dando a chance?

"Eu queria ver."

A ponta do nariz dele roçou o dela, e ela não achou que fosse de propóstio, mas não podia ter certeza. "O quê?"

"Minhas chances." Ele estudou seu rosto, tentando descobrir algum tipo de resposta. Porque ela deveria tê-lo parado há muito tempo atrás, o afastado. Exigindo uma resposta para seu comportamento e dizendo para ele nunca mais tocá-la, mas ela não fez isso. "Você deixa todos os homens que você conhece chegarem tão perto assim Chloe?" O corpo dela congelou contra o dele enquanto ela inspirava bruscamente, indicando que ela tinha percebido o que estava acontecendo. Antes que ela pudesse afastá-lo, rejeitá-lo, piorar ainda mais sua dor, ele a soltou e deu um passo pra trás. Pelo choque que ainda estava em seu rosto, o dano estava feito. Mesmo se Chloe não tivesse percebido, ela tinha deixado ele se aproximar, tocá-la como um amante faria, e ela não o tinha afastado. Poderia não dar em nada, poderia não ser nada mais do que um atração física da parte dela, mas mesmo assim...

Segundos se passaram e nenhum deles disse uma palavra. Ele parecia completamente conformado novamente com sua solidão, com suas palavras chocantes e toques invasivos, mais uma vez se escondendo atrás de sua fachada fria. "Ollie", ela começou cuidadosamente, ainda mais do que quando ele se aproximou dela mais cedo naquela noite. As coisas tinham mudado numa questão de horas. Não era só ele vacilando, pronto para passar dos limites, e ela o puxando mesmo que ele resistisse. Agora havia um novo fator com o qual ela tinha que ser cuidadosa. "Você não pode me assustar. Independente do que você fale, eu ainda vou estar aqui."

Ele a observou se virar, indo para a porta, e dessa vez ele estava decidido a deixá-la ir, porque era melhor assim. Depois dele ter se feito de bobo, ter feito tudo em seu poder apara afastá-la, era provavelmente melhor para o interesse dos dois que ela fosse embora. Exceto que quando ela estava perto de sair ele se lembrou mais uma vez do que ela tinha feito pra ele, aquela habilidade que ela tinha de preencher os vazios dentro dele. Sem nem pensar, ou saber o que estava fazendo, ele segurou o braço dela, puxando-a de volta, cuidando em manter alguma distância entre eles com o risco de finalmente assustá-la. Porque desta vez, ele não queria assutá-la, ele não queria que ela recuasse por causa de suas declarações. "Fica."

"O q--quê?"

Os olhos dela correram sobre ele rapidamente, tentando encontrar alguma razão para o pedido. Chloe parecia boa, e não só no sentido físico. É claro que ele queria tocá-la, deslizar as mãos em suas pernas, sobre seus quadris, segurar seus seios. Ele queria estar dentro dela, fundo, saber como seria tê-la o apertando, suas pernas ao redor dele. Mas não era só isso, só por ela estar ali ele não se sentia tão perdido. Ela tinha fé nele, mesmo que ele não merecesse, e apesar do quanto ele não queria, sua fé, era bom saber que estava ali, que ela ainda estava ali. "Eu não estou pedindo nada a mais." Embora ele quisesse mais. Ele a queria inteira, mas ela não era dele. Os sentimentos dela não iam tão longe quanto os seus, e mesmo que fossem ele não tinha certeza se se permitiria tentar, arruinar a única coisa decente que parecia ter lhe sobrado. "Só fica." Os olhos dela estavam repletos de compreensão, lábios levemente partidos, chamando por ele, forçando-o a ignorá-los. Quanto mais ela derrubava as barreiras que ele construía, mais ele a queria e mais difícil era ir embora. Se ela fosse esperta, ela teria percebido que ela o tinha onde ela o queria. E ele sempre voltaria por mais.

~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~

Ela apenas cochilou, o ar gelado dificultava encontrar o sono. Se ela fosse honesta consigo mesma não era só a temperatura que a impedia de descansar, era o corpo atrás dela. Não a estava tocando, não estava se movendo ou fazendo qualquer barulho, mas ela sabia que estava ali. Então ela ficou imóvel, fingindo dormir mesmo quando não estava. Até onde sabia poderia ter sido a segunda, terceira ou quarta vez naquela noite que ela abriu os olhos, levemente, olhando para o relógio. Quase cinco da manhã. O sol ainda não tinha nascido. Com um pequeno suspiro ela fechou os olhos, se permitindo voltar a dormir. Ela estava quase conseguindo quando a cama se mexeu. Ela prendeu o ar, o que era ridículo, porque mesmo enquanto dormia ela continuaria respirando. Simultaneamente ela sentiu o corpo dele roçar suas costas e a mão dele deslizar pela lateral de sua cintura. Foi com grande esforço que ela manteve o corpo imóvel, a respiração controlada, e apesar do fato de que ela deveria se afastar, ela permaneceu imóvel. Com os olhos fechados enquanto sentia o peito dele pressionado contra suas costas e o braço envolvendo sua cintura.

