1.10.10

How Soon Is Now (2/3)

Título: Ainda É Cedo
Resumo: Universo 'Two of Us'. Seis meses após os acontecimentos de Two of Us, Chloe e Oliver estão decidindo os próximos passos, em seu relacionamento e na Liga.
Autora: newbatgirl
Classificação: PG-13
Nota da Autora¹: Essa fic é baseada em uma frase do Bruce em Two Of Us: "Oliver... Em algum momento do seu futuro, você irá até Gotham pedir para eu me juntar à Liga e eu vou agir como um idiota. Mais do que um idiota. Não posso voltar atrás e mudar o que aconteceu, mas posso lhe dizer que sinto muito... e que você estava certo. Eu preciso da Liga da Justiça."
Nota da autora²: Como em todas as minhas histórias, vou utilizar pontos de vistas dos personagens principais: Chloe, Oliver e Bruce. Vamos começar com Bruce desta vez.
Anterior: Capítulo Um

Histórias Anteriores:
Shout Out Loud
Silver Lining
Question




Gotham City... Mansão Wayne... Tarde da Noite...

Chloe circulou a grande mesa de cerejeira pela nona vez em poucos minutos.

"É sem graça", ela observou.

"Você já disse isso. Algumas vezes."

"Não tem personalidade."

"Você também já disse isso." Oliver sorriu pra ela, de onde estava, no sofá do outro lado da sala. Ele e Chloe estavam esperando Bruce em seu escritório já há algum tempo. Como Oliver bem sabia, uma Chloe entediada virava uma Chloe ranzinza, e depois de quinze minutos, ela começou a falar sobre sua frustração com a decoração muito séria da sala. Móveis de madeira escura, sofás de couro preto, iluminação fraca. Bruce obviamente não gastava seu tempo livre assistindo o canal de decoração e design.

"E eu acho que é porque ele também não tem personalidade."

"Sidekick, seja boazinha... espere até conhecê-lo antes de julgar."

"Conhecemos o suficiente, temos pesquisado sobre ele por seis meses, e por tudo o que eu vi, não gosto. Ele não trabalha em equipe, Ollie."

"Talvez não agora, mas em algum momento..." Oliver deu uma batidinha no sofá ao seu lado. "Vem cá, qual a razão de usar esse vestido se você vai ficar parada aí?"

Ela inclinou a cabeça para o lado. "Assim você pode me admirar e imaginar todas as coisas que você vai fazer quando tirá-lo de mim."

"Eu posso admirar melhor se você estiver aqui e, acredite, eu tenho imaginado a noite inteira."

Isso melhorou seu humor, e ela imaginou como ele conseguia fazer isso com ela tão facilmente. Ela atravessou a sala e sentou-se ao lado dele com a cabeça e a mão em seu peito. "Comporte-se", ela avisou.
Oliver aproveitou a posição para correr os dedos pelas suas costas nuas, da nuca até a base de sua espinha, onde o tecido do vestido começava, apenas a alguns milímetros antes de ser uma contravenção.

"Com todas as informações que você tem, você desconsidera as probabilidades, Professora?" Ele inclinou a cabeça dela pra trás para lhe dar um beijo, um que se aprofundou com o mínimo esforço de sua parte, ele notou.

Os dois se assustaram com o som da porta batendo, afastando-se para ver Bruce olhando pra eles. Por alguma razão, eles não ouviram o som da porta sendo aberta.

"Vejo que vocês encontraram um jeito de passar o tempo enquanto esperavam", Bruce disse secamente antes de ir para sua mesa, tirando o paletó do smoking no caminho.

Oliver piscou para Chloe. Eles com certeza não iriam se desculpar. Ao invés disso, os dois se levantaram e foram até as cadeiras em frente à mesa de Bruce.

"Antes de mais nada", ele disse para Oliver. "Você vai me dizer como descobriu. Eu gosto de pensar que cubro bem os meus rastros." Oliver trocou um olhar com Chloe.

Por alguma razão 'Você nos contou, vinte anos no futuro, numa estação espacial na órbita da lua', não parecia uma boa resposta.

Felizmente, Chloe tinha uma ideia melhor. "Você cobriu, mas uma vez que você sabe o que procurar - e eu sei - você reconhece alguns sinais. Eu descobri o que Oliver fazia em pouco tempo. Então quando ouvi os boatos sobre o vigilante de Gotham, eu sabia por onde começar", ela explicou.

"Você tem bastante experiência com vigilantes fantasiados, não é Senhorita Sullivan?"

"Acho que você pode dizer que você não vai encontrar outra pessoa no planeta que tenha mais experiência", ela respondeu calmamente, enchendo Oliver de orgulho.

