10.12.10

Touch

Título: Toque
Resumo: "Cada coração canta uma canção, incompleta, até outro coração sussurrar de volta. Aqueles que desejam cantar sempre encontram uma canção. Ao toque de um amante, todo mundo se torna um poeta." Plato
Autora: calie15
Classificação: PG




"Ei."

Oliver virou a cabeça para o som da voz familiar. "Ei."

"As pessoas não costumam abandonar suas próprias festas, costumam?" Chloe comentou enquanto caminhava sobre o carpete na direção dele. "Eu quase não vi você. Ainda bem que você é alto o suficiente para que eu possa ver esse cabelo bagunçado em qualquer lugar." Ela se aproximou do sofá cor de creme e parou quando o viu por inteiro. Ele estava sentado no chão, encostado no braço do sofá, na outra extremidade. Um joelho estava dobrado, apoiando a mão com a qual ele segurava a bebida. O casaco que ele vestia antes estava jogado e os dois primeiros botões de sua camisa estavam abertos. "Sentado no escuro?"

"Achei que assim ninguém ia me encontrar." Oliver jogou a cabeça para trás para olhar pra ela e não pôde deixar de sorrir. "Obviamente eu não consigo enganar você."

"Eu gosto de imaginar que sou mais esperta que suas garotas habituais. Quer companhia?" Ele deu de ombros e ela entendeu que estava tudo bem ela se sentar. Por um segundo ela pensou em que lado do sofá deveria se sentar. Finalmente ela decidiu que seria estranho deixar um espaço vazio entre eles, então ela optou pelo assento mais perto dele. Ela afundou na espuma firme e cruzou as pernas. "Isso é legal", ela admitiu enquanto voltava os olhos na direção dele. A parede inteira de sua cama era de vidro, apresentando uma linda vista panorâmica do céu na noite de Metrópolis. Desviando o olhar Chloe olhou de volta para o homem que ela estava procurando. "É seu aniversário", Chloe se inclinou para a frente, descansando um braço no colo e o outro sobre o braço do sofá. "Por que você está se escondendo?"

"Não dizem que 'se é minha festa eu posso chorar se eu quiser'?" Oliver virou a cabeça e olhou pra trás. Ela estava com a cabeça inclinada, olhando pra ele, cachos ondulados de cabelo loiro caindo ao redor do rosto.

"Seu aniversário foi há dois dias atrás, então você devia ter chorado no dia. E além do mais, você já está velho pra ficar chorando. Então me fala de novo porque um playboy bilionário com uma centena do que eu imagino serem seus amigos mais próximos, está sentado aqui em seu quarto, bebendo sozinho, sem nem mesmo uma mulher bonita por perto."

Oliver ergueu a sobrancelha divertidamente. "Obviamente você não é mais esperta do que as garotas habituais."

"Mesmo?" Chloe ergueu a sobrancelha imaginando. "Por que não?"

"Bom, eu posso contar nos dedos os amigos próximos, eu não estou bebendo sozinho", ele ergueu o copo e o bateu contra a taça de vinho que ela segurava, "e tem uma mulher bonita sentada perto de mim."

"Oh?" Ela se inclinou sobre a lateral do sofá e fez de conta que estava procurando do outro lado dele. "Onde ela está? É uma vergonha que você não tenha nos apresentado." Ela esperou por uma resposta engraçadinha, mas não foi o que ela recebeu. Dedos deslizaram entre seu sapato e seu pé. Ela gritou surpresa, puxando o pé de volta e perdendo o sapato no processo. "Seu idiota", ela deu risada.

"Eu estou te fazendo um elogio e você ignora." Ele estendeu a mão para pegar o outro pé mas ela afastou sua mão com um tapa. Quando ela estendeu a mão para pegar o sapato perdido ele o pegou e o jogou do outro lado do quarto.

"Oliver!" Ela exclamou chocada, tentando não dar risada, mas falhando miseravelmente.

"Você me deixou sem escolha." Ele estendeu a mão e pegou seu outro sapato. Tirou-o facilmente de seu pé e o jogou do outro lado do quarto, não se importando em jogá-lo perto do outro par.

Chloe suspirou e se apressou em colocar sua taça na mesa. "Acho que não vou a lugar nenhum."

"Essa era a intenção." Sua pernas roçaram seu braço enquanto ela se encostava no braço do sofá. Ele olhou para suas pernas para encontrá-las cruzadas na altura das coxas, viradas levemente na direção dele.

