8.9.10

Remembrance

Título: Lembrança
Resumo: "Para se sentir seguro novamente, olhe por sobre os ombros."
Autora
: simply_steffv
Classificação: PG
Nota: Essa drabble tem duas partes, uma com o ponto de vista do Oliver, e outra com o ponto de vista da Chloe: 'Car Crashes, Sunsets and Sunrises'.



Ele estava sentado na cadeira perto da janela olhando pra ela deitada na cama deles. Ela estava encolhida em posição fetal, olhando para a parede, o que lhe dava uma visão clara de suas costas e seu sutil subir e descer enquanto ela inspirava e expirava. Ele suspirou profundamente e se levantou. Atravessou o quarto e se sentou aos pés dela. Ele franziu a testa ao ver a expressão vazia e sem emoção em seu rosto enquanto ela olhava pra frente. Ele levou a mão até seu rosto e colocou uma mecha de cabelo atrás de sua orelha. Ele virou a cabeça para olhar por sobre o ombro o relógio que estava na mesinha ao lado da cadeira em que ele estava sentado.

"Você vai se atrasar, sabia?" Ele disse enquanto a ouvia suspirar.

Ele se levantou e logo em seguida ela fez o mesmo. Assim que saiu da cama ele ficou atrás dela e colocou as mãos sobre seus ombros conduzindo-a até o armário. Ele abaixou a cabeça e sussurrou em seu ouvido. "Vamos, eu te ajudo a escolher."

Ela ficou parada em frente ao closet aberto e olhou para as roupas. "Vejamos", ele disse enquanto pegava alguma coisa no armário.

"Que tal o vestido azul que você usou no Natal?" Um pequeno sorriso cruzou seu rosto enquanto ele se recordava do vestido. Ela não disse nada e ele tomou o silêncio como um não. "Ok, então nada de vestido azul. Ah, já sei. E a blusa e a saia que você usou no meu aniversário, eu realmente gosto delas." Ele falou com um sorriso malicioso mas outra vez obteve o silêncio como resposta. Ele viu ela estender a mão e pegar uma camiseta e uma calça pretas para vestir. Ele franziu a testa com a escolha e depois murmurou. "Preto, então."

Eles foram até a cama e ela colocou as peças ali. Ela ficou parada olhando para as roupas enquanto ele foi até o seu lado e ficou olhando pra ela, e então disse. "Você devia se trocar antes que Lois entre aqui e ela mesma tente vestir você." Nada, ele não teve resposta. Ele respirou fundo novamente. "Você tem que parar com isso." Ele disse com a voz firme mas ela o ignorou. Ele abaixou e balançou a cabeça. Levantou a cabeça novamente e olhou pra ela, percebendo que ela ia precisar de ajuda e se posicionou atrás dela.

"Levanta os braços."

Lentamente ela começou a erguer os braços e ele a ajudou a tirar a roupa. Ele deu um passo para trás para olhar o corpo dela e percebeu que ela estava muito mais magra que antes. "Acho que você devia ouvir a Lois e começar a se alimentar, você está perdendo suas curvas Sidekick." Ele disse brincando, tentando arrancar dela alguma reação mas ao invés disso tudo o que ela fez foi vestir as outras roupas.

Assim que terminou de se trocar ela foi até o espelho com ele acompanhando-a de perto. Ele olhou para o reflexo dela e ela distraidamente começou a mexer no cabelo e foi quando ele percebeu que o brilho nos olhos dela havia sumido. Ele observou cada pedaço dela cuidadosamente. Ela definitivamente estava mais magra, as roupas que estava usando estavam folgadas em seu corpo pequeno. Ele viu as bolsas sob seus olhos vermelhos. Seu cabelo estava achatado de um lado, do lado em que ela ficou deitada o dia inteiro. Seus ombros estavam caídos, derrotados. Seu belo rosto não tinha mais aquele sorriso de sempre e que aquecia seu coração. Seu coração doeu por ela. Se pelo menos ele pudesse tirar sua dor. Ele franziu ainda mais a testa quando viu os olhos dela ficarem marejados, e logo viu as lágrimas correrem pelo seu rosto.

Ele se aproximou por trás e envolveu os braços ao redor dela, escondendo o rosto na curva de seu pescoço.

"Shh, está tudo bem. Vai ficar tudo bem, você vai ver." Ele sussurrou numa tentativa de aliviar sua dor.

Ela secou as lágrimas quando ouviram alguém batendo na porta. Ela se virou para ver Lois entrando no quarto.

Ele deu um passo para trás querendo lhes dar algum espaço, Lois caminhou até Chloe, abraçando-a. Lois se afastou e foi até a porta do armário fechá-la. Ele viu a tristeza no rosto da morena; podia afirmar com certeza que ela estava tentando ser forte para sua prima. Então ela se virou e olhou para Chloe.

"Está na hora, você está pronta?", Lois perguntou.

Oliver foi para trás de Chloe e colocou as mãos em seus ombros e se inclinou para sussurrar em seu ouvido mais uma vez. "Vai ficar tudo bem, eu prometo."

Chloe assentiu para Lois que havia lhe estendido a mão.