A última coisa que ela deveria ter feito era deitar ali. Sua relação com Oliver tinha ficado confusa, deitada ali com ele numa posição tão íntima estava longe de ser uma boa ideia, especialmente considerando suas palavras e ações há apenas poucas horas.

Ela tinha esperado ter que afastá-lo em algum momento, e não em aceitar seu abraço tão facilmente, relaxar com a sensação do corpo firme contra o dela, o braço apertado em volta de sua cintura, a respiração quente roçando seu pescoço. A sensação de sua respiração, roçando sua pele, a assustou a princípio, mas não a fez se afastar, não como ela gostaria que tivesse feito.

Então ela ficou deitada ali, com o corpo envolvido pelo dele, cochilando, sabendo que ela estava errada por permitir isso, mas sem se importar. Ela se sentiu aquecida, protegida, segura.

Não, não importava se era errado, no escuro, onde ninguém podia ver, ela ignorou o resto do mundo e dormiu em seus braços.

~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~

Ele mal dormiu, muito consciente da mulher que ele abraçava. Cada vez que Chloe suspirava ou mexia as pernas, ele acordava. Às vezes, ela se pressionava contra ele, fazendo-o fechar os olhos, para espantar a eletricidade que corria sua virilha. Outras vezes ela começava a se afastar, mas ele apertava o braço ao redor da cintura dela, puxando-a de volta contra ele e pressionava seu rosto contra o pescoço dela até ela parar.

Além de abraçá-la, o único outro luxo que ele se permitiu foi acariciar sua barriga com o polegar. Dali sua mente começou a pensar em deslizar a mão na abertura de seu robe. Ele sabia que ela usava alguma coisa por baixo, provavelmente nada muito revelador, mas isso não impedia sua curiosidade. Oliver rapidamente espantou esses pensamentos, assustado que eles pudessem alcançar sua parte inferior, e também determinado a se satisfazer com o que tinha no momento. Ele tinha passado os últimos meses tentando encontrar algo, qualquer coisa para enterrar seus demônios. Então Chloe apareceu, se esgueirando em cada muro e barreira que ele tentava erguer para afastá-la, e então era muito tarde pra ele. Ele encontrou alguma coisa para aliviar a dor, ou melhor, uma pessoa. E ela queria ajudá-lo, se ele pedisse, ela tiraria o peso de seus ombros, para lhe trazer alguma paz.

O sol havia subido, iluminando o quarto, e ele sabia que era só uma questão de tempo até ela acordar. Em algum momento da noite ela deve ter acordado, percebido que ele a estava abraçando, mas ela não se afastou. Ele estava agradecido, e mais contente pelo fato do que gostaria de admitir. O tempo estava correndo, e quando ela acordou ele sabia que ela não hesitaria em se afastar dele e rapidamente sair, envergonhada pela proximidade de seus corpos. Era muito íntimo, pelo menos entre amigos.

Ele olhou para a parte de trás de sua cabeça loira por algum tempo, permitindo que seus olhos traçassem seus braços, cobertos pela seda preta do robe. Finalmente ele suspirou e fechou os olhos, determinado a ignorar sua iminente partida e apenas aproveitar a sensação dela em seus braços.

Quando Chloe se mexeu a primeira vez, ele puxou o corpo dela como se fosse um hábito, e talvez fosse, porque ele nem pensou no que estava fazendo. Então o corpo dela se pressionou com força contra o braço dele e em seguida ela estava se movendo para se sentar. Deixando seu braço se afastar dela ele a observou sentar na beira da cama, deixou seus olhos percorrerem seu cabelo bagunçado e suas costas. Com um suspiro ele se deitou de costas e olhou para o teto, se recusando a encontrar seus olhos, mesmo assim ele podia sentir que ela estava olhando pra ele por sobre o ombro.

Com a testa franzida Chloe se virou na cama para olhar pra ele, trazendo uma perna de volta para a cama e colocando as mãos sobre a cama para se inclinar sobre ele. "Você ainda não vai voltar, não é?"

Em silêncio ele olhou para o teto, incapaz de encontrar seus olhos, não porque não quisesse dessa vez, mas porque ele sabia que se sentiria culpado se o fizesse. "Não." Ela suspirou. Ele a estava desapontando, sabia disso. Se ele tentasse, conseguiria se convencer a voltar, a tentar, talvez por ela. Mas ele não era estúpido. Chloe não o queria do jeito que ele a queria, e ele não estava em condições para esse tipo de relacionamento, especialmente com alguém que significava alguma coisa pra ele. Deixando seus sentimentos por ela de lado, voltando porque a queria não era razão suficiente, ele acabaria falhando no final. Se ele retornasse teria que ser porque ele queria. Existe uma chance de Chloe estar entre essas razões, mas tinha que haver disposição para a mudança de sua parte, não só pelo que ela estava disposta a fazer por ele.