"Por fim você não me disse porque está se escondendo. Imagino que não era pra me atrair até aqui e roubar meus sapatos novos. Os quais, devo dizer, eu comprei especificamente para usar no seu aniversário e agora ninguém pode vê-los e eles estão jogados num canto escuro." Ela sentiu um beliscão em sua panturrilha e arfou com a dor aguda, puxando a perna bruscamente e dando um tapa no alto da cabeça dele.

"Ok, ok, desculpa." Ele envolveu a mão em sua panturrilha e puxou as pernas dela pra baixo.

"Isso dói!" Ela exclamou e deu outro tapa em sua cabeça.

"Ai!" Ele inclinou a cabeça pra longe dela. "Ok!" Gentilmente ele esfregou o polegar sobre a área que ele tinha beliscado. Ela não falou nada. Então ela suspirou suavemente e se reposicionou, pernas relaxando contra ele mais uma vez.

"E eu acho que sinto muito por ter batido em você."

"Estou mais preocupado com o cabelo."

Chloe suspirou irritada e deslizou os dedos no cabelo dele, tentando arrumar o que quer que ele achasse que estivesse desarrumado. "É uma bagunça de qualquer jeito Oliver." Ele jogou a cabeça para trás contra o braço do sofá. "Então, não vai responder minha pergunta?"

Ela era persistente, disso ele tinha certeza. "Eu estava entediado", ele admitiu. Dedos ligeiros continuavam se movendo em seu cabelo, unhas escovando gentilmente seu couro cabeludo. Lentamente, seus olhos se fecharam e ele relaxou com o carinho.

"Acho que minha companhia não é muito excitante." Pelo menos foi do que ela tentou se convencer quando os dedos dele começaram a se mover para cima e para baixo em sua panturrilha, acariciando sua pele.

"Sua companhia é suficiente pra mim." Ele esperou ela dizer alguma coisa, mas ela permaneceu em silêncio, mexendo em seu cabelo.

Ela virou o quadril levemente e descansou a cabeça no braço do sofá novamente. Suas pernas cruzadas estavam pressionadas contra ele e ela as teria afastado se não fosse por ele ainda estar acariciando gentilmente a que estava sobre seu ombro. "Ollie?"

"Hmm?"

"Tem certeza que está tudo bem?" Ele virou a cabeça, olhando pra ela. "É seu aniversário, só quero que você esteja feliz."

"Eu estou bem." Ela olhou pra ele com sabedoria, esperando pelo que ela acreditava ser a verdade. "Estou falando sério. Além do mais, eu tirei seus sapatos", ele sorriu, "é só uma questão de tempo até eu tirar todo o resto." Ela ficou boquiaberta e ele segurou sua perna com mais força enquanto ela tentava chutá-lo. "Desculpa, desculpa."

Ela balançou a cabeça e suspirou, determinada a ignorar a vibração em seu estômago com as palavras. "Seus flertes não vão funcionar comigo, Queen." Ela bocejou baixinho e virou o quadril de modo que estivesse quase deitada de lado agora. Ela tentou não se concentrar no fato de que ela ainda estava preguiçosamente brincando com seu cabelo e sua perna jogada sobre seu ombro.

"E eu não sei." Ele virou o rosto para a perna dela e pressionou um beijo suave em seu joelho. Ela não se afastou, mesmo que suas ações não pudessem ser consideradas de um mero amigo.

"Vai mais pra lá." Ela deslizou a mão de seu cabelo e a pressionou contra a lateral de seu rosto, fazendo-o se mover para a esquerda.

Sua voz era suave e alguma coisa fez seu estômago apertar. Ele tentou ignorar a sensação e ao invés ele deslizou pelo sofá até que estivesse sentado na frente do corpo dela.

"Alguém vai vir te procurar." Chloe disse suavemente enquanto ele colocava a cabeça pra trás contra a perna que ela havia colocado em cima do sofá na frente de sua barriga.

Ele deu de ombros. "Espero que não. Devia ter trancado a porta." A mão dela estava deslizando por seu cabelo novamente.

"Quer que eu feche?" Ela se mexeu para se levantar, mas a mão dele se apertou ao redor de sua perna.

"Não precisa." A última coisa que ele queria era que ela se movesse. Eles tinham se colocado na presente posição por acidente, mas ele não ia deixar nada interromper. Era raro eles terem um momento normal e quieto. Esse era um deles.

"Você poderia se sentar no sofá, Ollie." Ela correu os dedos ao lado da cabeça dele, atrás da orelha e de volta.