"Essa é minha garota. Lembre-se que eu te amo, Chloe." Ele deu um beijo em sua têmpora e deu um passo para trás mais uma vez quando ela começou a caminhar até sua prima e depois em direção à porta, Lois saiu por último e antes de fechar totalmente a porta ele disse. "Cuida dela."

Ele suspirou, foi até a cama e se sentou. Ele deu uma olhada para o lado e viu o portarretrato que tinha uma fotografia dos dois. Ela estava sorrindo brilhantemente enquanto ele a abraçava por trás. Havia sido tirada no dia em que ele a pediu em casamento, o melhor dia de sua vida. Ele lembrava como se tivesse sido ontem. Ele riu com o fato de não ter sido em um jantar especial, de fato foi na situação mais ao acaso possível que ele podia imaginar, mas ele não mudaria nada.

Eles estavam aproveitando o dia num parque, era um daqueles raros dias em que a Liga pôde se juntar simplesmente pra passar algum tempo juntos. Ele lembra que eles estavam jogando futebol americano e Chloe tinha a bola. Todos estavam correndo atrás dela enquanto ela corria em sua direção para lhe passar a bola; ele lembra que ao invés de pedir a bola enquanto ela se estendia pra ele, pediu que ela se casasse com ele. Ele lembra do olhar em seu rosto um pouco chocado a princípio e depois pequenos sinais de sorriso se espalhando por seu rosto. Ele lembra como ela soltou a bola e correu até ele, dizendo sim. Ele lembra de Lois socando Clark e o repreendendo por não ter sido tão romântico assim quando fez o pedido a ela. Ele lembra de Mia indo até eles e chamando Chloe que se virou em seus braços para olhar para ela que trazia uma câmera nas mãos dizendo xis. Ele lembra de ouvir os cumprimentos de todo mundo. Ele se lembra dos flashes. Lembra de quando estava em pé no altar observando-a caminhar até ele num vestido branco. Ele se lembra de dizer 'sim' e prometer para sempre. Ele se lembra daquela noite e lembra das lágrimas dela. Ele se lembra de ter sussurrado 'Tudo vai ficar bem, lembre-se que eu te amo' enquanto memorizava cada detalhe do rosto dela para toda a eternidade antes da escuridão tomar conta. Ele se lembra de quando estava lhe deixando.

Ele sentiu uma pontada no peito e com um sorriso triste no rosto ele recolocou a foto na mesinha enquanto se deitava na cama. Ele olhou para o teto por um momento, e então enquanto suspirava ele fechou os olhos. A última coisa que ele queria era deixá-la, mas na verdade ele não teve escolha.

_

(Minha tristeza mostra como seu nome é esculpido em pedra
as palavras não podem ser apagadas para a realidade crescer.)

_

O que é a morte?

A morte não é nada.
Eu só fui para o quarto ao lado.
Eu sou eu e você é você.
O que tenhamos sido um para o outro.
Ainda somos.

Me chame pelo mesmo nome.
Fale comigo do mesmo jeito
que você costumava falar.
Não mude o tom da sua voz.
Não use o ar forçado de solenidade ou tristeza.

Ria do jeito que costumávamos rir
das piadas que nós dois gostávamos.
Brinque, sorria, pense em mim, reze por mim.
Deixe meu nome ser uma palavra dentro de casa
como sempre foi.
Que seja falado sem abalar,
sem carregar uma sombra sobre ele.

A vida tem o significado que sempre teve.
É o mesmo que sempre foi.
Existe uma continuidade absolutamente ininterrupta.
Por que eu deveria desaparecer da mente
só porque estou fora de vista?

Estou esperando por você,
durante esse intervalo,
em algum lugar bem próximo,
logo depois da esquina.

Está tudo bem.
Henry Scott Holland

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9 comentários:

  1. Ok... oficialmente, as lágrimas quase não me deixam terminar... acho que depois da próxima parte, vou traduzir umas vinte comédias pra me recuperar...

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  2. Definitivamente essa pra mim bateu o recorde, é a mis triste que eu já li... duvido que alguém consiga ler sem chorar :'(
    Vilm@

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  3. eu tenho que dizer que essa fic é absurdamente triste. Eu literalmente fiquei mal depois de ler. :D Mas ainda assim, adorei. Ler a tradução me deu a mesma sensação.

    Ótima escolha Sofia ^^

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  4. Ivy, eu acho que o poema no final é o que mais angustia... sei lá lendo a tradução, eu achei q o impacto pra mim foi maior na original, mas sei lá... agora quando chega no poema, não dá pra aguentar...

    Obrigada...

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  5. eu ainda não li estou com meu espírito feliz, depois eu volto aqui é leio... e assim é a vida volto neste post

    ok
    não tenho coragem
    rsrs;)

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  6. Se vc está feliz, não leia mesmo!!!! rs... aconselho... a fic em si até q não é tão forte, mas o poema final, não dá pra aguentar...

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  7. ok
    é mesmo impossível ler sem chorar...

    "A vida tem o significado que sempre teve.
    É o mesmo que sempre foi.
    Existe uma continuidade absolutamente ininterrupta."

    Mesmo assim é uma fic maravilhosa!!!

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  8. nuss vi outra tradução deste poema,
    a sua tradução ficou realmente perfeita Sofia!!

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  9. É... esse poema é o que pega...

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