"E esse time de vocês?" Bruce se virou para Oliver. "Você acha realmente acha que está fazendo a diferença?"

"No mínimo fazemos tanta diferença quando você faz aqui." Chloe respondeu, ignorando o fato de que Bruce não estava falando com ela.

Bruce estreitou os olhos. "Eu não quis ofender."

"E ainda assim você conseguiu, sem esforço..." Chloe acrescentou jovialmente.

Oliver sentiu que a reunião tomaria outro rumo, se ele não intervisse logo.

"E vamos todos tentar ser um pouco menos mais calmos de agora em diante, certo? Bruce, o que você sabe exatamente sobre nossa equipe?"

"Sua equipe... eu sei que muito deles têm certas... habilidades. Eles têm certas vantagens."

"Essa não é a questão", Oliver observou.

"Você está confirmando ou negando?"

"Você está apenas tentando arrancar alguma informação ou está considerando nossa oferta?" Chloe interrompeu. "Porque se é o primeiro, não vamos perder mais tempo um com o outro."

"Estou considerando. Mas eu preciso saber mais. Você sabia que chegaria a minha casa e encontraria o Batman, eu estou querendo algumas informações básicas."

Chloe se recostou na cabeça e deu uma olhada para Oliver indicando que ele decidiria o quanto compartilhar. O sutil aceno de cabeça dizia que ela o apoiava.

"Alguns membros de nossa equipe possuem certas habilidades, além das comuns aos seres humanos. As origens dessas habilidades variam."

"Habilidades que em mãos erradas ou com intenções erradas podem ser usadas como armas." Bruce falou categoricamente.

"Não, o objetivo da Liga é fornecer estrutura e apoio para acontecer justamente o contrário."

"E quem está se certificando que isso aconteça? Vocês dois?" Bruce desafiou olhando de Chloe para Oliver.

Chloe se inclinou para a frente em sua cadeira. "Corrija-me se eu estiver errada, Bruce, mas não é o seu alter ego que gasta milhões de dólares em armamentos? De acordo com minhas pesquisas só o carro vale mais de vinte milhões e é um verdadeiro tanque urbano."

"Eu vou querer saber como você conseguiu essa informação?" Bruce perguntou com dentes cerrados.

"Segurança de rede, dê uma olhada", ela disse revirando os olhos. "A questão é, quem está se certificando que você não decida se virar contra a cidade que você está protegendo?"

"Não estamos falando de mim aqui."

"E não estamos autorizados a julgá-lo pelas mesmas razões que você está julgando nosso pessoal? Isso é meio hipócrita, você não acha?"

Oliver colocou os dedos na ponte de seu nariz. Isso não ia muito longe, dado o temperamento de Chloe. Ele não podia culpá-la, Bruce estava sendo um idiota mas Chloe... os dois precisavam aprender o significado da palavra 'finesse' antes de recrutar mais alguém.

"Eu... não faço parte do seu pessoal. Eu não tenho habilidades questionáveis que me transformam em uma ameaça para a segurança nacional!"

"Não de acordo com seu relações-públicas. Qual é a teoria sobre Batman dessa semana? Vampiro? Além do mais, ela tem razão, como o Departamento de Defesa classificaria seu arsenal se não como uma ameaça nacional? Brinquedos caros?" Oliver perguntou, finalmente tomando a palavra.

"Tudo isso é discutível. Eu não vou me aliar a alguém em quem não posso confiar e até agora vocês nem começaram a provar que são confiáveis."

Com um olhar confirmador para Oliver, Chloe se levantou e pegou sua bolsa. Tirando o objeto desejado ela voltou à mesa de Bruce. Oliver notou a imediata mudança na atitude de Bruce. Ele se endireitou e se afastou um pouco para trás em sua cadeira.

Chloe colocou o pequeno objeto preto sobre a mesa em frente a Bruce. "Aqui, você quer conversar sobre confiança? Nós estamos confiando a você informações sobre nosso trabalho no último ano, que foi tentar parar Lex Luthor de fazer exatamente o que você disse, tornar meta humanos em armas sob seu controle. Leia e você talvez entenda um pouco do que estamos lutando contra. Eu apaguei algumas informações, é claro. Sem nomes, lugares ou rostos."

Bruce deu um sorrisinho afetado. "O que aconteceu com a confiança?"

"Não podemos controlar o que você fará com as informações depois que ler. Há mais informações aí do que qualquer outra pessoa da Liga já teve acesso. Uma vez que você conhece a identidade do Arqueiro Verde há tanto tempo, e também conhecemos sua identidade, gostaríamos de conceder uma certa cortesia profissional. Mas..." ela parou.

"Mas o quê?"

"Você pode não ser tão cuidadoso", ela finalizou e voltou para seu assento ao lado de Oliver.