Ele virou a cabeça para a direita, observando-a em silêncio por um momento. A cabeça dela ainda estava inclinada sobre o braço do sofá, apoiada no braço. Seus normalmente grandes olhos verdes estavam levemente caídos, tornando difícil que ele enxergasse o verde neles. Ele tinha pensado nisso, assim que segurou sua perna. Ele viraria a cabeça, se viraria e ficaria de joelhos na frente dela, entre suas pernas. Puxando a cabeça dela para baixo e beijando-a e então, sem afastar os lábios, lentamente se levantaria e empurraria suas costas contra o sofá com seu corpo. Mas ele não fez isso. "Nós dois sabemos que provavelmente não seria uma boa ideia." Ela suspirou e revirou os olhos. "É isso que você quer?"

"Eu não sei o que quero", ela admitiu verdadeiramente pela primeira vez. Em todas as ocasiões eles ignoravam o sutil flerte. Algumas vezes eram mais difíceis que as outras, e agora, sentada em seu quarto, olhando para o céu, tocando um ao outro de jeitos que nunca tinham feito, era uma dessas vezes. Como sempre ele não forçou. Sempre parecia haver um convite implícito. Ela pensou em deslizar pelo sofá, descansar a cabeça na almofada perto da cabeça dele, enterrar a cabeça em seu pescoço, mas isso os deixaria muito próximos.

Ele não disse mais nada sobre esse assunto, e nem sobre nenhum outro. A pergunta não respondida ficou no ar tornando qualquer outra conversa desnecessária. Ele não se importou muito, não quando ele ainda tinha o contato físico. Eles podiam ao menos se permitir um momento longe do resto do mundo, fingindo que não havia situações nem pessoas puxando-os pra baixo e os prendendo.

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Horas mais tarde ele acordou com uma dor em seu pescoço, estremecendo enquanto ele o esticava. Dedos quentes encostavam em seu pescoço e em algum momento ela havia colocado as pernas em cima do sofá. Ele fez uma careta enquanto movia a cabeça de um lado para o outro, mexendo os músculos e ouvindo um estalo satisfatório. Ele se levantou do chão silenciosamente, fazendo o melhor para não acordá-la, mesmo que fosse exatamente o que ele deveria fazer. Foi quando ele estava de pé parado perto dela, olhando para sua forma adormecida que ele se viu em uma encruzilhada. Passava das três da manhã, e todos os convidados tinham ido embora. Ele não tinha certeza do que Lois ou Clark fizeram sobre o desaparecimento de Chloe, mas ele particularmente não se importava. Ele não gostava da ideia de mandá-la pra casa sozinha tão tarde da noite, mas não era só na segurança dela que ele estava pensando. Ela estava ali com ele, e ele não queria que ela fosse embora.

Ele se inclinou até a cintura, segurando o braço do sofá com uma mão perto da cabeça dela e a outra descansando nas costas do sofá. Abaixando a cabeça ele manteve os olhos nela, esperando por algum sinal de movimento. Sua intenção era beijar seu rosto. Ela suspirou suavemente em seu ouvido fazendo-o fechar os olhos e tentando recuperar a compostura. Não foi o suficiente para impedi-lo de inclinar um pouco mais o pescoço e dar um beijo no canto de sua boca. Foi por sorte que ela não abriu os olhos até ele se afastar.

Os sons estranhos ao redor foram a primeira coisa que ela percebeu quando abriu os olhos. Em seguida foi o rosto dele na escuridão, as luzes da cidade brilhando em seu rosto. Ele sorriu gentilmente e ela não pôde deixar de sorrir de volta.

O sorriso cansado quase o fez derreter. Porque sua cama estava a poucos passos e ele conseguia imaginar aquele olhar no rosto dela, emoldurado pelos cabelos loiros, em seu travesseiro. "Olá bela adormecida."

"Que horas são?" Pela parede de vidro era evidente que o sol ainda não tinha nascido, não era tão tarde, ela sabia. Um arrepio correu por ela no entanto, fazendo-a suspeitar que era tarde o suficiente pois a temperatura havia caído.

Ele ergueu uma mão e colocou o cabelo dela para o lado. "Umas três." Ela arregalou os olhos com a revelação.