"Ollie", ela chamou, tentando conseguir sua atenção, mas ele não se mexeu. Mordendo o lábio, Chloe pensou em como proceder, precisando fazê-lo olhar pra ela, ouvi-la. Forçando seus limites, e usando os sentimentos que ele tinha por ela contra ele, Chloe se aproximou, seu corpo roçando o dele levemente. Apoiando um braço ao lado de sua cabeça ela levou a outra mão até seu rosto e gentilmente o puxou para o lado para que ele finalmente olhasse pra ela.

Seu coração acelerou levemente quando ela se moveu contra ele, pressionando a palma em seu rosto. Quando ele se virou, guiado por sua mão, ele a encontrou inclinada sobre ele, cabeço loiro caindo ao redor de seu rosto. Teria sido a posição perfeita para ele estender a mão, enterrar em seu cabelo e puxá-la pra cima dele.

"Você não tem que voltar, e eu não vou forçar. Mas quando você estiver pronto, ou se você precisar de alguém, pode contar comigo." Ultimamente, olhar dentro dos olhos dele a assustava. Sempre havia fúria, ressentimento, frustração, e mais recentemente luxúria. Mas ela não podia esperar o olhar dele agora. Seu rosto estava quase tranquilo. Sua boca não estava curvada com a raiva ou apertada em frustração, o canto de seus olhos não estavam estreitos. Ele parecia quase jovem, e levemente perdido, não ferido, nunca ferido, apenas perdido. Sem pensar, e sem perceber como seus olhos estavam presos nos dele, ela levou uma mão até seu rosto e o acariciou com o polegar, subindo e descendo.

A mão dele se moveu para o lado e ela paralisou, não se afastando no entanto. Com um suave tremor ela observou a mão dele descansar sobre a sua, seus dedos envolvendo os dela.

Ele engoliu em seco, não muito certo do que estava fazendo quando partiu os lábios. "Ainda não." Não era um não, como das outras vezes que ela pediu para ele voltar. Desta vez ele disse 'ainda não'. Virando a cabeça para a mão dela e segurando mais forte ele levemente pressionou um beijo em sua palma. Seus olhos nunca desviaram, e mesmo que os dela tenham se arregalado levemente, e ela parecesse estar respirando mais rápido em resposta, ela não se afastou.

Segundos se passaram antes de Chloe se recompor. Isso tinha longe demais, muito longe. No avião, em seu caminho de volta para Metrópolis, ela estaria se xingando. Desta vez ela não seria detida. "Tchau Ollie."

A mão dela se afastou da dele, se afastando de seus lábios, e desta vez ele a deixou partir. Dentro de poucos momentos Chloe tinha ido embora de sua vida novamente. Ele provavelmente a veria de novo em semanas ou meses. Antes, ele nunca contava o tempo que se passava entre as vezes que a tinha visto. Seu objetivo, algumas horas antes, era espantá-la. Agora, ele tinha medo que ela não voltasse. Por mais que quisesse se convencer que o mundo não precisava do Arqueiro Verde, que era melhor sem ele e Oliver Queen, pela primeira vez ele esperava que estivesse errado.

________________________________________________________________________________

8 comentários:

  1. Wow!!!...Que fic intensa!!...Wow!!

    Bela tradução Adri!!!!

    ResponderExcluir
  2. se puderem traduzam Never Have I Ever, essa fic é muito boa. to lendo ela em inglês mas como não sou muito booa nessa lingua né? rs
    beijos Carol

    ResponderExcluir
  3. Carol, esta já está sendo traduzida pela Adriana, já vamos começar a postar...

    Beijos e obrigada pela sugestão...

    Sofia

    ResponderExcluir
  4. Filling The Void foi uma das primeiras fics que eu li, ela é bem intensa como disse a Roberta, e acho que por isso eu simplesmente me APAIXONEI por ela... entre essa e All The Things She Said, eu não saberia dizer qual é mais bela... pq eu considero esse texto da Calie de uma beleza única... o jeito como ela escreve... e fora o mix de sentimentos que são explorados... a descrição que ela faz dele como um anjo caído, perdido mas não destruído... nossa... de tirar o fôlego...
    Sofia

    ResponderExcluir
  5. Nossa, estou sem palavras... que texto lindo!!!!

    ResponderExcluir
  6. Nossa.... *sem palavras*

    ResponderExcluir
  7. Ai, Adri, muito obrigada por essa tradução... faz muito tempo que eu li esse texto... ele é PERFEITO!!!!!!!! Triste, angustiante, sensual, sei lá, tudo ao mesmo tempo!!!!!

    ResponderExcluir
  8. Esse texto é uma obra-prima!!!! Lindo...

    ResponderExcluir

Google Analytics Alternative