Bruce pegou o drive, virou-o em sua mão, e colocou-o no bolso. "Eu não quero tomar decisões precipitadas", ele disse pra eles. "Então não esperem ouvir uma resposta de mim agora. Eu já tenho muita coisa acontecendo nessa cidade para largar só porque vocês decidiram me fazer uma visita."

Oliver se levantou. "Amável como sempre, Bruce. Estaremos no Gotham Palace Hotel pelos próximos dias se precisar falar com a gente." Ele estendeu sua mão para ajudar Chloe a sair de sua cadeira.

Bruce também se levantou. "Mais uma coisa... como eu disse, tem muita coisa acontecendo nessa cidade para acrescentar mais um fantasiado à bagunça. Eu devo alertar a você e seu time para ficarem longe das ruas e telhados de Gotham durante a noite. Estamos entendidos?"

"Relaxa, Batsy. Já sabemos que é seu território. Não precisa se preocupar. Chloe e eu estamos aqui sozinhos e de férias." Oliver deslizou um braço ao redor da cintura de Chloe. "E temos outras ideias para passar a noite."

Antes que Bruce pudesse responder, Chloe apontou para a janela. O reflexo do Batsinal brilhou através das nuvens. "Bruce, parece que você tem um compromisso."

*****

Cobertura... Gotham Palace Hotel... mais tarde naquela noite...

"Certo, AC, pode voltar agora e deixar a Guarda Costeira tomar conta. Bom trabalho," Chloe disse em seu comunicador.

"Confirmado, Torre."

"E lembre ao Victor para fazer o download do relatório de ocorrências da Guarda Costeira. Normalmente eles atualizam a cada dezoito horas."

"Dezoito horas, certo. Então, o chefe já conseguiu te enlouquecer?"

"Cuidado com o que diz, AC. Ele está aqui do meu lado. E não, ele não conseguiu." Chloe olhou para Oliver, estendido ao seu lado, usando apenas sua boxer, alguns arquivos que ele estava estudando ao lado dele.

"Eu imaginei que ele estivesse. Ele nunca fica longe. Vou deixar vocês voltarem para suas 'férias' - obrigada pela ajuda esta noite, Torre. Aquaman desligando."

"Watchtower desligando." Chloe tirou o comunicador de sua orelha e fechou os programas em seu laptop, antes de colocá-lo na mesinha ao lado da cama.

Ela então deitou a cabeça sobre o peito de Oliver.

"Como foi?", ele perguntou, abrindo os olhos.

"Tudo certo. AC deu conta. Deixá-lo no comando foi uma boa ideia."

"Foi minha", Oliver apontou. "Eu tenho muitas ideias boas."

"Assim como tirar uma mini-férias em uma cidade que é a capital do crime da Costa Oeste?", ela brincou.

"Tecnicamente, é Bludhaven. Gotham é a número dois."

"Vou me corrigir."

Eles ficaram deitados por alguns minutos antes de Oliver falar novamente. "Acho que o desafiamos demais. Ele não vai aceitar." Ela sabia que ele estava falando de Bruce mesmo que Oliver não tivesse dito seu nome.

"As chances de ele aceitar da primeira vez era mínimas mesmo. Ele mesmo disse... vinte anos depois daqui. Ele nos avisou que seria um idiota. Nada do que eu vi hoje contrariou o que já esperávamos."

"Eu sei... você está certa..." ele parou de falar, esfregando a mão em suas costas através de sua camisola de seda preta.

"Mas... o que está incomodando você?"

Ele suspirou. "Uma coisa que Moira disse enquanto estávamos na estação - você ainda estava se recuperando - ela disse que quando eram crianças, Bruce nos visitava e jogava Detetive no Dia de Ação de Graças."

"Bruce? Bruce Wayne fazia isso?"

"Exatamente. Como o cara que conhecemos vai se tornar esse cara?"

"Algo me diz que será preciso mais de uma reunião."

Oliver fez um barulho em sua garganta e Chloe levantou sua cabeça. "Sério, Ollie. Não temos ideia quando nos próximos vinte e três anos Batman vai se juntar à Liga. Tudo o que sabemos é que ele vai se juntar. Se ele disser 'não' agora, não significa que ele não vai mudar de ideia em algum momento." Ela acariciou o peito dele na tentativa de fazê-lo relaxar. "E honestamente, baseada em tudo o que aconteceu essa noite, é provavelmente uma boa coisa que ele diga 'não' agora."