"Três?" Ela não tinha percebido, ou não tinha se importado, quando ela estava adormecendo com a mão em seu cabelo. "Eu tenho que ir embora." Enquanto ela se levantava ele se afastou e ficou observando. Assim que ela estava de pé ela olhou ao redor procurando os sapatos na escuridão. A mão dele se fechou ao redor de seu pulso, impedindo-a de continuar a procura. Havia alguma coisa em sua mente, ou pelo menos era o que ela imaginava pela seriedade no rosto dele. "O que foi?"

"Está tarde. Fica aqui." Ela abriu a boca, mas ele rapidamente balançou a cabeça. "Eu não te acordei pra te mandar pra casa."

Deus, como ela queria ficar. Não importava se ela tinha acordado com o pescoço dolorido, ela ficaria deitada naquele sofá a noite inteira perto dele. Mas como... "Eu sei, mas-"

"Não havia desculpas antes." Ele pontuou. Ela rapidamente fechou a boca e franziu a testa. Ele ainda podia ver a incerteza em seus olhos, então ele optou por uma tática diferente. "Está com medo?"

Ela abriu a boca para responder e então franziu a testa enquanto refletia. "Você acha que me engana me chamando de medrosa?"

"Você é?"

Ele ergueu a sobrancelha esperando e era visível a expressão provocante em seu rosto. "Não." Ela respondeu mesmo sabendo que estava bem longe da verdade.

"Então fica." Ele disse, como se essa fosse uma simples resposta.

"Pra quê? Pra provar uma teoria?"

"Não. Porque eu preferia você dormindo na minha cama comigo do que indo embora sozinha." Pronto, ele disse. Sem rodeios sobre o óbvio, ou tentando suavizar o choque. Pela primeira vez um deles estava sendo totalmente honesto.

"Eu achei que tivéssemos concordado que não era uma boa ideia", ela sussurrou suavemente, mas já sentindo sua determinação fraquejar com a confissão dele.

"Não concordamos. Eu nunca concordei." Oliver balançou a cabeça. "Foi você. Eu ficaria perfeitamente bem com algo mais." Dessa vez ele não perguntou.

A mão dele deslizou de seu pulso, e de início ela temeu que ele estivesse se afastando, mas então ele pegou sua mão na dele e a puxou levemente, puxando-a atrás dele. Ele parou brevemente perto da mesa e pegou o que parecia ser um controle remoto. Segundos depois houve um quieto barulho. Só levou alguns segundos para ela perceber que eram as cortinas descendo do teto, cobrindo a enorme parede de vidro e protegendo-os do mundo exterior. Quando ele puxou a mão dela novamente, puxando-a atrás dele em direção à sua cama, ela não o impediu.

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11 comentários:

  1. Chloooee!! Com um homem desse a gente não fica pensando se é uma boa idéia ou não, a gente beija! Rsrs... Li@h

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  2. Lia@... concordo plenamente, encontra esse homem perdido sozinho e tristinho, por deus, não fala nada, beija logo...

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  3. Ai, adorei... sabe o que eu mais gostei, é o jeito como a história é contada, assim, é uma situação tão do dia-a-dia, é de um jeito que poderia de fato acontecer na vida real, pena que o Oliver não está dando sopa em nosso mundo... Amo os textos da Calie por causa desse jeito que ela escreve, parabéns, excelente escolha...

    Angelique Beau Pre...

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  4. Eu adorei essa fic, a Calie realmente arrasa sempre.
    MAS CADE A CONTINUAÇÃO?? ^^
    Vilm@

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  5. uh... que delícia de fic...

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  6. tem continuação né? diz que sim por favor! HAHA
    muito boa essa fic (:
    Carol

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  7. meninas... lamento informar mas não tem continuação... infelizmente... mas acho que essa é a intenção da Calie, e eu admiro o jeito q ela escreve, ela narra essa situação, maravilhosamente, e deixa o resto por conta da nossa imaginação... mas é uma delícia de ler, pelo menos eu acho, um momento tão simples, e tão fofinho entre eles...

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  8. Ahhhh! Quero um olliver pra consolar também:) manu

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  9. MEU DEUS DO CÉU!
    Que fic PERFEITAAAAAAAAAAAAAAA!
    Nossa, linda demais! Um momento só entre eles simplesmente perfeito!
    Nossa, uau! Gostei muito XDDD
    Singela, fofa, linda, linda e LINDA!
    Ótima escolha ;D

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  10. Mônica/Shann em cima! XD

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  11. Mônica vou postar outra da Calie, se chama FILING THE VOID, acho q é minha preferida dela, acho q vc vai gostar... sai essa semana...
    Sofia

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