Oliver subiu um pouco mais em seus travesseiros para olhar pra ela. "Eu sei, em minha cabeça tudo isso faz sentido mas... ainda acho que estamos parados no mesmo lugar desde que voltamos", então ele rapidamente acrescentou quando Chloe fez um sinal com a mão. "Desculpe, pelo menos no que diz respeito a Liga. Quer dizer, ainda não fizemos nenhum progresso em rastrear esse Lanterna Verde ou de onde veio a Diana, quando ou como se juntaram a equipe... Pelo que o Victor mais velho disse, havia pelo menos uma dúzia de membros da Liga do futuro que ainda não identificamos. Seria bom se pudéssemos conseguir alguma peça desse quebra-cabeça."

"Oliver, você está tentando transformar vinte anos de Liga no futuro em uma lista de tarefas de seis meses?"

"Não estou." Ele respondeu e parou. "Estou?"

"Sim, um pouco."

"Desculpe, desculpe. Vou tentar me controlar. É só que nossa vida e a Liga... é meio que a mesma coisa e eu fico pensando que se fizermos alguma coisa errada com o futuro da Liga..."

"Vamos interferir em nossa vida e das crianças?" Chloe finalizou pra ele.

"Eu sei que não faz sentido, mas viajar no tempo e conhecer nossos filhos não-nascidos também não faz."

Chloe ergueu e balançou a perna sobre a de Oliver, descansando seu peso sobre as coxas dele.

"Oliver, se passarmos os próximos vinte anos preocupados se alguma coisa que fazemos vai mudar o futuro, vamos enlouquecer. Pensei que tivéssemos concordado que o que vimos não nos assustava."

Oliver passou as mãos pela cintura dela puxando-a pra perto. "Eu não tenho medo do futuro que nós vimos, eu tenho medo do caminho até lá. Eu quero que ele aconteça, Chloe. Eu quero muito."

Chloe sorriu pra ele e lhe deu um demorado beijo. Quando ela se afastou, ela olhou pra ele calmamente. "Então vamos nos certificar de que ele aconteça. Você tem um compromisso comigo daqui a dois meses, é melhor você aparecer ou eu vou encontrar um jeito de fazer a Liga inteira - do presente e do futuro - caçar você", ela brincou, se referindo a data de seu casamento dentro de oito semanas. "E depois disso, vamos simplesmente ver o que acontece."

Eles tinham concordado que não abandonariam os métodos contraceptivos pelo menos até depois do casamento, quando estivessem acostumados a 'estarem casados' antes de embarcar na viagem 'Oh, meu Deus, vamos ter gêmeos'.

No entanto, parecia que Oliver estava ficando impaciente. Ele havia visto seu futuro e queria começar a vivê-lo imediatamente.

"Ollie, eu não acho que fizemos nada que vá afetar nosso futuro. Eu amo você, você me ama, e já estamos cercados pelas pessoas que queremos que façam parte de nossa família quando chegar a hora. Já temos a maioria das peças no lugar. Só temos que ver o que acontece agora." Ela o beijou novamente, demoradamente dessa vez, correndo suas mãos por seu peito nu.

Quando ela se afastou pela segunda vez, Oliver não a deixou ir longe. Suas palmas pressionadas contra as coxas dela e seus longos dedos de arqueiro flexionados em seu quadril. "Eu gosto das suas palestras motivacionais, Sidekick..." ele olhou para baixo, para a roupa dela - uma curta camisola preta de seda com rendas - como se estivesse vendo pela primeira vez. "Por favor me diga que não tinha nenhuma câmera ligada quando você estava falando com os rapazes, vestindo isso."

"Relaxa, você é o único que ganha minha palestra especial de lingerie."

"Ótimo, vamos manter assim. Agora... eu tenho uma ideia. Vamos tentar fazer alguns bebês", ele sussurrou em sua orelha antes de virar seus corpos de modo que ela ficasse com as costas na cama e embaixo dele.

Chloe fez um som que ficou entre uma risada e um gemido enquanto ela deitava no colchão e as mãos dele começavam a deslizar por dentro de sua camisola. "Você ainda se lembra que não vou ficar grávida agora, certo?", ela perguntou.

Os lábios de Oliver estavam em seu estômago, perto de seu umbigo e descendo. "Claro que lembro", ele respondeu contra sua pele. "Mas não tem nada errado em praticar... e praticar... e praticar um pouco, assim quando chegar a hora, faremos direito. Eu acredito na prática. Fez de mim o homem que eu sou hoje."

Chloe realmente não podia encontrar nada de errado nesse argumento. Ela imaginou se deveria avisar que, tecnicamente falando, metade do que eles haviam feito na cama - e fora dela - nos últimos seis meses poderia de fato resultar em bebês.

Ela sentiu os dedos dele deslizando sua calcinha pelas suas coxas.

Não, não era necessário distraí-lo com esses detalhes.

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Fim do Capítulo. Leia o Capítulo Três.

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Um comentário:

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